DOENÇA DE ALZHEIMER E SUAS IMPLICAÇÕES



DOENÇA DE ALZHEIMER E SUAS IMPLICAÇÕES 

            CEZAR, João Francisco da Silva

Acadêmico do Curso de Psicologia – ULBRA – Santa Maria-RS 

Alzheimer

A doença de Alzheimer é uma patologia neurodegenerativa mais freqüente associada à idade, cujas manifestações cognitivas e neuropsiquiátricas resultam em uma deficiência progressiva e uma eventual incapacitação. Em geral, o primeiro aspecto clínico é a deficiência da memória recente, enquanto as lembranças remotas são preservadas até um certo estágio da doença. Além das dificuldades de atenção e fluência verbal, outras funções cognitivas deterioram à medida que a patologia evolui, entre elas a capacidade de fazer cálculos, as habilidades vísuoespaciais e a capacidade de usar objetos comuns e ferramentas. O grau de vigília e a lucidez do paciente não são afetados até a doença estar muito avançada. Normalmente as condições motoras são mantidas e contraturas musculares são características que se manifestam nos estágios avançados da patologia. Esses sintomas são freqüentemente acompanhados por distúrbios comportamentais, como agressividade, alucinações, hiperatividade, irritabilidade e depressão. A doença de Alzheimer afeta os neurônios. Os neurônios mandam mensagens de uns para os outros. Essas mensagens nos permitem pensar, lembrar e falar. Quando alguns depósitos, chamados placas e emaranhados, formam-se no cérebro, eles perturbam o fluxo destas mensagens. À medida que a pessoa envelhece, é normal que esses depósitos se formem. Mas em pessoas com doença de Alzheimer, a formação de depósitos é maior, tornando mais difícil pensar, lembrar e fazer tarefas simples. Alzheimer é uma doença não transmissível. 

Palavras-chave: Doença. Implicações. Causas. 

Causas da doença de Alzheimer 

A causa da doença de Alzheimer ainda não é conhecida. Existem várias teorias, porém, de concreto aceita-se que seja uma doença geneticamente determinada, não necessariamente hereditária (transmissão entre familiares). 

Fatores de risco 

São considerados fatores de riscos para a doença de Alzheimer: 

  • Idade - Embora a doença de Alzheimer afete tipicamente pessoas com mais de 65 anos, ela pode também afetar pessoas mais novas. Mulheres são mais propensas a desenvolver a doença que os homens – em parte, porque mulheres vivem mais.

 

  • Hereditariedade - Apenas 3% de todos os casos de Alzheimer tem uma ligação hereditária comprovada. A hereditariedade desempenha um papel muito maior na doença de Alzheimer de início precoce (antes dos 65 anos). Quarenta por cento das pessoas que desenvolvem Alzheimer de início precoce tem uma história familiar da doença. 

Pesquisadores ligaram a forma mais comum de Alzheimer, de início tardio, à proteína apolipoproteína E. Todas as pessoas tipicamente herdam duas cópias deste gene. Se carregar uma variação particular desse gene, você tem risco aumentado para doença de Alzheimer. Mas não é certo que você irá desenvolvê-la.

Fatores de risco possíveis 

Suspeitam que possam ter alguma influência como fator de risco para a doença:

  • Ambiente - Pesquisadores estão estudando uma série de fatores ambientais como possíveis causas e maneiras de prevenir a doença de Alzheimer. Por exemplo, o tecido cerebral de pessoas com Alzheimer freqüentemente mostra traços de alumínio ou zinco. Pesquisadores estão tentando determinar se esses ou outros tipos de metais são causa ou efeito da doença.

 

  • Exercícios mentais - Médicos concordam que manter uma boa forma física e mental pode aumentar sua qualidade de vida.

 

  • Exames de detecção - Nenhum exame simples pode predizer quem vai desenvolver doença de Alzheimer. O objetivo das pesquisas em curso é entender os mecanismos básicos da doença, na esperança de identificar as pessoas em maior risco antes que elas desenvolvam quaisquer sintomas da doença de Alzheimer.

