Método e abordagens de ensino de língua estrangeira



Método e abordagens de ensino de língua estrangeira

                                                                               .                              .

Segundo Almeida Filho (1993.). o processo de ensino e aprendizagem de língua

  estrangeira perpassa a escolha da abordagem de ensino do professor, a escolha de recursos

didáticos e do tipo de avaliação utilizados para verificar se os objetivos propostos foram

atingidos. E ainda. há de se observar o filtro afetivo do professor e do aluno,o, ao processo de

ensino aprendizagem e à extensão da sala de aula no ambiente escolar para se atingir uma

atmosfera favorável à aprendizagem. para tanto descreve:

 

a abordagem.é uma filosofia de trabalho, conjunto de pressupostos explicitados, princípios estabilizados ou mesmo crenças intuitivas quanto á natureza da linguagem humana, de uma língua estrangeira em particular, de aprender e de ensinar línguas. da sala de aula de ensinar línguas e de papeis de aluno e de professor de urna outra língua (ALMEIDA FILHO: 1993, p 13) .

.•.

     Leffa (1988) propõe uma visão dos principais métodos de ensino de línguas com

a intenção de auxiliar o processo de ensino aprendizagem, para tanto o autor faz uma

revisão histórica propondo que o professor não repita os erros do passado.

       o autor prefere';, utilizar: do termo abordagens, pois em sua opinião ela engloba

os pressupostos teóricos acerca da língua e o termo método é tido como algo mais restrito

por conter regras para a seleção e ordenação dos itens lingüísticos ou de normas de

avaliação para determinado curso .

    . Lefra (1988) faz ·também distinção entre aquisição e aprendizagem, afirmando

que o tenl10 aprendizagem refere-se ao desenvolvimento formal e consciente da língua ou

de regras da mesma, e o termo aquisição, o desenvolvimento informal e espontâneo da

segunda língua sem esforço consciente.                          

  Outra distinção de terminologia mencionada pelo autor é quanto aos termos segunda língua e língua estrangeira, sendo definidas por Leffa(1988) respectivamente

 

como: a segunda língua, a usada fora da sala de aula. na comunidade em que o falante está

inserido, e a língua estrangeira é a língua que é estudada na sala de aula e não é utilizada

na comunidade. E o ensino de língua estrangeira, segundo o autor, pode ocorrer por meio

de abordagens, o que é denominado por outros estudiosos. como método.

 

De acordo com L,effa (1988) a abordagem da gramática e tradução é tida como

a

mais antiga. Existe desde início da cultura grega e latina e ainda é atualmente utilizada. Ela

consiste no ensino da segunda língua pela primeira e segue .os passos da memorização do

vocabulário e regras que formam palavras e frases e a tradução dessas, por isso. enfatiza a

língua escrita, não observando a pronúncia e entonação e ainda dá muita importância ao livro didático

                                                                                         .                                                                                            .

 

Sobre  a abordagem direta, outro método estudado pelo autor surgiu no início do século XVI e tem como princípio o ensino da língua por meio dela mesma, ou seja, a língua

materna não deve ser usada. Leffa (1988) defende que o ensino de línguas. nessa

abordagem, deve partir de situações reais de uso da língua oral e por meio de gravuras.

Nessa abordagem, o aluno não deve traduzir, mas aprender a pensar na língua,

aqui o educador, segundo o autor, procura integrar as quatro habilidades da língua ( ouvir,

falar. ler e escrever) e ainda:

 

A gramática. e mesmo os aspecto cultural da L2. são ensinados individualmente. O aluno é primeiro exposto aos tatos da língua para mais tarde chegar a sua sistematização. O exercício oral deve preceder ao exercício. escrito. A técnica da repetição é usada para o aprendizado automático da língua ( LEFFA, 1988. p.215).

 

Lefra (1988) ressalta que em 1932, tentaram reformar esse método de ensino, mas

as dificuldades em se expandir, devido à exigência da fluência oral e boa pronúncia, fez sobressair deficiências e o profissional retomar à abordagem da gramática e tradução.

