Avaliação da aprendizagem na escola:uma experiência Teórica-metodológica nos anos iniciais.



FACULDADES INTEGRADAS DE DIAMANTINO

COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

FABIANE BONFIM SILVA

 

 

 

 

 

 

 

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA ESCOLA:

UMA EXPERIÊNCIA TEÓRICO-METODOLÓGICA NOS ANOS INICIAIS.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

DIAMANTINO – MT

2012

FABIANE BONFIM SILVA

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA ESCOLA:

UMA EXPERIÊNCIA TEÓRICO-METODOLÓGICA NOS ANOS INICIAIS.

 

 

 

 

 

 

Monografia apresentada ao Curso de  Pós-Graduação na área de Ciências da Educação, das Faculdades Integradas de Diamantino-MT, como requisito final para obtenção do título de Especialista em Ciências da educação.

 

Orientadora: Professora Mestre Sônia Aparecida da Silva de Lara Pires

 

 

 

 

 

 

 

DIAMANTINO – MT

2012

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Dedico a minha família que em

Tudo me ajudou para que eu chegasse

Até aqui. Meus pais, Alcinda e Wanderley;

 meus filhos, André e mariana e,

meu esposo Rogério. Que me apoiaram

e compreenderam-me em todas as horas, me

 estimularam e contribuíram com grande estima.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Primeiramente a DEUS pela benção que me

concedeu de ter uma família e, de realizar

mais um estudo nessa área que tanto amo.

À meus pais, irmãos, filhos e esposo

pela paciência e dedicação, aos colegas

pela troca de experiências e, a todos

os professores pela contribuição que me

 ajudou a chegar até aqui.

Em especial às professoras Janete Reis,

Rosa Neide e Sônia, que muito contribuíram para

minhaFormação acadêmica e profissional.

 

 

 

                                                       RESUMO

 

O presente trabalho é resultado de uma pesquisa bibliográfica, sobre a Avaliação. Diante dessas reflexões, tomando como base a prova que é um instrumento utilizado por todos, nas escolas dos anos iniciais e finais, de ensino médio, superior e, vestibulares e concursos, embora o foco principal seja os anos iniciais nesta pesquisa. Entretanto, não há como fugir dela, pois o sistema exige que seja dessa forma. Dentro do âmbito educacional, o professor precisa preparar uma prova, procurando criar situações de reflexão, construção, de modo que inclua realmente o que foi ensinado  em sala de aula, avaliando o desempenho do aluno em relação aos objetivos da aprendizagem. Avaliar é um ato que exige transformações nas práticas e pensamentos dos educadores, principalmente porque os índices de evasão e repetência ainda são os fantasmas nas escolas, ocasionados pelo baixo rendimento escolar. Essas evidências têm conduzido o professor a rever qual o seu verdadeiro papel frente a educação e seu compromisso com o ensino-aprendizagem, no que diz respeito à avaliação e, com isso buscar um melhor planejamento de suas ações e objetivos a alcançar. Com essas mudanças a educação estará compromissada verdadeiramente com o educando, de forma a promover o real acesso ao conhecimento, onde o professor determina os pré-requisitos para novas experiências de construção do saber, permitindo também averiguar as causas das dificuldades de aprendizagem, e assim refazer o caminho para auxiliar e solucionar o problema detectado e, realizar uma avaliação com objetivos claros e simples que visem realmente o avanço e o sucesso da criança em seu processo ensino-aprendizagem.

 

 

Palavras chaves: Avaliação. Professor. Aprendizagem.

 

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

O presente trabalho é uma pesquisa sobre avaliação, a qual é parte integrante do    processo de ensino aprendizagem e não uma parte fragmentada.

Visto a importância do ato de avaliar que é relevante durante o exercício das atividades profissionais, por isso, a necessidade de encontrar mecanismos que permitam o ato de avaliar sem julgar.

Dessa forma trago aqui um esboço deste tema baseado em alguns autores lidos e pesquisados sobre: concepções de avaliação, tradicional, moderna. Em seguida, teoriza-se sobre a avaliação oral e escrita, considerando alguns aspectos de maior importância à compreensão da língua falada e escrita; tipos de avaliações, inicial formativa, somativa e outras formas, inclusive da avaliação da escola ciclada.

Portanto este trabalho nasceu da vontade de contribuir, ainda que modestamente, com muitos profissionais da educação, já que por mais que tentemos, sentimos que nosso trabalho em relação à avaliação, não atende nosso anseio na integra, pois o desafio é fazer da avaliação um verdadeiro instrumento de pilotagens das aprendizagens.

Então temos que partir para a ação no sentido de avançar no aperfeiçoamento de nossa prática escolar, verificando se o aluno aprendeu ou não, e averiguar onde está o erro, e para isso tomar medidas que visam reverter essa situação visto que vivemos num mundo globalizado onde a interação é o papel fundamental.

O professor deve ter um conhecimento mais aprofundado de realidade, na qual vai atuar, para que o ser trabalho seja dinâmico, crítico, ativo e participante nos momentos de transformação da social.

A avaliação ganharia mais significado político e pedagógico, mostrando-se coerente com a função formativa que dela se espera, se não fosse discutida de modo isolado das demais categorias do trabalho escolar.

 

 

 

SUMÁRIO

CAPITULO I

1. HOMEM SER QUE AVALIA …................................................................................................   09

1.1 A AVALIAÇÃO COMO INSTRUMENTO DE REDENÇÃO …..........................................    10

1.2 O QUE É AVALIAÇÃO ….......................................................................................................    11

1.3 A ESCOLA E A AVALIAÇÃO …............................................................................................    13

1.4 OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO ….........................................................................................    14

1.5 AVALIAR OU VERIFICAR: O QUE SE PRETENDE…....................................................    15

 

CAPITULO II

CONCEITOS DE AVALIAÇÃO TRADICIONAL E MODERNA …......................................    17

2.1 AVALIAÇÃO TRADICIONAL ….........................................................................................    17

2.2 AVALIAÇÃO MODERNA ….................................................................................................    18

2.3 AVALIAÇÃO DA LINGUAGEM ORAL E ESCRITA …...................................................   19

2.4 AVALIAÇÃO: UMA RELAÇÃO ÉTICA …........................................................................    24

2.5 PLANEJAR É ESSENCIAL …..............................................................................................    25

2.6 MUDAR A METODOLOGIA É NECESSÁRIO …............................................................    26

 

CAPITULO III

FORMAS DE AVALIAR ….........................................................................................................  28

3.1 AVALIAÇÃO INICIAL …...................................................................................................... 28

3.2 AVALIAÇÃO FORMATIVA …............................................................................................. 28

3.3 AVALIAÇÃO SOMATIVA …................................................................................................ 30

3.4 AVALIAÇÃO REFLEXIVA ….............................................................................................. 31

 

CAPITULO IV

AVALIAÇÃO NA ESCOLA CICLADA..................................................................................... 32

4.1 REGISTROS DE APRENDIZAGEM .................................................................................. 33

4.2 AVALIAR: QUAL A MELHOR FORMA ..........................................................................  32

4.3 ALGUNS EXEMPLOS DE FORMAS DE AVALIAÇÃO ................................................. 33

 

CAPITULO V

A AVALIAÇÃO NO CICLO ....................................................................................................... 35

5.1 INSTRUMENTOS E TECNICAS DE AVALIAÇÃO NA ESCOLA CICLADA ............. 37

5.2 AVALIAÇÃO: UM NOVELO DE NÓS .............................................................................. 39

 

CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 42

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS  .................................................................................... 46

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPITULO I

 

  1. HOMEM: SER QUE AVALIA

 

               O processo avaliativo faz parte do nosso dia-a-dia, é uma atividade impossível de ser separado de nossas ações. Mas afinal de contas, e na educação, como se dá esse processo? Para quem e para quê serve? È cotidiano ou não? Embora o ato de avaliar faça parte do nosso cotidiano social e escolar, ainda muito se discute sobre esse tema que envolve o ensino e a aprendizagem e que apesar dos avanços teóricos, temos que refletir mais sobre a prática avaliativa que há tempos está impregnada nos sistemas escolares do Brasil. Existem controvérsia e dilemas entre o que se fala e o se faz em relação à avaliação.

Sabemos que a avaliação faz parte do processo educacional e que deve ser realizada constante observando toda a produção e evolução do aluno em relação à sua aprendizagem. No entanto, insistimos em criar modelos únicos para “verificar” esse aprendizado; e também é certo que a avaliação é um processo para a reflexão e diagnóstica da prática pedagógica, mas na hora de aplicar toda essa teoria, pecamos, teimamos em não mudar os conceitos que temos em relação a esse assunto. È necessário que utilizemos o verdadeiro sentido de avaliar: contribuir com a formação humana, de uma forma global que implica em sentir, querer, em respeitar cada para todos os envolvidos, pois ela agrega, ou pelo ou menos deveria, aspectos importantes como sentimentos, postura diante de determinado tema ou situação, o respeito às individualidades, etc. No entanto nos esquecemos disso ao elaborarmos uma prova, por exemplo. 

Avaliar e ser avaliado consiste em reconhecer que não somos perfeitos, mas que podemos sempre buscar e oferecer o melhor, que devemos mudar a prática não somente para acompanhar as mudanças e sim para a construção de um conhecimento significativo e, assim refletirmos nossas ações que nos faz “ser e fazer a diferença”.

Num passado pouco distante muitos erros, em sala de aula ou em provas, cometidos pelos alunos eram motivos para que sofressem castigos severos de seus professores, como uso da palmatória, ficarem de joelhos com os braços abertos e outros, os quais além de serem torturas físicas se tornavam agrediam também a moral desses alunos, pois eram expostos a visão dos colegas de sala. Hoje são raros tais castigos, porém ainda há o por de todos os castigos psicológicos, o da pressão, ameaças e até exposição moral que causam vergonha diante dos outros alunos da classe. Por exemplo, quando o professor faz um questionamento e vai passando aluno por aluno até alguém dar a resposta esperada, e quem não soube responder fica ridicularizado com frases ditas pelo questionador do tipo: “ta difícil hein, assim já sei o resultado no final do ano”; ou “vocês verão no dia da prova”, e por ai vai.

