Matemática e seus Obstáculos



A MATEMÁTICA E SEUS OBSTÁCULOS 

A matemática ocupa lugar de destaque na vida escolar dos alunos, desde as séries iniciais do ensino fundamental até o final de sua formação. Através da misticidade do mundo dos números ou das formas geométricas, a matemática se destaca por possuir uma linguagem própria, que a torna uma disciplina “diferente” quando comparada a outras. E é justamente essa diferença contextualizada na realidade social dos alunos, que faz suscitar a importância da matemática em seu dia a dia, tendo em vista o papel primordial que representa o conhecimento matemático na solução de problemas do cotidiano. 

O trabalho com a matemática em sala de aula representa um desafio para o professor na medida em que exige que ele o conduza de forma significativa e estimulante para o aluno. Geralmente as referências que o professor tem em relação a essa disciplina vêm de sua experiência pessoal. Muitos afirmam que tiveram dificuldades com aquela matemática tradicionalmente ensinada nas escolas, que tinha como objetivo a transmissão de regras por meio de intensiva exercitação. Cabe então, descobrir novos jeitos de trabalhar com a matemática, de modo que as pessoas percebam que se pensa matematicamente o tempo todo, resolvendo problemas durante vários momentos do dia convidando o pensar de forma lógica cotidianamente. A matemática faz parte da vida e pode ser aprendida de uma maneira dinâmica, desafiante e divertida. 

O fracasso do ensino de matemática e as dificuldades que os alunos apresentam em relação a essa disciplina não é um fato novo, pois vários educadores já elencaram elementos que contribuem para que o ensino da matemática seja assinalado mais por fracassos do que por sucessos (VITTI, 1999 p. 19). 

O que se observa na maioria das escolas de Ensino Fundamental e Ensino Médio é o alto índice de reprovação e de alunos com sérias dificuldades para compreender a matemática, muitas vezes, demonstram desinteresse pela disciplina. As atitudes deles segundo Prado (2000, p. 93), acentuam a falta de: “atenção às aulas, atenção nos cálculos, base na matéria, interesse, tempo, treino e repetição, cumprir as tarefas de casa e acompanhamento dos pais”. E também, os alunos alegam que os professores “não explicam bem, não mantém disciplina na sala, deixam de corrigir todos os exercícios, não respeitam as dificuldades dos alunos”.

A matemática é essencial, para resolver inúmeras situações do dia a dia. Ela precisa ser levada à sala de aula de uma maneira prática, que possa ser desenvolvida no cotidiano para facilitar o processo de ensino-aprendizagem. A ausência de relação entre a matemática escolar e a matemática da vida cotidiana é apontado como o principal fator da dificuldade encontrada pelos alunos.

Assim, diante da ineficácia da escola em garantir a apropriação do conhecimento escolar em contraste com a eficácia da apropriação do conhecimento no cotidiano, muitas pesquisas passaram a defender como uma solução para melhora do ensino da matemática a valorização do conhecimento que emerge do cotidiano, elevando-o a elemento orientador para o desenvolvimento do conhecimento na esfera escolar. Assim, os conceitos matemáticos seriam apresentados mediante uma conotação de ordem prática a partir do interesse manifestado pelo aluno (GIARDINETTO, 1999, p. 4).

 

Outro fenômeno gerado pela concepção de realidade enquanto imediaticidade do real refere-se ao seguinte: diante das dificuldades de apropriação dos conceitos escolares e diante também da eficácia imediata do saber matemático cotidiano que garante a sobrevivência do indivíduo, verifica-se em algumas pesquisas a idéia de que a causa principal do fracasso do ensino de matemática estaria no fato de que o conteúdo matemático escolar estaria desvinculado da realidade do aluno, do “mundo-vida” do aluno (GIARDINETTO, 1999, p. 71).

 

Segundo Moyses (2001, p. 59), “a última década viu se acirrarem as críticas contra a forma como a escola vem trabalhando os conteúdos escolares. E com a matemática não é exceção”.

           

Aprender matemática de uma forma contextualizada, integrada e relacionada a outros conhecimentos traz em si o desenvolvimento de competências e habilidades que são essencialmente formadoras, à medida que instrumentalizam e estruturam o pensamento do aluno, capacitando-o para compreender e interpretar situações, para se apropriar de linguagens específicas, argumentar, analisar e avaliar, tirar conclusões próprias, tomar decisões, generalizar e para muitas outras ações necessárias à sua formação (PCN, 2002, p. 111).

 

 

Ninguém poderá ser um bom professor sem dedicação e preocupação com o próximo. O professor passa ao próximo aquilo que ninguém pode tirar de alguém, que é o conhecimento. E conhecimento só pode ser passado adiante por meio de uma doação. O gosto pela matemática e o incentivo a procedimentos de busca exploratória, desenvolvendo uma atitude investigativa diante de situações-problema propostas pelo professor são alguns exemplos dessa compreensão mais ampla do que é o ensino e a aprendizagem da matemática.

Professor Graduado em Licenciatura Plena em Ciências 1º Grau e Química 2º Grau pela UNIJUI_ Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

LAIRTON DAL SANTO

RG. UN. 156435


Autor: Lairton Dal Santo


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