VIOLÊNCIA NO AMBIENTE ESCOLAR



CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ

CLODOALDO MOREIRA

 

 

 

 

 

 

VIOLÊNCIA NO AMBIENTE ESCOLAR

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

TANGARÁ DA SERRA – MT

2012
CLODOALDO MOREIRA

 

 

 

 

 

 

 

VIOLÊNCIA NO AMBIENTE ESCOLAR

 

 

 

Monografia de Conclusão de Curso de Pós-graduação lato sensu em Gestão Escolar: Orientação e Supervisão, apresentada ao Centro Universitário Barão de Mauá.

Orientador: Prof. Cleide Augusto

 

 

 

 

 

 

TANGARÁ DA SERRA – MT

2012

 

 

 

 

 

 

Ficha catalográfica

M937v

Moreira, Clodoaldo

Violência no Ambiente Escolar / Clodoaldo Moreira – Ribeirão Preto, 2012.

 30p.

 

 Trabalho de conclusão do curso de Gestão Escolar Orientação e Supervisão do Centro Universitário Barão de Mauá

Orientador: Cleide Augusto

 

1. Violência 2. Aluno 3. Professor 4. Escola 5. Família I. Augusto, Cleide II. Título

 

                        CDU 37.064.3-048.93

 

                    Bibliotecária Responsável: Vanda Lilian Lauande CRB8 3365

 

 

                   

 

 RESUMO

“A violência no ambiente escolar”

Resumo: A construção monográfica de caráter ou de característica bibliográfica que empreenderei, fomentará e suscitará vários aspectos sobre a violência no ambiente escolar. Evidentemente tem que se considerar e balizar os estudos de um modo geral, amplo e com percepções em aspectos correlacionados, com: globalização, capitalismo e sistema financeiro em estágio avançado, tecnologias diversas, outras tendências moderna, etc. São realidades em evidencias que fazem parte do todo. É nessa esteira de entendimento e perspectiva que tenho a pretensão de desdobrar a construção monográfica, cujo corpo será agregada sustentações teóricas nas diversas vertentes: sociológica, filosófica, psicológica, histórica, etc. A violência tem origem no ambiente urbano e rural, e que ocorre cotidianamente na escola, como também em outras esferas. As causas e fatores geradores são vários, entre eles estão a desigualdade social, o desemprego, o subemprego, a exclusão ou marginalização, a desagregação comunitária, desestruturação familiar, isolamento, stress, o mercado de armas, o uso de drogas e álcool, as organizações criminosas, a cultura de violência e de consumo excessivo. Esses são os fatores de risco ou motivadores que constitui uma teia instável e perigosa, que servirá de plataforma para as várias natureza e formas de violências: doméstica, sexual, física, psicológica, abandono, contra crianças e adolescente, idosos, minoria étnica, verbal e outros. São fatores geradores externos que influencia e muito no ambiente escolar, desencadeando um caos ou problemática sem precedentes, na delicada e tumultuada relação (aluno/ professores/ família/ gestão). É óbvio que se tem que considerar que a escola é um espaço de relações complexas e difíceis entre as partes. Portanto, o ambiente escolar também é um campo de fatores gerados internos diversos, espaço que não está imune aos erros e fragilidade dos entes que ocupam as suas dependências. Pois a temática violência no ambiente escolar constitui matéria ou peça de uma das problemáticas do sistema educacional brasileiro, é um campo de pesquisa, debates sustentados por estudiosos interessados na questão. Analisando esse conjunto de situações insustentáveis, assim dando parecer crítico é sugerível que o sistema de educação com todas as normas e constituição institucional, feche para balanço por um período considerável para reforma ou melhor para uma profunda reengenharia em todos aspectos fortes e inerentes a sua natureza de promotora de inserção social e conhecimentos aos múltiplos e heterogêneos aprendizes.

 

 

 

Palavras-chave: Violência. Aluno. Professor. Escola. Família.

 


SUMÁRIO

 

INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 06

CAPÍTULO I: VIOLÊNCIA E SUAS CONCEPÇÕES .............................................. 08

CAPÍTULO II: FASES DA VIDA E A ESCOLA-UMA REFLEXÃO ......................... 15

- A função da Escola na formação do Adolescente ....................................... 20

CAPÍTULO III: VIOLÊNCIA NO AMBIENTE ESCOLAR ......................................... 22

CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 28

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 30
INTRODUÇÃO

 

 

A construção monográfica que empreenderei, cujo tema intitulado: “VIOLÊNCIA NO AMBIENTE ESCOLAR”, terá a característica de pesquisa bibliográfica. Para a execução dos meus objetivos, irei desdobra-la em três capítulos amarrados e com sustentações teóricas pertinentes a questão.

No primeiro capitulo fomentarei sobre a violência e suas concepções em algumas vertentes: sociológica, psicológica, filosófica, antropológica, histórica, etc. Elencando as origens ou causas e principalmente as suas consequências para o processo de ensino e aprendizagem. São vertentes que suscitaram as várias formas de violência em geral existente no mundo contemporâneo urbanizado, capitalizado e em processo incessante de desenvolvimento e integração, que de uma forma ou de outra, constituirá fatores geradores externos desencadeantes de algo no ambiente escolar, gerando a tumultuada relação complexa, tensa e difícil entre todos os entes envolvidos e responsáveis pelo processo de ensino. E diante disso para minimização ou equacionamento da problemática exposta, manifestarei em significativas, nuances o valor e a importância do dialogo.

Posteriormente, em forma de reflexão, fomentarei concisamente sobre as fases ou períodos biopsicossocial da vida e a função da escola na formação do adolescente. De modo paulino suscitarei vários aspectos e elementos que ocorre no período de criança, puberdade e adolescência dos indivíduos em geral até a sua inserção no ambiente escolar. Período estes em que os mesmos estão em seus estágios graduais de maturação corporal, psíquica e social e que de um modo geral os indivíduos apresentam e manifestam angustias, incertezas, erros, fracassos, indecisões, vulnerabilidades, apatias, desequilíbrio, instabilidades, etc. Nisso, interpreta-se que devido o elevado grau de complexidade é aconselhável que a família, professores e todo o corpo escolar tenham posturas apropriadas e consistentes para lidar com as múltiplas situações que envolvem os alunos aprendizes, orientando-os e os conduzindo-os a não inclinarem ou propenderem as experiências de vida de natureza nocivas e degradantes.

No capitulo final, fomentarei sobre as evidencias de violência no ambiente escolar. Preliminarmente, suscitarei a temática numa vertente psicológica, com conceitos e exemplificações sobre os tipos de agressões, principalmente a agressão deslocada ou transferida que ocorre com mais frequência na escola. Concomitantemente serão elencados sobre os agentes internos geradores de várias formas de violências que ocorrem no ambiente escolar, desencadeando uma problemática sem precedentes, na tensa, delicada e complexa relação (aluno-aluno/ aluno-professor/ aluno-equipe administrativa e pedagógica/ família-aluno-equipe administrativa e pedagógica/ professor-equipe administrativa e pedagógica). Em linhas gerais, a proposta e o objetivo central da minha construção monográfica é fomentar de modo conciso e forte sobre a questão da problemática-violência no ambiente escolar, suas configurações caótica e deprimente instaladas no sistema de ensino brasileiro e propor algumas formas de solução.