È preciso compreender o erro como parte do processo de aprendizagem do educando e, do educador também. Errar não significa que não sabemos algo, mas que estamos procurando aprender.

Então podemos partir do erro quando entendermos que do erro do aluno podemos melhorar a nossa prática e buscar formas diversas de ministrar uma aula ou falar de determinado assunto de forma que consigamos levar alguns conhecimentos aos educando para que alcance o sucesso, não para nós professores nos gabarmos e sim para que eles se sintam parte do processo e capazes de construir algo importante para eles mesmos.

Porém é válido destacar que o insucesso ou o erro não são as únicas maneiras de se usarem para o crescimento escolar dos alunos, mas uma vez que aconteçam não se deve abafá-los com culpas e castigos e sim utilizá-los como caminhos para se construir algum significado na mente e na vida cotidiana social do educando. Realizar seu próprio caminho de forma autônomo é para o homem romper com as tradições, é buscar o novo, recriar e, é assim que devemos ver o processo da avaliação dentro da educação.

 

 

1.1 - A AVALIAÇÃO COMO INSTRUMENTO

DE REDENÇÃO

 

O que se percebe na prática pedagógica escolar é que a avaliação do processo ensino aprendizagem tomou conta de um imenso espaço, pois, não há como negar, nas últimas décadas, o tema ressurgiu com muita força nos meios educacionais. Porém, mesmo diante de várias discussões e estudos, a ação educativa ainda está voltada para a pedagogia do exame, interessada somente em notas e provas. Tudo isso com a “preocupação” de transferir o aluno de uma série ou ano para outro, com o intuito de atender as expectativas dos pais, da escola, dos alunos, até do sistema de ensino que quer acabar com os índices de reprovação e analfabetismo com números.

Dessa maneira os discentes se preocupam com as normas, como serão as provas, o processo de promoção ao final do ano letivo, sem se dedicarem realmente aos conteúdos, não se importando se são significativos ou não, somente estarão estudando por uma nota final e se sentirem ameaçados em serem reprovados.

O próprio sistema se diz estar preocupado com os resultados finais, mas é só aparente tal sentimento, pois na verdade o que os interessa realmente é se as normas estão sendo cumpridas ou não pelas instituições escolares, porque a partir do momento em que uma escola realizar um trabalho de real significado, de qualidade, ela se torna um problema para o sistema social e governamental que impõe as regras que para eles são certas. Bom, isso não são fatos novos. Essa forma de se agir pedagogicamente teve inicio no século XVI e XVII, quando começou o processo de emergência da classe burguesa.

Alguns exemplos podem ser citados do uso da avaliação como forma de impor e reprimir os alunos, como na época em que os jesuítas estiveram no Brasil, e tentaram tornar a religião católica superior através de seus ensinamentos e imposições da igreja e, a educação Comeniana também primava pelas notas e imposição do medo para que os alunos estudassem para tal. Diante disso, vale destacar que o medo e o fetiche eram formas indispensáveis de fazer com que os alunos se ocupassem com os estudos, pois, o que predominava eram os pretextos, as saídas para se conseguir bons números ao final do ano letivo.

Até o século XX a avaliação era vista como uma forma de obrigar ao educando estudar os conteúdos, muitas vezes sem sentido algum para a criança. Um sistema onde o que predominava eram os interesses do professor e do sistema, pois não se primava pela qualidade, tornando assim, sem nenhuma afetividade a relação professor/aluno. Hoje, não é mais usada a teoria da ameaça, do medo, dos castigos físicos, mas mudar só na fala não deve ser o objetivo, e sim provocar transformações na prática pedagógica e na maneira de ensinar, tornando significativo o aprender da criança.

 

 

1.2 - O QUE É AVALIAÇÃO

 

A avaliação na aprendizagem escolar tem sido objeto constante de pesquisas cujo objetivo com enfoques variados, a qual vem provocando uma reflexão mais ampla para que a mesma corresponda aos anseios da comunidade escolar. A avaliação não é simplesmente uma forma de julgar o sucesso ou o fracasso do aluno. A mesma deve ser interpretada como um intercâmbio a qual se torna possível de verificar o processo de ensino-aprendizagem. Avaliação é uma atividade intrínseca ao ser humano estamos sempre avaliando e sendo avaliados a todo o momento, como ressalta Kenski (1989, P.143):

O professor é avaliado sob diferentes critérios que vão desde a sua aparência pessoal até as suas atitudes frente à turma ou em sua relação em termos de conhecimento com a matéria que ensina.

É preciso ter em mente que a avaliação recaí sobre a aprendizagem do aluno, pois a mesma fornece ao professor elementos que são necessários para sua prática pedagógica. Então o desafio é fazer da avaliação um verdadeiro instrumento de pilotagem das aprendizagens. Dessa forma o professor precisa se organizar para averiguar o processo ensino-aprendizagem dos mesmos, saber se os conteúdos a serem trabalhados são adequados ou não, se devem ser ministrados individual ou coletivamente. Segundo Libanio (1991, P. 196), através da verificação ou qualificação dos resultados obtidos é que se deve orientar a tomada de decisão em relação às atividades didáticas seguintes. Entretanto a avaliação se apresenta d muitos modos buscando cumprir suas finalidades, pois ela não consiste em simplesmente medir o conhecimento técnico, a avaliação é um auxiliador no caminho do educador, oferecendo recursos para que ele possa se orientar e reorientar o caminho do aprender. Do ponto de vista de Luckesi (1990, P. 39)

 a avaliação é uma atividade que não existe nem subsiste por si mesma. [...] é um instrumento auxiliador  da melhoria dos resultados.

Portanto avaliar não deve ser apenas um meio de reter ou avançar, aprovar ou reprovar os alunos, mas sim um caminho para provocar a interação do processo de aprendizagem com os sujeitos nele envolvido. Para cada realização, redirecione os objetivos e as estratégias desse processo educativo. Essa avaliação deve assumir na prática escolar um significado diferente daquele que tem sido considerado as provas como sentido de punição, pressão, ameaças e até vingança, em relação a postura disciplinar do aluno ou da classe toda. Então a avaliação deve ser feita no cotidiano com a intenção de investigar o aprendizado enquanto ocorre o processo e não ao final do procedimento de ensino-aprendizagem. È preciso exterminar a idéia de que os alunos não aprendem aquilo que a escola ensina ou, pelo ou menos acha que está ensinando, como? Tornando significativos os conteúdos trabalhados e trazendo o aluno a reflexão dos mesmos para sua vida, seu dia-a-dia. Mas na hora de avaliar essa tem que ser feita com base em observações de vários requisitos e, quem estabelece tais é o professor de preferência de forma democrática, junto com os alunos.

Pois segundo Gardner (1992 P.121-124):

 

E assim como a teoria de IM sugere Que qualquer objetivo instrucional pode  Ser ensinado pelo menos de oito formas Diferentes [...] qualquer matéria pode ser Avaliada de oito maneiras diferentes.

 

 

1.3 – A ESCOLA E A AVALIAÇÃO

 

Aprender com prazer, aprender brincando, brincar aprendendo, aprender a aprender, aprender a crescer: a escola é, sim, espaço de aprendizagem. A escola dificilmente propiciará situações para que elas aprendam tudo aquilo que é importante, mas pode favorecer que se apropriem de diversos conhecimentos gerados pela sociedade.

 Não é simples selecionar o que se deve ensinar, mas é preciso refletir sobre quais saberes serão relevantes para as crianças na escola, de forma a inseri-los cada vez mais na sociedade letrada, lhes assegurando assim a cidadania no seu convívio social.

Então é fundamental que o professor repense o tempo pedagógico, analisando o que vai ensinar para o educando, vendo se é realmente fundamental para ele desenvolver suas capacidades e habilidades, considerando que cada um é singular em seu desenvolvimento.

Portanto, concordando com o principio de respeito à diversidade, a avaliação, numa perspectiva formativa, deve reconhecer as diferentes trajetórias da vida do educando e, assim flexibilizar os objetivos, os conteúdos, as formas de ensinar e avaliar, ou seja, contextualizar o currículo, dominar o que se ensina e saber a relevância social e cognitiva do ensinado para definir o que vai ser e como vai ser avaliado.

Essa mudança de postura é o que irá diferenciar o professor que visa o produto da aprendizagem daquele que buscam e analisam todo o processo.

 

 

1.4              - OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO

 

A dinâmica da avaliação da aprendizagem é complexa, pois é preciso acompanhar os percursos individuais que se constituem no espaço coletivo. Dentro dessa complexidade os objetivos da avaliação são os mais variados possíveis, porém a avaliação da aprendizagem escolar é verificar se as atividades propostas e realizadas atingiram ou não as metas traçadas, a mesma fornece uma variedade de instrumento para verificar a aprendizagem do educando a qual deve ser permanente e não somente em dias marcados, dando valor exagerado aos dias de prova e os demais dias se tornam sem importância relevante, o que pode complicar a ação pedagógica e de ensino também. O educador deve ter um objetivo claro quando vai realizar uma avaliação: o que quer avaliar, como deve fazê-la, quando irá aplicá-la? Porém há de se ter cuidado porque não se trata aqui de saber construir uma prova ou um teste qualquer, e sim de se conhecer as aquisições e os trajetos de um aluno particular e de descobrir por que ele é incapaz de compreender um texto, de realizar desafios matemáticos, de ordenar palavras ou pontuar corretamente seu texto. Um professor não pode avaliar de maneira formativa se não souber com bastante precisão em que consistem os funcionamentos intelectuais a serem desenvolvidos nos alunos, sua gênese e condições.

