A falácia das religiões coletivas.



A falácia das religiões coletivas.

A estrutura psiquica individual  que costumamos chamar de "EU" ( ser único e pessoal, que dá um enorme trabalho de definir... se duvidar tente...), na verdade é uma construção muito recente +ou- 800 A.c. segundo Julian Janes, portanto, a nossa observação da história da religiosidade tem que levar em consideração estes dois momentos:

( aí meu Deus lá vai!!!!)

1- No primeiro momento, o homem, enquanto vivia sem consciência de sua existência consciente, se percebia apenas como joguete dos deuses - fase mítica. Este homem à mercê da vontade do destino determinado pelos deuses, do qual nada sabe e nem pode alterar, sente a necessidade de construção do "divino", que controla ativamente o destino de cada homem, para solucionar um grande problema, uma vez que eventos trágicos precisam de explicações que de antemão o homem não tem, como por exemplo a morte...

Ressalto que este fato se deu pela inabilidade do homem em perceber o ato/efeito de viver em ciclos incoriografáveis. Ações climaticas,  por exemplo, que determinavam a subrevivência ou não de  uma geração, por muitos milênios, uma vez que era quase impossível prever um evento catastrófico, representou a própria vontade de deus. Assim, só restava ao  homem a resignação contida na afirmativa de que se tratava de castigo para uns ou o pior, benção para outros e tudo segundo à vontade deste deus. A ação divina neste período preenchia um espaço vazio de significado, o tal do porque: porquê tal coisa aconteceu, ou deixou de acontecer.?. E ali estava o lugar determinado para o divino:

o lugar do INDETERMINADO.

Indeterminado para a capacidade humana de significar os acontecimentos. Um indeteminado, portanto, temporário por assim dizer, pois tão logo o homem avançasse em sua capacidade de significar este deus perderia uma fatia de seu território.

Levando o raciocínio em diante o latifundio de poder deste deus dependeria da ignorância do homem concorda? Pois, uma vez que o homem aumente seu saber, acoçando seu deus em um espaço cada vez menor, os representantes dele (do falso deus,) não deveriam medir esforços no sentido de impedir o avanço da ciência empírica entre seu fiéis. O que explica o caráter repressor, característico da idade média, e ainda presente entre alguns religiosos.

No entanto o próprio Jesus disse o que se tornaria um lema para muitos:

"E conhecereis à verdade e a verdade vos libertará."

Que tipo de liberdade é esta que advém do conhecimento e não da ignorancia? E que deus é este que propõe tal desafio: Queres ser livre? Então saia do seu lugar e busque a verdade!

Pare de ficar fugindo dela e à busque!

E conhecereis a verdade e ela vos libertará... é o manifesto de uma nova forma de se relacionar com ele (o verdadeiro Deus...) individualmente e não coletivamente.

2- Neste segundo momento revela-se um Deus que independe da incapacidade do homem para se sustentar, ou responder questões temporais, pelo contrario, incentiva o homem a acoçá-lo o quanto puder nas suas tentativas de transpor os desafios deste universo em crescimento....  um deus desafiador, estigador um lider no caminho da iluminação.

A angústia da existência sem uma ordem que não seja a natural que beneficia o mais forte, ou o que melhor se adpta,  sede lugar a uma existência sociopolitica de interdependencia e  devolve a responsabilidade ao homem, enquanto escravo de uma escolha:

Viver e se esconder dos deuses ou buscar seu oráculo que era tão somente uma explicação possivel para as perguntas básicas da vida, a tal ordem para o caos do desconhecimento de sí mesmo...

A busca pelo conhecimento de sí mesmo, a verdade possível para este tempo, que não passa de uma relativa certeza que o tempo aperfeiçoará na próxima geração, este ato contínuo  de buscar, é a liberdade prometida por Jesus, liberdade de buscar a resposta  e não a prisão de depender das respostas prontas dos mestres shamanis dos currais eclasiásticos.

Não consigo perceber equação mais simples para compreendermos estes  dois períodos:

Homem bicameral, o do primeiro momento, aquele sem conhecimento de sua interioridade, buscava externamente, através de vozes autorizadas (oráculos e profetas), ou mesmo equizofrênicamente (deuses que se revelam pelas forças da natureza), o autoconhecimento.

O erro é a busca á si estando fora de si!!!

O evangelho deixado pelo Senhor, ou seja,  o segundo momento, nos dá tão somente uma percepção de como fomos deformados pela religião coletiva, uma vez que somos incapazes de ser interiormente, sem o acúmulo inútil de rituais de passagem e convenções humanas, demonstrando o quanto nos esforçamos para encobrir, com excessiva religiosidade, a falta de fé que em nós habita sendo nescessário realmente um nascer- de-novo, para que, como novas criaturas passemos a experienciar a vida de novo sem respostas prontas sem verdades absolutas aqui no mundo da aparência.

Antes de ser uma filosofia de vida o evangelho é a propria vida como deveria ser vivida.

Ao invés de buscar seu oráculo o homem deve primeiramente conhecer o veio histórico que, de forma coletiva, vem sendo construído pelos homens, ou seja, antes de querer saber meu destino individual, quero saber antes, qual é o nosso destino: Ontogênese= historico relacionando ao ser.

Filogênese= histórico relacionado a raça.

A consciencia de si tira o homem da natureza naturatta (pronta) como criatura e o transforma em criador de sentido (axiólogo).

A descoberta desta incrível ferramenta chamada capacidade de pensar por si e sobre si, é o sentido da alegoria do novo nascimento... nascimento para si mesmo, livre, independente, autonômo, filho de Deus carregando em sí a semente da divindade.

Portanto, somos como que uma pedra  sendo lapidada por um Deus na busca de si mesmo.

Tem muito mais,  mas vamos devagar, alguma coisa foi compreendida? rsrsrs

Entendendo isto fica facil perceber a falácia das religiões coletivas... (tava demorando!!!),

A religião se perpetúa pelos ritos e liturgías que dão sentido e ordem a vidinha vazía da classe média trabalhadora...

Ensinando ao homem como agradar ao deus assim como a Glória Kalil ensina bons modos em seus livros:  em dez simples passos...porém sem ensiná-los o caminho do auto-conhecimento e da autosignificação que é o mais importante.

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Autor: Rafael Da Silva Tinoco


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