A ilusão das existências.
A ilusão das existências.
Existem coisas.
As quais não são coisas.
Apenas significados.
Das ideologias dessas coisas.
Isso é perfeitamente normal.
Mas é alienação.
Leva ao espírito.
Uma compreensão distorcida de tudo.
Mas o mundo é exatamente essa distorção.
Deve se acreditar nessa possibilidade.
O que é real não é real.
Dessa forma define tudo.
Até a ilusão.
Não adianta pensar no vosso desejo.
Porque a imaginação.
Está sempre distante da realidade.
O mundo é aquilo que não é.
A passagem.
De tudo que certamente.
Não poderá existir.
Então a realidade.
Nega a própria proposição.
Dela mesma.
A matéria esconde a matéria.
O espírito foge dele mesmo.
Tudo é um imenso esconderijo.
Porque esse mundo não é esse mundo.
Existem outros mundos.
Mas não são outros mundos.
O que aparenta ser.
Não pode ser.
Jamais será.
Mas o que está aqui nesse momento.
Cria se a ideia que é real.
Mas a realidade não tem acepção.
Do seu próprio destino.
Qual é o sentido de tudo.
Não existe sentido.
Nem mesmo para sua terminologia.
São significações ideológicas.
Dadas por nós.
Diante do desespero.
De tudo que é essencialmente vazio.
O que devo dizer.
Nada além dessas proposições.
Quem é quem.
Se ninguém é ninguém.
Nem mesmo a sombra dos passos.
O mundo.
Os mundos.
Todos os universos paralelos.
O ser humano.
Os animais.
Tudo que existe.
Não existe na verdade.
Na prática da existência.
Não tem vida real.
As coisas estão aqui.
Mas o que elas representam
São suas ausências.
O que existe mesmo.
Como substância primeira.
É apenas o infinito.
Aberto.
Desértico.
Cheio de vácuo.
Muito frio.
E essencialmente escuro.
Eu estou perdido nessa imensidão.
Como se fosse alguma coisa.
Distante e além do próprio vazio.
Sem nenhum motivo para ser.
Mas tenho que fingir e imaginar a realidade.
Da nossa existência.
Como se esse mundo fosse objetivamente real.
Com alguma proposta para realização de um grande projeto.
Quando tudo aqui é apenas uma montagem.
Para passagem de uma grande fantasia.
Para muitos metafisicamente.
Apenas.
Edjar Dias de Vasconcelos.
Autor: Edjar Dias De Vasconcelos
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