Saúde E Prevenção Na Escola - Combate Ao Tabagismo



I – INTRODUÇÃO

"Saúde é o estado de completo bem–estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença". (PCN. Saúde. Vol. 09.1. pg. 65)

O trabalho sobre tabagismo e prevenção à saúde, ainda é motivo de grande polêmica. Contudo, sabemos ser do senso comum que não é possível fechar as portas para essa discussão.O tabagismo é classificado pela Organização Mundial de Saúde como a principal causa evitável de doença e morte no mundo ocidental. Cerca de 90% dos fumadores fumam todos os dias, podendo ser considerados dependentes do tabaco. E cerca de 70% dos fumadores declaram que gostariam de deixar de fumar, mas apenas alguns conseguem. Mais de metade dos jovens que experimentam tornam-se dependentes. Por razões de estratégia para controlar o tabagismo e os problemas associados deve basear-se na prevenção primária dirigida aos jovens, procurando evitar a iniciação e a habituação tabágicas.

A escola é a base mais comum para desenvolver ações de prevenção do tabagismo.O objetivo maior é caracterizar o problema do tabagismo e avaliar o interesse da comunidade escolar no desenvolvimento de ações de prevenção.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, 90% dos fumantes se iniciam no vício entre 5 e 19 anos de idade, ou seja, em idade escolar. Isso demonstra a grande responsabilidade que a escola e você, professor, têm na luta contra o tabagismo, que causa cerca de 5 milhões de mortes anualmente no mundo. Toda criança deve aprender desde cedo os males causados pelo consumo ou pelo contato com a fumaça do cigarro.

O tabagismo é a principal causa de morte evitável do planeta. Mesmo assim, a (OMS) calcula que um terço da população mundial adulta, isto é, 1,2 bilhões de pessoas, sejam fumantes. No Brasil, 200 mil mortes por ano são causadas pelo cigarro, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

1-SAÚDE NA ESCOLA

A saúde da criança está diretamente relacionada com o ambiente físico e o clima emocional da escola que freqüenta, do lar em que vive e da comunidade que habita. Não se pode ensinar saúde como uma matéria abstrata, sem referências às práticas da criança dentro e fora da escola; nem se pode esperar o que acontece dentro da escola das atividades e interesses do lar e da comunidade como um todo. A escola deve estabelecer comunicação estreita com a comunidade onde está inserida, trazendo-a para participar de seu programa de saúde. Da mesma forma, deve participar ativamente dos programas de saúde da comunidade. Deve ser uma escola sem muros, totalmente aberta e atraente aos membros da comunidade.

Segundo o pcn-Ensino fundamental da saúdeo objetivo da Educação é:

"Compreender que a saúde é um direito de todos e uma dimensãoessencial do crescimento e desenvolvimento do ser humano;

*Compreender que a condição de saúde é produzida nas relações com o meio físico, econômico e sociocultural, identificando fatores de risco à saúde de risco à saúde pessoal e coletiva presentes no meio em que vivem;

*Conhecer e utilizar formas de intervenção individual e coletiva sobre os fatores desfavoráveis à saúde, agindo com responsabilidades em relação á saúde e à saúdeda comunidade;

*Conhecer formas de acesso aos recursos da comunidade e as possibilidades de utilização dos serviços voltados para a promoção, proteção e recuperação da saúde;

*Adotar hábitos de auto-cuidado,respeitando as possibilidades e limites do próprio corpo."

Educação para a saúde na escola significa a formação de atitudes e valores que levam o escolar ao comportamento inteligente, revertendo em benefício de sua saúde e da saúde dos outros. Não se limita a dar conhecimentos; preocupa-se em motivar a criança para aprender, analisar, avaliar as fontes de informações, em torná-la capaz de escolher inteligentemente seu comportamento com base no conhecimento.Quando uma criança entra na escola, já possui conhecimentos, atitudes e práticas de saúde adquiridos no lar. Muitos podem não ter base científica, necessitando modificações, alguns precisam ser reforçados e outros aprendidos.

2-A ESCOLA NO COMBATE DO TABAGISMO

 "Quando inicia sua vida escolar, a criança traz consigo a valoração de comportamentos favoráveis ou desfavoráveis à saúde oriundos da família e outros grupos de relação mais direta. Durante a infância e a adolescência, épocas decisivas na construção de condutas, a escola passa a assumir papel destacado devido à sua função social e por sua potencialidade para o desenvolvimento de um trabalho sistematizado e contínuo. Deve, por isso,assumir explicitamente a responsabilidade pela educação para a saúde,já que a conformação de atitudes estará fortemente associada a valores que o professor e toda a comunidade escolar transmitirão inevitavelmente aos alunos durante o convívio escolar.Os valores,que se expressam na escola por meio de aspectos concretos como a qualidade da merenda escolar,a limpeza das dependências,as atividades propostas, a relação professor-aluno,são apreendidos pela criança na convivênciadiária." (PCN. Saúde. Vol. 09.1. pg. 69)

Educar sobre o tabagismo é o primeiro passo para evitar o vício. Com essa convicção, o Programa Saber Saúde, do Ministério da Saúde em parceria com o Inca, já levou treinamento a mais de 10 mil escolas públicas. Mesmo os não-fumantes são atingidos diariamente pelos males que o cigarro causa, inalando a fumaça produzida por outras pessoas. São os fumantes passivos. A criança é a mais atingida. A fumaça de segunda mão causa doenças como bronquite, pneumonia, asma, infecções do ouvido e a chamada "orelha colada", causa mais comum de surdez infantil.