CAPÍTULO I

VIOLÊNCIA E SUAS CONCEPÇÕES

 

 

Conceituar ou definir a violência é uma atitude que exige profunda reflexão, pois esbarra em aspectos difíceis, complexos e delicados. Segundo, HOUAISS e VILLAR (2001, p. 2866) manifestam: “E a ação ou efeito de violentar, de empregar força física (contra alguém ou algo) ou intimidação moral contra alguém; força súbita que se faz sentir com intensidade; fúria; constrangimento físico ou moral exercido sobre alguém para abriga-lo a submeter-se à vontade de outrem; coação; arbitrariedade, etc.”

Segundo MORAIS (1995): “A violência é algo muito complexo, pois pode apresentar-se de várias maneiras, podendo ir das mais sutis até as mais brutais, como agressão ao patrimônio ou agressão física; já a sutil por não apresentar o mesmo impacto que a violência brutal tende a passar despercebida.”

Nas diversas definições de violência, o aspecto da força física pode ser identificado em quase todas as concepções. Por outro lado, há um aspecto relacionado à violência, mais difícil de determinar, alguns autores chamam de violência sútil e de mascaradas ou invisíveis. Quer sim ou não conceituar a violência é uma questão complexa e com nuances diversas, profundas e amplas, pois envolve vários entes: família, aluno, escola, poder público e outras esferas e mecanismos.

Ao conceituar a violência na vertente sociológica, Covezzi manifesta:

(...) As consequências rápidas da urbanização levada a cabo pelo sistema capitalista foram tão visíveis quanto trágicas: aumento assustador, da prostituição, do suicídio, do alcoolismo, do infanticídio, da criminalidade, da violência. (COVEZZI: 2002, p. 26)

Isto posto, ficou bem explicito que a violência social se manifesta de várias formas, e tem várias ramificações. E constitui e evidencia uma realidade cruel e dolorosa que ocorrem nas veias do espaço de urbanização das pequenas, médias e principalmente das grandes cidades brasileira. São fatos que ocorrem inevitavelmente e que consequentemente atinge múltiplos indivíduos em seus núcleos sociais, alunos, gestores e todo o sistema de ensino público em geral.

O acelerado processo de urbanização promovido pelo capitalismo é constante e constitui um processo forte e irreversível. E na esteira desse desenvolvimento surgem as problemáticas diversas que fomentará os fatores geradores de várias naturezas que desencadeará as várias formas de violência.

Permeando os estudos numa linha antropológica, BANDEIRA (2004), fomenta fortemente algumas abordagens:

Ao longo de nossa história, as sociedades indígenas enfrentaram todo tipo de violência. (...) O racismo é uma prática de exclusão e de inclusão que tem uma história de longa duração. (...) A Europa inventou a África como continente maldito e o negro como raça inferior, representante de uma etapa anterior na escala de evolução biológica do homem branco, ou melhor, branco europeu. (BANDEIRA: 2004, p. 32)

No que tange as manifestações apresentadas pelo estudioso da área, em breves palavras ficou constatado preconceitos étnicos ou raciais, contra os indivíduos: índio e o negro. O que são fatores que gera e desencadeia a violência. A posição etnocêntrica europeia ainda hoje ressoa quando se coloca sobre a animalidade dos índios. A superioridade dos não-índios é ainda mais marcada quando se relacionam os índios a animais. Freud contribuiu fortemente para a sedimentação desse sentido ou nessa perspectiva. Gomes (1988) coloca sobre o que Freud concluiu, quando estava desenvolvendo suas ideias sobre o complexo de Édipo. Baseando-se em fundamentos empíricos e analises parciais de alguns antropólogos, sobre as sociedades indígenas o pai da psicanálise afirmou:

(...) os povos primitivos, os selvagens, têm uma mentalidade equivalente à de uma criança civilizada, e suas religiões, de natureza animista, são baseadas em sentimentos psicológicos correspondentes aos de um neurótico. (Apud GOMES: 1988, p. 129)

Face ao exposto nessa vertente antropológica, ficou caracterizado que estudos parciais referendados por Freud, os índios foram classificados como indivíduos inferiores, imaturos, com graus de dificuldades psicológicas que assemelha aos neuróticos e outros déficits. Estudos estes que alimentam os distanciamentos e que de um modo ou outro incita a violência. No que refere ao racismo como uma prática de exclusão, um exemplo etnocêntrico de linhagem europeia que gerou muita polêmica, e ainda hoje é muito comentada, foi a ascensão do nazismo, bem como as ações desencadeadas pelo seu supremo líder- Adolfo Hitler. Na soma de aniquilamentos arquitetados pelo grupo, foram incluídos: judeus, homossexuais, negros, ciganos e outras minorias étnicas. Em linhas gerais, a brutalidade evidenciada por vários estudiosos da questão, o nazismo empreendeu a maioria violência em larga escala do século XX.

CHAUÍ (2002) fomenta a questão da violência numa vertente simultaneamente psicológica e filosófica, como se segue:

Evidentemente, as várias culturas e sociedades não definiram nem definem a violência da mesma maneira, mas, ao contrario, dão-lhe conteúdos diferentes, segundo os tempos e os lugares (...) Fundamentalmente, a violência é percebida como exercício da força física e da coroação psíquica para obrigar alguém a fazer alguma coisa contraria a si, contraria aos seus interesses e desejos, contraria ao seu corpo e a sua consciência, causando-lhe danos profundos e irreparáveis, como a morte, a loucura, a autoagressão, ou agressão aos outros (...) A violência é violação da integridade física e psíquica, da dignidade humana de alguém. (CHAUÍ: 2002, p. 163).

Percebe-se que a autora suscita vários elementos ao conceituar a violência. Preliminarmente ela instiga que o conceito de violência tem as suas variações nas varias culturas e sociedade e que geralmente está associada além da agressão física sobre o outrem, está associada a autoagressão, a loucura, a morte, que é matéria polêmica, de profundas reflexões, pois envolve o campo psicológico de um individuo. Um estudo é claro que propende a questão de natureza subjetiva, que fomenta as fragilidades, as oscilações, a fuga, a crise existencial dos indivíduos e que constitui estudos que demanda densa reflexão.

Em linhas gerais assim entendendo, agregando essas vertentes, interpreta-se que existem formas de violência, como essas que foram apresentadas.

Analisando o que já fora manifestado, é perceptível que há diversos modos de conceituar a violência. A violência não pode ser definida simplesmente por algo ou ação, mais sim como um conjunto de algo ou ação que devem ser considerados e analisados no local, espaço definido e historicamente construídos. Exemplificando, uma outra forma de violência que me chamou atenção e é uma matéria de questionamentos evidenciado num trecho de uma entrevista concedida por Carmem (cunhada de Osama Bin Laden) á Revista Veja (2005: Ed. nº1916, p. 14):

Uma vez, um dia de muito calor, um dos filhos de Osama, que tinha poucos meses de vida, começou a chorar insistentemente. O bebê estava com sede. (...) Então, oferece a mamadeira de uma das filhas, (...) A mãe não aceitou, porque Osama não permitia o uso da mamadeira (...) Tenho certeza de que não era sua intenção deixar o filho morrer de sede. Mas, para ele o sofrimento do bebê era menos importante do que os preceitos do Alcorão (...).

