INCLUSÃO SOCIAL E AGORA?



INCLUSÃO SOCIAL E AGORA?

 AUTORAS: Suéli Aparecida Rangel  e

                    Fabiana Alves Moraes Rangel

 RESUMO

 Através deste artigo quero relatar em princípio as dificuldades encontradas por mim ou pela maioria dos educadores quanto à inclusão dos portadores de necessidades especiais á educação regular.

O processo de inclusão social de pessoas portadoras de necessidades especiais tornou-se efetivo em 1988 e pela Declaração sobre Educação para Todos em 1990.

Portanto,  a mais de dez anos atrás já era um projeto polemico, com perspectiva de inclusão de pessoas das mais variadas necessidades especiais  a se integrarem  às escolas comuns, sem cair em entidades chamadas especiais.

A pergunta era: As escolas públicas e privadas estão preparadas a receber estes alunos? Temos educadores especialistas o suficiente a atender estes alunos? A quem recorrer quando não conseguir atender  a meu aluno de acordo com suas especificidades?

Desta forma, foram proposto os paradigmas da inclusão social. Este tinha e tem até hoje por finalidade tornar toda a sociedade um lugar viável para a convivência entre pessoas de todos os tipos e inteligências na realização de seus direitos, necessidades e potencialidades por uma sociedade igualitária e justa para com seu próximo.

O que não se tinha e não se tem até hoje são estruturas para que os professores possam se especializar e com isso fazer um trabalho eficiente de atendimento a esta clientela que querendo ou não exige muito mais de seu professor.

 PALAVRA CHAVE:  INCLUSÃO - SOCIALIZAÇÃO

 INTRODUÇÃO

 Com intuito de incluir aos chamados excluídos os benefícios que já lhe eram de direito, foram criados um conjunto de ações que facilitam e também ajudam a combater a exclusão aos benefícios da vida em sociedade. Exclusão esta, provocada pela falta de respeito ao próximo, pela origem geográfica, pela falta de educação, idade, deficiências físicas ou mentais, preconceitos racial entre outros.

A inclusão social quanto bem elaborada e se cumprida a risco, oferece aos menos favorecidos a oportunidade de acesso a bens e serviços em igualdade de direitos aos chamados favorecidos.

É claro que muitos ainda não aceitam e não querem cooperar com os que fogem dos padrões de normalidade estabelecidas pelo grupo que sem intitulam a “maioria”. Dai, a necessidade se criar leis para garantir que se cumpram tais serviços em igualdade de condições.

A inclusão é isso, ser diferente e ainda assim estar em igualdade de direitos e deveres com os chamados normais.

È bom lembrar que as diferenças se fazem iguais quando são colocadas num mesmo grupo que as aceitam e consideram iguais. Todos nós só temos a ganhar com isso, acrescentamos a nossa vida como cidadãos o respeito mútuo, os valores morais de igualdade perante a Deus e, principalmente o respeito às oportunidades de direitos que são oferecidos pela vida em sociedade pela qual todos nós fazemos parte.

São nestes grupos sociais que se criam mecanismos que adaptam seus direitos as  necessidades de ir e vir como aos sistemas sociais que lhes são de direito participar.

Esta obrigatoriedade em modificar as estruturas físicas e serviços oferecidos, a sociedade pode e deve melhorar o convíveo dos portadores de necessidades especiais a interagirem naturalmente a vida social sem barreiras ou discriminações.

È claro que estas modificações estruturais ou abrir espaços em concursos com cotas especificas aos portadores de necessidades especiais, em  empresas, entre outras que vemos por ai, não promovem a discriminação e muito menos acaba com a segregação dos preconceitos quanto aos portadores de necessidades especiais da sociedade. Eles continuam lá, estas medidas simplesmente consiste em tornar a sociedade como um lugar viável para a convivência entre as pessoas de diferentes estruturas físicas, de diferentes potencialidades, habilidades, inteligência e aptidões, mascarando muitas vezes o descontentamento de alguns quanto a esta inclusão ao seu convíveo de ”normalidades”.