"O fumo é responsável por 90% dos casos de câncer no pulmão; 85% das mortes causadas por bronquite e enfisema; 40% dos casos de bronquite crônica; 45% das mortes por infarto agudo do miocárdio; 30% das mortes decorrentes de outros tipos de câncer (de boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga e colo do útero) e 25% das doenças vasculares (entre elas derrame cerebral). Fumar um maço de cigarros por dia durante mais de dez anos rouba, em média, cinco anos de vida. ( FruetHelena)

A escola deve não só transmitir informações aos alunos, mas também atingir os pais. "Crianças e jovens têm influência fundamental para fazer os familiares fumantes deixarem o vício", diz o coordenador da Prevfumo, pneumologista Sérgio Ricardo Santos, da Universidade Federal de São Paulo numa entrevista a escola Abril, "Grande parte dos adultos que conseguem largar o cigarro o faz impulsionada pela pressão dos filhos. A escola tem um papel muito importante na formação dessa meninada.".

"A exposição ao tabaco em crianças é considerada como um fator de risco dos mais importantes para o desenvolvimento de doenças respiratórias infantis como a asma. Diversas formas de abordagem têm sido tentadas para que se consiga diminuir tanto a exposição dentro de casa quanto em outros locais fechados. Dentre elas, o papel da conscientização feita pelo pediatra durante as consultas tem se mostrado substancial. Esse é um tema de extrema complexidade, pois demonstra como os hábitos familiares interferem diretamente na saúde de seus membros. A diminuição da exposição ao tabaco pelas crianças encontra-se, dessa forma, inserida numa modificação de todo o ambiente familiar, algo de extrema complexidade. Mais difícil ainda, tem sido a abordagem da exposição fora de casa, situação essa muito comum no dia-a-dia de milhares de crianças".Pediatrics Vol. 106 No. 4 October 2000, p. e47

As crianças também são alvos dos órgãos relacionados ao tabaco. Estudos constantes apontam que pais fumantes influenciam muito para que os filhos tornem-se futuros fumantes.Desde muito cedo alguns pais submetem seus filhos ao fumo passivo, muitas vezes até mais nocivo do que o próprio ato de fumar. O número de crianças que respiram ar poluído pela fumaça do tabaco impressiona: trata-se de 700 milhões, o equivalente a quase metade da população jovem do mundo.Os adultos que fumam em espaços fechados, na presença de crianças, são responsáveis pela exposição dos pequenos as inúmeras substâncias altamente tóxicas presentes no cigarro, como nicotina, monóxido de carbono, cianeto e muitas outras. 

"Uma pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas revela que o uso inicial de tabaco é bastante precoce na vida dos estudantes da rede pública de ensino de dez capitais brasileiras, sendo que, em média, aos 10-12 anos de idade cerca de 11,6% já fizeram, pelo menos, uso experimental de cigarro".(Streicher )

Apesar das campanhas antitabagismo e da avalanche de informações acerca dos males do cigarro, os adolescentes estão começando a fumar cada vez mais cedo; muitos achando que não vão se viciar.Para conscientizar as crianças sobre os males do cigarro, a escola tem um papel importante: oferecer informação e educação sobre o assunto. Professores podem e devem falar sobre o tabagismo nas aulas de biologia, ciências, geografia e até mesmo história, pois existe muita curiosidade sobre a história do tabaco no mundo, sempre enfatizando que o tabaco é prejudicial à saúde.

2.1- OS MALEFÍCIOS DO CIGARRO

Os malefícios do tabaco são provenientes, em grande parte, das minúsculas partículas de alcatrão nele incluídas. O cigarro contém substâncias cancerígenas, portanto causadoras de câncer. A fumaça do cigarro é composta ainda de 2% a 6% de monóxido de carbono, um gás tóxico que dificulta o transporte e utilização do oxigênio. Esses compostos também alteram o funcionamento dos microscópicos cílios do sistema respiratório. Como esses cílios têm a função de limpar as vias respiratórias e livrar os pulmões de partículas indesejáveis, tais como bactérias e compostos químicos nocivos, o fumante também é mais propenso a adoecer de doenças respiratórias.Metade dos seis tipos de câncer que mais matam no Brasil tem o cigarro como fator de risco.