Para o professor traçar metas e caminhos e fazer uma avaliação precisa e que atenda os pressupostos de uma avaliação que considere o aluno como centro do processo ensino-aprendizagem, é necessário que tenha uma formação didática precisa nas disciplinas ensinadas, conhecimento profundo das teorias de desenvolvimento e da aprendizagem, domínio dos instrumentos de observação e de diálogo meta cognitivo, para que faça do erro uma ferramenta para ensinar. Mas a escola, infelizmente, vem invertendo a ordem das coisas.

Ao invéz de avaliar para pilotar a ação, ela avalia antes de tudo para informar aos pais, se satisfazendo somente com o que poderão colocar no boletim ou em relatórios aleatórios que muitas vezes nem consideram o cognitivo do aluno por inteiro.

Um docente competente deve antes de tudo saber fazer um balanço analítico das aquisições, medirem o trajeto percorrido, identificar os obstáculos e as resistências, e promover regulações, fazendo se tornar prioridade assim o projeto e os meios de um ensino-aprendizagem de qualidade e consistente.

Portanto, a avaliação deve servir não só para acusar os erros, mas para propor mudanças, mostrar ou tentar mostrar novos caminhos para se alcançar êxito, isso com muito planejamento e reformulação de ações.

 

1.5 - AVALIAR OU VERIFICAR: O QUE SE PRETENDE?

 

         A avaliação deve ser um subsidio sobre a ação do educador, que visa à construção de um resultado previamente estabelecido. Então, ela auxilia nas decisões a cerca do aprendizado dos discentes, garantindo a qualidade do resultado que se quer por isso a avaliação deve ter o auxilio de um projeto pedagógico sendo assim bem articulada, servindo de apoio para tomada de decisões a fim de dar sentido à construção do saber para os educandos.

          Porém, o que é avaliar? A escola avalia ou verifica? Não vou aqui esclarecer sobre os termos avaliação ou verificação, mas sobre os conceitos de cada uma na realidade da prática educativa em qual atuamos.

          Durante a apreciação do rendimento escolar, nós professores, consideramos três caminhos: medir o rendimento escolar; dar números à tal rendimento e; utilizarmos tais resultados. Agindo dessa maneira, será que estamos avaliando ou verificando os alunos? Não se sabe dizer, pois, são usados vários métodos (provas, atividades, trabalhos...) para medir de alguma forma o conhecimento do educando, mas não se sabe se esses mecanismos são corretos ou não, em seguida passamos a transformar essas medidas em nota ou conceitos, que podem ser escritos através de símbolos como letras do alfabeto, ocorrendo a alteração da qualidade para a quantidade, e ainda, realizam um terceiro passo, que é o de usar esses resultados podendo simplesmente registrá-lo no diário de classe, que agora é eletrônico, ou mostrá-lo ao aluno caso tenha conseguido uma nota baixa, para que possa refletir sua conduta ou, encontrar as dificuldades de aprendizagem do aluno e trabalhar para saná-las de forma que possam realmente construir resultados preciosos para seu conhecimento e aprendizagem.

          Portanto, a aferição ou apreciação da aprendizagem escolar é realizada com o intuito de classificar os alunos, aprovar ou reprovar, e quando se retoma o conteúdo é simplesmente e puramente para melhorar a nota. Então a escola trabalha com a verificação da aprendizagem.

          Verificar significa “fazer verdadeiro; ver se algo é isso mesmo; investigar a verdade de algo”, o que se dá pela observação, obtenção, análise e síntese de dados que demonstram o objeto verificado, no caso o conhecimento do aluno, então o ato de verificar se dá por acabado quando se tem uma conclusão do objeto, na situação em questão, a nota.

          Avaliar é diferente de verificar, pois engloba ações que vão além de conseguir somente notas ou conceitos. Ela direciona o objeto avaliado num caminho dinâmico de atividades e, neste processo a aferição da aprendizagem se dá com a compreensão dos avanços e dificuldades, quando o aluno tem de obter o resultado desejado. A apreciação do resultado escolar de qualidade deve servir de reflexão, observação sobre o trabalho que está sendo feito, portanto a avaliação é a melhor maneira de pensar e subsidiar uma nova ação para conseguir uma construção do saber de efetiva qualidade. É como Luckesi (2003, P. 99) destaca:

 

A prática da avaliação da aprendizagem, em seu sentido pleno, só será possível na  medida em que se estiver efetivamente interessado na aprendizagem do educando, ou seja,  há que se estar interessado em que o educando aprenda aquilo que está sendo ensinado.

 

             Mas, para realizar uma avaliação é preciso que o educador tenha objetivos claros e diretos, mesmos que sejam os mais variados possíveis. É também necessário estar atento a alguns critérios para que o educador não se perca no momento de realizar a avaliação:

  • Observar, coletar e avaliar o que realmente o aluno aprendeu de importante ara ele;
  • Atribuir um conceito qualitativo e não quantitativo ao que foi analisado;
  • Daí, partir para a reflexão: “o que foi bom? o que não deu certo? o que preciso mudar? o resultado alcançado foi o esperado?”

Isso faz com que o professor realize uma aferição que priorize a aprendizagem e o desenvolvimento do educando. Mas, como ainda não é possível todas as instituições e modalidades de ensino estarem livres de notas, pois os próprios conceitos da prática docente e a legislação da educação a determinam, não podemos deixar de registrar esses resultados através de números.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPITULO II

         CONCEITOS DE AVALIAÇÃO TRADICIONAL E MODERNA

 

2.1 – AVALIAÇÃO TRADICIONAL

 

 A avaliação é concebida dentro da visão tradicional simplesmente como um processo em que o aluno deve devolver ao professor o que dele recebeu, exatamente igual ao do mestre. O ensinar é concebido apenas como um conjunto de verdade a ser recebido, decorado e devolvido na hora da prova, da forma mais fiel possível, não é permitido ao aluno fazer interpretações.

Essa forma de avaliar é conhecida como autoritarismo, dominação e submissão, sendo dessa forma um processo negativo e, não o ensino-aprendizagem. Esses dias de provas se tornam tão importantes, deixando os demais sem significado algum.

A avaliação é uma questão de caráter prioritário para o professor, pois a mesma tem características diversas, uma delas é que a pergunta deve ser acompanhadas de um contexto, do qual o aluno possa receber as relações que se precise estabelecer, criando dessa forma caminhos inteligentes e claros para as respostas, a qual deve ser explorada com linguagem clara e objetiva. O conteúdo da prova deve favorecer a leitura e as perguntas devem provocar argumentações, descrições, etc. O educando deve ser estimulado, obrigatoriamente, a escrever. No dia da prova a linguagem é a mesma estudada anteriormente, entretanto há professores que costumam trocar essa linguagem nas provas para “pegar os alunos”, isto denota caráter meramente tradicional, porém é necessário eliminar essas características e procurar manter uma linguagem suave, mantendo assim o rigor científico. As provas são importantes, porém o professor precisa deixar claro seus limites e normas para a prova, os resultados não podem ser utilizados como único indicador do desempenho escolar do aluno, já que vários são os propósitos de uma avaliação em sala de aula, como diz HAIDT ( 2002. P. 292-293):

...conhecer os alunos no inicio do ano letivo

(...) identificar as dificuldades de aprendizagem

e caracterizar suas possíveis causas (...) determinar se os objetivos propostos para o ensino-aprendizagem foram atingidos ou não, o professor estabelece quais o conhecimentos que seus alunos deveriam adquirir, bem como as habilidades  e atitudes a serem desenvolvidas (...)aperfeiçoar o processo ensino-aprendizagem e promover ao alunos.

 

Os resultados das provas não podem ser utilizados como indicador de desempenho escolar dos alunos. É preciso que o professor analise os resultados de uma forma mais ampla, onde o mesmo vai identificar os problemas e as conquistas dos alunos e a partir daí trabalhar as dificuldades encontradas na avaliação da aprendizagem escolar, é um desafio muito grande e um trabalho importante que deve ser realizado por professores e alunos.

 

2.2 - AVALIAÇÃO MODERNA

 

Vivemos num mundo globalizado onde a interação se faz necessária, e entende-se que é preciso mudar a concepção de avaliação tradicional, cuja memorização do saber sistematizado não é mais importante e sim o processo do “aprender a aprender”, ou seja, a auto-avaliação e a observação do professor em relação ao aluno.

A avaliação gira em torno da competência previamente estabelecida, cujo objetivo coerentemente são elaborados e articulados com o apoio de um projeto pedagógico. O professor deve destacar os princípios básicos, as funções, as técnicas e os instrumentos de avaliação, é preciso estabelecer a distinção entre avaliar, medir e testar o conhecimento. Medir e testar se restringe a aspectos quantitativos, enquanto avaliar envolve a verificação de mudanças qualitativas mediante o comportamento do aluno. A avaliação deve acompanhar as etapas de ensino-aprendizagem, utilizar técnicas variadas para se ter limites e possibilidades dessas técnicas, onde a avaliação não seja considerada um fim em si mesma, mas sim um meio de alcançar determinados fins, ou ainda como um subsídio sobre a ação do educador.

Portanto definir avaliação numa concepção moderna é uma tarefa muito complexa. Por isso o professor precisa conhecer todos os mecanismos do processo de avaliação para poder avaliar o educando da melhor maneira possível. Pois a avaliação não se resume à realização de provas, notas, classificação ou exclusão de alunos, é preciso ter bem claro no planejamento, os objetivos, conteúdos e métodos a serem utilizados em sala de aula, para que os alunos saibam o que estão trabalhando e no que estão sendo avaliados. À medida que o professor vai conduzindo os trabalhos e observando os alunos, os objetivos vão se tornando mais claros, o que possibilita ao professor tomar novos rumos para as atividades subseqüentes.