Por este motivo, defensores deste processo de inclusão social, lutam a mais de dez anos tentando mudar a sociedade. Luta esta que já conquistou as políticas publicas e estas, comprometeram  a trabalhar não só para mudar a sociedade como estruturar espaços públicos e também  na execução de decretos e leis que “obrigam” a sociedade a cumprir tais leis, inclusive de âmbito internacional, em busca de estruturar os sistemas sociais em todos os aspectos a cumprir as leis que beneficiam os portadores de necessidades especiais a se incluírem na educação, no trabalho, saúde e lazer, garantido lhes esse direito.

Por falar em inclusão na educação, gostaria de lembrar que é este meu foco neste artigo.

O direito a inclusão no sistema educacional brasileiro é hoje garantido por lei, pela legislação educacional brasileira. Contudo, este é um caminho que nos foi imposto, não que estejamos como educadores contra, simplesmente não nos foi dado foi o direito de nos estruturarmos para receber tais inclusões e pelo visto, ainda hoje é um caminho que esta longe de ser construído com todas as pavimentações necessárias.

 Caminhamos por crateras que muitas vezes não sabemos como sair  e não  temos ninguém de prontidão a nos tirar delas, então ficamos pelo meio do caminho, sem estruturas pedagógicas ou capacitação para lidar com situações diversas e alheias a nossa formação acadêmica. São ao mundo “especial” situações corriqueiras mas na maioria das vezes desconhecidas ao mundo diário de nós educadores, despreparados a lidar com as especificidades de algumas deficiências, agora inclusa em nossa sala de aula.

È claro que também vivi situações muito diferentes, as escolas de responsabilidade do município possuem melhor estrutura quanto á inclusão destes alunos á sala de aula comum. Cada sala, onde haja aluno com deficiências mais especificas, contam com um professor auxiliar e um funcionário habilitado em uma sala multifuncional, todos comprometidos em estimular  a aprendizagem deste aluno para que possa dirigir sua própria aprendizagem.

É claro que todos nós sabemos qual o papel do educador na inclusão, no entanto, também sabemos de nossas limitações, estamos despreparados a lidar com situações de total  exclusividade. E, por conta deste despreparo, acabamos por desenvolvermos aulas que não respondem a essa necessidade e muito menos possuímos matérias curriculares que contemplam os diferentes contextos culturais destes alunos.

Alguns colegas ao ser indagado sobre este assunto logo dizem: “...eu faço sim, me dedico o máximo, estou sempre trabalhando com materiais diferenciados...” Mas, contudo, não é o suficiente, o que precisamos é preparação e neste caso, voltamos lá no inicio que falei que á  inclusão foi polemica devido o despreparo dos educadores ao receber estes alunos em sua sala de aula.

Como disse, diferente das escolas estaduais, a escola municipal, oferecem oportunidades a estes alunos, seus pais são consultados freqüentemente  em busca de melhorias ao aprendizado de seu filho, os professores compartilham do planejamento e dos trabalhos de sala e de casa.

O professor neste caso, elabora sua prática a partir das sugestões recebidas de um profissional competente e assíduo na escola,  para dar suporte a suas funções de sala. Recebe auxilio de uma ajudante e dê seus pais que também deverão ser presente junto á escola.

É claro que nestes dez anos de inclusão, as  maiorias dos educadores já venceram muitos desafios embora, muitos ainda estão por vencer. Todos foram atendendo estes alunos ao mesmo tempo em que,  aprendiam a lidar com as situações novas.

 Contudo, ainda hoje vemos professores que mesmo com alunos TGD (com deficiências ou transtornos global do desenvolvimento) ficam sozinhos, sem apoio, sem recursos e muito menos formação para executar um bom trabalho. Esta situação tende a mudar, esta mudando, a passos lentos mais está.

Como disse, nas escolas municipais, a inclusão já é um trabalho mas elaborado, um trabalho de equipe que faz a direfença no final das contas.

Muitas experiências são de comprometimento, eu por exemplo, já vivi inúmeras delas. Posso aqui relatar que tive uma aluna com paralisia  cerebral, que apesar do seu comprometimento motor tinha a capacidade cognitiva preservada e uma família comprometida ajudar sua filha a fazer parte dessa sociedade tão ingrata. Com apenas dois anos na escola já participava de todas atividades que lhe eram atribuídas.

