UMA VISÃO CONSTRUTIVA NO ENSINO DA LEITURA



UMA VISÃO CONSTRUTIVA NO ENSINO DA LEITURA* 

Leandro de Sousa Lima**

RESUMO 

O objetivo deste artigo é fazer um estudo apurado sobre como se dá o processo da leitura bem como nas suas diversas dimensões . Durante anos o ensino de Língua Portuguesa mais precisamente o ensino de leitura, foi alvo de muitas discussões por parte de professores e especialistas da educação. Veremos também como os PCN abordam esse assunto e sua importância para o aperfeiçoamento da leitura de nossos estudantes da escola pública. Com base nos estudos dos PCN(1998), COLOMER(2002), KLEIMAN(1997) e outros autores, veremos como se dá esse processo. Esperamos que com esse estudo sejam feitas discussões mais abertas e reflexivas sobre o ensino de leitura numa visão mais construtiva. 

Palavras-chave: PCN. Leitura. Visão Construtiva. Reflexões.  

ABSTRACT 

This objective this article is to do apured study about how the process of reading like yours several dimenses. For many years the reading teacher portuguese more specialist the reading teacher was target of many discussions by teachers and specialists of education. We'll see how the PCN to board this matter and your importance for the improvement of reading of ours school students public. Whith base in studies from PCN (1998), COLOMER (2002), KLEIMAN (1997) and other authores we'll see how about this process. We hope that's study have dones discussions more exposed and reflexives about the reading constuctive.

 Key-words: PCN. Reading. Consntructive sign. Reflections 

1 INTRODUÇÃO 

            Nos dias atuais muito se tem discutido a respeito do ensino de leitura nas escolas públicas, assim como em Congressos, Seminários e até mesmo nos Cursos de Letras. Devido a sua grande importância e ao mesmo tempo a sua complexidade, pois quando se fala em leitura vem logo em nossa mente a resposta – leitura é verbalizar um texto escrito – , mas ao estudar com mais precisão esse assunto nós percebemos que o significado de leitura perpassa essa simples noção.

            Nesse estudo veremos também como os PCN podem contribuir de forma positiva e ajudar os professores de Língua Portuguesa a relacionar teoria e prática no que diz respeito o ensino de leitura bem como esclarecer aos mesmos que a leitura é um processo que envolve leitor/aluno, automaticamente os professores não podem deixar de levar em consideração os conhecimentos prévios dos alunos no ato da compreensão de um determinado texto, bem como levá-lo a refletir que o que ele aprende na escola faz parte da sua realidade. 

            Esse artigo foi dividido em 3 partes  onde abordaremos : O que é leitura, como se dá o processo da leitura e a leitura numa visão construtiva aliada aos PCN, que trabalham o ensino da  leitura. Em seguida, as considerações finais e as referências bibliográficas.  

2 O QUE É LEITURA? 

                Quando falamos em leitura pensamos que se trata de uma simples ação, que é ler algo que está escrito, mas quando pesquisamos  com mais rigor  essa questão  nós observamos que as interpretações não são tão óbvias quanto parece. Segundo ADAM e  STARR (1982) “O texto proporciona apenas uma das fontes críticas de uma informação. È preciso que o resto provenha dos conhecimentos do leitor”. Ou seja, para que haja compreensão do texto é necessário não apenas a leitura , mas que esta venha acompanhada com os conhecimentos  do leitor.      

“A leitura é o processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e interpretação do texto, a partir de seus objetivos , de seu conhecimento sobre o assunto, sobre a linguagem etc. Trata-se de uma atividade que implica estratégias de seleção, antecipação, inferência e verificação sem as quais não é possível proficiência. È o uso desses procedimentos que possibilita controlar oque vai sendo lido, permitindo tomar decisões diante de dificuldades de compreensão, avançar na busca de esclarecimento, validar no texto suposições feitas ”.(PCN,1998,p.69-70).   

            Para que o aluno tenha um bom rendimento na compreensão de textos não só escolares mas de todos aqueles que estão a sua volta, é necessário que o mesmo aprenda na escola esse processo da leitura gradativamente de textos simples para os mais complexos. A leitura ainda tem um papel de fundamental importância para a formação de um leitor crítico e reflexivo, pois a partir do momento em que uma pessoa tem mais facilidade de ler e interpretar os mais variados gêneros textuais, a sua criticidade se torna mais desenvolvida.