Cada caso é um caso. É fato, é notório que dependendo do local, do espaço, do processo histórico e outros aspectos considerados, como esse do mundo oriental em que a questão suscita a perspectiva e expectativa de vida versus preceitos religiosos. Tenho ciência que é uma matéria complexa, delicada e alimenta fortes e calorosos debates.

Analisando o discurso de Carmem, ficou bem latente que o bebê foi tolhido de nutrientes para a sua sobrevivência via o uso de um artefato fabricado, em detrimento das normas e dos aspectos formais agasalhados no livro Alcorão. Como meu parecer inicial, considero ou classifico como estranho, em que o perdedor é uma criança indefesa e inofensiva. Um jogo desigual, desconforme em que o mais fragilizado, é um ser em seus estágios iniciais, em fase de crescimento, em processos graduais de: inserção social, maturação biopsicológica, cognitiva e outros estágios contínuos.

Em linhas gerais, manifesto o meu entendimento cabal sobre o ato em que o pai veta ou proíbe o uso da mamadeira para fornecer o alimento via artefato propício, configurando-se como algo que engendra sutilmente a violência. Algo de influencia obscura com características de um forte fanatismo religioso perigoso e tendencioso. Em outros termos, Bin Laden segundo a sua cunhada Carmem agiu em nome de suas convicções de fé religiosa. E essa ação de um progenitor negar alimento basilar para o seu filho, caracteriza uma atitude imatura, insensível, sem fundamentos e que fomenta um ambiente hostil e propenso a uma forma de violência. Especialmente uma violência contra a família e contra a criança. Um ato lamentável.

Enfim, balizando os estudos sobre a violência, há de considerar os estágios dinâmicos, avançados e contínuos que o mundo ocidental e oriental se encontram em processos irreversíveis. Tem-se no conjunto integrado na contemporaneidade, o processo de globalização do Capital, o reordenamento do sistema financeiro mundial, políticas neoliberais tendenciosas e agressivas, tecnológicas modernas, cientificismo apurado e outras tendências modernas que simultaneamente colaboram para o desenvolvimento e o bem estar social, mas também gera problemáticas diversas, como: injustiça, exclusão social, marginalização dos menos favorecidos, brutalização nas relações humanas, alijamentos dos direitos dos cidadãos, desemprego, banalização da violência, fomentos a indiferença e outros fatores geradores. São realidades macros em evidencias que fazem parte do todo e estão presente na vida dos indivíduos. Ou seja, na contemporaneidade de ações e fatos correlacionados que expõe fortemente os problemas diversos de coexistências.

Nessa estrutura extremamente complexa, além da violência que ocorre no ambiente rural, há de enfatizar q violência urbana com o seu conjunto maior de ações engendrantes mais próximo a escola. Pois, envolve um número maior de indivíduos, entes sociais, políticos, poder público, outros mecanismos e instâncias.

Concernente sobre a violência urbana, a BARSA (N. Enc. BARSA 2001, p. 396) expõe: “é a expressão que designa o fenômeno social de comportamento deliberadamente transgressor e agressivo, apresentado pelo conjunto dos cidadãos ou por parte deles, nos limites do espaço urbano. A violência urbana tem qualidades que a diferenciam de outros tipos de ação violenta praticados por pessoas ou grupos de pessoas e se desencadeia em consequência das condições de vida e convívio no espaço urbano. Sua manifestação mais evidente são os altos índices de criminalidade grave; a mais constante é a infração dos mais elementares códigos de conduta civilizada.

Fenômeno disseminado em todas as grandes cidades, a violência urbana é determinada localmente por valores sociais, culturais, econômicos, políticos e morais de uma sociedade. Com a uniformização dos comportamentos típica do final do século XX, no entanto, ela incorpora modelos copiados dos países de maior influencia na esfera internacional. As populações de países subdesenvolvidos, por exemplo, aprendem e reproduzem, muitas vezes com pequenas modificações, padrões culturais de procedimento violento originários dos Estados Unidos, como a formação de gangues de rua, a pichação de paredes e a expressão artística que tem a violência como tema.

As manifestações mais extremadas da violência urbana ocorrem em sociedades na quais há uma tradição cultural de violência e profundas divisões raciais, sociais e econômicas, como nos Estados Unidos. Marcaram a década de 1990, por exemplo, as cenas dos motins que sacudiram Los Angeles depois que um júri, formado de brancos, absolveu quatro policiais brancos acusados de espancar um negro. Iniciada em Los Angeles, a revolta se estendeu por diversas grandes cidades americanas e atingiu especialmente os bairros centrais, em que se concentra a população negra pobre. Nos dias de tumulto, dezenas de pessoas foram mortas em espancamentos, incêndios de carros e saques de estabelecimentos comerciais.

A violência urbana é grande também em países em que funcionam mal os mecanismos de controle social, político e jurídico pelo estado, que detém o monopólio do exercício legitimo da coerção. Em países como o Brasil, de instituições frágeis, profundas desigualdades econômicas e de classe, e uma tradição cultural de violência, a realidade do cotidiano dos habitantes das grandes cidades é violenta. São frequentes os comportamentos criminosos graves, como assassinatos, linchamentos, assaltos, trafico de drogas, tiroteios entre quadrilhas rivais e corrupção, além do desrespeito sistemático às normas de conduta sociais estabelecidas pelos códigos legais ou pelos costumes.

Umas das causas do crescimento da violência urbana no Brasil é a aceitação social da ruptura constante das normas jurídicas e o desrespeito à noção de cidadania. A sociedade admite passivamente tanto a violência dos agentes do estado contra as pessoas mais pobres quanto o descompromisso do individuo com as regras de convívio. Ficam impunes o uso da tortura pela polícia como método de investigação; a ocupação de espaços públicos por camelôs e donos de carros; as infrações de transito; a incompetência administrativa; a imperícia profissional; a negligencia causadora de acidentes e o desrespeito ao consumidor. Entre os cidadãos habituados a esses comportamentos, encontram eco as formas violentas de fazer justiça, como a pena de morte, e mesmo o fuzilamento sumario, linchamentos e castigos físicos.

É frequente a aprovação popular da punição violenta sem julgamento, especialmente se entre as vitimas se encontram presidiários ou ativistas políticos.”

Assim, dilatando o entendimento sobre a violência, seja a que tem origem no ambiente urbano ou rural. Ela acontece cotidianamente no espaço escolar, como também em outros núcleos sociais. As causas e fatores geradores são vários. Entre eles estão à desigualdade social, o desemprego, o subemprego, a exclusão ou marginalização, a desagregação comunitária, desestrutura familiar, isolamento, stress, o mercado de armas, uso de drogas e álcool, as organização criminosa, o consumo excessivo, etc.

