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Procura-se

O desejo contido e latente de ser feliz na turbulência do ontem, não foi possível. Amanhã, só Deus sabe.

É cabível reprimir os sonhos, mas não não é saudável destruí-los.

Quantos ontens foram amanhãs e quantos amanhãs serão ontens.

Quantos amanhãs terei que esperar para definir na minha cabeça, o que o próprio tempo já o fez, em sua sabedoria irrepreensível? Ontem, talvez?

Enquanto a razão traça o seu curso, se posiciona, o corpo sofre a fadiga, o coração chora a angústia, os olhos vertem saudades e a cama permanece vazia e fria. Tão fria e sozinha como deve ser a última morada. A definitiva. A única coisa que temos certeza, acontecerá um dia, amanhã talvez, porque hoje, ontem foi amanhã e agora passou. E tudo está por fazer, para acontecer e o futuro se repete a cada dia, sem deixar espaço pro hoje. É como se eu vivesse antecipadamente o que não acontece amanhã, porque o futuro existe hoje, que se perdeu ontem, em algum lugar, em algum momento, em alguém, talvez em mim mesma, só não sei onde.

Como encontrar o que nunca existiu, se o tempo não pára...

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