Relação interfronteiriça entre Brasil e França através do Amapá e da Guiana Francesa: a interferência da cultura linguística



  1. INTRODUÇÃO

 

O trabalho a seguir tratará da realidade do Brasil e da França, de suas origens comuns e das possíveis transformações advindas com a criação da Ponte Binacional Brasil-França. Far-se-á um breve histórico acerca dos rastros da França no Brasil ao longo da história. Em seguida, será feito um panorama da condição linguística entre estes países e será realizada uma abordagem das relações entre ambos. Por fim, o ponto central do trabalho é o olhar para o futuro e a discussão sobre as transformações nas relações linguísticas tanto no Brasil quanto na França.

O objetivo primordial deste trabalho é promover um diálogo que analisa as relações linguísticas entre os dois países no passado, no presente e, sobretudo, no futuro, que será inovador devido ao surgimento desta Ponte Binacional.

 2.   HISTÓRICO DA CULTURA FRANCESA NO BRASIL

 É certo que a França possui seus “rastros” no Brasil nos mais diversos aspetos, sejam eles na área social, cultural, econômica ou politica. Entre inúmeros acontecimentos, podemos citar a expedição França-Antártica, chefiada por Villegagnon que se instalou na cidade do Rio de Janeiro em 1555. No campo político, por exemplo, a França era portadora dos ideais de direitos humanos e revolucionários, essa influência da Revolução Francesa teve papel significativo na formação da história brasileira. Um dos maiores exemplos dessa influência foi a Inconfidência Mineira.

A influência linguística francesa também deixou marcas em nossa cultura, esse intercâmbio entre as línguas e a cultura francesa e brasileira resultou do contato entre elas, mas, principalmente, do arrebatamento manifestado pelo brasileiro face ao prestígio da cultura francesa, da necessidade de alargamento do universo de conhecimento de seus falantes e de sua integração na modernidade da virada do século XX.  

"Sabe-se que a França teve papel importante na formação da identidade brasileira. Identidade que se retrata, nos diversos campos: político, econômico, social e cultural. Em cada período de nossa história, encontramos a presença da cultura francesa. Entre inúmeros acontecimentos, podemos citar a Expedição França-Antártica, chefiada por Villegagnon que se instalou na cidade do Rio de Janeiro em 1555. No campo político, por exemplo, a França era portadora dos ideais de direitos humanos e revolucionários, essa influência da Revolução Francesa teve papel significativo na formação de nossa história. Um dos maiores exemplos dessa influência foi a Inconfidência Mineira em que os revoltosos, seguindo os ideais do Iluminismo Francês no século XVIII, tiveram como objetivo transformar Minas Gerais em uma República". (FERREIRA, 2011, p. 07)

 A imitação do comportamento, a transferência dos valores e a adoção de um vocabulário que reflete o bom gosto, a cultura e a civilidade da sociedade francesa são, portanto, a confirmação e traços fundamentais da função especular que tinha a França frente às personalidades influentes, cultas e elegantes da sociedade de língua portuguesa, tanto em Portugal, como no Brasil.

Sendo assim, considera-se a França como uma nação que exibe ao mundo seu poder político e sua sedutora cultura por questões principalmente históricas fortemente cultuadas pela elite brasileira. 

  1. 3.   RELAÇÃO CULTURAL BRASIL E FRANÇA NA PERSPECTIVA LINGUÍSTICA

 França, terra da revolução e de grandes pensadores como Rousseau, tem o maior numero de prêmios Nobel de literatura e um cinema admirável, além disso, o país sempre anda muito representado aqui no Brasil no que diz respeito à música.  O cinema francês é considerado como um dos melhores do mundo que se caracteriza pelo roteiro muito bem escrito.

Muitos brasileiros que estão em território francês dizem que o amor pelo país começou ao estudar e aprender a língua francesa por haver uma transparência e afinidade com a língua portuguesa, pelo jogo de palavras, e pelo fato de que nós temos uma origem ocidental, nossa cultura vem da Europa, então nós estamos muito ligados à cultura francesa e isso leva o individuo a querer descobrir e conhecer a origem do seu povo. Pela falta de informação, algumas pessoas acabam por criar um estereótipo à cultura francesa, pelo fato dela ser única e diferente. Assim, tem-se a impressão de que ela seja mais refinada, porém ela é uma cultura tão interessante quanto qualquer outra. 

