FORMAÇÃO HOLÍSTICA: CONSTRUÇÃO DE NOVOS SABERES A SERVIÇO DA HUMANIDADE



FORMAÇÃO HOLÍSTICA: CONSTRUÇÃO DE NOVOS SABERES A SERVIÇO DA HUMANIDADE

Elineusa Protázio Bomfim Pinto[1] 

Vive-se um momento de mudanças e grande complexidade cultural, no qual as demandas sociais e também a legislação se tornam mais exigentes em relação às instituições estabelecidas. Entre esses processos, a educação detém um lugar de relevo, pois é o elemento-chave na construção de uma sociedade baseada na informação, no conhecimento e no aprendizado. Portanto, discute-se no presente artigo pressupostos metodológicos de ensino/aprendizagem, visando à formação de educadores, valorizando a linguagem como meio de interação social. Na integração ensino-aprendizagem-formação, defendem-se os modelos de pesquisa nos quais os problemas identificados pelos professores, que favoreçam a aprendizagem e a formação acadêmica, sejam enfocados em ações holísticas. Dessa forma, defende-se a concepção holística, como um processo que privilegie a reflexão sobre a prática docente, visando humanizar o indivíduo para sua prática como cidadão íntegro e capaz de criar novos saberes, a serviço da humanidade.

Palavras-chave: ensino/aprendizagem, formação acadêmica, cultura e pesquisa, formação holística, teoria e prática pedagógica.

DIALOGANDO SOBRE OS TEMAS TRANSVERSAIS

 

Atualmente, as sociedades atravessam um período de intensas mutações, onde novas tecnologias, novos instrumentos de produção são colocados a cada momento à disposição dos cidadãos. E essas transformações tecnológicas possibilitam mudanças significativas na área educacional. No entanto, um dos grandes desafios para o sistema educacional está na formação de educadores que vão atuar diretamente com o educando, contribuindo para que os nossos jovens exerçam conscientemente a sua cidadania, no que diz respeito a sua formação técnico-científico-cultural.

Para educar em uma sociedade da informação, é preciso investir na criação das competências e habilidades que favoreçam a atuação do indivíduo na produção de bens e serviço, bem como desenvolver meios para aplicar criativamente os novos recursos tecnológicos. Segundo Lévy, estamos vivendo a abertura de um novo espaço, e cabe apenas a nós explorarmos as potencialidades mais positivas deste espaço nos planos econômico, político, cultural e humano.

Nesse sentido, torna-se fundamental o desenvolvimento de pesquisas sobre a formação de professores. Propõe-se, no presente artigo, um modelo de pesquisa que esteja assentado a partir da reflexão sobre a prática em uma integração ensino-pesquisa-formação inicial, continuada e holística de professores, enfatizando o desafio de criar uma sociedade sustentável, justa e pacífica, em harmonia com a terra e sua diversidade de formas de vida.

Evidentemente, uma proposta desse teor supõe alterações em contingências mais globais, que extrapolam os limites da sala de aula e que envolvam não apenas o professor individual, mas um conjunto diversificado de indivíduos cujas ações, explicitam ou tacitamente, interferem na formação do professor e em seu trabalho de ensinar.

Diante deste contexto a sociedade encontra-se diante de um novo paradigma educativo, no qual a escola deve conceber os meios de comunicação e de informação como aliados do processo educativo, usufruindo de sua condição facilitadora na construção do ensinar de modo criativo e coletivo, em que o elemento fundante seja a singularidades e não a desigualdade, visto que, torna-se necessário aos educadores serem norteados por uma perspectiva holística.

 Segundo estudiosos a questão da formação profissional, não é apenas algo relacionado aos domínios de novas técnicas, nem de novos paradigmas teóricos, mas também, de uma questão de se compreender os valores, as definições éticas e as visões do homem sobre a Educação e o mundo em que esses docentes estão inseridos ao longo de suas vidas pessoais e profissionais.

Nessa conjuntura, cabe ao educador guiar e mediar os alunos nos processos psico-socio-culturais, permitindo que seus avanços sejam cada vez mais significativos em relação aos conteúdos propostos. Portanto, é necessária à renovação das concepções e das práticas pedagógicas.

Entretanto, de acordo com Demo, muitos professores têm-se portado em sala de aula como simples ministradores de aulas, sendo “fiéis” seguidores do “mero ensinar” enquanto seus alunos praticam o “mero aprender”. O docente que exerce sua função de ensinar necessita do trabalho da pesquisa para ser mestre e não discípulo. As reformas atuais confrontam os professores com dois desafios de envergadura: reinventar sua escola enquanto local de trabalho e reinventar a si próprios enquanto pessoas e membros de uma profissão.

