Mali: Conexão de terroristas
Enquanto uma intervenção militada no norte do mali está se desinhando, os jihadistas aflui. Entre eles, jovens de acampamentos sarauís.
Lentamente, inexoravelmente, a perspectiva de uma guerra de areias pela reconquista do norte do Mali, começa a preocupar a comunidade internacional e Africa para o primeiro semestre de 2013. Em Timbuktu, Gao, Bourem e Tessalit e em todas as localidades de Azawad, diariamente sobrevoam aviões de vigilância, em persegueção dos jihadistas prontos para uma guerra chamda a mãe de todas as batalhas.
Um vento de paranóia sopra sobre os katibas de AQMI, do Mujao e de Ansar Eddine, são grupos que multiplicam controles e arrestações no meio de uma população civil suspeita de abrigar a quinta coluna do inimigo ímpio.
Suspeitos de esconderijos de armas, de munições e de combustível apressadamente cavados em redor de uma meia dúzia dos campos de treinamento, inaugurados recentemente para receber novos recrutas de todos os cantos "Sahelistan". São também campos que se estendem de Atlântico a Darfur, atraindo volontários pelos prêmios oferecidos, de até 3 000 euros, utilizados como miragens da guerra santa.
São localizados em pequenos destacamentos de 40 a 60 homens, agrupados em sitios separados, de acordo com os serviços de inteligência franceses, levados a Timbuktu e Gao, cuja uma boa parte, para não dizer o essencial, de acordo com testemunhas, comunicando com Hassaniya dialeto árabe dos mouros e sarauís.
Notícias publicadas pela AFP e desenvolvidas em vários relatórios, indicam que muitos membros da Frente de Polisário se juntaram ao norte do Mali. Até o Ministério francês dos Negócios Estrangeiros havia declardo que ele "não tem conhecimento" destas ligações entre Polisario e jidhadistes.
É difícil imaginar, na verdade, os líderes como Mohamed Abdelaziz e os chefes da Frente se posicionar face aos grupos terroristas abertos sobre uma guerra contra seu anfitrião na Argélia. Esta questão continua preocupando a própria Argélia e dificulta a normalização das relações entre os países do norte da Africa, inclusive Marrocos.
Só que nem Polisario, nem as autoridades de Argel foram poupadas da propagação do vírus Salafista que influencia os jovens dos campos de refugiados e zona de Tindouf, e ainda muito menos como impedir a saída dos bandidos do exílio, a não ser através de margens quiméricas do Jihad retribuídos.
Completamente obscurecidos pela independência saraui e da mídia argelina, a existência nos campos de ativistas Salafiya Jihadiya considerado ainda mais o recente movimento de Ansar al-Sharia. Isso não é um fenômeno recente. Foi importado no final de 1990 por estudantes sarauis das universidades argelinas, constituindo o berçário salfiste do Instituto Teológico arábico de Nouakchott (fechado em 2003). Onde o islamismo radical que é rapidamente se tornou um eco favorável em três mesquitas as mais frequentadas no deserto: Omar Ibn Al-Khattab em acampamento de Smara, Abu Bakr Assedik em acampamento de Aousserd e alkitab wa Assouna.
É lá que foram as primeiras nomeações sob o comando do Sacerdote muçulmano, auto-proclamado por Mohamed Salem, Lahbich e Abba Ould e Saleh, além do Abu Salman. O primeiro envolvimento de radicais salafistas é da conexão com as fileiras do Polisário, atravé as tentativas de operação terrorista em dezembro 2003, quando a polícia da Mauritânia parou o ativista, Nouadhibou, um ex-soldado de Libertação do Povo Saraui (SPLA), por roubo de explosivos.
Este é um ato isolado, mas seu autor, Baba Ould Mohamed Bakhili, foi rapidamente reconhecido por seu trabalho a favor do Grupo Salafista da Pregação e do Combate, o GSPC, o qual se afiliou como movimento de Al-Qaeda no Magreb Islâmico (AQMI ), desde janeiro de 2007.
Este envolvimento de grupos extremistas acabou ser desmantelado em Mauritânia com ajuda dos ocidentais, desvendando assim um setor de recrutamento jihadista cujo líder, Mohamed Lamine Ould Louleïd, revelando o papel vengativo de Maaouya que retornou dos campos de Tindouf, declarando de maniera espectacular em junho de 2005, descobrindo dois katibas do GSPC, Katiba dos Moulathamine do argelino, Mokhtar Belmokhtar, denominado a katiba Tarek Ibn Ziad, cujo núcleo é composto de sarauís, os quais invadiram o escritório da Mauritânia em Lemgheity.
Isso não deixará nenhuma dúvida do grau da gravidade e do envolvimentos dos grupos terroristas e as alianças e segredos compartilhados. Razão pela qual muitos confrontos violentos visam Argélia, como o ataque contra a guarda cívil de El-Minya, Abril 2006, em Mauritânia o desmantelamento de uma célula de AQIM, cujo objetivo era assassinar o embaixador de Israel em Outubro 2008, em Níger o combate de Telemses em dezembro de 2009.
Essa situação instável ameça África do norte e cada vez mais influencia muitos jovens para adererem a estes grupos extremistas, recebendo treinamento militar em campos de Polisario, prototegidos e financiados.
