Entre os Muros da Escola



ENTRE OS MUROS DA ESCOLA.
_____________________________________________________

 RENATA MARIA ARAÚJO DAMASCENO

 

Resumo

            Esse artigo explora a narrativa do filme “Entre os muros da escola”, envolvendo diversos contextos e problemas, que se passa dentro de uma escola e nos diversos ambiente escolar, sala dos professores, gabinete do diretor, sala do conselho e algumas locações no pátio, nos mostra o universo de uma escola francesa, onde o grupo de alunos entre 13 e 15 anos, adolescentes com seus anseios, medos, incertezas próprias dessa fase da vida, composto por negros africanos, latino-americanos, asiáticos e franceses. O professor e disciplinador François Marin, interpretado por François Bégauden, que é também autor do livro homônimo, no qual o filme é baseado, tem como meta  fazer com que os alunos, além de aprenderem o idioma francês, comportem-se como um turma homogenia, uma grande tarefa. Fazendo um comparativo com a realidade das nossas salas de aulas brasileira.

Palavra – chave: Diversidade cultural, respeito, sociedade.

 

INTRODUÇÃO.

            Nossa sociedade é constituída por uma variedade de cores e raças cada um com seus costumes, alem de adotarmos costumes de outras culturas, é muito comum nos brasileiros sairmos em um final de semana para comer sushi ou rot dog. Viver em sociedade em meios a regas e costumes diferentes já se faz comum, mas como podemos atingir de maneira igualitária um currículo que venha a suprir a carência e a necessidade de um mundo tão cheio de diversidade? Muitas vezes não se consegue um projeto político pedagógico que atinja de forma positiva a comunidade. Devemos estar atentos a propor, e a situar o cenário histórico do mundo atual, bem como o multiculturalismo e suas origens, seus significados e concepções teóricas, como forma de evidenciar o sentido político cultural de se educar as atuais e as novas gerações a partir de uma visão multicultural crítica, que leve em conta, no processo formativo dos sujeitos, a necessidade e a importância de se reconhecer, valorizar e acolher identidades plurais sem representar ameaças ou quaisquer formas de preconceito e desrespeito, esses que são implantados dentro das próprias casas, preservando e respeitando à vida humana, independente de sexo, cor, gênero, credo, etnia, nacionalidade. Busca-se, com isso, então superar mecanismos discriminatórios ou silenciadores da diversidade cultural, em nome de uma sociedade baseada na justiça social. Segundo MOREIRA e CANDAU:                                  

Por conta da complexa diversidade cultural que marca o mundo de hoje, há significativos efeitos (positivos e negativos), que se evidenciam em todos os espaços sociais, decorrente de diferencias relativas a raça, etnia, gênero, sexualidade,cultura, religião, classe social, idade, necessidades especiais ou outras dinâmicas sociais.(p.07  2010)

 

             Analisando o filme percebemos que é importante a ação do professor, desafiando conceitos e valores diversos em constantes mudanças, cabem assim o professor analisar uma proposta pedagogia estratégica como uma ponte entre o educador e o educando e a colheita de bons resultados, a diversidade de valores e raças em uma sala de aula tem grande peso no resultado de uma aprendizagem, porém na sociedade contemporânea em que vivemos o multiculturalismo é atuante em nossas escolas, principalmente no Brasil. através de conceitos e perspectivas de resultados de aprendizagem.  A importância do professor  vem ser ditada também por Regina Duarte, nos fazendo perceber que o mesmo é também um personagem no cenário da vida de cada aluno e como é bonito ter o poder de mudar e construir realidades, em relação ao professor  ela nos fala:

Eu sou um professor nascei do primeiro momento que uma pergunta salto da boca de uma criança, eu tenho sido muitas pessoas em muitos lugares, sou Sócrates estimulando a juventude de Atenas para descobrir novas ideias usando  perguntas[...]sou Anísio Teixeira na sua luta na democratização da educação para que todas as crianças brasileiras tenham acesso a escola, sou os nomes daquele que exerceram minha profissão  e constituem uma galeria da fama da humanidade, Buda, Paulo freire, Confúcio, Montifório, Emília ferreiro, [...] eu já chorei de alegria nos casamentos, casamentos de ex- alunos, eu já ri de felicidade pelo nascimento de seus filhos, e me Inquietei de cabeça baixa em dor e confusão junto a sepultura cavadas cedo demais para corpo jovens demais, [...] eu tenho um passado rico em recordações, eu tenho um presente desafiador e cheio de alegria.  Eu sou um professor e agradeço a Deus por isso todos os dias.(SP, SD)

                     

            O papel do professor no filme como mediar e condutor de determinadas situação por inúmeras vezes causo conflitos em relação ao contexto escolar com os alunos. Como o desafio de ensinar uma linguagem diferente, o disciplinador François Marin estimulava o alunos a participar das aulas tentando trazer um pouco da realidade de cada um através de textos nos quais eles descreviam um pouco de seu dia ou mesmo planos futuros, o que é bastante difícil, pois ele tentava se impor com autoridade em meio a tantas opiniões diversas.  Segundo MOREIRA

 

“Não há educação que não esteja imersa  na cultura da humanidade e particularmente,  do momento  histórico em que se situa. A reflexão sobre esta temática é co-extensiva ao próprio desenvolvimento do pensamento pedagógico” ( 2007, P.43).

