COMPORTAMENTO, STATUS E EDUCAÇÃO



COMPORTAMENTO, STATUS E EDUCAÇÃO[1]

Fabio Junior Paes de Morais[2]

Sejane Ribeiro de Oliveira[3]

RESUMO

O presente artigo visa a apresentar discussões e referencial teórico que aponte para a importância da educação, como forma de levar os professores a refletirem sobre o seu cotidiano com maior profundidade, busca refletir sobre o atual papel do professor na sociedade. Atenta á teóricos como Paulo Freire, Gadotti. Aborda uma educação para a transformação da sociedade. Ainda sobre a Expectativa de Comportamento, e seus significados no qual o indivíduo aponta perspectivas para uma sociedade livre, através de suas habilidades, conhecimentos e capacidades pessoais, onde o mesmo pode alterar seu status ao se igualar ou competir com pessoas ou grupos sociais.

Palavras chave: Comportamento, Status social, Educação e Papel Social.


[1] Artigo apresentado ao curso de especialização Estrito sensu – Mestrado em Ciências da Educação. UNIVERSIDAD CATÓLICA DEL PARAGUAY – UEP

[2] Mestrando em Ciências da Educação. UNIVERSIDAD CATÓLICA DEL PARAGUAY – UEP. E-mail: [email protected]

[3] Especialista  em Educação e Desenvolvimento Regional: Natureza e Sociedade no Médio Araguaia. UNIVERSIDADE  DO ESTADO DE MATO GROSSO–UNEMAT. E-mail: [email protected]

RESUMEN


Este artículo tiene como objetivo presentar los argumentos teóricos y señalan la importancia de la educación como una manera de llevar al profesor a reflexionar sobre su vida cotidiana con mayor profundidad, reflexiona sobre el papel del profesor en la sociedad actual. Consciente de que los teóricos como Paulo Freire, Gadotti. Discute la educación para la transformación de la sociedad. Aún en la expectativa de comportamiento, y sus significados en el que los puntos individuales para las perspectivas de una sociedad libre a través de sus habilidades, conocimientos y capacidad, donde se pueden cambiar su estado a la altura o competir con personas o grupos sociales.

Palabras clave: comportamiento, estatus social, la educación y su función social.

INTRODUÇÃO

O Presente trabalho se propõe a investigar as questões de comportamento, papel e status social e mudanças na educação e na profissão do educador contando com novas formas de ensino aprendizagem. Das questões levantadas estão: As preocupações determinantes do comportamento do sujeito, seu status social, seu papel social e as expectativas das mudanças na educação; As teorias que abordam as mais diversas questões aqui alencadas são consideradas para construir as hipóteses e afirmar nossas idéias. Entre os principais fatores causais analisados estão, a educação que tem sempre se valido dos mecanismos de controle social e status social.

 

1 – EDUCAÇÃO E COMPORTAMENTO; IMPOSIÇÃO SOCIAL?

1.1 – Educação e Expectativa de comportamento

Entende se que uma proposta de Educação com qualidade ultrapassa os métodos tradicionais á de se considerá-lo um processo mecânico, linear e autoritário e chega a uma perspectiva que demonstra sua função social, visto que, educar não é somente transmitir o ensino científico. Educar é assegurar a criança e ao adolescente “oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade” (ECA, 1990, Art. 3º)[1].

Sendo que esse aprendizado é realizado (maior parte das vezes) nas instituições escolares. Entretanto, a escola não é apenas o local onde se é inserido o processo educacional, mais sim um ambiente de socialização (PCNs, 1998)[2]. Segundo Freire (1996)[3] é o local privilegiado de formação do cidadão porque realiza um trabalho sistemático e planejado com o conhecimento, com valores, com atitudes, com a formação de hábitos e principalmente, porque é na escola que há várias trocas propiciando assim o respeito às diferenças.

Na nossa precária realidade social, a unidade escolar para a maioria das crianças brasileiras é o único espaço que vai lhes proporcionar condições de se desenvolver e de se tornar um cidadão, alguém com identidade social e cultural. “Não se pode usar esse espaço para ridicularizar ou degradar uma pessoa, pois é nesta escola que será resgatada uma vida escolar marginalizada, uma criança estigmatizada e será restringida a evasão escolar” (ALBERTI, 2008, p. 3)[4]. Proporcionar melhores condições na escola é contribuir na formação de cidadãos mais preparados para viver a vida sem preconceitos e sem barreiras.

Em linhas gerais a Expectativa de Comportamento, Consiste no que as pessoas ao redor do indivíduo esperam dele, no que se refere à sua conduta em determinadas situações sociais.[5] Parafraseando, pode se dizer que o individuo é a resposta social do meio em que esta inserido. A sociedade cria indivíduos para dar as respostas que correspondam a suas expectativas.

1.2 – Status Social: Ameaça ou influencia?