A avaliação serve para analisar o rendimento escolar dos alunos, obtendo o máximo possível de informação sobre o desenvolvimento do próprio trabalho. O professor deve sempre fazer uma auto-avaliação para verificar se os métodos usados foram os mais eficazes, se os objetivos estavam suficientemente claros, se os conteúdos foram acessíveis e significativos para os alunos e, se utilizou os recursos adequados conseguindo se comunicar de forma clara, direta e objetiva com todos os alunos. Dessa forma a avaliação escolar envolve tanto a objetividade quanto a subjetividade no que diz respeito ao professor e ao aluno. A avaliação é um ato pedagógico a qual reflete valores e expectativas do professor em relação a seus alunos mostrando as qualidades de educador na medida em que vai trabalhando, sempre com propósitos definidos em relação ao desenvolvimento das capacidades físicas e intelectuais dos alunos diante das exigências do viver cotidiano em sociedade, o qual o professor é o mediador vivo do processo de formação do educando. Ela proporciona uma nova relação entre professor/aluno e o conhecimento, portanto o professor não pode ser mais aquele que passa informações e transmite conteúdos, mas sim o mediador que busca no seu dia-a-dia desenvolver formas de aplicar o conhecimento que ajude na construção de um novo saber para e com o aluno.

 

2.3 - AVALIAÇÃO DA LINGUAGEM ORAL E ESCRITA

O professor ao avaliar tem que levar em conta o conhecimento prévio da criança, ou seja, cada aluno apresenta uma experiência pessoal distinta de contato com a linguagem anterior ao período de adentrar na escola, e a forma de como irá se desenvolver no processo de alfabetização nas outras etapas, será também particular e distante uma defendendo da outra.

Ao avaliar, o professor tem que considerar os caminhos já percorridos por esses alunos desde os primeiros dias de aula, entretanto o ponto de partida sempre será diferente para cada aluno, pois a classe de aula é heterogênea. É preciso que o professor leve em conta também o conteúdo trabalhado com a criança, a compreensão da escrita em sua função social, o domínio progressivo da leitura e da escrita na estruturação do texto.

O professor poderá fazer a avaliação da produção escrita do aluno e efetuar registros sobre sua produção oral, verificando dessa forma sua aprendizagem.

Portanto, a escrita oralidade é fundamental, onde a mesma leva o aluno a avaliar e refletir sobre situações concretas da realidade em que vive. É preciso que o professor tenha constante observação da linguagem, pois a mesma é uma fonte riquíssima de informações lingüísticas, o educador precisa registrar as habilidades e inabilidades dos alunos avaliando-os de diversos modos.

A avaliação por meio da habilidade do aluno é observada pelo professor averiguando se os alunos estão sendo capazes ou não de fazer narrativas, a qual precisa estar com coerência e seqüência lógica, ou seja, se a criança consegue estabelecer relações entre os fatos discutidos e a realidade em que vive.

Igualmente, o professor não pode deixar de esquecer que o processo de pensamento é individual e essencial para avaliar os resultados dos pensamentos, pois nossa mente vasculha várias fontes de informações para resolver determinado problema.

De forma a definir uma palavra é um indício muito útil para julgar a qualidade do pensamento da criança, para traduzir seus pensamentos em palavras depende de várias capacidades de linguagem diferentes para subsidiar o professor, ou seja, avaliação, onde a mesma terá gradativamente clareza e meios para avaliar mais objetivamente sem que necessite recorrer à avaliação tradicional, cujo resultado é a nota com o intuito de aprovar ou reprovar. A avaliação deve ser contínua, compreensiva e cooperativa, a mesma não deve ser usada rotular os alunos e sim servir de subsídios para reorientação do processo ensino-aprendizagem.

A avaliação só terá sentido se ajudar ao educador a detectar se os alunos estão ou não alcançando os objetivos propostos pelo mesmo, em caso negativo, a trajetória terá que ser refeita para melhor desempenho do ensino-aprendizagem. Essa trajetória deve acontecer num processo contínuo e dinâmico o qual tem como objetivo verificar o desenvolvimento da criança em seus múltiplos aspectos.

Ao realizar essa ação o educador não pode perder de vista os objetivos, pois a partir daí terá novas perspectivas de planejamento, pois todas as atividades desenvolvidas são meios para avaliar a criança, tais como desenhos, receitas, reconhecimento do nome, dele mesmo e dos colegas, enfim de tudo que constitui o processo de construção de conhecimento em sala de aula.

Ao avaliar o professor precisa se preocupar com os avanços obtidos pela criança, a qual az parte do processo de construção do saber, onde o erro faz parte desse processo, como um sinal de estruturação de conhecimento, e a partir dele direcionar as situações que delas levarão a criança a relembrar do problema em questão. A criança deve ser incentivada a refletir sobre suas próprias respostas para que ela mesma possa se auto corrigir, através de uma postura de experiência em que ela consiga levantar hipóteses, planejar uma estratégia de ação e a por em prática provando para si mesma que é capaz.

É preciso ter em mente que as fases de desenvolvimento da criança é que faz com que elas aprendam, pois é através dessas fases que aparecem desafios onde as mesmas, vão mostrar as habilidades na leitura e escrita. A avaliação deve ser realizada informalmente através da observação sistemática e das constantes atividades e atitudes das crianças, no individual ou coletivamente dentro dos parâmetros estabelecido, pois cada criança é diferente mesmo que as mesmas tenham mesma idade, pois dessa forma o professor terá mais dados para avaliar o aluno, como diz Haidt (2002, P. 299):

 

O registro da observação e da análise da produção dos alunos é um instrumento de  trabalho do professor. Quanto mais dados puder coletar e registrar Sobre o aluno como resultado da observação, mais condições terá para fazer um diagnóstico e uma análise precisa de seu aproveitamento na aprendizagem.

 

É importante considerar as situações cotidianas dos alunos, através da observação, observando os passos sucessivos que a criança realiza segundo suas possibilidades e as do grupo onde a mesma está inserida. Um outro ponto importante além da observação é que o professor deverá fazer entrevista com a família e colecionar trabalhos individuais das crianças, permitindo dessa forma uma visão de crescimento frente às atividades propostas para um melhor controle sobre os trabalhos da criança o professor precisa fazer um registro escrito das atividades e fatos que considera mais importante no decorrer da situação. Essas anotações podem ser feitas através de relatórios diários e individuais. Essas observações darão ao professor condições de perceber melhor como a criança está se desenvolvendo, alguns aspectos podem ser anotados em fichas as quais não podem ser cobradas das crianças em certas ocasiões, mas sim a partir dessas observações avaliar os mesmos.

 Essas anotações facilitam o acompanhamento do processo de aprendizagem da criança em relação a ela mesma a qual fornece indicadores para atividades feitas pelo professor possibilitando aos pais uma visão mais ampla do progresso de seus filhos.

A mesma propõe uma avaliação onde avaliar é acompanhar o processo de conhecimento de maneira a contribuir para o aprimoramento do saber e o desenvolvimento da criança. Onde o educador deve ter visão do aluno como um ser global e amplo em um todo. O professor é um mediador entre o aluno e o conhecimento, o qual deve criar situações de aprendizagem que provoquem o desafio intelectual, seu papel é de interlocutor, que assinala, orienta e coordena, sempre revendo seus conceitos. Para tanto deve se adaptar aos parâmetros à realidade do educando.

De acordo com os critérios contidos nos PCN’s (P. 119-134), avaliar deve-se da seguinte maneira:

 

Narrar histórias conhecidas e relatos de acontecimentos mantendo o encadeamento dos fatos e suas sequências cronológicas (...) Demonstrar compreensão do sentido  global de textos lidos em voz alta (…) utilizar a leitura para alcançar diferentes objetivos (...) produzir textos escritos (...) revisar os próprios Textos com o objetivo de aprimorá-los.

 

Diante dessas atividades avaliar terá o sentido de reprodução dos traços básicos da leitura com que as crianças deparam no seu cotidiano. O que vale na leitura é a intenção, pois cada um lê aquilo que quer e interpreta a sua leitura, mesmo que a criança não domine o uso da escrita, pois é através da linguagem não verbal que a criança aprende como diz Possari (2001. P. 27):

 

...refletir sobre a importância de se vivenciar na escola a linguagem não-verbal também, (...) a aquisição de saberes, entre eles e a língua,  assim como o desenvolvimento e a socialização dos indivíduos, dependem da linguagem verbal e não-verbal, visual, sonora, gestual,pictórica,etc. (...) é através do corpo que percebemos o mundo.

 

Portanto, avaliar não se resume ao simples fato de aprovar ou reprovar o aluno, a mesma deve ser contínua e dinâmica na qual o objetivo é verificar o desenvolvimento da criança em seus inúmeros aspectos e mais importante que o professor não perca de vista seus objetivos e metas propostos no planejamento. E avaliar das mais diversas formas, observando relatos orais, brincadeiras, jogos, desenhos e interação com os colegas, participação nas diversas atividades propostas, ou seja, em tudo que se constitui processo de ensino-aprendizagem. Outro fator importante é que o professor precisa ser criativo, proporcionando ambiente favorável e um clima de confiança criando sempre novas situações de aprendizagem e lembrando a todo momento que a criança utiliza a linguagem escrita da mesma forma que usa oralmente. Para avaliar a produção escrita o educador precisa observar se o aluno é capaz de placar as letras corretamente, identificar as frases no texto trabalhado, escrever pequenos textos, expor idéias com clareza, coerência e consciência argumentativa, organizar a estrutura do texto observando a unidade temática.

Todas essas observações são necessárias para que o professor exerça realmente seu papel de mediador e as anotações para que se perceba os avanços ou não dos alunos em relação ao conhecimento. Diante disso, Zinto (1991. P. 15) diz que:

 

O professor deverá gradativamente discutir com os alunos a possibilidade de completar as informações com clareza e coerência, separar idéias com sinais de pontuação, organizar parágrafos de forma adequada.

 

 

Diante desses fatos o professor terá argumentos para fazer um trabalho mais consciente onde aproveita todos os conhecimentos do aluno deixando o mesmo escrever como ele achar que é, e a partir daí corrigir seus erros ortográficos gradativamente.