Esses são os fatores de risco ou motivadores, que constitui uma teia perigosa e instável, que servirá de plataforma para as várias natureza e formas de violências: física, verbal, sexual, doméstica, psicológica, abandono, contra crianças e adolescentes, contra idosos, contra minoria étnica e outros. São fatores geradores externos que influencia e muito no ambiente escolar, desencadeando uma problemática sem precedentes, na delicada e tumultuada relação (aluno-aluno/ aluno-professor/ aluno-equipe administrativa e pedagógica/ professor-equipe administrativa e pedagógica).

Finalizando este capítulo em que foram abordadas várias vertentes que fomentaram os estudos sobre as formas de violência, é importante pontuar um aspecto bastante interessante e exortativo que corrobora para o equacionamento ou minimização da violência. O dialogo entre as partes ou os envolvidos, como infere e sugere Baretto (apud ZALUAR: 1992, p. 61): “Torna-se, entretanto, necessário distinguir entre a revolta e a violência, a primeira é a seiva da cultura e a segunda é a sua morte, principalmente por negar o instrumento básico da comunicação cultural, que é o dialogo. Vê-se, então como a porta de entrada da violência na cultura e em consequência na educação, foi a negação do diálogo como fonte de conhecimento e entendimento entre os homens” (BARETTO in ZALUAR: 1992, p. 61). Aspecto e perspectiva essa que estará presente nos próximos capítulos que se segue.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPÍTULO II

FASES DA VIDA E A ESCOLA-UMA REFLEXÃO

 

 

TIBA (1986: p. 7, 8,9) enfatiza que: “As duas maiores modificações no desenvolvimento biopsicossocial do homem são o nascimento e a puberdade. São grandes modificações que ocorrem, cada uma, em curto período de tempo. Sobre o nascimento, o bebê quando nasce, não tem conhecimento de nada. Até os seus dois anos de idade, a criança aprende a identificar, controlar e satisfazer suas funções fisiológicas mais elementares, principalmente alimentação, defecação e micção. Este é o período de socialização elementar.

No período da socialização familiar a criança aprende as normas de comportamento familiar. Ela deixa de ser o centro do seu universo para ser membro da unidade familiar. Tal socialização é transmitida pela sua família. Costuma ocorrer até 4 a 5 anos de idade.

Pela socialização comunitária a criança adquire consciência comunitária, e a escola é muito importante para a sua vida. As normas sociais são diferentes das familiares. Uma criança que tenha boa socialização familiar geralmente é facilmente socializável pela comunidade. Não existem limites nítidos entre estas socializações. Antes de findar uma, já se inicia outra. Atualmente nem bem se organiza a socialização familiar, já se inicia a comunitária, principalmente nas crianças que frequentam escolas e creches já aos 2 e 3 anos de idade.” Ou seja, o processo de inserção comunitária ou social, atualmente ocorre precocemente. E a participação familiar é indispensável e muito importante para a criança, que terá outros estágios de maturação no período da puberdade, que corresponde a puberdade corporal, psíquica e social. Que são fases e estágios com graus de complexidades com fatos e elementos delicados e inevitáveis, que é matéria de estudo mais aprofundado e que nesse momento opto em não desdobra-lo.

Em linhas gerais, a puberdade é uma etapa da vida que não obedece a vontade nem da própria pessoa, nem da família. A puberdade “é o conjunto das transformações psicofisiológicas ligadas á maturação sexual” (TIBA: 2006, p. 13). E naturalmente um período de estruturação gradual e constante.

É considerada uma fase de transição no processo evolutivo porque ela abrange parte da infância e parte da adolescência. Representa o inicio de uma das fases mais importantes do desenvolvimento humano, onde o individuo passa de um ser assexual a ser um ser sexual, é porque o ser humano se torna biologicamente capaz de reproduzir sua espécie.

O corpo e os traços físicos do adolescente apresentam importante relação com a imagem que tem de si a ideia que faz de como é, aos olhos dos outros.

É evidente que o púbere se interessa pelo seu corpo em mudança, não só por perceber as mutações que nele ocorrem, mas também porque está continuamente tendo consciência da impressão que causa aos outros.

A fase da puberdade é tão complexa, confusa e turbulenta que complica qualquer tentativa de verdade, clareza e muito mais polêmica, caso um educador fomentar aspecto sobre a liberdade sexual, por exemplo, no ambiente escolar, com uma clientela com características bem diversificada como filhos de pais cultos, de pais desinteressados e alheios, filhos de pais membro de várias religiões, credos e outras concepções de vida. Enfim, ao púbere há necessidade de muito tato e flexibilidade por parte do corpo docente, administrativo e pedagógico. Como também, a fase seguinte que é a adolescência.

Denomina-se adolescência o período biológico, psicológico e social da vida humana entre a infância e a maturidade. A essa fase correspondem determinadas alterações biológicas, bem caracterizadas, variando, no entanto conforme os padrões culturais da sociedade em que vive e o condicionamento familiar, as mudanças psicológicas porque passa o adolescente. Assim quanto mais intrincado for o complexo cultural e social que rodeia o jovem, tanto mais se supõe deva ser preparado para integrar o universo adulto.

Nesta fase da vida, ocorrem muitas mudanças tanto físicas como psíquicas, as físicas são mais fáceis de conviver. As psíquicas são mais tenebrosas, pois envolve sentimentos, emoções, dúvidas, certezas, medos e alegrias, etc., portanto é uma fase passageira da vida e que integra a pessoa na fase adulta. É necessário ter muito apoio dos pais, professores e da sociedade, para que se possa entender aos altos e baixos que ocorre nesta fase da vida, onde necessita de muita segurança para que possa ter um desenvolvimento saudável. Sem esta compreensão e apoio o adolescente que é vulnerável poderá lançar em experiências indesejáveis, tais como: uso e trafico de drogas, doenças sexualmente transmissíveis, uma gravidez indesejada, inclinações a roubos, furtos, extorsões, assaltos e outras práticas delituosas.

Conforme PIAGET (1976), na adolescência o indivíduo alcança aquilo que ele chama de estágios das operações formais. Esse estágio, que começa dos onze ou doze anos de idade, caracteriza-se pela existência de um sistema estável de estruturas abstratas do pensamento alcançado aos catorze ou quinze anos de idade. Depois que a criança estabelece as propriedades físicas e concretas de conservação associadas com objetos, e alcança um nível elementar de operações concretas de classificação, seriação e numeração, ela está pronta para construir teorias formais sobre suas próprias operações e, consequentemente do seu conteúdo. No pensamento do adolescente, cada símbolo tem agora dois aspectos diferenciáveis:

O aspecto figurativo, que se refere ao evento sensorial ou motor, e o aspecto operativo, que se refere à significação simbólica existente na situação.

Piaget defende que é impossível ao adolescente cumprir as funções sem determinado grau de conflito interior. O adolescente, diz ele, está começando a pensar no futuro e a antecipar a maneira como gostaria que o mundo mudasse para tornar possível a realização dos seus sonhos e suas aspirações. Ao mesmo tempo ele está começando a ver-se como adulto.

As causas de conflito e frustração, indubitavelmente, atinge o auge durante os anos de adolescência, colocando o individuo numa constante tensão. Se é verdade que existem culturas onde a adolescência se faz sem conflitos e sem tensão, pelo menos na nossa cultura ocidental e, principalmente, nesse momento histórico, ela é uma fase bastante difícil e penosa, em que a tensão intrapsíquica chega ao máximo.