Para Abdelmalek Droukdel, o líder supremo de AQMI, os emires sucessivos da zona do sul- Yahia Djoiuadi, Nabil Makhloufi e recentemente Djamel Oukacha, Alias Yahia El Abdou el-Hamman, recrutados no seio dos campos dos extremistas de Polisário, têm por objetivo provocar insegurança na região e garantir a ajuda dos mujahideen combatentes, conhecedores do terreno do Saara.
Detido no Mali, em novembro 2007 ao tentar obter uma grande quantidade de ácido nítrico, e depois extraditado para Mauritânia, onde ele está cumprindo uma sentença de dez anos de prisão, Hakim Ould Mbarek, o filho de um funcionário do protocolo de Polisário, desvenda um outro aspecto desta colaboração: o tráfego. Com seu cúmplice Maaouya, (citado acima), ele é o responsável do desvio de medicamentos, de munições e de peças de reposição, enterrados e escondidos em pacotes descobertas por GPS, antes de serem vendidos para os jihadistas.
Este desvio máfioso cresce rapidamente. Em 7 de setembro 2009, quatro elementos de Polisário, entre os quais o vice-comandante do I Regimento Militar, Taleb Ami Deih, seqüestrado em território argelino por um grupo de árabes” denomidandos “Bérabiche” do norte do Mali, o qual foi levado para Taoudenni, antes de ser liberado alguns dias depois, contra o pagamento de um resgate pela liderança do movimento de independência.
Em causa: uma carga de maconha proveniente de Marrocos e não entregue aos seus destinatários malianos. Dois meses depois, três trabalhadores humanitários espanhóis são sequestrados no eixo entre Nouakchott e Nouadhibou por um grupo que reivindica ser a AQMI e dirigido por Omar Ould Hamma (conhecido por Omar Saraui), ex-membro da Frente de Polisário, naturalizado maliano e notório traficante de drogas.
Por sua vez capturado por agentes da Mauritânia a Gao, depois extraditado para Nouakchott, Omar Sahraoui será finalmente trocado em agosto 2010, contra os humanitários encontrados sob o seu poder. Em dezembro de 2010, um outro incidente ocorreu entre o exército da Mauritânia e uma fileira de sarauís colaboradores.
Preso, este último revelou o nome de seu patrocinador, Mohamed Ould el Mhaidi, Alias Rubio, considerado o barão regional da droga e ex-responsável do II regimento Militar, próximo do chefe de serviço de segurança da Frente de Polisario, Mohamed Ould Laakik.
Realidade sórdida.
Na noite de 22 a 23 de outubro 2011, finalmente o golpe de um pretendido Estado parece trasnformar a realidade para um golpe motivado pela crença da segurança de Polisário.
Dois trabalhadores humanitários espanhóis e um italiano foram sequestrados em acampamento de Rabbouni, a algumas dezenas de metros da residência do Presidente da República Árabe Saharaui Democrática (RASD), depois foram levados para a cidade de El Khalil maliana, perto da fronteira com a Argélia ( nove meses depois vão ser libertados).
Considerado como o acto fundador de Mujao, o ramo dissidente da AQMI, lojado na cidade de Gao, acusado pelo chefe militar, o maliano Ahmed Tilemsi, Alias Abderrahmane Ould el Ameur, pelo sequestro cometido por árabes de Bérabiches guiados por um punhado de sarauís, inclusive Hamadi Ould Ahmed Aghdafna Baba Ould Mamina e Laghfin.
Familiar de Raboni, este acabará por ser preso e interrogado pelos serviços mauritanios em Nouadhiou, 5 de dezembro 2011. Mais uma vez, esta operação terrorista a conexão religiosa revela uma realidade sórdida: um acerto de contas entre traficantes de drogas.
Em janeiro do ano passado, a pressão aumenta e a segurança militar argelina procede a arrestações em Tindouf, do imã e "mufti" Sarauí Mahjoub Sidi Mohamed, considerado o líder da Ansar al Charia, com a possessão de armas e uniformes militares e documentos provando a sua ligação com o grupo terrorista AQMI.
Mais uma vez o rapto de europeus em território argelino persiste qualificado da gota de agua desbordada. Em 8 e 9 de Dezembro 2011, elementos das forças especiais argelinos participaram o raking junto com os serviços de segurança de Polisário dirigidos por Mohamed Ould Sidi Ould Laakik e Mustapha al-Bashir.
Desde então, barragens e patrulhas noturnas ao redor da pretendida republica em exílio se intensificam e a Frente de Polisário é obrigada a entregar os suspeitos à polícia, o que foi no início de setembro 2012, integrando aos argelinos um grupo de susspeitos de Laayoune.
Ainda assim, como vemos hoje , o apelo do ar proveniente do Mali age como um ímãsobre toda uma parte de jovens saaruis, aqueles que não têm desde o nascimento que os acampamentos contra qualquer horizonte, capaz de educar e unir o povo contra qualquer dotrina facista responsablizando Mohamed Abdelaziz, como único "Lider Máximo". Sem que haja nem barragem, nem patrulha, nem campo minado que o impedirá de tomar o caminho de Timbuktu.
Lahcen EL MOUTAQI
Pesquisador universitário