O fumo é responsável por 90% dos casos de câncer de pulmão, causador de 12 mil mortes por ano no país.No pulmão, além de câncer, o uso do cigarro promove várias outras doenças graves. O enfisema e a bronquite, doenças pulmonares obstrutivas crônicas, são doenças graves causadas, na grande maioria das vezes, pelo hábito de fumar.

Além disso, o cigarro está relacionado à causa de tumores malignos em vários outros órgãos como: a boca, laringe, pâncreas, rins e bexiga. Das mortes causadas pelo fumo 25% são decorrentes de doenças coronarianas, como infarto do coração. Os fumantes correm quase o dobros do risco dos não fumantes de sofrer um infarto do miocárdio ou morte por doenças coronarianas. O cigarro causa lesões nos vasos sanguíneos de todo o corpo, propicia acidentes vasculares cerebrais, mais conhecidos como "derrames", e aumenta a concentração de LDL (colesterol "mau") e diminui a concentração de HDL (colesterol "bom") no sangue.

O fumante passivo é aquele que não fuma, porém respira a fumaça do cigarro de outras pessoas. As crianças são as maiores vítimas do fumo passivo. Os filhos de mães que fumaram durante a gravidez tendem a nascer com peso e altura inferiores aos filhos de mães não fumantes. A criança que convive com fumantes, está mais sujeita a se tornar um fumante e a fumar mais precocemente.

3-CONCLUSÃO

Asaúde e prevenção na educação escolar, significam a formação de atitudes e valores que levam a escola a práticas para conscientizar os estudantes à saúde. Deve estar presente em todos os aspectos da vida escolar e integrada à educação global.Preparação adequada do pessoal que participa do programa de educação em saúde na escola é indispensável para assegurar seu êxito.O programa de educação em saúde na escola deve ter por objetivos:

*Contribuir para a proteção e promoção da saúde do escolar, proporcionando-lhe um ambiente físico e emocional adequado ao seu crescimento e desenvolvimento;

*Ajudando-o a compreender a importância dos exames de saúde periódicos, estimulando-o a utilizar os recursos de saúde da comunidade, concorrendo para a prevenção e controle das doenças .

*Desenvolver um currículo orientado no sentido de atender as necessidades e interesses da escola; *Proporcionando-lhes experiências de aprendizagem que o habilitem a aplicar as descobertas científicas em benefício de sua saúde;

* Levar a escola compreender a necessidade da sua participação para os problemas de saúde pessoais, de sua família e de sua comunidade.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% dos fumantes se iniciam no vício entre 5 e 19 anos de idade, ou seja, em idade escolar. Isso demonstra a grande responsabilidade que a escola e você, professor, têm na luta contra o tabagismo, que causa cerca de 5 milhões de mortes anualmente no mundo. Toda criança deve aprender desde cedo os males causados pelo consumo ou pelo contato com a fumaça do cigarro. O tabagismo é a principal causa de morte evitável do planeta. Mesmo assim, a OMS calcula que um terço da população mundial adulta, isto é, 1,2 bilhões de pessoas, sejam fumantes. No Brasil, 200 mil mortes por ano são causadas pelo cigarro, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Uma das formas de abordagem deve ser o aumento da conscientização dos problemas causados pelo cigarro e a importância de se diminuir a exposição das crianças dentro de casa e na escola, ou seja, diminuindo o hábito de fumar envolta da criança. Por outro lado, são necessárias estratégias de combate fora de casa e escola, o que até agora não se soube como intervir.Com o aprendizado nas escolas, as crianças levam as informações pra casa e torna-se, na maioria dos casos, o principal estímulo para os pais sentirem vontade de parar de fumar. Além da escola, o acesso à Internet também pode contribuir. Vários sites podem ser consultados a respeito do tratamento do tabagismo e dos benefícios em parar de fumar. O no site do Inca – Instituto Nacional do Câncer e da OMS – Organização Mundial da Saúde, pode ajudar nessa busca de informação.

E para finalizar, nada melhor do que o amor e o bom senso para levar pais a protegerem seus baixinhos da dependência e de doenças relacionadas ao fumo passivo. E a recompensa é a maior qualidade de vida para toda a família.

BIBLIOGRAFIA

FRUET, Helena . Cigarro: Apague essa idéia . Acessado em :http://revistaescola.abril.com.br

HEALTH LATIN AMÉRICA. Artigo. Combate o Tabagismo.Pediatrics, Vol. 106 No. 4 October 2000, p. e47.13 de Dezembro de 2000

STREICHER, Marcos Augusto. Fumo nas Escolas, Uma Realidade. Acessado em: http://www.brasilcontraapedofilia.org

PCN-Parâmetros Curriculares Nacional. Ensino Fundamental 1ª à 4ª- Saúde - Vol.09.2. Acessado: Http://www.caminhosdalingua.com


Autor: Márcia Regina Cabral


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