Como vimos, há na adolescência em consequência de uma série de fenômenos de ordem biopsicossocial, uma quase desintegração do padrão de personalidade. É por isso que se afirma que a adolescência é, acima de tudo, uma busca de identidade.

Corroborando para a questão, TIBA (2006: p. 37, 38) deixa bem transparente que: “O adolescente é um ser humano em crescimento, em evolução para atingir a maturidade biopsicossocial. É nesta fase que ele tem mais necessidade de pôr em prática a sua criatividade. Para ser criativo precisa ser espontâneo. Para ser espontâneo, precisa tomar conhecimento de si mesmo, de seus potenciais, dos seus próprios sentimentos, das suas dificuldades, enfim, objetivar a si mesmo. É também nesta fase que ele tem mais necessidade de se relacionar com outras pessoas, promover encontros.” Assim, entendendo é uma fase em que o adolescente dá vazão a sua criatividade e espontaneidade. Os mesmos partem para busca, para tentativas de acertos, de emoções novas, de aventuras novas, de emoções e experimentos. É uma fase de incertezas ansiedades, angustias e tentativas de superar as suas complexas dificuldades.

Para que se afirme como personalidade e conquiste o seu lugar de adulto na sociedade, o adolescente deve se libertar da tutela do lar, ser capaz de tomar sozinho suas decisões, arcar com as consequências e estabelecer laços emocionais com os companheiros de sua idade. É a época de um 2º desmame: o desmame psicológico, e, embora o jovem deseje isto com ardor, não deixa de oscilar, às vezes, em retorno ao mundo infantil, onde está a segurança e a proteção.

 A situação social do adolescente é praticamente difícil, dado que ele vive simultaneamente em dois mundos, os da criança e o dos adultos, numa espécie de posição marginal ou justaposta, não sabendo bem a qual deles pertence. Subitamente colocam sobre ele inúmeras exigências da natureza urgente e conflitiva.

Os sues ímpetos sexuais aumentam em resultado de modificações harmônicas e terá de haver-se com impulsos poderosos e proibidos. Ele já conhece as severas exigências da sociedade com respeito ao sexo, e acha difícil harmonizar os impulsos sexuais com as convenções. Espera encontrar um caminho para identificar que lhe permita conciliar esses impulsos contraditórios.

Mas, como dispõe de maior mobilidade, seu mundo social se amplia e pode manter amizades numa área geográfica mais extensa e com elas aprender novas atitudes, costumes e sistemas de valores, que provavelmente, entrarão em choque com os já anteriormente pela família.

Com tantos problemas a serem enfrentados, com tamanhos reajustamentos a serem alcançados, não é de estranhar que a solidão, o sofrimento, a tempestade e a tensão sejam características desta fase. (TELES: 1985, p. 101)

Os adolescentes entram em desequilíbrios, por depararem com situações bem diferentes de seu cotidiano, necessitando de uma assimilação para novo posicionamento. Portanto precisam de esclarecimentos para que possa amadurecer sua postura.

A agressividade é uma força natural no homem. É ela que permite ao individuo lutar contra o meio ambiente, impor-se e sobreviver. A educação impropria, no entanto, vai provocar o seu descontrole. Assim a agressividade pode se desenvolver, transformando-se em honestidade, provocando atitudes de rebelião contra a autoridade e de agressão, contra o mundo, ou pode ser praticamente anulada, ou ainda, voltar-se contra o próprio indivíduo, provocando atitudes de retraimento e autoflagelação moral. Podemos observar que quase todos os distúrbios de conduta juvenil implica, em essência, este processo. Na primeira alternativa, vamos ter tipos de comportamento como a desobediência sistemática, a má-criação, o furto, a agressão física, etc. No outro grupo, temos atitudes como a timidez, a dependência excessiva, o sentimento de culpa. As manifestações são diferentes em cada indivíduo porque estão ligadas ao tipo especifico de atitude do educador perante o educando, às condições do ambiente e ao temperamento do jovem.

A socialização exige o entrave da agressividade, entretanto nenhuma força pode ser contida sem aumentar-lhe o dinamismo. Não se pode, pois, simplesmente, ignorá-la e sufoca-la. É função da educação canalizar essa energia, transformá-la e aproveitá-la, dando-lhe um exercício aceitável. E quanto maior o potencial agressivo do adolescente, tanto maior a necessidade do uso de recursos para dar-lhe vazão. E quais são estes recursos? Os esportes de um modo geral, os jogos, a pintura, a música, a modelagem, a construção, o uso de martelo, pregos e tábuas.

Devemos lembrar que a frustração provoca reações agressivas, assim como pode levar à regressão e ao isolamento. Isto não significa, porém, que o educando não possa nunca ser frustrado, já dissemos que a própria vida gera uma série de frustrações. Entretanto, há muitas frustrações que podem e devem ser evitadas. As crises de agressão expressa uma profunda frustração derivada do senso de impotência do adolescente. As restrições impostas pelo ambiente provocam, então, reações agressivas e a agressividade normal se incrementa quando o jovem se sente angustiado, inquieto ou inseguro.

Este problema é um dos mais graves para as sociedades contemporâneas. Ao contrario do que se pensava no passado, a delinquência juvenil não se limita aos adolescentes das classes sociais desfavoráveis materialmente. Nas grandes cidades do mundo moderno existe delinquência juvenil praticamente entre jovens de todas as classes sociais.

 

 

A FUNÇÃO DA ESCOLA NA FORMAÇÃO DO ADOLESCENTE

 

 

A educação escolar é o melhor meio para que o adolescente possa melhorar a sua posição na sociedade, e a sociedade melhorar em si mesma.

Se as autoridades permitissem suas potencialidades, o único responsável pelo fracasso seria o próprio indivíduo. Associado ao individualismo temos a realidade individual, decorrendo uma sociedade de classes: a econômica, intelectual, religiosa e política.

Portanto a escola deve estar preocupada com o adolescente, independente de classe, família ou religião, pois o mesmo irá revelar e desenvolver seus dotes, seus valores intrínsecos, suas aptidões talentos e vocações, e é a partir dai que o adolescente irá adquirir na sociedade sua posição, encontrando seu lugar dentro da estrutura ocupacional existente.

No processo de socialização do indivíduo, a escola exerce importante função para aqueles que frequentam normalmente sua escolaridade, e é parte integrante de suas estruturas mentais e do aspecto social.

“A escola exerce uma poderosa influencia nos conceitos que o adolescente tem de si próprio e da pessoa que virá a ser no futuro. Durante os vários anos que já viveu na escola, ele já teve muitas oportunidades para por a prova as suas forças e descobriu as suas capacidades e limites. Já teve oportunidade para sentir o sabor da vitória e do fracasso, o que significa ser aceito, ignorado e rejeitado. A escola oferece incontáveis oportunidades para que o jovem se sinta altamente orgulhoso de si mesmo, a medida que ele cresce em entendimento, em habilidade e em capacidade para pôr-se em contato com os outro, a escola é também um lugar em que muitos adolescente tem oportunidades para aprender o significado da expressão sentir-se envergonhado de si próprio, porque a escola, além de ajudar os jovens a vencer na vida, também oferece inúmeras oportunidades de fracasso.” (ROSA: 1982, p. 101)

A instituição escolar é fator importante no processo do desenvolvimento social do adolescente porque oferece inúmeras oportunidades de interação social com professores, grupos de parcerias, e com os aspectos da administração escolar, que representa o principio da autoridade.