 

2.4 - AVALIAÇÃO: UMA RELAÇÃO ÉTICA

 

De acordo com o livro da Escola Ciclada (2000. P. 176), a avaliação da aprendizagem escolar vem sendo objeto de constantes pesquisas e estudos com variados enfoques de tratamento, tais como tecnologia, sociologia, filosofia e política. O processo de construção e reconstrução de uma nova forma de avaliar nas escolas públicas estaduais [...] tem provocado um esforço coletivo nos profissionais da educação, que vem realizando reflexões, estudos e pesquisas para concretizar os pressupostos de uma proposta de avaliação que contemple e corresponda aos anseios da comunidade escolar.

A avaliação é parte integrante dos processos de ensino e aprendizagem.

Há que se lembrar que avaliar é um instrumento importante e também um comportamento ético. Pois segundo Gaston Bachelard (1988), a base de um comportamento ético encontra-se na necessária aprendizagem de ser com o outro. Avaliar é assim, parte de uma educação ética, também na medida em que é exercitada no convívio, na coletividade. 

Se o ser humano interpreta o mundo a partir de formulações internas, construídas dentre o contexto cultural e social, é certo dizer que avaliar coletivamente é muito válido porque enriquece a experiência tanto coletiva quanto individual. Esse ato colabora para o desenvolvimento do pensar por si, permite que um se coloque no lugar do outro.

Avaliar é um ato em que o homem busca ser um pouco mais humano.

Avaliação precisa ser vista como um ato amoroso, como diz Luckesi (2003. P. 171):

 

O ato amoroso é aquele que acolhe a situação, na sua verdade (como ela é). [...] é um ato que acolhe atos, ações, alegrias e dores como eles são [...] por acolher a situaçãocomo ela é, o ato amoroso tem a característica de não julgar.

 

Luckesi sugere então que ao avaliar o educador acolha aceite de forma integrada e inclusiva o conhecimento do aluno, sem julgá-lo, mas que para isso é preciso saber distinguir avaliar de julgar. Ainda, segundo Luckesi (2003. P.172):

 

A avaliação tem por base acolher uma situação, para, então ajuizar a sua qualidade, tendo em vista dar-lhe suporte de mudança se necessário.

 

Portanto, avaliar requer amor, cuidado, integração, inclusão do aluno que ainda não alcançou os objetivos propostos no meio da aprendizagem para que possa atingir o sucesso esperado pelo mesmo e pelo educador, mas tal processo só acontecerá se o professor fazer o diagnóstico e agir com ética e, como ser humano.

 

2.5 – PLANEJAR É ESSENCIAL

 

Nós agimos para construirmos resultados que são importantes para nós e, para isso desorganizada ou organizadamente planejamos nossas ações.

Quando estamos planejando, escolhemos as melhores formas de praticar as ações que nos levarão a alcançar os ideais que podem ser grandes ou pequenos dentro de um determinado contexto social. Mas, na educação, o planejamento tem sido visto como uma coisa neutra, que é só uma lista de conteúdos, que não servem para nada, uma atividade neutra, sem compromisso.

No entanto, o ato de planejar não pode ser considerado neutro, pois neste não se questiona os fins, mas, os meios usados para alcançá-lo.

Se assumirmos o planejamento como um amontoado de palavras que não servem de nada, estaremos fazendo de nossa prática educativa algo sem vida, que está sendo feita porque tem que ser feito e pronto. É como se nada mudasse nunca e, isso nem fosse acontecer. Ora isso não é verdade, pois tudo está em constante mudança, e por isso a ação tem que ser compromissada, acompanhar as transformações para atender às necessidades do agente, o aluno. Para isso, ao planejar é preciso pensar no futuro, e não no passado, pois assim estaremos tendo e formando uma dimensão político-social com o nosso ato de planejar.

Então, como formular e fazer esse planejamento? É necessário que todos os profissionais envolvidos na prática escolar participem da elaboração do mesmo, escolhendo, discutindo, decidindo o que fazer e como fazer e, avaliando se está dando certo ou não. Enquanto o plano orienta o que se quer construir, a avaliação auxilia nessa construção, e até mesmo na criação do próprio planejamento, onde pode funcionar como uma gerenciadora de crítica tentando atualizar o projeto, mostrar outros caminhos. Sintetizando, a avaliação é um meio que não pode ser deixado de lado, pois ela está presente em nossa vida nos caminhos que usamos para alcançar nossos ideais.

 

2.6 – MUDAR A METODOLOGIA É ESSENCIAL

 

O profissional da educação deve compreender o seu trabalho como uma coisa macro, onde envolva os mais diferentes setores, como por exemplo, a sociedade, a comunidade onde a criança vive, e não somente se reter à sala de aula. Para isso deve adotar uma prática docente criativa e construtiva, buscando desenvolvê-la dentro de um contexto social tendo como objetivo a construção do conhecimento através da ação do aluno tendo o professor como mediador ativo. Hoje a ênfase está no ensinar e aprender, e isso exigem que o processo educacional em todo seu âmbito estrutural e funcional, desde a organização da matriz curricular até a formação de turmas.

O educador não pode ser mais aquele que repassa informações, que detem o “saber”, que simplesmente passa o conteúdo, mas sim o que ajuda o aluno a construir o seu saber, mediando-o dentro e fora da sala de aula nos trabalhos que o exigem, assim conseguirá desenvolver formas de o aluno compreender e aplicar o conhecimento construído em seu cotidiano. É difícil mudar, mas compensa!

Por mais que o sistema tenha suas exigências e burocracias, e toda documentação e leis que regularizam o funcionamento da educação, o educador não pode desistir de buscar fazer o educando aprender de fora consciente e construtiva, pois o privilégio aos aspectos que valorizam a qualidade do ensino é o que se busca e se quer conseguir. Pois segundo o que diz Vasconcelos (2000. P. 53-54):

 

[...] o que precisamos hoje não é tanto uma nova  relação de ideias sobre a realidade, mas sim uma nova relação comas ideias e com a realidade. As ideias, quando assumidas por um coletivo Organizado, tornam-se “força material”. Novas ideias abrem possibilidades de mudança, mas não mudam. O que muda a realidade é a prática.

 

Não há necessidade do saber para guardá-lo, mas sim para aplicá-lo em seu cotidiano, isso não é só para o aluno é também para o professor. Conhecer e ter noção de que se é necessário mudar as atitudes de planejar, trabalhar e avaliar, é importante, mas de nada vale a teoria se não se sabe usá-la na prática.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPITULO III

 FORMAS DE AVALIAR

3.1 – AVALIAÇÃO INICIAL

 

Há diversas modalidades de avaliação, caracterizadas conforme o período ou momento em que ocorrem e conforme os objetivos.

Ao adentrar-se à sala de aula, no inicio do ano letivo, o professor, muitas vezes, já faz aquela análise inicial dos alunos, principalmente se ele já conhece ou trabalhou com alguns no ano anterior, “ah, você eu já conheço”, “você, ah já sei que não vai dar conta de tal ano/fase”, e forma-se assim um autoconceito negativo dos alunos que ele ainda nem conhece. É preciso que o professor ao adentrar a sala de aula não faça nenhum julgamento antecipado, até porque avaliar não é julgar, primeiramente ele deve observar e anotar suas aferições sobre cada aluno, também é válido fazer um contato direto de conversa informal, deixar que os alunos falem sobre eles mesmos, o lugar onde moram com quem vivem, enfim saber um pouco do aluno. Em seguida verificar o que o aluno traz de conhecimento prévio com sigo, seja de vida ou de estudo, o que ele já conhece, já tem domínio, o que possa favorecer e enriquecer ainda mais seu aprendizado e que o mesmo seja significativo, como ressalta Bassedas (1999. P. 175), partir do que sabem, do que trazem de sua vivência e do que lhes interessa saber.

Dessa forma haverá uma aprendizagem de mais valor e sentido para o educando, não esquecendo que a avaliação começa no ato de planejar antes mesmo de se ter contato com a futura turma que se irá trabalhar e não somente no fechamento das etapas de trabalho.

 

3.2 – AVALIAÇÃO FORMATIVA

 

Esse tipo de avaliação consiste em averiguar se os conteúdos ensinados ajudaram ou não a alcançar os objetivos esperados ao longo do processo educativo, é um meio de avaliar que possui um sentido importante neste processo de averiguação o qual é compreendido por elaborar com a aprendizagem dos alunos quanto dos professores adaptando as necessidades das crianças no decorrer do processo educacional como afirma Bassedas (1999. P. 177):

 

A avaliação formativa insere-se no processo educativo e tema finalidade de proporcionar informações que servem para ajustar ou mudar a atuação educativa [...] adaptar as necessidades que as crianças apresentam no decorrer das diferentes atividades.

 

A avaliação formativa é realizada ao longo do processo ensino-aprendizagem e corresponde a uma concepção do ensino que considera que aprender é um longo processo por meio do qual o aluno vai reestruturando seu conhecimento a partir das atividades que executa.

              A observação é muito importante para averiguar como a criança chegou a um resultado, se realmente sabe fazer sozinha ou recebeu ajuda de colegas, se houve interação com outras crianças, através desse feito o professor avalia seus alunos da melhor maneira possível, e assim direciona o percurso do seu planejamento.

 

3.3   – AVALIAÇÃO SOMATIVA

3.4    

A avaliação somativa é entendida como um processo de averiguação da aprendizagem no final de cada etapa, a qual visa também, o sucesso ou fracasso do professor. Entretanto temos que ter bem claro que não é somente no final dos trabalhos que podemos avaliar e sim diariamente.