            A seguir são apresentadas algumas sugestões didáticas referentes a leitura  que os professores de Língua Portuguesa podem trabalhar em suas aulas nas séries 6°ao 9°ano do Ensino Fundamental, segundo os PCN(1989,p.72-73): 

-Leitura autônoma

            A leitura autônoma envolve a oportunidade de o aluno poder ler, de preferência silenciosamente, textos para os quais já tenha envolvido uma certa proficiência. Vivenciando situações de leitura como crescente independência da mediação do professor, o aluno aumenta a confiança que tem em si como leitor, encorajando-se para aceitar desafios mais complexos.           

-Leitura colaborativa

            A leitura colaborativa é uma atividade em que o professor lê um texto com a classe e durante a leitura, questionam os alunos sobre os índices linguísticos  que dão sustentação aos sentidos atribuídos . È uma excelente estratégia didática para o trabalho de formação de leitores, principalmente para o tratamento dos textos que se distanciem muito do nível de autonomia dos alunos. 

-Leitura em voz alta pelo professor

            Além das atividades de leitura realizadas pelos alunos e coordenadas pelo professor, há as que podem ser realizadas basicamente pelo professor. È o caso da leitura compartilhada de livros em capítulos que possibilita ao aluno o acesso a textos longos (e as vezes difíceis) que, por sua qualidade e beleza, podem vir a encantá-lo, mas que , talvez, sozinho não o fizesse. 

-Leitura programada  

            A leitura programada é uma situação didática adequada para discutir coletivamente um texto considerado difícil para a condição atual dos alunos, pois permite reduzir parte da complexidade da tarefa, compartilhando a responsabilidade. O professor segmenta a obra em partes em função de algum critério, propondo a leitura sequenciada de cada uma delas. 

-Leitura de escolha pessoal 

            São situações didáticas, propostas com regularidade, adequadas para desenvolver o comportamento do leitor, ou seja, atitudes e procedimentos que os leitores assíduos desenvolvem a partir da prática de leitura: formação de critérios para selecionar o material a ser lido, rastreamento da obra de escritores preferidos, etc.             

            Diante dessas propostas didáticas que os PCN colocam os professores de Língua Portuguesa dispõe de diversas estratégias de como trabalhar a leitura em sala de aula e dessa forma promover a interação dos alunos e o prazer pela mesma.      

3 COMO SE DÁ O PROCESSO DA LEITURA? 

            Nós leitores sabemos que o ato de ler não é uma tarefa tão simples quanto parece. Para muitos autores especialistas no assunto destacam que o processo da leitura segue alguns critérios para o desempenho da mesma, como podemos observar nessa passagem, conforme COLOMER e CAMPS (2002.36-37) afirmam como se dá o processo da leitura:

a) A formação de hipóteses 

            Quando o leitor se propõe a ler um texto, uma série de elementos contextuais e textuais se ativa alguns de seus esquemas de conhecimentos e o leva a antecipar aspectos do conteúdo. Suas hipóteses estabelecem expectativas em todos os níveis do texto, são formulados como suposições   ou perguntas mais ou menos explícitas para as quais o leitor espera encontrar resposta se continuar lendo. 

b) A verificação das hipóteses                                                                                                    O que o leitor antecipou deve ser confirmado no texto mediante os  indícios gráficos. Inclusive as inferências têm de ser confirmadas, já que o leitor não pode acrescentar qualquer informação, mas apenas as que se encaixem segundo regras bem determinadas que também podem ser mais ou menos amplas em função do tipo de texto.

c) A integração da informação e o controle da informação

            Se a informação é coerente com as hipóteses antecipadas, o leitor a integrará em seu sistema de conhecimentos para continuar construindo o significado global do texto mediante diferentes estratégias de raciocínio.

            Como vimos, todas essas etapas são fundamentais para que os alunos compreendam o que os textos querem repassar e que essa leitura lhes possa despertar seu senso crítico e reflexivo mediante os mais diversos textos que ele venha encontrar no seu dia a dia. 

