DEPENDÊNCIA VIRTUAL



                            DEPENDÊNCIA  VIRTUAL

Durante bom tempo, as famílias brasileiras vêm sofrendo com as conseqüências produzidas pela dependência de substâncias psicoativas, principalmente em relação às drogas lícitas como o álcool (fermentado ou destilado), mas também de drogas ilícitas, como a maconha, a cocaína e as diversas espécies existentes.

Com o advento da internet e outras modernidades tecnológicas como o smartphone, ipad, iphone, tablet e celulares ultramodernos, surgiu um novo fenômeno social – a dependência virtual. A rapidez de acesso a informações que circulam no mundo, a variedade de jogos virtuais e de manter contato com pessoas de toda nacionalidade, são uma de suas atratividades. Entretanto, toda essa modernidade tecnológica pode trazer a reboque, conseqüências danosas e prejudiciais à saúde de seus, até então, usuários.

A habilidade apresentada pela criança de 2 a 5 anos de idade, ao manusear esses “brinquedos” modernos, causa aos pais, num primeiro momento, surpresa e contentamento, podendo se tornar numa grande dor de cabeça – o vicio digital. Os médicos afirmam que as mídias virtuais ativam o sistema de recompensa do cérebro e faz com que produza substâncias responsáveis pela sensação de prazer, bem-estar e satisfação. Uma delas é a dopamina, neurotransmissor ligado a região do prazer.  

O programa Profissão Repórter abordou o tema recentemente, mostrando os problemas enfrentados por pais de adolescentes viciados em jogos. Uma médica de 52 anos, contou que há dois anos seu filho de 22 anos, vira a noite na internet: “conta que se esquece de comer e não tem controle do tempo; joga, vê filmes, baixa músicas e fala com amigos”. (A Tribuna, 18/11/12)

Por esses dias, novas matérias abordaram o assunto. O que chamou nossa atenção foi a fala dos pais, como o da menina de 2 anos de idade: “[...] Ela sabe abrir e fechar com a mãozinha o tablet e está aprendendo a mexer no You Tube”. A mãe disse que acompanha o acesso virtual da filhinha, mas será sempre assim? Como alerta a psicóloga Tatielly Bonam, “o papel dos pais é ajudar os filhos a desenvolverem o uso saudável dos recursos tecnológicos”.

O outro foi do menino de 3 anos: “Hoje ele manuseia o smartphone melhor que a sua mãe, de 32 anos. [...]. O pai está querendo dar um tablet de natal.” A pedagoga Edna Tavares, recomenda que o uso do celular e tablet (entre outros), fique restrito para quando as crianças estiverem alfabetizadas”.  

Não se está questionando a educação dada pelos pais, mas que sirva como um sinal de alerta para que não deixem de disponibilizar boa parte de seu tempo com os filhos (brincar, jogar bola, ir ao cinema e passear etc.), substituindo esta atenção e gasto de energia pelos aparelhos tecnológicos (babá eletrônica).

Esses momentos marcam a infância da criança e exercem grande influência na formação de sua personalidade. No entanto, muitos pais tem se tornado ausente nesses momentos e, talvez, por ignorância ou comodidade, abrem as portas para o desenvolvimento da dependência virtual em seus filhos. Vale lembrar que a exposição diária a frente de toda essa virtualidade, desenvolve mecanismo na ação cerebral similarmente ao produzido pelo uso abusivo de drogas (lícitas ou ilícitas). Já existem clinicas para tratamento de dependentes virtuais, mas muitos pais continuam negando o problema apresentado pelos filhos. Outros estão desesperados, como é o caso da médica de 52 anos: “Entreguei meu filho nas mãos de Deus”. Assim, melhor é prevenir do que remediar.  

                              EDUARDO VERONESE DA SILVA

   Professor de Educação Física.

Bacharel em Direito

Tenente da PMES

Email: [email protected]


Autor: Eduardo Veronese Da Silva


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