Esta avaliação consiste apenas em averiguar os processos dos educandos como ressalta Bassedas (1999. P. 177) é basicamente uma avaliação para emitir um juízo em relação ao aluno e aos seus progressos em um momento determinado. Esta avaliação serve para o professor ver como está o processo de ensino-aprendizagem durante o desenvolvimento das atividades propostas ou projetos realizados com os alunos, permitindo uma valorização dos conhecimentos prévios e, dos adquiridos durante o processo ensino-aprendizagem. Esse tipo de avaliação, segundo muitos autores, predomina na grande maioria das instituições educacionais, onde a prova ou teste são o principal instrumento utilizado. O problema é que, na maioria das vezes ela é a única fonte de avaliação educativa.

 

3.4   – AVALIAÇÃO REFLEXIVA

 

Avaliar é uma atividade intrínseca e indissociável a qualquer tipo de ação que vise provocar mudanças. Nesse sentido a avaliação é uma atividade constituinte da ação educativa, quer nos refiramos à avaliação do projeto educativo, do ensino ou a avaliação de aprendizagem.

Por ser reflexiva, posso inferir que a avaliação é a possibilidade de superação da própria ação, e que se for permanente, deverá propor mudanças na ação educativa, rumo à efetivação de sua intencionalidade.

Compreendendo que ação educativa destina-se a promover o desenvolvimento humano, é necessário que se opte por uma avaliação que contribua para que isso aconteça. Então a avaliação deve ser um exercício de meta cognição ou meta aprendizagem, transformando-se em um instrumento do aprender, com o objetivo de promover a aprendizagem significativa, capaz de levar o aluno a tomar consciência de sua aprendizagem.

Através da avaliação reflexiva o aluno toma consciência de onde partiu, o que construiu e como construiu, podendo então fazer e refazer caminhos numa permanente atitude investigadora diante do conhecimento. O aluno se coloca assim no movimento de construção e reconstrução histórica do conhecimento e, fundamentalmente, atua como sujeito do próprio processo de construção/reconstrução.

A avaliação é a reflexão transformada em ação. Ação essa que nos impulsiona as novas reflexões, ou, como nas palavras de Hoffmann, “reflexão permanente do educador sobre sua realidade e acompanhamento, passo a passo, do educando, na sua trajetória de construção do conhecimento”

 

 

 

 

CAPITULO IV

 AVALIAÇÃO NA ESCOLA CICLADA

 

A avaliação no ensino organizado em ciclos é feita através de observação e análise das atividades dos educandos, ou seja, seu diagnóstico é tido como ponto de partida para tornar mais eficaz formas de prover a aprendizagem do educando, seus avanços e sua construção do saber, visando o desenvolvimento humano como sujeitos integrados consigo mesmo, com o outro e com o mundo em que vive.

A reflexão sobre as experiências vividas no processo de aprendizagem possibilita a construção de novos significados que vão sendo construídos e atribuídos a essas experiências, ressignificando, assim, a aprendizagem, o conhecimento, o pensar e o agir. Isto significa colocar a avaliação escolar a serviço de uma pedagogia que entenda e esteja preocupada com a educação como uma forma de transformação social, e de superação do autoritarismo e com a aprendizagem do educando. A avaliação no ciclo pretende que a criança seja capaz de alcançar seus objetivos com as situações problemas propostas de várias formas, como: saber narrar histórias, fatos, escrever corretamente usando formas ortográficas e gramaticais, ler textos fluentemente. São essas capacidades e outras que o professor irá observar diariamente em seus alunos, sem a extrema necessidade de fazer provas para verificar seu desenvolvimento e aprendizado.

Isso aponta a necessidade de compreender a avaliação numa dimensão totalizadora, como uma ação humana concreta, portanto contextualizada. Daí a precisão do cotidiano ser vivenciado intensamente, de investigar todo o ambiente desde as salas de aula, de participar de suas atividades, de dinamizá-lo, de problematizá-lo, de uma ética social. O trabalho buscado no ensino em ciclos de formação está centrado no professor, pois é ele quem efetiva um novo modelo de avaliação, segundo a proposta da escola ciclada, que está pautado nesse acompanhamento diário do processo de ensino e aprendizagem. Segundo Luckesi (2002.P.44):

 

para ser diagnóstica, a avaliação deverá ter o máximo  possível de rigor no seu encaminhamento. Pois que o rigor técnico e científico no exercício da avaliação garantirão ao professor, no caso, um instrumento mais objetivo de tomada de decisão. Em função disso, sua ação poderá ser mas adequada e mais eficiente na perspectiva da transformação.

 

Portanto a avaliação na escola ciclada se dá através da observação diária e anotações cotidianas realizadas pelo professor sobre o aprendizado do aluno, se tornando assim diagnóstica, e poderá detectar as dificuldades e organizar situações desafiadoras e alternativas capazes de possibilitar a continuidade do aluno na construção do seu saber por fases de desenvolvimento. Não se deve pensar na escola ciclada em reter o aluno, mas sim em fazer de seu trabalho significativo, tanto para o professor quanto para o aluno e, tomar a avaliação como parceira em seu dia-a-dia de educador compromissado com o fazer pedagógico de qualidade, para conseguir bons resultados para todos, pois o sucesso do aluno é o sucesso do professor e da escola.

 

4.1 – REGISTROS DE APRENDIZAGEM

 

A reorganização da escola em ciclos de formação está atrelada na perspectiva de incluir o aluno no processo de ensino e aprendizagem de forma que seja assegurado o avanço, a continuidade e o crescimento contínuo do seu processo de construção de seu conhecimento e, portanto a avaliação ao pode ser uma coisa a parte, isolada, e sim está intimamente ligada e relacionada à aprendizagem.

Avaliar não é tarefa rápida ou simples. Exige reflexão, discernimento, ponderação, estudo, preparação, programação. Assim dessa forma, o registro diário utilizado pelo professor sobre o que se aprende, como se aprende e o que significa essa aprendizagem oferecem ao professor e ao aluno situações de reflexão e de transformação de sua ação.  Isso permite ao professor, quando realiza uma avaliação que acompanha esse processo ensino e aprendizagem, fazer análise, modificações e intervenções nesse aprender, ajustando suas ações às necessidades dos alunos. Os critérios utilizados na  avaliação deverão respeitar o tempo que o aluno precisa para aprender determinado conhecimento, seus limites, potencialidades e, ainda, a diversidade existente em sala de aula.

Portanto, o professor deverá sistematizar suas observações, dados e informações em forma de relatório descritivo de cada aluno, daí a importância de se registrar tudo referente ao aluno (pois não se deve esquecer de olhar o aluno como um todo), considerando as áreas de conhecimento prescritas na proposta da Escola Ciclada. Esses relatórios não seguem um modelo pronto e acabado e, nem deveriam, pois cada aluno é único, mas o professor deverá seguir alguns princípios, que veremos mais à frente.

 

4.2 - AVALIAR: QUAL A MELHOR FORMA?

 

Toda e qualquer tipo de avaliação deve primar essencialmente no aprendizado do aluno, porém só se atentará a isso se for bem planejada e estiver com objetivos claros e simples, pois isso irá torná-la eficaz e de sucesso. No entanto não se deve seguir somente um meio de avaliar, uma vez que há várias maneiras de realizar uma avaliação significativa e verdadeira.

Cipriano Luckesi diz que o processo de avaliar tem basicamente três passos, que são:

  • Conhecer o nível de desempenho do aluno (constatação da realidade), verificar o que o aluno trás consigo, qual saber ele possui do seu meio social, do seu cotidiano;
  • Comparar a informação com o que é considerado importante no processo educativo (qualificação), fazer a junção dos conteúdos escolares com o que o aluno vive na sua realidade, para que assim exista a interdisciplinaridade e uma maior qualidade no seu aprendizado;
  • Tomar decisões que possibilitem atingir os resultados esperados, não usando métodos que busquem também o fracasso, mas somente e, principalmente, o sucesso.

            Pois tanto pontual quanto contínua, a avaliação só fará sentido se tiver importância, quando provoca o desenvolvimento do educando, despertando-o para a construção do seu saber. Por isso se torna indispensável que se defina critérios, e que sejam observados, também é interessante que os alunos sejam informados sobre os itens a serem avaliados e o que devem buscar no momento avaliativo. E não se deve esquecer jamais: só avalie o que foi ensinado, e leve em consideração o cotidiano do aluno, pois isso também se torna essencial em uma boa avaliação.

             Enfim, sei que não posso oferecer maneiras corretas de se fazer uma boa avaliação, mas quero evidenciar alguns meios de avaliação que estejam em acordo com o verdadeiro propósito da ação e comprometida com o aprender do aluno e não somente com notas e conceitos, pois como diz Celso Vasconcelos, devemos ser capazes de desgrudar do que está dado e alçar vôos, vislumbrar novos horizontes.

 

 

4.3 – ALGUNS EXEMPLOS DE FORMAS DE AVALIAÇÃO

 

             Ao eleger um instrumento de avaliação para análise do desempenho dos alunos o professor deve ter clareza do seu uso quanto aos resultados que espera alcançar e também deve socializar com o grupo como irá se dar este procedimento, uma vez que assim a turma se comprometerá e envolver-se-á mais nos trabalhos e nos resultados.