Para renovar adequadamente os desafios num mercado escorregadio e submetidos a processos violentos e geralmente muito dúbios de inovação, cabe, portanto a um profissional moderno não só estar em dia com os reclamos atuais do conhecimento, mas, sobretudo humanizar o conhecimento, para garantir a abertura de um portal para sua inserção na sociedade como cidadão capaz de saber, argumentar e interagir através da reconstrução do conhecimento.

No entanto, para os educadores holísticos, o conhecimento é essencialmente uma relação que envolve a pessoa, a comunidade e o mundo natural. Tudo é conhecido em contextos que dão significado ao que é conhecido, valorizando, portanto, o potencial do indivíduo. A partir desta visão podem se formar educadores capazes de buscar soluções para as dificuldades enfrentadas no setor educacional deste novo milênio.

Entende-se, que a educação tem como meta central a formação de jovens brasileiros para o exercício consciente da cidadania, de modo que, é necessário assumir o desafio, na busca de processos de formação de professores, nos quais possam desenvolver atitudes e valores, por meio da interatividade em sala de aula. Nessa integração, espera-se que as vozes dos alunos sejam contempladas, para que novas visões de mundo sejam assumidas no compromisso de construção de uma sociedade igualitária que preserve o valor da vida em nosso planeta. Nesse contexto, o princípio da formação pela reflexão, em que as vozes dos professores são consideradas e respeitadas, nos parece o caminho ideal para os propósitos que se defende na educação para a cidadania, ainda que tenha muitos outros desafios a enfrentar nesse processo.

Na concepção de Amorim, “a educação é ao mesmo tempo transmissão do antigo e abertura da mente para receber o novo”. Cabe, pois a educação direcionar a sua atuação na reconquista de um conhecimento que leve o homem a descobrir todo o seu potencial criativo sem distanciamento de uma moral elevada e que dê o sustentáculo para ações comprometidas com a paz e a solidariedade mundiais.

Segundo a Constituição, artigo 205: LDB, artigo 2º o principal desafio da escola é o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para a cidadania e sua qualificação para o trabalho. Para tanto, a escola precisa atentar para a proposta formulada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. (UNESCO) que traz como princípios fundamentais os quatro pilares da educação: aprender a conhecer, a fazer, a conviver, e aprender a ser.

Com essa concepção de educação, a escola para cumprir a sua função social precisa voltar-se para a realização plena do ser humano no seu contexto sócio-político-econômico-cultural, valorizando os seus conhecimentos prévios construídos em sua experiência de vida.

A LDB determina que os estabelecimentos de ensino devem elaborar e executar sua proposta pedagógica, devendo articular-se com as famílias e com a comunidade, criando, assim, processos de integração da sociedade com a escola. Entretanto, mesmo este documento, oficializando as tarefas das escolas e dos professores em relação à construção do Projeto Político Pedagógico, é preciso que os vários segmentos da escola não percam de vista a dimensão coletiva desta tarefa.

Certamente, não teremos respostas universais e definitivas, porém é interessante perceber quais os elementos que são mais constantes na educação concebida por meios culturais distintos e que podem nos auxiliar a descobrir valores chamados universais. Tal entendimento fundamenta e justifica a preocupação de alguns estudiosos, pois é papel dos educadores compreenderem a educação como um importante instrumento de transformação do homem em um ser integral e livre pelo despertar de sua consciência, ou seja, em um ser humano que utiliza integradamente o sentir, o pensar e o agir, gerando, enfim, ações conscientes.

No processo educacional, o resgate da ética é de fundamental importância uma vez que antes de tudo a verdadeira educação é um compromisso ético, e é preciso que a relação professor-aluno seja calcada em valores positivos e verdadeiros, estes que constroem a dignidade humana, pois somente a partir de uma (re) educação da humanidade pode-se aspirar a dias melhores.

Nesse contexto, a avaliação da educação implica em um processo amplo e abrangente, onde se pode refletir a respeito da ação educativa no âmbito da aprendizagem e do desempenho institucional, de modo a visualizar como esses níveis de ação interferem mutuamente na qualidade do desempenho dos alunos e na crença do poder da escola como espaço de desvelamento de mecanismos, regras, relações, verdades, rituais, silêncios, enfim, princípios e práticas que expressam relações de dominação, mas que contem possibilidades emancipatórias.

