HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA



ARTIGO

HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

TAISA GOMES DE ASSIS

JUNHO/2012

HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

O Brasil tentou melhorar a economia brasileira introduzindo a industrialização, mas com o progresso da ciência e das técnicas, tornou-se um mundo criado pelo homem, um mundo confuso, passando por vários sistemas de governos, como parlamentarismo, presidencialismo, semipresidencialismo e constitucionalismo. Também vários regimes políticos, são eles: autoritarismo, democracia, despotismo, ditadura, oligarquia, plutocracia, teocracia, tirania, totalitarismo, com explicações mecanicistas no intuito de ser entendido e resolvido, mais na realidade estamos inserido num mundo comparável a “Torre de Babel”, conforme o autor Milton Santos mencionou em seu livro “Por uma outra Globalização do Pensamento Único à Consciência Universal” de 2008.

A nossa economia advinda da colonização, ocupou uma vasta extensão territorial, predominando a monocultura e o trabalho escravo, deixando fortes marcas na economia brasileira que nem a crise do sistema colonial nem a independência do Brasil e Portugal conseguiram romper definitivamente.

Portanto, vivemos num mundo de fábula, cheio de fantasia, como se tudo estivesse no alcance das mãos quando os problemas são profundos.

Contudo, só depois do trabalho assalariado que o Brasil foi inserido na organização do capitalismo mundial e no avanço da industrialização, porque o trabalho assalariado trouxe para economia um desequilíbrio externo, visto que, antes o trabalho era escravo, dessa forma, a renda monetária concentrava-se nas mãos dos senhores, não havia propagação de renda internamente, consequentemente, não havia desequilíbrio externo.

Mas esse desequilíbrio foi bom, porquanto o Brasil passou a não suportar mais esse tipo de organização, ocorrendo a abolição da escravatura e logo em seguida houve a proclamação da República que mudou a forma de governo no país, com intuito de transformá-lo em uma grande república. Por isso tivemos os seguintes períodos da evolução política:

  • Primeira República ou República Velha – 1989-1930;
  • Era Populista – 1930-1964;
  • Era Ditatorial – 1964-1984; e
  • Nova República – a partir de 1985;

Apesar dos desejos de transformação, a república foi conquistada por meio de muitas lutas, somente 95 anos após a proclamação da república foi aprovado as eleições diretas para presidente no Brasil, visto que a Primeira República foi marcada pela política de coronéis, onde impunham a direção do governo decidindo por meio de atas escritas.

Nessa fase predominava a agricultura como chave importante da economia. Mas de 1889 a 1930, a economia brasileira enfrentou um série de dificuldades, como:

  • Os impactos da Primeira Guerra Mundial sobre o comércio exterior;
  • Fortes oscilações no preço do café;
  • Crise de 1929, que abalou o mundo; e
  • A transformação na condução da economia a partir de 1930;

A Primeira República caracterizou como Café com Leite, porque os governos se revezavam em São Paulo produzindo o café e em Minas Gerais com a produção do leite e derivados.

Como os grupos oligárquicos dominavam o poder econômico e político, impuseram pela força seus candidatos. Foi um período mais difícil da República, devido as transformações como: trabalho assalariado na agricultura, a reinserção do país na economia internacional e a readaptação às novas formas do exercício da política.

Com essas transformações, o café sofreu um decréscimo, tendo o governo intervir, assim como no caso da soja em Mato Grosso e Paraná, a cana-de-açúcar e da laranja em São Paulo, atém mesmo, no momento da Crise de 1929, o Brasil vivenciava um período de super produção, abalando a indústria cafeeira, comprovando a necessidade de presença do governo para regular as atividades.

Pode-se dizer que essas transformações causou um mundo de perversidade, devido o aumento do desemprego; salário baixo; pobreza; retorno de doenças que antes havia sido extinta; corrupção; a humanidade evoluindo negativamente, principalmente egocêntrica, etc. Além desses problemas a Economia Brasileira enfrentou transformações políticas e econômicas, são elas:

  • A política patrimonialista. Em 1930, Getúlio Vargas centralizou as decisões e retirou o poder das regiões, facilitando a condução das políticas econômicas no período. Mesmo sendo autoritário, Getúlio conseguiu ficar no poder por causa do acordo dos coronéis com industriais e as políticas com a classe trabalhadora.
  • Eurico Gaspar Dutra, eleito em 02 de dezembro de 1945 e empossado em 31 de janeiro de 1946, deu continuação aos objetivos de modernização econômica, mas, abandonou as políticas de governo e ações diretas voltadas para a promoção do desenvolvimento industrial, preocupando-se em dar seguimento à acumulação industrial e à manutenção dos investimentos iniciados no estado novo.
  • Juscelino Kubitschek (1956 a 1961), combateu a inflação por meio de uma política econômica severa, formulada pelo economista Eugênio Gudin, Ministro da Fazenda e criou o Plano de Metas com o objetivo de implantar em curto período industrias com maior complexidade tecnológica, mas foi deixado em segundo plano, já que a importação de tecnologia e o desenvolvimento tecnológico eram vistos como mais importantes.
  • Com Jânio Quadros (vigésimo segundo presidente no Brasil, entre 31 de janeiro de 1961 a 25 de agosto de 1961), na presidência houve um agravamento da política industrial. A inflação herdada do governo anterior Juscelino Kubitschek acelerou-se e os problemas fiscais e de balanço de pagamentos precisaram ser reorganizados.
  • João Goulart (conhecido com Jango, assumiu a presidência em 1961 a 1964), com a política centralizada na resolução da inflação, deixando a industrialização para o segundo plano.