 

              A visão de valores era tão diversa que a geração de conflitos era constante na sala de aula, mas até que ponto tem que deixar nossos valores falarem? Por ser um docente temos o poder de determinar opiniões e conhecimentos porem há um pequeno impasse de nossa trajetória que devemos ver que o poder como professor pode construir ou destruir na vida de um aluno, no simples ato critica como aconteceu no filme quando o aluno discute com o professor por diferenças de valores, levando o aluno ao conselho, preste a ser expulso, assim cabe-nos refletir sobre nossas ações que devem sempre ser sim para o bem de todos, e que diante dessas ações não haver conflitos de realidades.  Segundo MOREIRA

“O poder emerge onde quer que as pessoas se unam e agem em concreto, mas sua legitimidade deriva mais do estar junto inicial do que de qualquer ação que então possa segui-se. A legitimidade, quando desafiada, ampara-se a si mesma em um apelo ao passado, enquanto a justificação remete a um fim que jaz no futuro. a violência pode ser justificável, mas nunca será legitima. sua justificação perde em plausibilidade quando mais o fim almejado distancia-se no futuro.” (2007,pg.69).

                                                                                                                         

            O choque de culturas gera uma grande problemática não somente cultural mais social, pois alem das problemáticas que se da dentro da sala de aula eles já trazem consigo uma grande bagagem familiar e social, por se jovens de renda baixa eles acabam mesclando a pobreza com a falta de oportunidades de chegarem a ter uma boa vida social.

            Somos portadores de conhecimentos e vivemos em uma sociedade capitalista e que não se enquadra a regras e requinte dessa sociedade é conseqüentemente excluído, gostamos de determinadas musicas, e nos vestimos conforme as tendências da moda. 

            Mas o mundo a sociedade é depende desses jovens acreditamos que eles giram ao nosso redor porem é oposto o que acontece, é que estamos rodeados por jovens e em muitos momentos não buscamos a opinião deles impondo muitas vezes valores que para eles são insignificantes, assim como também acreditamos que os valores deles é superficial, cabe a cada educador respeitar, adentram na vida deles de forma que procure conhecer um pouco a realidade do mesmo, pois a verdade é que não há cultura certa e nem mesmo verdade que seja tão absoluta, mas sempre e a cada dia há a construção da identidade de cada um como ser social, o multiculturalismo como a diferença faz parte da sociedade contemporânea o que ajuda a transformando nossa sociedade realidade em uma realidade única.

 

 

CONCLUSÃO

             O filme é a constatação de vários desafios que o professor tem que trilhar mais com cuidados sempre na procura de soluções pedagógicas que possa interferir positivamente a vida de um aluno. Alem disso o disciplinador e educador tem que fazer o seu papel em meio a paramentos que auxiliem o educando na sua vida. No filme os conflitos e os desafios de educar em meio a tantas diferenças causavam grandes polemicas, pois eles tinham consigo uma bagagem de vida já cheia de conflitos além das questões sociais eles traziam consigo a sua cultura estampada no rosto. Culturas essas que desafiava o professor cada vez mais sua realidade, deixando para trás costumes, o que os faziam perguntar por que estudar tal conteúdo e por que não outro? Estamos às bordas de uma sociedade cheias de diferença e cabe a cada um procuram e escrever sua própria identidade se colocando como ser social. Pois toda a aprendizagem se da na contagem da relação um com o outro e entre aluno e professor, acreditando que o educador tem o poder de tomar decisões e que deve assim também dar asas para o aluno aprender.

 

            A diversidade pode ser um peso dentro de uma sala de aula, porém com uma proposta pedagógica estratégica pode-se transforma em ricos conhecimentos, o papel do professor é essencial na vida de um aluno, assim como o aluno é para o professor dando ênfase na construção de novos saberes. O filme propõe uma visão da difícil tarefa de trabalham em sala com alunos de valores e cultura diferentes porem é colocando uma proposta da educação francesa, que é uma homogeneização desses alunos, nos cabe observar e criticar sua proposta sem sucesso, pois é inaceitável esse tipo de visão. Onde cada um que se encontrava ali dentro daquela sala de aula tinha sua identidade formada o que os diferenciava, o filme traz a realidade a outras culturas acreditando que para os alunos serem bons teriam que adotar a que eram impostas (cultura francesa), porem como já foi dito acima a diversidade faz parte da construção de uma sociedade.

 

 

 

REFERENCIAS

MOREIRA, Antonio Flavio Barbosa e CANDAU, Vera Maria. Educação escolar e culturas: construindo caminhos  In:.Educ
ação com exercício de diversidade. Brasília: UNESCO, MEC, ANPED, 2007.

MOREIRA, Antonio Flavio Barbosa e CANDAU, Vera Maria. Multiculturalismo: diferenças culturais e praticas pedagógicas. 4 ed.- Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.


FILME
Entre os muros da escola (Laurent Cantet, 2007)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                             

Download do artigo
Autor:


Artigos Relacionados


Relação Professor-aluno Na Sala De Aula

O Processo Avaliativo Do Ensino E Aprendiz EducaÇÃo Infantil

Ser Professor

Afetos E Desafetos: A Relação Professor-aluno No Contexto Escolar E Sua Influência Na Aprendizagem

A AnÁlise Das ContradiÇÕes E Conflitos Presentes Na PrÁtica Docente: ReflexÃo TeÓrico – PrÁtica

Práticas De Relacionamento Em Sala De Aula

Leitura E Letramento