Na abordagem para leitura, o desenvolvimento da língua oral não é tão relevante,

pois essa abordagem visa que o ensino de línguas deve fazer com que o aprendiz

           

desenvolva o gosto pela cultura e literatura do povo estudado, Essa abordagem busca ainda

uma conciliação entre. a abordagem direta e a abordagem da gramática e tradução.

buscando vantagens e desvantagens, ou. seja. propondo uma combinação entre as duas

abordagens, de forma que:

 

Da primeira adotava-se a ênfase na língua escrita com reformulação das regras de gramática, fixando se no essencial para a compreensão; da abordagem direta adotava -se o principio de 'que o aluno deveria ser exposto diretamente na língua. A praticidade estava, em primeiro lugar, no tato de que, dentro das condições existentes dentro da escola secundaria, na sua grande maioria não envolviam conhecimento da língua oral (LEFFA, 1988, p.217).

 

Desse modo o objetivo da abordagem para leitura é desenvolver habilidades de

leitura, por isso considera o desenvolvimento do vocabulário atividade relevante, Mas,

mesmo assim, predominam os exercícios escritos e questionários baseados em textos enquanto que o estudo da gramática, só necessário às construções sintáticas mais comuns, por meio da transformação de frases. 

Já a abordagem audiolíngual uma reação contra a abordagem leitura, retoma a

                                                                                                                                                .

abordagem direta, com a diferença de possibilitar a inclusão de lingüistas no projeto, que

lhe deu maior sustentabilidade, As idéias da abordagem direta foram reformuladas e consiste em enfatizar a língua oral,. por considerar que ensinar leitura não era ensinar: língua, oral que "língua é fula , e não escrita" (LEFF A. I 988. p.21 9). 

Nessa perspectiva, o aluno deveria ouvir e falar e depois ler e escrever, da mesma

forma que acontece com a aprendizagem ,de língua materna, Por isso preferiam diálogo devido ao fato desse representar a língua viva.                                                                                                        

Essa abordagem tem como suporte, o be hovorismo segundo Skinner, o qual vê a língua

 como um habito condicionado, ou adquirido pelo processo de estimulo e respostas, por isso as respostas certas dos alunos eram reforçadas pelo professor e o erro era desestimulado.

Outra premissa da abordagem audiolíngual, mencionada por Leffa(1988) é a de  ensinar a língua e não sobre a língua, por acreditar que a língua se aprende por meio da  

 

prática e não por meio de explicitações de regras. preferem expor os alunos aos fatos da

língua e evitavam conceitos de "certos " e "errados ", mas utilizavam os de "aceitável" e

não "aceitável" (LEFFA, 1988. p.220).

   O audiolínguismo procurava observar as diferenças entre a primeira e a segunda

língua para a partir daí elaborar as atividades, no entanto. surgiram algumas objeções no

que se refere ao embasamento teórico baseado na lingüística e na psicologia e quanto à

prática. Por meio dessa discordância é que sentiram a necessidade dc superar falhas

anteriores.

Mas, se antes. sempre criticavam um método ao ter outro em mente, com

 a abordagem audiolíngual isso não aconteceu, não havia novas propostas, mas, houve um

período de transição no qual floresceram vários métodos. E um deles é a abordagem

comunicativa que visa não sÓ os textos orais e escritos. mas também as circunstâncias em

que esses foram produzidos.

     Leffà (1988) lembra que na abordagem comunicativa a língua não é so um

conjunto de frases, mas um conjunto de eventos comunicativos por isso considera que o enorme vazio deixado pela decadência do audiolínguismo, a nova abordagem, enfatiza a semântica da língua, dividindo categorias semânticas gramaticais, que expressam noções

gerais de tempo, espaço, quantidade e em categorias de funções comunicativas, que

expressam o uso da língua.

A abordagem comunicativa parte do pensamento de que as palavras não têm

apenas um significado aquele registrado no dicionário, mas adquirem valor específico

segundo o contexto em que são usadas, um dos motivos que nos levou optar por estudar

esse método de ensino de língua estrangeira. Sendo que o contexto e o relacionamento

entre os participantes do discurso, como características intelectuais e afetivas é que

determinam à escolha lingüística.

 Por: Helena Maria dos Santos


Autor: Helena Maria Dossantos


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