Quanto se trabalha a idéia de status social, percebemos que á  diferentes funções que um sujeito pode ocupar no seu meio social. Se compreendermos ele como um individuo oriundo das classes médias e altas, por exemplo, podemos enxergar quais hábitos, vínculos e funções definem seu status no meio em que esta inserido. Para tanto, avaliar qual tipo de posto de trabalho ocupado, locais de lazer frequentados, o partido político ao qual está vinculado e sua posição no núcleo familiar; demonstra o seu status social como um mérito alcançado ou adquirido ao longo de suas conquistas e esta definição serve para uma avaliação pessoal e social, já que fora influenciado pelo meio, e julga necessário manter-se ativo em suas funções perante a sociedade que representa e é representado; Assim há um embate sobre sujeitos com as mesmas habilidades, interesses em comum e status sociais idênticos em locais e períodos diferenciados.

 Na compreensão de algumas culturas, a relação entre o status e o papel social pode nos mostrar algumas diferenças bastante interessantes. Realizando um contraponto entre duas sociedades, é possível analisar que indivíduos com status sociais semelhantes são levados a desempenhar diferentes funções.[6]

Assim podemos dizer que o status pode ser adquirido dependendo do esforço pessoal para sua obtenção. Em uma perspectiva livre e pessoal, através de suas habilidades, conhecimentos e capacidade pessoal, o indivíduo pode alterar seu status ao se igualar ou competir com outras pessoas ou grupos sociais.

O status é atribuído quando independe da capacidade do indivíduo para sua obtenção; ele recebe este status quando nasce (por exemplo, os herdeiros de monarquias hereditárias).[7]

È sabido que muitas das vezes a sociedade atribui determinado status á individuos que nao estao habilitados para tal representaçao social; dai ha a necessidade  de uma análise mais detalhada das circunstâncias que podem levar o indivíduo à ascensão social, como tambem a aquisição de maior ou menor status, e considera-se que não apenas "capacidades e conhecimentos pessoais" são necessários para possibilitar essa imposiçao, uma vez que as oportunidades e sucessos através dos próprios méritos não são os mesmos para todos, as conquistas aos indivíduos menos qualificados geralmente sao, motivados por outros interesses e contatos, o que é freqüentemente observado em todos os niveis das sociedades atuais.

Dessa forma, vemos que o papel social e o status social, envolve todo o tipo de ação que a própria sociedade espera no momento em que um de seus integrantes ocupa certo status. Assim o conceito de papel social aparece justamente para explicar quais seriam os direitos e deveres que uma pessoa tem ao ocupar um determinado status social.

 

1.3 – O Papel do Educador nas Mudanças da Educação.

A educação esta passando por momentos de mudanças e novos rumos que afetam frontalmente o modo de ensinar e a forma de se construir o processo de ensino aprendizagem no sentido de modificação de hábitos na prática docente e nas relações que se dão no cotidiano da Escola. A problemática mais relevante, consiste na estrutura organizacional dos ambientes escolares que não estão preparados para as mudanças iminentes, provocando uma avalanche ações e reações entre os profissionais da educação, alunos e a sociedade; A educação é posta sobretudo como troca de conhecimentos, debates, construção de idéias e aculturação, que precisam ter como ponto de partida a formação ética e a proposta de construção de novas visões de mundo e busca pela justiça social e na certeza de luta pela igualdade e liberdade de expressão.

O educador é hoje peça fundamental para entendimento do mundo e para criação de hábitos saudáveis de vida que gerem idéias de valorização dos seres humanos , de respeito à diversidade das vidas , de análise das possíveis transformações e de busca plena por um mundo onde reinem ideais éticos e cidadãos para todos os seres que habitam nosso planeta. Valorizar o educador é uma tarefa da sociedade na conquista de um mundo sustentável e igualitário na medida certa do amor universal e na concretização de práticas de cidadania em todos os momentos da vida humana neste planeta. [8]

Como profissionais da educação que se vêem frente a essas questões de educação e sociedade, observamos que há um espaço reservado para discutir suas funções e papeis sociais, porem muitas das vezes não o é usado; o que coloca sobre uma óptica despercebida no seu dia a dia, pelo acumulo de trabalho; não fazendo tal reflexão e não partindo para novas praticas do ensino aprendizagem, acabam sucumbindo ao sistema, mergulhando em um processo de ensinar e aprender desmotivador e sem sucesso. A sociedade e a escola valoriza os profissionais da educação, que tem sua proposta de trabalho um projeto dinâmico, bem teorizado e com a metodologia clara e objetiva buscando a realidade social de seu grupo.

Assim vemos que os profissionais da educação têm um papel sobretudo político-social que precisam problematizar a educação, buscando os porquês e os para quê do ensino aprendizagem; o que vai alem dos objetivos previstos, causando um certo desconforto em suas tarefas, evidenciando o trabalho e o conflito causado, não o conflito pelo conflito, mas o conflito para sua superação de suas expectativas na escola e na sociedade.