É nessa idade da vida que o ser humano começa também relacionar com o sexo oposto, podemos dizer que é no contexto da escola que, ajuda na definição da própria identidade sexual do adolescente, além de contribuir na formação do auto conceito do adolescente, através da interação social, oferece-lhe também bases mais objetiva para sua auto avaliação das suas habilidade e potencialidades.

Em nossa sociedade os adolescentes vivem sérios conflitos, caracterizados por situações familiares, sociais, econômica e por alterações biopsíquicas, variando seu nível de acordo com os padrões estabelecidos pela cultura que estão inseridos.

Essas angustias estão relacionadas a esta fase de transição que os adolescente passam, envolvendo suas emoções, duvidas, medos e conflitos pessoais, que são intensamente prejudiciais por falta de conhecimento dos próprios adolescente. Portanto é uma fase passageira que antecede a integração do jovem na vida adulta. Se os mesmos fossem bem orientados e se sentissem compreendidos pela família, pela escola e por toda a sociedade em geral, isto seria um caminho para evitar os jovens se lançarem em experiências indesejáveis e nocivas, que os deprecie ou os degrade.

Considerando a adolescência uma fase conflituosa a escola precisa estar aberta, atenta aos adolescentes com maiores problemas de comportamento, para não rotula-los mas tentar integra-lo à comunidade escolar, dando chance para superar suas angústias, sem prejudicar os colegas, integrando-o na sociedade e que transforme essa agressividade para o bem comum buscando a transformação social. A função da escola é árdua e laboriosa na formação dos adolescentes em seus períodos de desequilíbrios e instabilidades. A escola necessita ser parceira e formadora de elos seguros e consistentes, na orientação juntamente com a família e seus adolescentes em todos os aspectos previstos, imprevistos em superação sem maiores sequelas e conflitos.

 

 

 

 

 

 

 

CAPÍTULO III

VIOLÊNCIA NO AMBIENTE ESCOLAR

 

 

Preliminarmente, foco o conceito violência numa vertente psicológica, definida por STRATTON & HAYES (1994: p. 5, 15):

Há várias classificações de diferentes tipos: agressão instrumental- um ato agressivo executado para alcançar um outro objetivo; agressão hostil motivada por emoções e sentimentos antagônicos e a agressão deslocada que esta mais associada a escola. A agressão deslocada é conceituada como comportamento agressivo direcionado a um alvo que não é fonte original de frustração. Normalmente, a agressão torna-se deslocada porque o alvo original e inatingível ou porque poderia ser inconveniente para o indivíduo dirigir a agressão a ele. Por exemplo, pode ser perigoso para alguém expressar diretamente os sentimentos agressivos provocados por um chefe desagradável, então, tais sentimentos tornam-se deslocados para os membros de família.

 Essas manifestações apresentadas pelos autores nessa linha de pensamento de vertente psicológica em que define e exemplifica o conceito de violência deslocada, a psicanálise a chama de transferência e ocorre tal como o deslocamento à criança que pode transferir para a escola alguma agressão que sofreu em casa. DIAS (2004: p. 88), assim a define:

(...) a criança vai se desenvolvendo dando prosseguimento ao seu processo de socialização, (...) Na escola, utilizá-la tanto de forma positiva, quanto negativa. Na primeira forma, a positiva, analisa a agressividade para o desejo de aprender, (...). Na segunda forma, a negativa, pode manifestar-se frente a alguém a quem ele transfere suas relações originais, e neste caso a professora. (...)

Face ao exposto, fica bem explicito que a agressão deslocada é quando o indivíduo transfere sua agressão para elementos que não são responsáveis pela frustração. Exemplificando: uma criança que é impedida de ver televisão pelos pais dá um pontapé na porta ou no certo de lixo na classe. Ou, uma criança que agride verbalmente a professora. E como exemplo rotineiro, um adolescente que atinge fisicamente um professor ou professora.

Suscitando mais elementos sobre a violência no espaço escolar, procedo os estudos focando a violência que ocorre no espaço social basilar- a família. A criança antes de chegar à escola convive primeiramente com sua família e essa pode ou não contribuir para sua construção de conceito sobre o que é violência e como se pode evita-la, então a falta da referida construção faz com que ao chegar no espaço escolar a criança sofra ou provoque atitudes violentas. Agrida, ou seja, agredida.

A primeira agressão que a criança sofre é exatamente a saída de casa, espaço que ela conhecia, convivia, era respeitada e amada. Quando chega a escola tem que dividir o espaço com as outras crianças, convivem com pessoas que antes não conhecia, era respeitada e agora precisa respeitar: a professora, a diretora, os colegas e até que esperar para tomar água ou ir ao banheiro.

Falar de violência gerada pela saída da criança do espaço familiar com o fator de ser ou sofrer agressão, à reflexão nos remete ao fator “transferência” que antes foi discutida na visão psicológica como deslocamento, mas foi mencionada na visão psicanalista como transferência. De acordo com PAREDES (2004: p. 70): “muitos dos sentimentos conscientes e inconscientes são “transferidos”, pela criança, dos pais aos mestres”.

Até agora abordamos sobre a saída da criança de casa, mas não podemos deixar de refletir sobre aquelas crianças que são agredidas em casa (e não são poucos os casos), pelos pais, pelos irmãos mais velhos e até pela “babá” (a pessoa que cuida) que muitas vezes são pessoas sem nenhum preparo e até em determinados casos nunca cuidou de crianças. Segundo um artigo de CANDAU (2005: p. 5):

Outra questão muito presenta na configuração da problemática das manifestações da violência do universo escolar é a violência familiar. Esta triste realidade está muito mais presente no cotidiano das crianças do que, em geral, se crê, sendo fruto de muitas variáveis. Um dos depoimentos dos professores relata uma situação, com diferentes versões, é bastante frequentes.

A violência em casa por mais difícil de admitir que seja, ocorre e a criança vem para a escola trazendo marcas que causam constrangimento na criança e influi em sua aprendizagem. Veja um depoimento de uma professora que CANDAU (2005: p. 25), utiliza em seu trabalho de pesquisa:

Um aluno chegou aqui marcado de pancadas; perguntei o que era e ele disse que foi ao baile funk...e lá fizeram corredor polonês, onde se deve apanhar sem reclamar. A mãe foi chamada porque esse menino nem copiava o dever. Comentamos, então, sobre as marcas disse: Ele nem vai a baile funk, sou eu mesmo quem bate.

Analisando esse exemplo, ficou bastante evidenciada que o agente causador da agressão física foi à própria mãe. Ente importante do núcleo social familiar. A mãe foi que com as próprias mãos executou a ação ou cena do corredor polonês. Como diz o velho ditado popular: “quem bate esquece e quem apanha lembra”, a criança ao assistir as aulas se sentindo mal, com baixa estima e se esquivando de manifestar a verdade para a professora, a meu ver é uma atitude que pode prejudicar o ótimo rendimento nas aprendizagens.