              Existem instrumentos e técnicas que podem ser usados pelo professor e pelo coletivo

da escola com o objetivo de envolver o aluno no processo avaliativo. Então seguem alguns

para conhecimento e análise de qual seria o melhor para utilizar:

 

  1. Prova Objetiva: série de perguntas diretas que exigem respostas curtas; é familiar ás crianças, simples de preparar, podendo abranger grande parte do que foi trabalhado em sala de aula - os conteúdos são listados para que os alunos possam estudar; são ensinadas estratégias para memorizar e responder às questões com facilidade; são selecionados os conteúdos para formular as questões e, é explicado como se deve respondê-las.
  2. Prova Dissertativa: é questão que exigem capacidade de se estabelecer relações, resumir, analisar, agrupar idéias, somar fatos e redigir; esta dá ao aluno a liberdade de expor suas opiniões e sentimentos, porém não é necessário que se formulem inúmeras perguntas, e sim que se tenha claro para o aluno o que se espera em cada resposta e, pode ser escrita ou oral em roda de conversa, o aluno não precisa saber que está sendo avaliado com o propósito da nota.
  3.  Seminário: acontece por exposição oral, individual ou em grupo, a respeito de um determinado tema; o educador deverá fornecer subsídios aos educandos para que preparem o trabalho e a sua fala, é um meio que exige pesquisa, planejamento, leitura e organização das informações; é favorável à aprendizagem de quem prepara e de quem vai ouvir desde que o assunto seja interessante e atual e, esteja ao alcance de sua realidade.
  4. Relatório: texto produzido pelo aluno depois de atividades ou temas trabalhados em projetos, onde o educando tem a possibilidade de colocar o que foi válido para ele na construção de seu conhecimento; evite julgar a opinião do aluno, defina os critérios para se fazê-lo (introdução, desenvolvimento, conclusão, modo de organizá-lo), estabeleça conceitos ou pesos para cada item observado e que irá ser avaliado (estrutura do texto, apresentação, ortografia, etc.).
  5. Auto-avaliação: é a análise oral ou escrita, em formato livre, onde o aluno faz sua própria avaliação, colocando em ênfase o seu aprendizado durante os temas desenvolvidos, se tornando sujeito do processo ensino-aprendizagem, adquire assim mais responsabilidade, aprende a enfrentar limitações e a aperfeiçoar potencialidades, mas é preciso que o professor transmita segurança e confiança á ele para que se sinta a vontade em fazê-la.
  6. Conselho de Classe: reunião mensal, bimestral ou semestral, liderada pela coordenação pedagógica, juntamente com os professores, onde se compartilha informações sobre cada aluno da turma, desde seu desenvolvimento afetivo, psicomotor e o cognitivo; o resultado final deve levar a um consenso em relação às intervenções necessárias para que o educando atinja os objertivos esperados e, espera-se que o professor também se analise para novas tomadas de decisões em relação ao seu planejamento.
  7. Caderno de Campo: é muito simples, consiste em o professor anotar diariamente todo avanço e dificuldades dos alunos, individualmente, para que daí possa buscar novos rumos para realizar uma aprendizagem com significado para os alunos.

        Enfim, observar, anotar, replanejar, requer tempo e envolvimento do educador, mas que define resultados. Aliás, e os resultados, o que se fazer com eles? Bom, depois de trabalhados temas e conteúdos, aplicada a avaliação, é indispensável que se apresente os resultados aos maiores interessados:

aos alunos, que tem o direito de conhecer o próprio processo de aprendizagem para que se empenhe em superar as necessidades encontradas;

aos pais, pois são responsáveis pela educação de seus filhos e por boa parte dos estímulos que recebem;

à equipe escolar docente e gestora, que precisa constantemente avaliar e rever sua prática pedagógica e buscar mudanças para melhorar se necessárias.

                     Segundo Cipriano Luckesi, enquanto o aluno é avaliado, expõe sua capacidade de raciocinar e criar historia seu modo de entender e de viver. Essa é a razão pela qual todas as atividades avaliadas devem ser devolvidas aos alunos com respectivos comentários, porém discretos para que não haja constrangimentos e nem se sintam humilhados dependendo do que for escrito, devem se sentir à vontade para que devolvam os comentários revelando seus anseios e dificuldades em aprender, e oque espera que seja feito para saná-las.

 

CAPITULO V

A AVALIAÇÃO NO CICLO

 

                     Avaliação na escola organizada em ciclos é um desafio e tanto e um assunto extenso, que ainda hoje, depois de tantos anos em exercício, causa duvidas e dificuldades em como fazê-la. Essa concepção de avaliação, como mecanismo de diagnóstico, formação e acompanhamento de aprendizagem, esta ligada a um compromisso com o processo de ensinar e aprender.

                      Avaliar em um sistema de ensino e progressão continuada quer dizer crer no potencial de cada aluno, ou seja, na capacidade que o aluno tem de avançar nos seus estudos, firmando assim a idéia de que é possível através desta forma, identificar e detectar as dificuldades apresentadas pelo aluno e, a partir daí então, tentar superá-las por ações diferenciadas. Como caráter de acompanhamento das aprendizagens, a avaliação pode constituir possibilidade ao aluno de construir o seu próprio conhecimento perante o refazer das hipóteses e daí partir para suas descobertas. Então o professor deve partir do “erro” para a reflexão da ação e, nessa concepção o papel do professor não é somente corrigir o erro do aluno, mas de levá-lo a refletir sobre ele, depois interferir e assim reorganizar os seus conceitos e conseguir avançar. Segundo Hoffmann (2006. P. 75),

 

Analisar teoricamente as várias manifestações dos alunos em situação de aprendizagem [...] para acompanhar a hipóteses que vem formulando[...] de forma a exercer uma ação educativa que lhes favoreça a descoberta de melhores soluções ou a reformulação de hipóteses[...] Acompanhamento esse que visa ao acesso gradativo do aluno a um saber competente na escola e, portanto, sua promoção[...]

 

 

                       Porém para desenvolver essa forma de avaliar, com o intuito de realizar uma avaliação de qualidade, o professor precisa ter em mãos vários procedimentos e instrumentos para que tenha condições de fazer um acompanhamento adequado e eficaz da criança. Como já foi dito não existe um ou mais instrumento de avaliar específico que atendam com eficiência a totalidade do desenvolvimento cognitivo da criança, mas o professor pode selecionar alguns que possam lhe ajudar com eficiência a alcançar os seus objetivos no processo ensino-aprendizagem. Nesse processo é necessário interagir e buscar várias alternativas e instrumentos que podem expressar melhor o fenômeno da construção do conhecimento e o desenvolvimento das aprendizagens.

                        Na Escola Ciclada aparecem várias sugestões de instrumentos de avaliação que podem auxiliar nessa nova forma de ensinar e avaliar o educando.

 

5.1– INSTRUMENTOS E TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO NA ESCOLA CICLADA

 

  1. CADERNO DE CAMPO: Deve ser utilizado pelo professor para fazer os registros do processo de construção do conhecimento do aluno, de planejar e acompanhar as atividades desenvolvidas e analisar os avanços e dificuldades.

                         As anotações devem conter aspectos que fundamentam sua prática, propiciando ao professor aperfeiçoar e melhorar as técnicas de escrita, apurando sua sensibilidade para captar o essencial, agilizando a capacidade de síntese, análise e interpretação dos dados e, isso justifica tornar o caderno de campo um parceiro do cotidiano escolar sendo assim o reflexo do trabalho de cada educador em seu pensar, agir e sentir.

 

2 – AUTO-AVALIAÇÃO: possibilita ao professor e ao aluno um momento reflexivo sobre o trabalho realizado, tornando-se assim mais responsáveis por suas ações, ajudando a enfrentar limitações e aumentar as capacidades de mudanças de forma a desempenhar melhor os seus papéis e assim construir o conhecimento com segurança e confiança, o aluno torna-se sujeito do seu processo de aprendizagem. O professor poderá usar esse artifício para documentar todo a construção do saber pelo aluno, e assim planejar suas ações embasado em tal processo, e sugerir atividades individuais ou coletivas para sanar as dificuldades encontradas.

 

3 – MAPA CONCEITUAL: É uma fonte de coleta de dados para avaliação dos educandos com o objetivo de verificar de que maneira se estrutura o conhecimento, ou seja, a construção mental que o sujeito realiza durante as atividades. É proposto como uma estratégia facilitadora de uma aprendizagem significativa indica as relações entre conceitos ou conteúdos ensinados e é uma técnica flexível.

 

4 – PORTFÓLIO OU PASTA AVALIATIVA: Permite a compilação de todos os trabalhos realizados pelo aluno, para auxiliá-lo a desenvolver a capacidade de avaliar seu próprio trabalho, levando-o a refletir sobre ele, melhorando-o e ao mesmo tempo, permite ao professor traçar referenciais da classe com um todo a partir de analises individuais como foco na evolução dos educandos ao longo do processo ensino-aprendizagem.

 

5 – PROJETOS: Permite verificar e representar objetivos a alcançar, antecipar resultados, escolher estratégias adequadas, seguindo critérios preestabelecidos, podendo ser proposto individualmente ou em equipe abrangendo as diversas áreas de conhecimento. Pode proporcionar um maior envolvimento da criança nas atividades, o que torna um melhor aproveitamento de conteúdos a serem trabalhados, possibilitando ainda ao professor, uma avaliação do seu trabalho indicando onde precisa ser mudado, tudo isso feito de forma compartilhada e com cada estudante tendo autonomia pessoal e responsabilidade coletiva para o bom desenvolvimento do projeto.

 

6 – OBSERVAÇÃO: Permite selecionar aspectos importantes de diferentes áreas: afetiva, cognitiva e psicomotora; proporciona a percepção d como o aluno constrói seu conhecimento; determina momentos de registro formal, estimulando a auto-avaliação; evita generalizar e julgar de forma subjetiva, além de manter o diálogo entre o observado e o observador. Além de tudo esse método seve como uma lupa sobre o processo de desenvolvimento e possibilita a elaboração de intervenções especificas para cada caso.

 

7 – ENTREVISTA: Proporciona a coleta de dados de natureza quantitativa e qualitativa. Permite a capacitação imediata e contínua da informação desejada e aprofundamento de aspectos coletados superficialmente, podendo ser individual ou em grupo.

 

8 – DISCUSSÃO COLETIVA: Permite a socialização de saberes, confronto de idéias e reflexão compartilhada. Aqui o educando expõe seus pontos de vista a respeito de temas e assuntos, essa técnica proporciona ao aluno aprender a defender suas idéias e fundamentá-las; desenvolve o poder de argumentação e a oralidade, e também desenvolve a capacidade de ouvir.

 

10 – CONSELHO DE CLASSE: Propicia a troca de informações registradas pelo coletivo de professores com o objetivo de promover o desenvolvimento do aluno, respeitando sua individualidade, limites e potencialidades. Favorece a integração entre professores, a analise do currículo e a eficácia dos métodos utilizados para avaliar e ensinar, ou vice-versa, prevendo mudanças na prática pedagógica e intervenções necessárias para auxiliar a criança em suas dificuldades.