"Quando se fala em contatos entre português e francês, não se pode deixar de mencionar a intensa interação entre o primeiro e variedades do segundo que se dá ao longo da costa noroeste do estado brasileiro do Amapá, ou seja, ao longo do rio Oiapoque. Nessa região, o Brasil faz fronteira com a Guiana Francesa, que tem o francês como língua oficial, mas cuja população fala majoritariamente o crioulo guianense (guyanais), ou simplesmente créole. Isso se dá de modo mais visível entre a cidade brasileira de Oiapoque e a guianense Saint-Georges de l’Oyapock. Porém, dentro da própria Guiana Francesa há contato entre português e crioulo francês (créole) devido à grande imigração de brasileiros, muitos deles vivendo ilegalmente no país. Por esse motivo, há uma presença relativamente forte do português em solo guianense". (COUTO, 2010, p. 113)

 Fazendo um parâmetro entre a cultura francesa e a brasileira, percebe-se que as diferenças que atribuem contraste à cultura brasileira são várias, começando pela comida francesa que é mais refinada. Em relação à música, esta tem características próprias, representando os interesses e apreciações daquele país, o que não faz do Brasil inferior, pois este também tem sua riqueza musical. O modo de vida também deve ser avaliado, enquanto o brasileiro reserva um tempo para “viver”, às vezes, os franceses acabam esquecendo-se disto. Tais diferenças são extremamente particulares e compõem as estas diferentes identidades culturais diferentes que possuem traços bastante semelhantes.

Pode não parecer, mas a história do Brasil se encontra com a França. Foi por intermédio das traduções francesas, por exemplo, que os brasileiros do século XIX leram autores clássicos da literatura mundial, como Goethe, Byron, Schiller, absorvendo tanto as interpretações feitas quanto as lacunas deixadas. Anarquistas e socialistas também se inspiravam na cultura francesa. É importante frisar que durante essa época o idioma francês era uma matéria obrigatória nas salas de aula. A vigência desta regra teve início em 1837 e representou a importância dessa língua na formação dos brasileiros nesse período, onde o objetivo era possibilitar o aluno a ter, sobretudo, uma proficiência de compreensão escrita nessa língua, e também a ler os grandes autores franceses.

Através desse acervo de palavras, acabou por gerar uma relação de conhecimento mútuo, palavras como chance e marchante entraram para a Língua Portuguesa por modismo. A sociedade brasileira do final do século XIX copiava os costumes do francês e criava um preconceito de que quem não dominasse o idioma e os usos e desusos próprios da cultura francesa estariam marginalizados de um processo de socialização. Em termos de atualidade, essa população excluída do processo de socialização pode ser comparada sem prejuízo de sentido às pessoas do século XXI que não possuem acesso à internet, que não falam a língua inglesa, que conhecem os pratos famosos da França, dos Estados Unidos, entre outros. Em outras palavras, são aqueles que não compartilham dos mesmos ideais culturais do grupo ao qual estão envolvidos, seja porque não querem ou, principalmente, porque não têm condições de estarem envolvidos no processo. 

4.   O OLHAR DO BRASIL PARA A LÍNGUA FRANCESA COM OS OLHOS VOLTADOS PARA O FUTURO

A presença cultural e linguística do francês foi muito marcante no Brasil até meados de 1960. O comércio sempre será um fator de aproximação entre os dois países e o interesse financeiro é sempre um valor a se considerar. É fato, por exemplo, que muitos amapaenses se deslocam até a França em busca de melhores condições de vida. Como já foi dito em outro momento, a cultura francesa é tão interessante como qualquer outra e a principal mudança com a criação da Ponte Binacional Brasil-França será no que tange ao fator econômico, representando um elo financeiro ainda maior entre estas nações, o que efetivamente acarretará alterações dos padrões de vida desses povos.

O Brasil tem condições e potencial para ser um parceiro global com interesses que ultrapassem o continente americano. Trata-se de um país com importância histórica, econômica, populacional, política, entre outros. Entretanto, possui uma limitação linguística: é o único país da América do Sul que adota como língua oficial a Língua Portuguesa e precisa se comunicar em língua internacional. Outro ponto interessante é que o Brasil é o maior país latino do mundo e que interliga milhões de pessoas. Das 4 (quatro) grandes línguas de comunidades internacionais (inglesa, francesa, espanhola e árabe), 2 (duas) são latinas e a primeira também tem boa parte de seu vocabulário no latim. A circulação natural no Brasil entre espanhol e francês deve ser vista como uma extensão dos interesses do país.