Já no período militar as dificuldades continuaram precisando de reformulações. O país foi governado por meio de atos institucionais e decretos com fortalecimento do executivo e o enfraquecimento do legislativo. Direitos políticos foram cassados; movimentos sindicais, estudantis e camponeses foram reprimidos; o Congresso Nacional foi fechado; a imprensa foi censurada; houve tortura como forma de obtenção de informações; etc.

Com os problemas fluindo, desenvolveram o Plano de Ação Econômica Governamental (PAEG), onde foi introduzida a correção monetária, com a finalidade de corrigir a inflação e novas regras cambiais, salariais e tributárias. Continuando as dificuldades formulou o II Plano Nacional de Desenvolvimento, tendo na mira as indústrias de bens e capital e a infraestrutura, mas sem sucesso aparente. Foi aí que as Diretas Já se transformou no maior movimento social.

Até que em 28 de fevereiro de 1986, foi lançado o Plano Cruzado, no qual uma nova moeda chamada cruzado substituiu o cruzeiro, tendo sucesso no início, surgindo dificuldades no decorrer do tempo, por isso surgiu o Cruzadinho, passado as eleições foi adotado o Plano Cruzado II na tentativa de controlar o déficit público, mas fracassou. Então, entrou em ação o Plano Bresser em 12 de junho de 1987, o resultado foi que aumentou o déficit público e em 1988 lançou o Plano Verão causando na hiperinflação, no descontrole das contas públicas e elevação das taxas de juros, tornando explícito no governo de Fernando Collor de Mello, onde determinaram seu impeachment.

Só depois dessas tentativas criou-se o Plano Real, obtendo bom êxito, estabilizando a economia.

Em meios a essas transformações decorrentes, seria necessário levar em conta as histórias empíricas, já que vivemos numa mistura de povos, culturas, raças, crenças – uma verdadeira sociodiversidade. Histórias que são concretas que permite possibilidades existentes e reformulações a uma nova história econômica.

É muito interessante ver a história da economia brasileira. Apesar das dificuldades decorrentes o Brasil conseguiu estabilização na economia por meio de reformulações, novas políticas e retornando a participação do Estado.

Estar o Brasil inserido no BRIC é importantíssimo, porque são os quatro países (Brasil, Rússia, Índia e China) que terão a maior taxa de crescimento econômico até 2050, já que são países em desenvolvimento e serão maiores economicamente que o G6 (EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França e Itália). Além do mais é uma associação comercial. Os países integrantes cooperam ente si para alavancar a economia. Sem falar que são muito parecidos por possuírem extenso território; estabilidade econômica recente; Produto Interno Bruto (PIB) em ascensão; disponibilidade de recursos naturais; aumento na taxa de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH); valoração dos mercados de capitais e investimentos de empresas nos diversos setores da economia;

Mesmo os países sendo muito parecido, o Brasil é o mais atraente para receber investimentos estrangeiros, devido ser: grande produtor de soja; parque industrial diversificado; grandes reservas minerais e com descoberta do pré-sal; será autossuficiente em petróleo e possível exportador; De acordo com o relatório da O’Nill, o PIB do Brasil apresentará um acréscimo de 150% até 2030 e elegerá a US$2,4 trilhões, o que proporcionará ao país a quinta maior economia atrás dos EUA, China, Índia, Japão.

Em 13 de abril de 2011 a África do Sul passou a fazer parte desse grupo, acrescentando o "S" na sigla - BRICS.

O que ajudou o Brasil a dar esse progresso, realmente foi o que Vinod Thomas disse:

• Economia Macroeconômica. Composta de Mercados de Bens e Serviços – que determina nível de produção e preços / Mercado de Trabalho – onde existe um tipo de mão-de-obra independente de características, determinando a taxa de salários e o nível de emprego / Mercado Monetário - o Banco Central determina a taxa de juros por analisar a demanda e a oferta da moeda / Mercado de Títulos - analisa os agentes econômicos superavitários que possuem um nível de gastos inferior a sua renda e dificitários que possuem gastos superiores ao seu nível de renda / Mercado de Divisas - depende das exportações e de entradas de capitais financeiros determinada pelo volume de importações e saída de capital financeiro. Esses tem como meta aumentar o nível de emprego, estabilizar os preços, distribuição de renda, crescimento na economia. Vale ressaltar que essa política econômica transformou o Brasil, principalmente no setor financeiro que encontra-se sólido.