4 A LEITURA NUMA VISÃO CONSTRUTIVA ALIADA AOS PCN  

            Muito se tem discutido sobre o ensino de leitura nas escolas públicas. Vale ressaltar que o estudo proposto aqui não é simplesmente abordar a leitura numa visão superficial, mas dar ênfase  principalmente numa  leitura construtiva onde permita o leitor se tornar um cidadão crítico. “Um leitor competente sabe selecionar, dentre os textos que circulam socialmente, aqueles que podem atender a suas necessidades , conseguindo estabelecer as estratégias adequadas para abordar tais textos”(PCN, 1998,p.70). Essa postura adotada pelos PCN, acerca de um leitor competente nos faz refletir sobre o assunto, pois para que um leitor se torne tão competente a ponto de saber selecionar os mais diferentes  gêneros textuais,é necessário sem dúvida o auxílio de um bom professor que se preocupe com esse processo tão importante na vida de um estudante. Caso contrário, o mesmo não terá muito sucesso na sua vida escolar e dessa forma um mau rendimento na interpretação de textos. Os PCN ainda abordam que além da participação efetiva dos professores de Língua Portuguesa nesse processo, são necessários outros fatores que influenciam diretamente na aquisição da leitura reflexiva . A seguir são listados alguns pontos que os PCN(1998,p.71-72) colocam: 

- A escola deve dispor de uma biblioteca em que sejam colocados a disposição dos alunos, inclusive para empréstimo, textos de gêneros variados, materiais de consulta nas diversas áreas do conhecimento, almanaques, revistas, entre outros;

- È desejável que as salas de aula disponham de um acervo de livros e de outros materiais de leitura;

- O professor deve organizar momentos de leitura livre em que  também ele próprio leia, criando um circuito de leitura em que se fale sobre o que se leu, trocam-se sugestões, aprende-se com a experiência do outro;            

- O professor deve planejar atividades regulares de leitura, assegurando que tenha a mesma importância dada as demais;          

- O professor deve permitir que também os alunos escolham suas leituras;

- A escola deve organizar-se em torno de uma política de formação de leitores, envolvendo toda a comunidade escolar.          

            Portanto, de acordo com essas condições que os PCN colocam podemos perceber que se os professores juntamente com a escola pôr em prática essas ações , sem dúvida conseguirão formar grandes leitores críticos e dessa forma melhorar o ensino em nosso país. 

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 

             Portanto, vimos como os PCN abordam o ensino de leitura nas séries 6°ao 9°ano do Ensino Fundamental bem como as suas diversas estratégias que ajudam os professores de Língua Portuguesa a trabalharem o ensino de leitura de forma construtiva e dinâmica. È importante ressaltar que a partir da publicação desse artigo se possa discutir com mais clareza esse assunto tão importante , e que desperte nos professores a motivação de formar  leitores críticos em nossa sociedade. E que esse trabalho possa servir de inspiração para outros acadêmicos, professores, enfim, de todos aqueles que se interessarem em saber como funciona esse processo crucial na vida de um estudante que é o conhecimento da leitura.   

 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 BRASIL,Secretaria da Educação Básica. Orientações Curriculares para o Ensino Médio: Linguagens, códigos e suas tecnologias, Volume.1. Brasília,2008

CORACINE,Maria José (org) . A aula de leitura: um jogo de ilusões. In : O jogo discursivo na aula de leitura. Língua Materna e Língua Estrangeira. Campinas, São Paulo: Pontes,2002

COLOMER,Tereza. CAMPS. Anna. Ensinar a ler ensinar a compreender. Trad. Fátima Murad. Porto Alegre:Artmed, 2002

FOUCAMBERT, Jean. A leitura em questão. Trad. Bruno Charles Magne. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994

KLEIMAN, Ângela. Oficina de leitura: teoria e prática. 6°ed. Campinas, São Paulo: Fontes, 1997

___________

*Artigo apresentado a Disciplina Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa do Curso de Letras da UVA

**Acadêmico do 5°Período do Curso de Letras-Português da Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA 


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