O brasileiro jamais poderá se desprender da língua francesa, pois seria o mesmo que negar sua própria origem e existência no mundo real. A influência da França pode até ter sido diminuída no contexto atual, mas não se pode desvalorizar esse país posto que os interesses do Brasil pairam em cima disso. Afinal, sabe-se que falar uma segunda língua é necessidade, haja vista que o Brasil precisa comunicar-se com outros países para assim conseguir recursos econômicos para movimentar o país. Então, como esperar que um país que não fala uma língua internacional corrente por excelência, com a dimensão continental e com tantos interesses possa se comunicar mundo a fora em um único idioma internacional? Além disso, o próprio mercado de trabalho interno já exige nos currículos um segundo idioma e o francês tem certa afinidade com o português, por isso não é tão difícil fazer tal associação da França com o Brasil.

Investir tempo e aprendizado nessa língua é de médio prazo e os resultados não demoram a aparecer, pois o francês continua a ser uma língua internacional, não requer tanto esforço para um brasileiro e permanece sendo uma língua de cultura riquíssima cuja produção cultural e técnica interessa significativamente ao Brasil.

A França está sempre buscando se inovar e preservar seus modelos, mantendo-se atualizada continuamente em termos de tecnologia. Representa um bom exemplo a ser seguido pelo Brasil.

França e Brasil têm interesses comuns que também passam pela África, continente que despertará atenção e deterá os olhares para si neste século, além de servir de base à criação da francofonia no século XXI. A Organização Internacional da Francofonia (OIF) é uma instituição alicerçada sobre o princípio de uma língua e de valores comuns, e é composta atualmente por 75 países, sendo estes 56 membros e 19 observadores, reunindo cerca de 900 milhões de habitantes. O Dia Internacional da Francofonia é 20 de março e é festejado em Brasília pelo grupo das embaixadas francófonas. Estas organizam, nessa ocasião, juntamente com instituições parceiras, várias atividades de 17 a 27 de março. O programa compreende eventos acadêmicos, institucionais, lúdicos, culturais e esportivos. O objetivo do Grupo da Francofonia é promover a liberdade, a solidariedade, a democracia, os direitos individuais e a diversidade cultural.

O maior número de falantes do idioma francês está fora da Europa e a República Democrática do Congo configura-se como o país com o maior número de falantes. O Brasil, por sua vez, tem vínculos históricos com os africanos, e a eles será dada prioridade permanente. É impossível não associar a francofonia ao continente africano e não considerar que o Brasil aumentará seus interesses de toda ordem por lá ao longo deste século. É, portanto, inevitável uma reaproximação com os africanos. Difícil, porém, negar que à reaproximação com a África faz-se imprescindível também o conhecimento da língua francesa. Inadmissível, também, o maior país latino do mundo fechar os olhos e não apresentar interesses à língua de nação latina com a economia mais desenvolvida. Para Luciano Gondim D´Oliveira, o Brasil precisa ser linguisticamente aberto para o mundo por ter um futuro tão grande quanto o passado de Portugal. “O Brasil tem muito a oferecer e não tem nada a perder em revitalizar a língua francesa em suas escolas e manter-se atuante, participante e receptivo ao mundo da francofonia”.

 "A redescoberta da África e da francofonia pelos brasileiros passa simultânea e surpreendente pela cooperarão com om Haiti onde o Brasil se faz presente participando do esforço de reconstrução. Passa também pelo o fato de ter fronteira com a França, visto que o Amapá faz fronteira com o Departamento da Guiana, o elo da cooperação fronteiriça entre os dois países". (OLIVEIRA, p. 04)

 No caso do Amapá, mais especificamente, essa é uma alternativa sem a mínima chance de fracasso, posto que com a proximidade fronteiriça entre esse Estado e a Guiana Francesa, o domínio da língua francesa representaria a essa população não só o enriquecimento cultural advindo desta língua considerada erudita, mas também maior possibilidade de negócios, de fluxo de pessoas, de informações, entre outros. Isso acarretará desenvolvimento para ambos, seja econômico, tecnológico, cultural, social ou até mesmo político. A facilidade para ir e vir à França a partir da criação da Ponte Binacional Brasil-França tornará mais propício aos brasileiros a fluência do idioma francês e aos franceses a fluência da língua portuguesa. É bem provável que em um curto período de tempo o mercado amapaense comece a sofrer mudanças no sentido de atribuição de palavras francesas às propagandas, a nomes de lojas, marcas, adentrando também a linguagem popular assim como o inglês já faz parte da cultura linguística brasileira.

