O PERFIL DO PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO NA EDUCAÇÃO ESPECIAL



O PERFIL DO PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO NA EDUCAÇÃO ESPECIAL

Diante dessas constatações, podemos observar que a profissão docente na contemporaneidade exige um novo perfil, assim, como afirma Perrenoud (2000) que é de uma extrema necessidade a regular condição para transformação escolar, sendo a “profissionalização do profissional” da educação e para tanto, ele ainda elenca três aspectos fundamentais que precisam estar presentes nesse perfil: a responsabilidade, o investimento e a criatividade. Com isso, vem a questão, o que fazer, então, para que a formação do profissional da educação possa contribuir para a diminuição da segregação do "diferente"? Piaget (1984, p. 62) destaca que: (...) a preparação dos professores constitui uma questão primordial de todas as reformas pedagógicas em perspectiva, pois, enquanto não for a mesma resolvida de forma satisfatória, será totalmente inútil organizar belos programas ou construir belas teorias a respeito do que deveria ser realizado. Ora esse assunto apresenta dois aspectos. Em primeiro lugar, existe o problema social da valorização ou da revalorização do corpo docente primário e secundário, a cujos serviços não é atribuído o devido valor pela opinião pública, donde o desinteresse e a penúria que se apoderaram dessas profissões e que constituem um dos maiores perigos para o progresso, e mesmo para a sobrevivência de nossas civilizações doentes. A seguir, existe a formação intelectual e moral do corpo docente, problema muito difícil, pois quanto melhores são os métodos preconizados para o ensino mais penoso se tornam o ofício do professor, que a pressupõe não só o nível de uma elite do ponto de vista dos conhecimentos do aluno e das matérias como também uma verdadeira vocação para o exercício da profissão. Para esses dois problemas existe uma única e idêntica solução racional: uma formação completa para os mestres de todos os níveis (pois quanto mais jovens são os alunos, maiores dificuldades assumem o ensino, se levado a sério). Bueno (1999) afirma, que um ensino de qualidade para crianças com necessidades especiais, na perspectiva de uma educação inclusiva, envolve, pelo menos dois tipos de formação profissional docente tais como: professores “generalistas” do ensino regular, com um mínimo de conhecimento e prática sobre alunado diversificado; e professores “especialistas” nas diferentes “necessidades educacionais especiais”, quer seja para atendimento à essa população, quer seja para apoio ao trabalho realizado pelos profissionais de classes regulares que integrem esses alunos. Uma vez que, o profissional da educação especializado precisa participar de todas as ações, opinando e discutindo com o professor do ensino regular e colaborando em todo o planejamento em suas fases de elaboração, execução e avaliação. Desta forma, ambos terão oportunidade de socializar o seu saber específico e junto aos outros profissionais da equipe contribuir para a melhoria da qualidade do ensino oferecido. Portanto, essa integração, de professores generalistas e especialistas com outros profissionais como: pedagogos, psicólogos, psicopedagogos, intérpretes de língua de sinais e assistentes sociais, levaria á capacitação dessa equipe colaborativa em serviço, e contribuiria para uma mudança na qualidade da escola inclusiva. Além dessa fundamental integração, não se pode deixar de destacar a importância de tanto professores quanto gestores em relação aos equipamentos e tecnologias assistivas, que são aquelas necessárias para facilitar o processo de inclusão de alunos com deficiência. O Brasil por sua vez ainda apresenta um índice mínimo de acessibilidade digital, e as adaptações de material didático e livre acesso aos meios de comunicação ainda deixam muito a desejar em relação a outros países da atualidade. É frustrante para pessoas com deficiências a impossibilidade de acessar aos conteúdos disponibilizados na Internet, pelas instituições de ensino pela falta de teclados adaptados, caixas de som, ou mesmo acesso com rampas ou bancadas adaptadas a cadeirantes nos laboratórios de informática. O uso das Tecnologias Assistivas no ambiente escolar por exemplo, pode contribuir para melhorar a aprendizagem devido a versatilidade de linguagens envolvidas. Elas permitem a integração de vários conteúdos, ensinando, revisando, corrigindo e reforçando conhecimentos, usando diferentes tipos de representações que são trabalhadas por diferentes estilos de aprendizagem e diferentes talentos. Isso porque revestem os processos educativos com movimentos, cores, sons, emoções, relacionamentos com pessoas e dados concretos, além de permitirem que a aprendizagem se constitua por meio de outras abordagens (CORTELAZZO, 1996). Porém, os docentes precisam estar capacitados para explorar toda a riqueza desses meios.Com isso, o trabalho precisa ser minucioso e não admite improvisações ou adaptações ao acaso. Demandam materiais e programas bem estruturados, sistemáticos, com informações organizadas em seqüências apropriadas, com palavras e imagens cuidadosamente selecionadas para facilitar a compreensão, a retenção e a execução dos conhecimentos (PFROMM NETO, 2001, p. 74).


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