O que mais me admirava era que suas limitações eram compreendidas por todos na escola, inclusive os indisciplinados, que hora ou outra também lhe convidavam a participar de suas brincadeiras no recreio ou nas atividades de artes e educação física. Emmanuelle Laborrit, em Vôo da Gaivota explica muito bem esse sentimento de igualdade e desigualdade perante seus colegas  e diz;

“Recuso-me a ser considerada excepcional, deficiente. Não sou. Para mim, a língua de sinais corresponde a minha voz, meus olhos são os meus ouvidos. Sinceramente nada me falta. É a sociedade que me torna excepcional...”

Veja o quanto é importante a essas crianças e adolescentes a inclusão social, e que estes possam  ser estimulados a construir sua  própria aprendizagem.

Para tanto, devo  ainda lembrar que nada foi mudado em função aos conteúdos trabalhados em sala, mas descobri que as mudanças deveriam ser feitas  nas estratégias de aplicabilidades destes conteúdos e neste caso, inúmeras delas foram aplicadas  como também inúmeros recursos foram necessários para se descobrir o melhor método a ensinar. Foi um trabalho conjunto, de equipe, necessário e no final eficaz. Veja o que diz um anônimo;

“O conhecimento partilhado em igualdade de condições, com todos, deve ser  a motivação de nossa existência”.

 A professora do atendimento educacional especializado foi de fundamental importância neste caso, como também a professora auxiliar que não só ajudou na execução das atividades como com a alimentação e higiene pessoal.

Vale ressaltar, que ao falarmos em inclusão, estamos falando de um grande número de pessoas de diferentes aspectos não só físicos como de nível intelectual também diferente e, pensando desta forma cheguei á conclusão que as estratégias de aplicabilidade dos conteúdos também deveria ser trabalhada em conjunto, não só em sua elaboração com todos os envolvidos, como em sala , em grupo ou em duplas, onde um pudesse ajudar o outro  a superar suas dificuldades.

 CONCLUSÃO

 Posso concluir: a  inclusão social, em suas diferentes especificidades  é norteada por meio de políticas públicas, que além de oficializar as obrigações da sociedade perante estas pessoas, com leis devem viabilizar a inserção dos indivíduos aos meios sociais e garantir que esta inserção seja respeitada e cumprida. Para isso, foi necessário e, primordial que fossem  estabelecidos padrões de acessibilidade nos diferentes espaços, a começar, pelas escolas, empresas, serviços públicos, e demais órgãos  particulares de a cesso ao público em geral, assim como é necessário o investimento em formação inicial e continuada de todos envolvidos no processo de inclusão, principalmente dos professores.

Nossa cultura ainda hoje tem pouca experiência quanto á inclusão social, o que vemos são ações de modelagem aos padrões de calçadas e rampas que permitem maior acesso em locais públicos. São ações justificáveis mas, ainda ,muito tímidas á proporção que imaginamos  que pessoas são excluídas do meio social em função das características físicas que possua.

É como se fossemos culpados em nascermos negros, pobres ou com má formação física.

Desta forma volto a afirmar que é proposto o paradigma da inclusão social e que esta consiste em tornar toda a sociedade um lugar viável para a convivência entre pessoas de todos os tipos e inteligências na realização de seus direitos, necessidades e potencialidades.

Estamos caminhando, em passos lento mas caminhado e quanto mais sistemas  comuns da sociedade adotarem a inclusão sem restrições, mas cedo se completará este processo de inclusão e conseqüentemente construiremos uma sociedade igualitária. A SOCIEDADE INCLUSIVA.

Para finalizar, quero lembrar uma frase dita por Chico Xavier "Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim". Pense nisso!

 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

 http://pt.wikipedia.org/wiki/Inclus%C3%A…

.INCLUSÃO, Revista da Educação Especial,(MEC),Secretaria de Educação Especial – ANO 2 Nº 4, Dezembro .2006.

 COLL, César, Desenvolvimento Psicológico e Educação, 2ª edição

 MONTOAN, M.T, Inclusão na Universidade: Formação e Compromisso, Campinas: UNICAMP-Biblioteca Central -2009.

 Saberes e Práticas da Inclusão - Altas habilidades na Educação Infantil 
Ministério da Educação / Secretaria de Educação Especial (MEC)- 2006

 http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/deficienciafisica.pdf 

ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (2006) 
DEFICIÊNCIA FÍSICA 
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_df.pdf 


Autor: Suéli Aparecida Rangel


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