No Brasil, a avaliação da aprendizagem, ainda que com algum atraso, esteve atrelada às concepções de psicólogos comportamentalistas como Thordike e Skiner, com o desenvolvimento dos testes padronizados para medir aptidões e habilidades dos alunos.

Diante das mudanças ocorridas, nos anos 70, são iniciados no Brasil estudos relacionados à avaliação institucional. Segundo Gasparetto, a avaliação institucional é ainda um desafio, pelo seu caráter de amplitude e ênfase nos aspectos qualitativos e pelas suas principais características e condições: “a globalidade, contextualizada, ser formativa, ser permanente, ser legítima, ser voluntária, estar adaptada a cada instituição”.

Portanto, a escola no seu cotidiano enfrenta a diversidade de concepções e práticas pedagógicas que interfere no planejamento escolar, que implica no respeito à diversidade cultural, poética e epistemológica presentes no cenário educativo. Desta forma, um dos desafios na construção do PPP está na necessidade de um trabalho coletivo, que possibilite a democratização do espaço escolar a partir de uma pedagogia que procure ouvir, respeitar e acolher a diversidade de concepções expressas pelos diferentes atores envolvidos na prática educativa, pois o autoconceito do aluno interfere em sua capacidade e sua forma de aprender, porque todos nós, a partir das interações com os outros, construímos e ressignificamos conceitos acerca de nossas possibilidades e limites, reconhecendo e preservando algumas características próprias.

Enfim, o PPP é um documento de identidade da escola. Já o PDE, conforme o MEC, é um processo de planejamento que visa à melhoria da gestão da escola em seu contexto global, envolvendo o aspecto pedagógico, administrativo e financeiro pela diretoria da instituição e desenvolvimento de maneira participativa pela comunidade escolar. Nesta perspectiva, urge a necessidade do trabalho com projetos como forma de conduzir a ação docente/discente, objetivando promover a aprendizagem interdisciplinar, globalizada, contextualizada e organizada a partir de problemas reais do setor educacional, dos alunos na escola e fora dela. Dessa forma, a aprendizagem passa a ser vista como um processo complexo e global, no qual teoria e prática não se dissociam.

Enfim dentro desse processo surge o termo currículo, que segundo a afirmação de Sacristán, é a ligação entre a cultura e a sociedade exterior à escola e à educação; entre o conhecimento e a cultura herdados e a aprendizagem dos alunos; entre a teoria e a prática possível. O mesmo deve sinalizar as necessidades dos novos tempos trazendo a variedade de opções, à heterogeneidade de abordagens, portanto, constitui-se o elemento central do Projeto Político Pedagógico, pois viabiliza o processo de ensino/aprendizagem.

Para Paulo Freire, a educação deveria conscientizar os oprimidos acerca da realidade social, capacitando-os a refletir sobre sua vida, suas responsabilidades e o papel que desempenham diante das injustiças sociais. Para que a educação ocorra dessa forma, o mesmo propõe superar o currículo tradicional, abstrato, teórico e dissociado do cotidiano.

Urge nesse momento a necessidade do planejamento, pois esta é uma tarefa vital, que ajuda a alcançar a eficiência do currículo, como também visa a sua eficácia. De acordo com Gandin, planejar é transformar a realidade, organizar a própria ação, agir racionalmente, pôr em ação, realizar o que é importante (essencial) e, além disso, sobreviver [...].

Seja qual for à forma, todo planejamento consiste em pensar, refletir criar estratégias para que possamos intervir na realidade de maneira consistente e transformadora.  Dentro desse contexto surge os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) com o propósito de apontar metas com qualidades, que ajudem o educando a enfrentar o mundo atual como um cidadão participativo, autônomo, conhecedor de seus direitos e deveres.

Os princípios fundamentais dos PCNs são dignidades  da pessoa humana; igualdade de direitos; participação e co-responsabilidade pela vida social. Na prática, afirmam que o Brasil é um país regido não por direitos, mas sim por privilégios que se assenta em discriminações e preconceitos de todos os tipos, produzindo e reproduzindo conseqüências como aumento constante da miséria, ignorância, evasão escolar, etc. Cabe, ao educador em frente a esse processo buscar o novo, investir na formação, aquisição de conhecimentos necessários para sua renovação pedagógica. 

Para Luck, o educador é um alavancador de novos rumos, motivador para a mudança, autoconhecimento, autotransformação e reformulação de valores.  Portanto, ele deve facilitar e orientar o processo de desenvolvimento, colocar questionamentos que provoquem seus interlocutores em prol da transformação. 