 

11 – PROVA: É um dos instrumentos mais utilizados pelo professor para análise do desempenho do aluno. Contudo, qualquer um dos instrumentos e técnicas aqui apresentados podem ser usados, desde que se tenha clareza de seus limites, e sejam considerados alguns aspectos importantes, como:

* seus resultados não podem ser utilizados como único indicador do desempenho escolar;

*seus resultados não podem ter valor absoluto, já que sua elaboração e correção têm certo grau de subjetividade;

*os resultados precisam ser devolvidos ao aluno, pois precisa saber o que acertou ou errou e porque acertou ou errou;

*a correção pode ser feita a partir da problematização e discussão das respostas. Com esses cuidados a prova poderá compor, junto com outros, um conjunto coerente de avaliação.

 

 5.2-AVALIAÇÃO: UM NOVELO DE NÓS

 

A escola é um dos espaços que mais sofrem as consequências das transformações que ocorrem na sociedade. Acredita-se que elas devem revigorar seus objetivos e processos de trabalho tidos como defasados em relação à velocidade com que chegam as mudanças no mundo, e este por sua vez espera que a escola responda à essas mudanças e  expectativas com urgência e prontidão, no que diz respeito à forma de ensinar, aprender e avaliar.

Diante desse fato, a escola tem tido dificuldades em refletir sobre a pertinência desses processos e sobre a eficácia de algumas alternativas indicadas para solucionar a questão. Muitas delas confundem os envolvidos no processo e dificultam o andamento dos trabalhos, pois quanto mais mudanças são sugeridas e impostas, mais os problemas educacionais permanecem sem serem resolvidos.

A avaliação está cercada por diversos nós geradores de discussões e controvérsias, porém os dois que mais estão presentes nessas discussões são os que envolvem a escola ciclada e a aprovação automática do aluno, temas mais recente nos tempos de hoje.

O primeiro se refere à polêmica questão do ensino em ciclos que pretende assegurar ao aluno seu devido tempo e ritmo de aprendizagem, favorecendo o desenvolvimento de cada aprendiz de modo desigual, porém permite o seu avanço para outra fase dentro do ciclo com base nos aspectos dominados e na certeza de que os não dominados ainda irão ser alcançados no momento certo para cada aluno. A avaliação entra em cena para revelar qual é esse momento, e quais as condições para o aluno chegar até ele e os meios necessários para tal, tendo forte presença, ajudando alunos e professores a conhecerem seus avanços e dificuldades em relação à aprendizagem.

O outro que se entrelaça ao mal-entendido do termo “aprovação automática”, onde pais e mestres, e, nossas escolas, vítimas desse mal-entendido, acabam julgando que seus filhos e alunos já não devem ser avaliados, mas mecanicamente aprovados. Na verdade a maior vitima é o aluno, ao deixar de se beneficiar do precioso auxilio da avaliação. Ela ajuda alunos e professores em seu trabalho de ensino e aprendizagem para assegurar o cumprimento do direito à educação de todos os cidadãos.

Uma formação de qualidade precisa interagir comas grandes questões sociais e comprometer-se com a transformação qualitativa das condições de vida das pessoas. E a avaliação por sua vez deve se colocar a serviço desse objetivo. Não basta que os alunos não sejam reprovados, importa que aprendam para que possam ocupar lugar na sociedade e nela atuar.

No novo contexto social, ainda deixa a desejar a relação entre sociedade e avaliação. Avalia-se tudo e todos, por motivos diversos, mas os resultados obtidos ainda informam que pouco os alunos tem aprendido o que se tem ensinado, ou se pensa estar ensinando. Portanto, a avaliação para cumprir os seus objetivos educacionais, precisa perder essa centralidade dada a ela, assim ganharia mais sentido político e pedagógico, mostrando-se coerente com a função formativa que lhe é esperada, mas se não fosse discutida isoladamente das outras categorias do trabalho escolar. É interessante que se tenha a avaliação a favor da aprendizagem, dando assim uma maior atenção a todo o conjunto da ação, do aprender a análise do trabalho pedagógico em seu todo.

                 Finalmente, é necessário maior rigor nos métodos de se trabalhar e um compromisso social no fazer pedagógico, onde estejam realmente envolvidas as três bases de sustentação do aprender da criança: professor – aluno – família, havendo assim um maior zelo com o processo ensino-aprendizagem da criança. É preciso garantir que a família conheça as expectativas da escola em relação às crianças e adolescentes em cada ano ou fase, seja qual for o sistema de ensino, para que possa acompanhar esse processo. Uma vez que o aluno e sua família sabem aonde a escola quer chegar, quais suas metas e objetivos poderão participar com mais autonomia na busca do sucesso no processo da aprendizagem.

 

A ação avaliativa se desenvolve em beneficio ao educando e dá-se fundamentalmente pela proximidade entre quem educa e quem é educado. Pela curiosidade de conhecer a quem educa e conhecendo, a descoberta de si próprio. Conhecimento das possibilidades dos educandos de continuo vir a ser, desde que lhe sejam oferecidas as oportunidades de viver muitas e desafiadoras situações de vida, desde que se confie neles diante dos desafios que lhe oportunizamos. Posturas de avaliação?Posturas de vida! ( Hoffmann, 2006.P.150)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CONCLUSÃO

 

Na perspectiva de construir uma escola cidadã, porém democrática, a avaliação é considerada um instrumento auxiliar indispensável no decorrer do processo ensino-aprendizagem e, está distante do significado historicamente construído ao longo das décadas de atribuição de notas com o objetivo de aprovar ou não o aluno pelo seu interesse em relação aos estudos.

Igualmente, a avaliação deve ser entendida como um simples meio de compreensão do nível escolar de aprendizagem dos alunos, uma forma de conhecer quais saberes o aluno adquiriu e construiu durante o processo, do desenvolvimento de suas capacidades e habilidades, de detectar suas dificuldades para tentar saná-las. Ação esta que necessita ser continua, pois o processo de construção do conhecimento dá ao professor um forte subsídio para perceber os avanços e dificuldades dos alunos, dessa forma o professor revê sua prática educativa, pois avaliar também implica em refletir os próprios atos, e assim redirecionar as suas ações quando preciso.

Diante disso a avaliação passa a ser uma tarefa muito complexa, a qual não se resume somente na realização de provas e atribuição de notas, mas uma parte integrante do dia a dia do educador no processo ensinar e aprender, com caráter especifico, capaz de reconhecer os saberes adquiridos pela criança.

Entretanto, dentro de uma concepção mais moderna de educação, não há mais espaço para a realização de avaliações autoritárias, pois a mesma não visa o crescimento do educando, é classificatória. Mas abre um largo espaço para a avaliação que define avanços e as dificuldades apresentadas durante o processo, tanto do educador quanto do educando para que ambos sofram modificações na maneira de caminhar no desenrolar do trajeto até o conhecimento, visando dessa forma a verdadeira construção do saber, o qual deve ser um caminho continuo e ocorrer nos momentos próprios para o aluno.

A avaliação não pode ser mecânica, a mesma tem que ser uma atividade com objetivos e propósitos definidos, com encaminhamento político, a favor da competência de todos para se ter uma vida social harmônica e ativa. Ensinar e Aprender não se faz de uma forma isolada ou passiva. É preciso trabalhar o significativo, o concreto e que o mesmo seja utilizado em sua vida, na sua comunidade, e no mundo em que estiver atuando.

O professor deve valorizar cada saber do aluno, as experiências vividas, tudo que ele traz consigo é conhecimento, é necessário saber aproveitá-lo. A escola como estabelecimento de ensino muitas vezes não leva em conta o saber de mundo que a criança tem, e assim acaba por instaurar autoritarismo e impor só o saber dele, do professor. Então é preciso mudar, abolir esse tipo de atitude e tomar outra postura, o de valorizadora do outro com seus conhecimentos, qualidades ou defeitos, e gerando dessa forma indivíduos com mais responsabilidade, autodisciplina, com domínio em sua criatividade, lhe proporcionando assim maior autonomia e segurança, visto que vivemos num mundo globalizado, cuja interação com o novo a cada momento é fundamental, onde haverá um aprender significativo para a criança, principalmente,  se tornando adultos conscientes de seu papel na sociedade, capazes de enfrentar os desafios e de não prejulgar o outro sem conhecê-lo.

Enfim, não devemos esquecer jamais que o ser humano está a todo instante avaliando e sendo avaliado. E como diz Vasconcelos (2001. P. 19), é difícil, é complicado e, sobretudo, é contraditório. Por isso é importante “arregaçar as mangas já.”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

 

BRASIL, Ministério da Educação e dos Desportos – Parâmetros Curriculares Nacionais.         Avaliação. MEC/SEF, Brasília, DF, 1999.

 

CABRERA, Renata Cristina. Docência e Desespero: avaliação da aprendizagem na escola ciclada. Brasília, ed. Líber Livro, 2006.

 

HOFFMANN, Jussara. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. Porto Alegre, ed. Mediação, 26ª edição, 2006.

 

LIBANEO, José Carlos. Avaliação Escolar. In: didática. São Paulo, ed. Cortez, 1994.

 

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem Escolar: estudos e proposições.  São Paulo, ed. Cortez, 15ª edição, 2002.

 

MATO GROSSO, Secretaria de Estado de Educação. Escola Ciclada de Mato Grosso: novos tempos e espaços para ensinar-aprender a sentir, ser e fazer. Cuiabá, SEDUC, 2000.

 

PINTO, Álvaro Vieira. Lições sobre Avaliação. São Paulo, ed. Cortez, 1991.

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação: concepção dialético-libertadora do processo de avaliação escolar. São Paulo, ed. Libertad, 11ª edição, 2000.

 

 

 

 

                                                                   

 

 


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