Nisso é logico, baseado nesse exemplo em curso, ficou configurado que a escola é um espaço de relações complexas e tensas entre as partes. Portanto, é um ambiente considerado como campo fértil de fatores geradores internos e externos simultaneamente. Ambiente que não está imune a erros e fragilidades dos entes que ocupam as suas dependências ou não.

Dando sequencia aos estudos sobre a violência no ambiente escolar e como os fatos estão correlacionados e atrelados, tem-se que considerar que a escola é também um espaço físico e social demarcado por violência. É uma arena fértil onde há a manifestação constante e cotidiana de várias formas de violência. A esse respeito Groppa deixa bem saliente:

No cotidiano escolar, quando impedimos a participação equitativa de todas as crianças e jovens no dia-a-dia escolar, estamos sendo violentos, se desconfiados de suas potencialidades, recusando-nos a oferecer o que lhes é de direito, estamos sendo violentos, quando aligeiramos os conteúdos por não crer que eles farão diferença na vida daquelas pessoas, estamos sendo violentos, ao colocar em risco sua autoestima com um diagnostico malicioso, estamos sendo violentos. (GROPPA: 2004, p. 1, 2)

De acordo com o autor, a violência se dá na escola pela própria escola, pois não só os alunos contribuem, como também os professores com a falta de entendimento por parte dos mesmos. Portanto o educador as vezes por não estar preparado acaba causando um mal aos alunos, isto é no caso violentando-os, ou seja ele deixa de ar uma boa aula, quando não leva em consideração experiência de mundo que trás consigo. Deixando-os em estimulo, gerando assim uma violência escolar.

A indisciplina é um fator que causa a violência no decorrer dos dias, pois muitas vezes não só o aluno traz problemas para escola como também seu professor, porém um não relacionamento bem com o outro acabam se violentando fisicamente ou verbalmente.

A violência verbal é causada por discussão que prejudica o bom andamento, tanto do desenvolvimento escolar do aluno quanto da autoestima por parte do professor. E é por isso que é de suma importância que o mesmo esteja sempre se qualificando assim um alto controle de sua disciplinaridade.

O professor também sofre muita violência na escola ao receber os conteúdos programáticos para trabalhar, ou seja, planejar as aulas sem ao menos conhecer a realidade de sua clientela. O mesmo se cala diante de tanta injustiça, para não vir acarretar mais ainda violência no âmbito escolar. Pois a violência na escola envolve não só alunos e professores. Tem que se considerar também outros aspectos não recomendáveis para a qualidade do ensino e aprendizagem. Exemplificando: estrutura física inadequada, conteúdos curriculares excessivos e obsoletos, equipe administrativa e gestores desqualificados, etc. GROPPA (2004: p. 7) exorta: A indisciplina nossa de cada dia, a turbulência ou apatia nas relações, os confrontos velados, as ameaças de diferentes tipos, os muro, as grades, a depredação, a exclusão enfim.

A exclusão na maioria das vezes é considerada uma situação limite, pois é velado sob a forma de transferência ou convite para a sua retirada do local. Portanto os efeitos da violência representam a parte mais dolorosa, tanto o professor, quanto os alunos são prejudicados em seu desenvolvimento escolar.

A escola não é uma instituição só de reprodução, mas de produção, ela não deve ser vista apenas como reprodutora social e cultural, mas também como produtora da própria violência e de sua indisciplina. Porque a escola repassa as ideias que a sociedade impõe e produz, os próprios alunos constroem seus conceitos de violência. Ou seja, não só na escola como em qualquer lugar há violência.

Segundo GROPPA (2004: p. 12), apud GUIMARAES (1996: p. 78, 79):

A escola, como qualquer outra instituição, está planificada para que as pessoas sejam todas iguais (...) Assim como a escola tem esse poder de dominação que não tolera as diferenças, ela também é recortada por formas de resistência que não se submetem às imposições das normas do dever-se. Compreender essa situação implica aceitar a escola como lugar que se expressa numa extrema tensão entre forças antagônicas (...) O professor imagina que a garantia do seu lugar se dá pela manutenção da ordem, mas a diversidade dos elementos que compõem a sala de aula impede a tranquilidade de permanência nesse lugar. Ao mesmo tempo que a ordem é necessária, o professor desempenha um papel violento e ambíguo, pois se, de um lado, ele tem a função de estabelecer os limites da realidade, das obrigações e das normas, de outro, ele desencadeia novos dispositivos para que o aluno, ao se diferenciar dele, tenha autonomia sobre o seu próprio aprendizado e sobre sua própria vida.

Pelo que ficou latente nas afirmações dos autores, há na escola uma relação complicada e complexa de todos os entes envolvidos no processo de ensino e aprendizagem. Existe a coexistência difícil entre: aluno-professor/ aluno-equipe administrativa e pedagógica/ professor-equipe administrativa e pedagógica. E que na maioria das escolas tem a concepção que as pessoas devem ser todas iguais ou uniformes.

É um pecado ou vício de concepção que predomina há séculos em vários ambientes escolares brasileiros. E é claro, os maiores perdedores, são os alunos aprendizes. Ainda, a escola é regida fortemente por normas padrão e outras formalidades que gera alguns retrocessos e distanciamentos. Enfim, é necessário que haja profundas reflexões e ações novas e ousadas para melhoras que beneficiem os aprendizes.

Fomentando sobre a temática desse capítulo, Charlot (apud ABRAMOVAY, 2006), a classifica em três aspectos: a violência na escola, a violência contra a escola e a violência da escola.

A primeira é aquela que ocorre dentro do espaço escolar sem necessariamente está ligada as atividades da instituição. Já a segunda está relacionada com o vandalismo e roubos, ou seja, agressões ao patrimônio. E a ultima é aquela que se apresenta através de um ensino desestimulante para o aluno, com matérias e conteúdos desinteressantes.

Todos os três aspectos, cotidianamente são manifestados nos jornais, revistas, televisão, internet, rádio, comunidade de falantes, etc. E é latente o envolvimento cada vez maior de pessoas de todas as idades cronológicas, estágios de conhecimentos e funções dentro do espaço escolar.

Nessa vertente, a violência escolar de uma forma ou outra esta relacionada com o comportamento e atuação dos professores: falta de relacionamento com os alunos, dificuldades em lidar com estudantes de camadas sociais diferentes, despreocupação ou falta de conhecimento no transmitir a utilidade didática adequada e outras perspectivas negativas.

Ampliando os estudos sobre as diferentes formas de violência presentes no cotidiano escolar Charlot (apud Abromovay: 2002, p. 69), enfatiza:

-violência: golpes, ferimentos, violência sexual, roubos, crimes, vandalismo;

-incivilidades: humilhações, palavras grosseiras, falta de respeito;

-violência simbólica ou institucional: compreendida como a falta de sentido de permanecer na escola por tantos anos; o ensino como um desprazer, que obriga o jovem a aprender matérias e conteúdos alheios aos seus interesses; as imposições de uma sociedade que não sabe acolher os seus jovens no mercado de trabalho; a violência das relações de poder entre professores e alunos. Também o é a negação da identidade e satisfação profissional aos professores, a sua obrigação de suportar o absenteísmo e a indiferença dos alunos.