Perrenoud contribui afirmando que “o educador deve fazer o luto das certezas didáticas, pois o terreno das práticas educativas é bem mais incerto do que fazia supor o cristalino positivismo das suas análises”. Assim o educador que não quer danificar o sentido humano da sua prática docente deve estar disponível a aceitar as incertezas.

Para a formação de um cidadão pleno, notou-se que apenas o trabalho interdisciplinar não seria suficiente. Por isso, o Ministério de Educação e do Desporto, utilizando-se dos Parâmetros Curriculares Nacionais, propõe o trabalho com algumas questões sociais com as quais nos deparamos na vida cotidiana, e que extrapola os saberes curriculares.

Nesse sentido, a nova LDB priorizou uma educação que, ao invés de separar o ensino da língua em diferentes eixos, trouxesse uma visão contextualizada de aprendizagem, não somente da Língua Portuguesa e da Língua Inglesa, mas do conhecimento humano. Assim, numa perspectiva sociolingüística-materialista, estuda-se a língua como produto da atividade humana, sujeito às contingências da vida e da história humanas. Com esse pressuposto, conclui-se que, como várias pesquisas já demonstraram, diferentes variedades lingüísticas se constrói concomitantemente com diferentes formas de compreender o mundo.

Apesar da evolução sistemática, as atuais modalidades pelas quais os sistemas escolares organizam a forma de aprendizagem mostram-se bastante ineficazes, principalmente, quando se refere ao livro didático (LD), pois o mesmo tem adquirido uma conotação emblemática quando se observa a realidade brasileira.

Segundo a autora Janete Santos há a necessidade de LDs que se preocupem com uma abordagem comunicativa e de professores cientes da importância dessa abordagem de modo a encaminhá-la com ou sem esse recurso. Há situações em que professores, quase sempre, quando formados, mal formados, fazem do livro didático a única base de planejamento de suas aulas. Eles concentram-se nos conteúdos destes livros sem dominá-los, tornando as aulas desinteressantes e a aprendizagem difícil e ineficaz. O professor pode e deve realizar as alterações que considera necessária e enriquecer a aula com novas idéias, valorizando a linguagem como meio de interação social.

Assim sendo, trabalhar teoria/prática utilizando novos meios que envolvam pais, alunos e demais profissionais da equipe pedagógica torna-se parte do processo. Pois, o mundo vem passando por uma mutação, e está ligado numa rede internacional de informações, através de tecnologia avançada que exige do indivíduo a compreensão para saber como utilizá-la na sua convivência diária. Intensifica-se, também, a importância das linguagens, fecundando no indivíduo uma consciência multicultural. Através dela é possível compreender os discursos utilizados em diferentes esferas da vida. Com o crescente desenvolvimento tecnológico e sua incorporação no nosso dia-a-dia, tornou-se necessário a inclusão da tecnologia nos currículos escolares.

Vive-se a era do conhecimento, portanto, o professor encontra-se diante de uma realidade difícil e inovadora. A era dos avanços tecnológicos torna o processo educacional e de aprendizagem em constante movimento. Necessita-se procurar entender este momento que é revestido de características especiais, de incertezas, onde o que hoje se aprende, amanhã pode não ser mais válido. Precisa-se ser humilde e mudar a postura tradicional e aprender a aprender, reaprender a ensinar.

Sabe-se que as competências que os professores adquiriram no decorrer de sua formação já não são mais suficientes, porém se o mesmo tiver intimidade com as tecnologias e sua aplicação educacional, poderá contribuir para formar, em vez de receptores passivos de conteúdos, seres mais capazes de atribuírem novos sentidos para a realidade; pessoas que saibam criar novos saberes, a serviço da humanidade.

Diante desse novo panorama, a educação passa por um processo de humanização, no qual o aluno precisa ser formado para garantir sua inserção no mercado competitivo e globalizado, e também desenvolver suas potencialidades, tornando-se um sujeito crítico, reflexivo, construtor de sua própria história e capaz de interagir com o meio em que está inserido.

Assim sendo, cabe aos educadores, observarem o seu próprio desempenho, descobrindo forças e desenvolvendo novas competências para que possam tornar a prática pedagógica realmente efetiva. Precisa-se, no entanto, compreender as demandas dos alunos e trabalhar no sentido de atendê-los, de forma a possibilitar o seu desenvolvimento, segundo um alinhamento ético, em uma cultura de paz permeada por valores humanos.

