A Última Quimera



A ÚLTIMA QUIMERA

 

          (Universidade Estadual de Montes Claros)

   

               A Última Quimera é uma mistura de ficção e realidade sobre a vida do poeta Augusto dos Anjos. A narrativa é, contada pelo amigo de infância de Augusto dos Anjos. Além de Augusto, outros grandes nomes da literatura são retratados como Olavo Bilac Raul Pompéia.

              A narrativa inicia-se com a morte do poeta Augusto dos Anjos e o que chama a nossa atenção é a fidelidade aos dados do poeta paraibano. Do seu nascimento no engenho do Pau D’ Arco, em 20 de Abril de 1884, até a sua morte em Leopoldina, e  12 de Dezembro de 1914.                                                                                                              

              Augusto dos Anjos era casado com Esther, mulher pela qual seu amigo alimentava uma grande paixão. Um homem simples, magro, fraco. Teve uma vida sofrida no Rio de Janeiro. Como muitos fazem, saiu da Paraíba em busca de ascensão social e, conseqüentemente, uma vida estável ao lado da mulher na cidade grande. Mas Augusto percebeu que a metrópole não lhe proporcionava facilidades e muito menos amigos. Era incompreendido por leitores e críticos, sendo obrigado a se mudar constantemente, por não poder pagar aluguéis, quase as portas da miséria. O próprio Augusto quem se define como um sujeito azarado “deserdado pela sorte”, uma das coisas que mais incomoda e a pobreza. Ele não consegue um emprego fixo, apenas promessas de políticos e de amigos que nunca se cumprem. Ele não tem a “esperteza humana” necessária para obter um emprego, falta- lhe esperteza para viver em um mundo onde a corrupção, a mentira e a falta de caráter já eram fatores dominantes.  

              Estabelece-se na A última quimera um contraponto importante entre Augusto dos Anjos e Bilac.             

               Se Augusto não era capaz de se adaptar á realidade que o cerca, ficando sempre á margem, inconformado, mas impotente diante das justificativas que se sucedem em sua vida, foi sempre perseguido pela infelicidade e por desgraças. Olavo Bilac é o seu oposto. Teve mais sorte, foi cortejado pelos poderosos, freqüentou assiduamente a sociedade da época é aparentemente não teve problemas financeiros, leva uma vida de prazeres, junto a amigos, prostitutas, viaja para a Europa (sua cidade preferida e Paris). Bilac é um morador da cidade, marcado pela modernidade, enquanto Augusto é o sujeito tímido que veio do campo. 

                As diferenças entre as vidas dos dois poetas são profundas. A paz e a solidão do campo transformaram Augusto num ser silencioso e contemplativo, ao passo de Bilac é o seu oposto, um habitante de metrópole: extrovertido, falante, participante ativo da vida política do país, o que acarreta sua prisão e o leva para refugiar por alguns tempos em Minas Gerais.                                                                                                                           

                 Contudo, no fim do romance, as distâncias que separavam os dois poetas campo e cidade e os temas de suas poesias diluem-se e ambos igualam-se na morte. Augusto viveu modestamente e morreu na pobreza, em Leopoldina-MG, ao lado da esposa, e recebendo o apoio de alguns poucos amigos que conquistara nessa cidade. Bilac, no fim da vida, adoece, afasta-se dos amigos boêmios e da vida noturna, torna-se um “infeliz solitário”, e morre em sua casa, no seu quarto “com as janelas fechadas e as cortinas vedando a luz”. A morte equipara-os, ambos morrem solitários e esquecidos. enfim, nivela-os na condição de seres humanos que têm sempre o mesmo destino.               

.             Observamos que história passa por grandes acontecimentos as disputas da época como: os descaminhos da República, as disputas políticas, a Revolta da Chibata, a modernização do Rio de Janeiro, o duelo entre Olavo Bilac e Raul Pompéia.    

                Entretanto também percebemos que o titulo da obra de Ana Miranda "A última quimera" significa o último sonho, este titulo vem de um dos poemas do livro “EU” de Augusto dos Anjos.


Autor:


Artigos Relacionados


Textos Traduzidos (parte Iv)

Texto Didático

Abaixo Os Olhos De Urubu

E O Mar Levou Augusto Brunner

"eugusto Dos Anjos"

Uso Racional De Medicamentos

Aos " Meus" Poetas