 4.1.        QUANTO AO COMÉRCIO

 Quanto ao aspecto econômico, a ponte traz incentivos à pequena e média indústria por parte do governo brasileiro e francês. Tais incentivos tiveram início com a Rodada Internacional de Negócios, em Macapá, o chamado Equinócio, em 1996, um ano após o primeiro encontro transfronteiriço.

Nesse primeiro momento, a rodada tinha o intuito de aproximar micro e pequenas empresas do Amapá com as do Planalto das Guianas. Essa rodada de negócios, que acontece até hoje, é bastante oportuna, sobretudo quando os municípios do Estado passarem a apresentar uma melhor desenvoltura, possivelmente alcançada com a total pavimentação da rodovia BR-156. A construção da Ponte Binacional propiciará esse salto na aproximação e irá favorecer o avanço do Equinócio.

 O Amapá desempenha papel estratégico com três obras: Ponte Internacional sobre o Rio Oiapoque, Rodovia BR 156 e Porto de Santana. Autoridades francesas temem uma migração mais expressiva de brasileiros em direção à Guiana Francesa com a conclusão da ponte. O local escolhido para a construção foi o cruzamento Pointe Morne, um lugar onde a largura do Rio Oiapoque é reduzida entre as cidades de Oiapoque e Saint Georges. No lado francês, a segurança pública está estruturada e pronta para funcionamento, enquanto do lado brasileiro ainda restam vários problemas a serem sanados, percebíveis claramente.

Outro problema relevante a esta discussão é a geração de energia em Oiapoque, a qual é obtida por termoelétricas locais. Os racionamentos de energia são frequentes, já que o combustível utilizado sai da capital, Macapá. É fato que hoje não se pode pensar em progresso econômico sem energia de qualidade e em quantidade suficiente. Muitos entraves precisam ser superados para que o entrelace internacional tenha êxito.  A cidade de Oiapoque mantém a posição de cidade-controle das principais atividades ilegais daquela região. Todavia, esta mesma cidade é a sede da futura construção do Centro Franco-Brasileiro da Biodiversidade Amazônica – CFBBA – uma parceria entre franceses e brasileiros para melhor controlar o uso da biodiversidade tropical amazônica. Esta parceria certamente vai ao encontro de várias temáticas da cooperação transfronteiriça. 

 4.2.        QUANTO AO SONHO DO PRIMEIRO MUNDO

 O sonho francês induziu centenas de brasileiros a constituírem os famosos aglomerados populacionais naquela região. É o caso da Vila Brasil e Vila Vitória, onde estas se apresentam como exemplos de um fenômeno visível na fronteira entre Amapá e Guiana Francesa. Estes locais representam para estes trabalhadores uma aproximação real do “sonho guianense”, sonho este que muitas vezes é interrompido bruscamente por uma deportação, uma doença ou pela própria perda de trabalho nas principais cidades do Departamento Ultramarino Francês. Como atualmente a França tem intensificado a fiscalização para entrada e permanência em seu território, a única solução foi se estabelecer o mais perto possível do Platô das Guianas, justamente com suas famílias e dessa forma continuar desfrutando da possibilidade de uma oportunidade de trabalho.

A relação Brasil/Guiana Francesa está muito longe do ideal perante a conclusão da ponte. Contudo, diferentemente do que alguns pensam, está longe de ser uma simples placa faltando como passo final. Antes mesmo da construção do elo físico, seria importante a construção de elos entre os progressos, ainda que o lado brasileiro não fosse tão nivelado como o primeiro mundo francês. Partindo desse pressuposto, o projeto de ligação física Brasil-Guiana Francesa, foi iniciado ao contrário, sem estar com a política entre ambos os países definida.

 5.    RELAÇÃO ENTRE AMAPÁ E GUIANA FRANCESA

 O Amapá, com cada vez mais frequência, está iniciando e desenvolvendo o processo de intercâmbio entre as Secretarias de Estado do Amapá e o Instituto de Ensino médio e Superior da Guiana Francesa.

O Estado do Amapá recebe alunos estagiários da Guiana Francesa com o propósito de aprenderem e conhecerem mais sobre a cultura amapaense. Com isso, o curso tem a finalidade de identificar a linguística do português, além de proporcionar conhecimento local das empresas brasileiras.