Segundo Gadotti (1998, p. 74)[9] entende que não há uma educação tão somente reprodutora do sistema e nem uma educação tão somente transformadora desse sistema. Essas duas tendências coexistem no plano educacional numa perspectiva dialética e conflituosa. Sendo assim:

[...] há uma contradição interna na educação, própria da sua natureza, entre a necessidade de transmissão de uma cultura existente – que é a tarefa conservadora da educação – e a necessidade de criação de uma nova cultura, sua tarefa revolucionária. O que ocorre numa sociedade dada é que uma das duas tendências é sempre dominante. [10]

Em consonância com a citação de Gadotti, não seria de bom tom apoiar-se em teses que apregoam que a educação não pode mudar enquanto não houver mudanças estruturais no sistema. Repensar a educação por si só não há possibilidade nenhuma de transformar a sociedade em questão, nem mudanças estruturais poderão acontecer nessa transformação social, que muitos almejam para uma sociedade mais justa, com menos desigualdades, onde todos tenham voz e vez, só será possível a partir do momento que se evidenciem os conflitos, não tentando escondê-los ou minimizá-los, mas que os tragam à tona, para que assim a educação não contribua como mecanismo de opressão, buscando a superação e não a manutenção dos status sociais.

Concluindo podemos dizer que o novo educador é responsável em refazer a educação, reinventá-la, criar novas condições para uma educação de fato democrática, recriar uma alternativa pedagógica que favoreça o aparecimento de um novo tipo de educadores e alunos, solidários, preocupados em superar o individualismo criado pela exploração do trabalho. Nesse novo projeto, essas novas alternativas, não poderão serem elaboradas nos gabinetes e salas de quem não esta inserido na educação. Não virá em forma de lei nem reforma. Se ela for possível amanhã é somente porque, agora, ela está sendo pensada pelos educadores que se reeducam juntos. Essa reeducação dos educadores já começou é um fato. Ela é possível, necessária e urgente.

Assim espera-se que os profissionais da educação acreditem nessa força que Gadotti lhes deposita e teoriza, o desejo real de participação na construção de uma nova forma de ensino aprendizagem, para esta nova sociedade.

 

2 – BIBLIOGRAFIA

ALBERTI, Lídia Danielle de Andrade. Indisciplina: Entrave entre Discente x Docente. In: Jornal Araguaia Empresarial. São Feliz do Araguaia: 21 ed., setembro/outubro 2008.

Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília: 1990

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

Gadotti, Moacir (1998): Pedagogia da práxis, 2.ª ed., São Paulo, Cortez.

Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC, 1998.

Hunter, James C. O Monge e o Executivo: Uma historia sobre a essência da liderança., Rio de Janeiro: Editora Sextante, 2009.

SANTOS, Josivaldo Constantino: Processos Participativos na Construção do Conhecimento em Sala de Aula, 2ª. ed. reimp., Cáceres: Editora UNEMAT, 2004.

Vasconcelos, Luiz Alfredo. Conciencia Individual, 1ª edição., Goiânia – GO: Editora da UCG, 2007.

In net.

 

http://www.prof2000.pt/users/dicsoc/soc_e.html#expectativa-de-comportamento 25/11/2010.

http://www.mundoeducacao.com.br/sociologia/status-papel-social.htm 25/11/2010.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Status_social 25/11/2010.

http://www.artigos.com/artigos/humanas/educacao/o-papel-do-educador-no-mundo-de-hoje-7068/artigo/ 25/11/ 2010.

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-73301999000100008&script=sci_arttext&tlng=in 26/11/2010.

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-73301999000300013&script=sci_arttext&tlng=in 26/11/2010.

http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/html/800/80003305/80003305.html 26/11/2010.


[1] Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília: 1990.

[2] Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC, 1998.

[3] FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

[4] ALBERTI, Lídia Danielle de Andrade. Indisciplina: Entrave entre Discente x Docente. In: Jornal Araguaia Empresarial. São Feliz do Araguaia: 21 ed., setembro/outubro 2008.

[5] http://www.prof2000.pt/users/dicsoc/soc_e.html#expectativa-de-comportamento 25/11/2010.

[6] http://www.mundoeducacao.com.br/sociologia/status-papel-social.htm 25/11/2010.

[7] http://pt.wikipedia.org/wiki/Status_social 25/11/2010.

[8]http://www.artigos.com/artigos/humanas/educacao/o-papel-do-educador-no-mundo-de-hoje-7068/artigo/ 25/11 2010.

[9] Gadotti, Moacir (1998): Pedagogia da práxis, 2.ª ed., São Paulo, Cortez.

[10] IDEM.

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Autor: Sejane Ribeiro De Oliveira


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