Sob a lógica do significado (para virar a página)



É difícil você amar alguém quando não há nenhuma razão para fazer. Quando o outro não tem mérito nenhum na vida. Quando não está sob os holofotes, quando está jogado no limbo, vivendo no fundo do poço em um canto qualquer. Não há mérito e nem há utilidade, porque você já não precisa procurá-lo, não precisa ligar, não tem razão alguma para mandar e-mail, mensagem, ou mesmo saber como está. É uma missão complicada amar alguém sob estas condições. O amor (amor mesmo, não isso que a gente classifica como tal porque fez algo que a gente precisava e não teve mais serventia – tornou uma loja de conveniência e desprezou jogando fora)... O amor não resiste sob a lógica do mérito ou da utilidade, assim ele torna-se volátil e fraco. O amor sobrevive é sob a lógica do significado. É quando o outro não te serve para nada, quando o outro não tem mais conquistado nada na vida (pelo contrário, só tem acumulado derrotas), quando o outro é um desajeitado na vida, um diferente no meio dos iguais (na concepção destes). Pode até ter sido a pessoa certa, mas no momento errado, no lugar errado. É neste momento que o amor elege. Quando o outro não merece a eleição. O amor faz isso, faz renascer do esquecimento e dá mágoa para o significado. Com gratidão. O verdadeiro amor reside no coração como sentimento despretensioso, mas essencial. Olhe para você, olhe para trás e veja quanto sentimento doado, quanta coisa você fez, por quantas pessoas você se dedicou... Hoje talvez você não sirva para ninguém, não tenha nenhum valor sentimental para as pessoas com as quais você se relacionou na vida, mas não é o fato de estar nas sombras dos bastidores da vida (hoje) que isso te fará parar de viver, ou deixar de fazer as coisas. Solidão – que mais tem sido condição do que situação – não deve prender e nem impulsionar... Não... Deve apenas passar... A solidão deve passar para acalmar a alma, para baixar a poeira do coração e para fazer a vida retonar ao seu caminho normal e fazer virar a página para quem sabe iniciar outras histórias.

 

Texto escrito Johney Laudelino da Silva em 28/11/2012.

 

Com vídeo da música O caderno – Fábio de Melo http://youtu.be/XTZ1RbHdaAk


Autor: Johney Laudelino Da Silva


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