Os alunos também terão a oportunidade de aprenderem o funcionamento da sociedade e da realidade brasileira de perto e, ao mesmo tempo, construir e elaborar um pequeno projeto de cooperação transfronteiriço, com a própria empresa ou em outra área com que o aluno possa estabelecer contato e vislumbrar possibilidades de cooperação entre o Amapá e a Guiana Francesa. Para o atual governador do Estado do Amapá, Camilo Capiberibe, essa interação é fundamental para o desenvolvimento do Amapá, já que a Ponte Binacional, que ligará o município de Oiapoque, que faz fronteira a Guiana Francesa, está quase pronta. Assim, a boa relação com a França será de suma  importância, não só se tratando na questão cultural ou linguística, mas também está relacionada com os aspectos econômicos que irá proporcionar ao Estado um grande avanço financeiro e comercial, onde vários projetos são e serão elaborados para promover com cada vez mais frequência essa relação e envolvendo trocas culturais.

Entretanto, não são apenas os franceses que se interessam em vir ao Brasil conhecer a diversidade cultural local, mas também os brasileiros procuram conhecer e aprender cada vez mais a cultura francesa, afim de manter uma boa relação entre esses dois países.  

Mas se tratando do Amapá, o objetivo do governador é o de aprimorar as relações de aproximação em várias instâncias entre Amapá e Guiana Francesa para as áreas de segurança, saúde, transportes, agricultura, língua, educação, cultura e tantas outras, passando a constituir uma agenda permanente. 

Na cultura linguística essa relação também está cada vez mais afinada. Após participarem ativamente, com exposições, vendas e apresentações em eventos promovidos no Estado amapaense, a França se faz cada vez mais presente, por exemplo, na expofeira que o Amapá promove anualmente, onde o grupo do Platô das Guianas esteve presente, promovendo o diálogo cultural e maiores possibilidades de negócios internacionais, sendo que o domínio da língua francesa foi determinante para efetivação destas transações comerciais. 

6.   CONSIDERAÇÕES FINAIS

O francês é apresentado ao Brasil de hoje como uma nova possibilidade para quem deseja ir além da cultura do país dominante, EUA, e tem interesse em abrir-se a outra perspectiva cultural tão rica quanto a americana. Além disso, existe a questão econômica que é bastante interessante ao Brasil, e também à França, que alavancará essas duas economias. A Ponte Binacional que liga estes países pode ser apenas uma construção civil, uma estrutura física a fim de promover a interligação de ambos. Ou, em contrapartida, pode ser a oportunidade para Brasil e França se juntarem, fazerem alianças, parcerias, buscarem o desenvolvimento conjuntamente e se consolidarem como parceiros globais.

A interação entre Brasil e outras nações é de suma importância, no entanto é necessário o equilíbrio para assimilar outras culturas sem desvalorizar a cultura de origem. O brasileiro tem essa tendência de valorizar o que é externo em detrimento daquilo que é nacional e a criação da Ponte Binacional Brasil-França trará inúmeros benefícios, mas também terá sua face negativa, pois provavelmente ocorrerá mais uma vez o risco de perda da identidade cultural brasileira, o que só poderá ser contido pela conscientização da riqueza local. As culturas devem ser incorporadas, não substituídas.

7.   REFERÊNCIAS

COUTO, Hildo Honório do. Contatos entre francês e português ou influências do primeiro no segundo.  Disponível em: . Acesso em 25 out. 2012.

FERREIRA, Júlia Simone. A contribuição da Língua Francesa para a Língua Portuguesa. Disponível em: . Acesso em 13 out. 2012.

FIGUEIREDO, Eurídice; GLENADEL, Paula. França - Brasil : elementos para uma Relação. Disponível em: . Acesso em 25 out. 2012.

OKAMOTO, Monica Setuyo. A cultura brasileira no imaginário francês: da Independência aos primeiros tempos da República. Disponível em: . Acesso em 10 out. 2012.

OLIVEIRA, Luciano Gondim De. Por que francês no Brasil de hoje. Disponível em: . Acesso em 14 out. 2012.

PIETRARÓIA, Cristina Casadei. A importância da língua francesa no Brasil: marcas e marcos dos primeiros períodos de ensino. Disponível em: . Acesso em: 14 out. 2012.

SANTIAGO, Silviano. Presença da língua e da literatura francesa no Brasil: para uma história dos afetos culturais franco-brasileiros. Disponível em: . Acesso em 14 out. 2012.


Autor: Diôgo Viana Da Costa


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