Segundo Selma Garrido, entende-se que é necessário formar professores capazes de assegurar o direito à população a ter uma escola pública de boa qualidade, lutando contra o capitalismo, repensando conteúdos, novas formas de formar o professor, de organizar a escola e os currículos.

Nóvoa diz que: “O aprender contínuo é essencial se concentra em dois pilares: a própria pessoa, como agente, e a escola, como lugar de crescimento profissional permanente.” Para ele, a formação continuada se dá de maneira coletiva e depende da experiência e da reflexão como instrumentos contínuos de análise. Desta forma, o Estágio Supervisionado não só busca responder às situações que desafiam o aluno estagiário, como o ajuda a reconhecer-se ou não na profissão, tendo por objetivo criar condições para o alunado entrar na futura realidade profissional. Portanto, o estágio quer ser um momento de participação e exercício da cidadania, no qual os acadêmicos adquiriram as habilidades e competências necessárias para se formar como um sujeito íntegro.

Assim sendo, o curso de Letras, dentre suas especialidades, entende que o lugar do estágio no currículo de formação de professores visa aproximar o aluno em formação da realidade onde irá atuar, dando-lhe oportunidades para organizar e elaborar experiências, bem como formar um educador engajado e comprometido com a educação, numa verdadeira perspectiva de mudança. Sabe-se que o espaço de estágio é um lugar onde as pessoas se relacionam e convivem, num processo de ensino/aprendizagem, que se estabelece através de expectativas do aluno e instituição, pesquisa e comunicação, permitindo ao aluno estagiário reconhecer-se ou não nesse espaço, favorecendo o seu autoconhecimento, no que diz respeito à própria profissão, incentivando-o a questionar-se sobre a sua própria vocação.

O estágio é, na verdade, um espaço onde cada disciplina do curso de Letras tem a contribuir para que o diálogo com a realidade profissional ocorra e então o aluno aprenda a conhecer a docência em sua mais abrangente definição: despertando o gosto e fornecendo as bases de aprender e de ensinar ao longo de toda a vida, desenvolvendo o: despertando o gosto e fornecendo as bases de aprender e de ensinar ao longo de toda a vida, desenvolvendo a sua aptidhabilidades, para que seja possível enfrentar novas situações, facilitando o trabalho em equipe, tendo autonomia e capacidade de julgamento, o que implica o fortalecimento da responsabilidade pessoal na realização do destino coletivo.

As reflexões aqui apresentadas permitem afirmar que para ser professor não é suficiente o domínio de um determinado conteúdo. Ao contrário, trabalhar com o ensino exige um saber plural, temporal, interativo, em constante processo de construção, exige do professor articulação das diferentes instâncias de seu saber, de sua experiência profissional e pessoal. Portanto, através deste curso pude adquirir as habilidades e competências necessárias para desempenhar o meu papel de construtora de conhecimentos como um ser reflexivo, crítico e capaz de formar alunos de perfil autônomo, de promissoras ações e atuações na construção dos saberes comprometido com mudanças conscientes e transformações sociais, visando o alicerce de uma sociedade humana e igualitária.

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS[2]

 

BORDINI, M. G.; AGUIAR, V. T. Literatura – a formação do leitor. Porto

Alegre: Mercado Aberto, 1989.

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FILHO, J. C. P. de Almeida. Dimensões Comunicativas no Ensino de Línguas. 2ª ed. Campinas, São Paulo: Pontes, 1998.

 

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997.

GADOTTI, M. Educação e poder; introdução à pedagogia do conflito. São Paulo: Cortez, 1980.

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez, 2001.

PERRENOUD, Philippe. As competências para ensinar no século XXI. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002.

PIAGET, Jean. Psicologia e pedagogia. Rio de Janeiro: ed. Forense Universitária Ltda, 1969.

YUS, Rafael.Educação integral:uma educação holística para o século XXI.Trad. Daisy Vaz de Moraes. 1ª edição. Porto Alegre: Artmed, 2002.


[1] Especialista em Gestão Escolar UFBA. Pós-graduada em Psicopedagogia Institucional - FINOM. Graduada em Letras / Inglês - Faculdade de Tecnologia e Ciências de Salvador. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Língua Portuguesa; Redação; Artes e Literatura Brasileira. Professora do Ensino Fundamental II e Médio da rede particular e pública.

[2] Baseada na NBR-6023/2002, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)


Autor: Elineusa Protázio


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