Baseado no que fora expressado pela autora interpreta-se que há no ambiente escolar uma mescla bastante nítida de formas de violência: física, verbal, psicológica, contra o patrimônio, simbólica ou institucional que explicita todo um quadro caótico e deprimente do sistema educacional brasileiro. Em outros termos, é o conjunto ou uma arena de situações de apatia, indiferença, hostil e decadente que engloba todos os entes envolvidos no processo de inserção social e aquisição de conhecimentos. Os acontecimentos são reais e estão latentes em todos os meios de comunicação que expões as vísceras fétidas do ambiente escolar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

 

Em linhas gerais, analisando os capítulos integrados da construção monográfica desdobrada em três capítulos atrelados, ficou extremamente latente que além de várias concepções: conceitos ou definições, de modo global ou macro, existe a violência de várias formas e estudada em fortes vertentes, como: sociológica, psicológica, filosófica, antropológica, histórica, etc. As origens ou causas são diversas e principalmente as suas consequências para os indivíduos são avassaladoras e destrutivas.

As várias formas de violência estão em evidência e constitui uma realidade dolorosa e cruel, e ocorrem diuturnamente nas veias do espaço de urbanização das pequenas, medias e principalmente das grandes cidades, e também no espaço rural. Os fatores geradores que incita a violência são variados e tem origens em vários núcleos sociais, de comportamento e tendências variadas, de ramificações estranhas e obscuras e geradoras de sequelas bem transparentes. E são fatores motivadores e de riscos, que servirão de baliza para a construção de uma teia nociva, perigosa e instável, que servirá de plataforma para as várias naturezas e formas de violências existentes que incidirão no ambiente escolar gerando as problemáticas sem precedentes, na árdua e tumultuadas relações: aluno-aluno/ aluno-professor/ aluno-equipe administrativa e pedagógica/ professor-professor/ professor-equipe administrativa e pedagógica/ equipe administrativa e pedagógica-família/ professor-família, e que com certeza afetará profundamente no processo de ensino e aprendizagem.

Nesse contexto amplo e de situações múltiplas, procede considerar as fases da vida dos indivíduos e a sua inserção social no ambiente escolar. Pois, os períodos: criança, puberdade e adolescência em que ocorrem as mudanças corporal, psíquica e social há manifestações de fortes graus de complexidades, turbulências, desequilíbrio, conflitos, inseguranças e incertezas. São períodos em que esses indivíduos encontram-se em estados de vulnerabilidades. São fases extremamente delicadas em que a função da escola na formação dos mesmos é fundamental, necessária e imprescindível. É logico que também, é basilar e preponderante a participação ativa e permanente da família. Uma ação casada que criará uma ambiência favorável para intervenções precisas para que os alunos não propendem inocentemente as experiências indesejáveis e nocivas. Portanto, a família e a escola têm as funções de articuladoras e mediadoras na construção sólida de conhecimentos e desenvolvimento pleno dos aprendizes.

Enfim, sobre a violência em evidência no ambiente escolar, ficou caracterizado também que na própria escola, existe os seus agentes internos geradores de várias formas de violências, gerando problemáticas sem precedentes na complexa e tensa relação entre todos os entes envolvidos e participantes no processo de aprendizagem. Ou seja, a escola não é um ambiente imune e neutro nos surgimentos das manifestações em questão. O espaço escolar é uma arena fértil onde há as constantes formas de violência. Infelizmente é real e notório para toda sociedade que existe no ambiente escolar gamas negativas e não recomendáveis para o desenvolvimento produtivo e eficiente do processo educacional brasileiro. E em larga escala, os maiores perdedores são os alunos.

Analisando esse conjunto de situações insustentáveis, assim dando parecer crítico é sugerível que o sistema de educação com todas as normas e constituição institucional, feche para balanço por um período considerável para reforma ou melhor para uma profunda reengenharia em todos aspectos fortes e inerentes a sua natureza de promotora de inserção social e conhecimentos aos múltiplos e heterogêneos aprendizes. Há necessidades de se fazer algo para minimizar essa problemática em que os alunos são ao mesmo tempo vítimas e agentes, que os professores são ao mesmo tempo são vítimas e agentes e que outros membros da escola tem a mesma característica simultânea. Não é fácil, mas possível realizar um trabalho sério, profícuo e em conjunto visando a melhoria na qualidade de ensino e fortalecimento nas relações interpessoais de todos participantes no processo. O diálogo é uma saída com retornos. É um fator de extrema importância para dar vazões às implementações que agregam mudanças, transformações para um futuro educacional melhor, rico e com mais perspectivas.


REFERÊNCIAS

 

 

ABRAMOVAY, Mirian (coord.). Cotidiano das escolas: entre violências. Brasília: Unesco/Observatório de Violências nas escolas/ Ministério da Educação, 2002. 2006, p. 69.

 

BANDEIRA, Maria de Lourdes. Antropologia: Diversidade e Educação. Cuiabá: 2004, p. 32.

 

CANDAU, Vera Maria. Escola e Violência. Rio de Janeiro: D.P. & A., 2005, p. 5, 25.

 

COVEZZI, Marinete. Sociologia da Educação. Fascículo 3. Cuiabá: 2004, p. 26.

 

DIAS, Helena Maria Melo. Laboratório de Psicanálise e Psicopatologia Fundamental da Universidade do Pará. U. F. P. A., 2004, P. 88.

 

GOMES, M.P. Os Índios e o Brasil. Petrópolis- R.J.: Vozes, 1988, p. 129.

 

GROPPA, Júlio Aquino. Em defesa da Escola. São Paulo: Papirus, 2004, p. 1, 2, 7, 12.

 

GUIMARÃES, Áurea. A dinâmica da violência escolar: Conflito e ambiguidade. Autores Associados. Campinas- S.P., 1996, p.

 

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MORAIS, Régis de. Violência e Educação. São Paulo: Papirus (Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógicos), 1995.

 

NOVA ENCICLOPÉDIA BARSA. Barsa Consultoria Editorial Ltda. São Paulo: 2001, v. 14, p. 396.

 

PAREDES, Eugênia Coelho. Psicologia da Aprendizagem. Fascículo III, Cuiabá: Ed. U.F.M.T., 2004, p. 70.

 

PIAGET, Jean. A equilibração das estruturas cognitivas: problema central do desenvolvimento. Trad. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar, 1976.

 

ROSA, Merval. Psicologia Evolutiva. Psicologia da adolescência. Petrópolis-R.J: Ed. Vozes, 6ª ed., v. III, 1982, p. 101.

 

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ZALVAR, Alba (org.). Violência e Educação. São Paulo: Livros do Tatu, 1992, p. 61.

FIGUEIREDO, Márcia Aparecida. Manual de orientação para a elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso. Flávio Cezar de Souza - Ribeirão Preto: Centro Universitário Barão de Mauá, 2010.

 

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Autor: Clodoaldo Moreira


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