 

 

Sintomas da doença de Alzheimer

 

Sinais que podem estar relacionados à doença de Alzheimer:

 

  • Esquecer coisas simples, como nomes de familiares.
  • Esquecer como chegar a lugares familiares.
  • Trocar coisas de lugar mais frequentemente que o normal.
  • Perder a linha de raciocínio quando está falando.
  • Repetir coisas frequentemente.
  • Sentir-se mais desconfiado, inseguro ou ansioso.
  • Perder o interesse por coisas e pessoas que costumava apreciar.
  • Sentir-se estressado quando precisa tomar decisões.
  • Problemas crescentes com memória de curto prazo que interferem no funcionamento cotidiano.
  • Dificuldade em reconhecer amigos e familiares.

 

A doença de Alzheimer leva a mudanças no comportamento, personalidade e capacidades. Com o tempo, pessoas com a doença têm problemas para executar atividades diárias, tais como cuidar de sua higiene pessoal ou vestir-se adequadamente. Esquecem como fazer atividades familiares, como cozinhar, consertar coisas.

 

 

Neuropatologia da doença de Alzheimer

 

  • A doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que se caracteriza, do ponto de vista macroscópico, por atrofia predominantemente cortical, mais acentuada no lobo temporal, principalmente na formação hipocampal.

 

  • As áreas corticais límbicas, paralímbicas e do córtex de associação são mais comprometidas desde o início.

 

  • Do ponto de vista microscópico, há redução do número de neurônios e de sinapses, e duas alterações que marcam a doença: as placas senis e os emaranhados neurofibrilares

 

 

Fatores enfrentados pelos familiares que cuidam de portadores da doença de Alzheimer:

 

  • O primeiro fator a ser considerado é o posicionamento da família diante da doença. Assim como a doença passa por vários estágios, a família passa por diferentes etapas. À medida que a doença vai evoluindo, ocorre a busca por um diagnóstico, porém, nem sempre os familiares o aceitam rapidamente, podendo negá-lo, na tentativa de recuperar a “pessoa de antes”.

 

  • “Após a aceitação do diagnóstico, pode haver uma sensação de catástrofe. As famílias reagirão de maneiras diferentes, dependendo das próprias características” (Goldfarb & Lopes, 1996). “Os parentes que fazem evasão da realidade, ou seja, negam a doença, são geralmente os que mais sofrem;” (...) (Goldfarb & Lopes, 1996). Quando o paciente não reconhece mais seus familiares há um primeiro luto para a família, devido à “morte social do paciente”. “O segundo luto ocorre com a morte biológica do ente querido” (Goldfarb & Lopes, 1996).

 

 

Doenças Crônicas

 

Doenças crônicas são aquelas normalmente de desenvolvimento lento, que duram períodos extensos – mais de 6 meses – e apresentam efeitos de longo prazo, difíceis de prever. A maioria dessas doenças não tem cura, como Alzheimer. Entretanto, pode ser prevenida ou controlada por meio da detecção precoce, adoção de dieta e hábitos saudáveis, prática de exercícios e acesso a tratamento adequado recomendado pelo profissional de saúde.

 

“O isolamento social da família em que um dos membros é portador de doença crônica é um acontecimento freqüente que pode deixar o doente mais vulnerável a transtornos emocionais, perpetuar o estigma da doença e criar problemas para o enfrentamento da enfermidade (Góngora, 1998)”.

 

Assembleia-Geral das Nações Unidas adota Declaração Política Para a Prevenção e Controle de Doenças Não-Transmissíveis, na qual reconhece que as doenças neurológicas constituem importante causa de morbilidade. Portanto, Alzheimer é reconhecida pela ONU como doença crônica não transmissível.

 

 

 

Referências:

GOLDFARB, D. & LOPES, R. (1996) “A Família Frente à Situação de Alzheimer”. In Revista Gerontologia. São Paulo, SBGG, 1996; 4(1):33-37.

Góngora, J. N. (1998). El impacto psicosocial de la enfermedad crónica en la família. Em J. A. Ríos (Org), La família: Realidady mito. (pp. 176-201). Madrid: Centro de Estúdios Ramón Areces.

http://www.minhavida.com.br/saude/temas/alzheimer - Acesso em: 12 nov. 2012. 

http://www.novartis.com.br/doencascronicas/index.shtml - Acesso em: 12 nov. 2012. 

http://www.ptjornal.com/201109232997/saude/alzheimer-reconhecida-pela-onu-como-doenca-cronica-nao-transmissivel.html - Acesso em: 12 nov. 2012. 


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