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ZUMBIS EM MANAUS - EPISÓDIO 6

Zumbis em Manaus – Episódio 6
Terça-feira, 19h55min
    
Na saída do trabalho, o trânsito estava péssimo, o que era normal numa cidade em que a engenharia de trânsito era quase lenda urbana. James pensou na tragédia que seria se o ataque acontecesse naquela hora. No rádio, a CBN informava que Dubasari fora isolada e estava agora em quarentena, para que a suposta infecção não alcançasse outras cidades. Mas teriam as autoridades locais condições de fechar todas as rotas de fuga? Os governos vizinhos se mobilizavam, e começavam a preparar o envio de ajuda material e humana. Será que a matança iria aumentar?
James resolveu passar no shopping e comprar material de camping. Elvys lhe mostrara um site com orientações para sobreviver numa situação como aquela, que os nerds de plantão chamavam de: Apocalipse Zumbi! Diziam que era preciso abandonar as cidades e esconder-se no campo. Não só para fugir dos zumbis, mas principalmente, para ficar o mais isolado possível, evitando, assim, o maior perigo existente num mundo pós-apocalíptico: o próprio homem.
Enquanto comia um sanduíche proibido, James conferia a sacola de compras. Ele havia gasto uma nota preta, mas quando as cidades estivessem cheias de comedores de gente, e as pessoas se escondessem em fazendas e matas, um fogareiro de longa vida não teria preço. Ele comprou botas, material de pesca, e um monóculo de visão noturna. E adquiriu, inclusive, uma pistola de pressão, e muita munição. Sem licença, era só o que podia comprar. Era o tipo de arma que só mataria um homem se o acertasse na cabeça, mas seria justamente nessa parte do corpo que James pretendia mirar se esbarrasse num zumbi.
A praça de alimentação não parecia muita cheia, e James se perguntou se as últimas notícias seriam a causa disso. Aquele shopping estava sempre lotado, com muitas filas nas lanchonetes e poucos lugares vazios nos restaurantes. As coisas já estariam mudando?
De repente, alguém caiu no pé da escada rolante, e pareceu que aquilo assustou as pessoas mais do que deveria. Houve um princípio de pânico. Teve gente que chegou a correr, mas o que aconteceu realmente é que um desses patetas que costumam estacionar no fim da escada rolante tinha sido empurrado. Foi só isso...

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