Guia Prático do Chefe no Serviço Público



O objetivo desse pequeno tratado, que tenta descrever o "modus operandi" típico de um chefe bem sucedido no serviço público, é o de instruir e orientar os postulantes desses cargos. Esse tipo de chefia tem as suas peculiaridades, apesar de alguns métodos e técnicas, descritos aqui, também poderem ser utilizados na iniciativa privada, com algumas pequenas adaptações. Imagino que esse texto também possa ser útil a aqueles que já detêm esses cargos e desejem mantê-lo, evitando que colegas invejosos e mal intencionados se apoderem dele. Devo ainda esclarecer que esse escriba, com quase três décadas de serviço público, não se dispôs a escrever esse texto com qualquer sentimento de inveja ou frustração e que jamais teve pretensões de se tornar chefe de coisa alguma. E, quando, por um capricho do destino ocorreu de ser guindado a essa posição, não manteve apego algum a ele e sentiu-se de alguma forma aliviado quando deixou de sê-lo.

Esse manual pode ser utilizado também por postulantes militares a cargos de chefia que envolva servidores civis, apesar das diferenças que existem em relação ao serviço público puramente civil. Procurarei, sempre que for possível, destacar essas diferenças nos textos. Resolvi escrever esse guia depois de uma longa convivência com chefes civis e militares. Pude perceber que o sucesso ou o fracasso desses chefes nada tinha a ver com o seu preparo para o cargo, mas sim com a forma de agir dos mesmos. Na realidade, o que mais me chamou a atenção foi que as pessoas mais bem preparadas eram justamente aquelas que mais fracassavam nas suas chefias. Essas constatações, de tão freqüentes, me deram a convicção que o preparo do candidato a chefe atrapalha seriamente o seu desempenho. Utilizei inúmeros exemplos de chefia, que de alguma forma pude acompanhar de mais perto, e posso afirmar, sem chance de errar, que o texto desse pequeno guia foi inspirado em centenas de casos reais. No entanto, eu estaria cometendo uma injustiça se não destacasse no meio de todos esses exemplos, "musos" e
"musas" que me deram ânimo para me debruçar nesse assunto. As suas atuações, por si só, já dariam matéria para um livro completo, que poderia ajudar as futuras gerações de chefes no serviço público. Mesmo sabendo que estou cometendo injustiças com outros exemplos igualmente importantes, não posso deixar de destacar o Dr. N., de uma das divisões do CTA (Centro Técnico Aeroespacial) onde trabalhei, e o Sr. M. B. que chefiou um importante Instituto na área de Ciência e Tecnologia. Esse último conseguiu a proeza de sobreviver a quatro mandatos presidenciais e a quatro presidentes completamente diferentes entre si. Creio mesmo que o Sr. M. B. já se tornou um ícone para grande parte daqueles que almejam tornar-se Diretor desse ou de outros Institutos. Não posso deixar de citar ainda a Sra. M. A. que chefia uma importante divisão desse mesmo Instituto. A sua capacidade de dissimular, mascarar a verdade e explicar o inexplicável me surpreendeu. E tudo isso com uns poucos anos no cargo. Considero a Sra. M. A. um exemplo de adaptação surpreendente e a sua maneira de agir pode servir de inspiração para muitos pretendentes a cargos de chefia no serviço público.

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