• Novos patamares de crescimento econômico, especialmente com relação a China que teve um crescimento de 8% a 10,7% por ano, superior a média mundial que é de 4% e a Índia que começou a crescer significativamente a partir de 1991 quando o governo deu abertura econômica, onde atraiu investimentos internacionais.

• Integração Social – a base para toda sociedade. Teve um crescimento maior no governo Lula, resultado pela política distributiva de renda. O Instituto Nacional de Altos Estudos apontou que entre 2001 e 2008, o Índice de Inclusão Social (IIS) cresceu em média 5,3% ao ano.

Esses crescimentos em meio às dificuldades, prova que o Brasil tem potencial. Ainda há tempo de construir um Brasil melhor, um exemplo disso é a União Européia, que surgiu após a solidariedade demonstrada pelos europeus entre regiões. E não pararam por aí, acreditavam que, por ampliarem os interesses regionais, outros mercados e forças seriam estimulados, e foi o que aconteceu, depois de muitos estudos, implantaram o Euro como nova moeda européia. E o Brasil tem-se esforçado nesse sentido, por: procurar integrar-se a outros países; está disposto a diálogos e toma iniciativas em busca de ampliação da integração.

O Brasil está buscando um maior desenvolvimento e atingindo-o, as pessoas terão melhores condições de vida, onde poderão também contribuir para que o Brasil se torne um país mais equilibrado economicamente.

DESAFIOS DA ECONOMIA BRASILEIRA NA EDUCAÇÃO

“Cada problema, para ser solucionado, precisa ser entendido com idéias diferentes daquelas que o criaram” – Eistein.

O que está impedindo a economia brasileira de atender aos anseios da população é o contínuo uso das idéias pela qual foram criadas. Quando surge um problema, os que o criaram não permitem encontrar solução, antes obscurecem a realidade, dificultam o entendimento, escondem alternativas.

A situação da educação no Brasil é tão absurda, que a Constituição Cidadã inclusa na Constituição Federal de 1988 determina que o Estado não tem obrigação de oferecer vagas para o ensino médio; e o Estado só tem obrigação  de oferecer vagas depois dos 6 anos; Uma das reformas a serem feitas é a implantação da obrigatoriedade do Estado brasileiro garantir vagas para todas as crianças e jovens brasileiros com idade entre 4 e 18 anos, e, determinar como obrigação dos pais a matrícula e comparecimento às aulas dos filhos entre 6 e 17 anos. Esta obrigação não exigirá nenhum investimento inicial, visto que as escolas já existem e já tem os professores.

Já a Constituição de 1824 previa que a educação básica seria gratuita e garantida pela Coroa em todo o território, para todas as crianças, exceto, obviamente, os filhos de escravos. Em 1827, a lei propunha a criação de escolas nacionais de primeiras letras, em todas as cidades, passando essa obrigação para os estados e municípios. O resultado é que no Brasil, diferentemente de todos os outros países, a escola não é um instrumento de construção da identidade nacional, mas um instrumento de desigualdade, porque dependendo da cidade em que nascer, a criança terá uma educação melhor ou pior, ou nenhuma.

Por isso, é necessário a União intervir no processo de educação básica, assegurando por lei e com recursos federais um piso salarial satisfatório para todos os professores, um curriculum mínimo obrigatório para todas as escolas, regras de garantia dos equipamentos básicos mínimos para cada escola, incluindo as edificações, as bibliotecas e os laboratórios. Porque, embora o Brasil tenha criado a Lei de Responsabilidade Fiscal (LC nº 101/2000), não a completou com uma necessária lei de responsabilidade educacional.

Estatísticas comprovam que estamos muito atrasados até ao lado dos mais atrasados. “A incompetência educacional juntou-se à incompetência na gestão pública”, dizia um artigo publicado em 2007 com o tema Educação Brasileira Gera Impactos Negativos na Economia, completando ao dizer que temos o pior sistema de ensino, decorrente da pior gestão pública, porque não conseguimos sequer ter um projeto de desenvolvimento de longo prazo sério. “O desafio é dotar de qualidade a educação brasileira, de forma a promover o desenvolvimento econômico, social e político, num país de excluídos por políticas públicas erráticas e ao sabor dos poderosos de plantão.” Interessante notar a crítica que este artigo faz com respeito ao ensino, onde diz que ao invés de os professores discutir as condições fundamentais, ainda remonta para o ensinamento do descobrimento do Brasil por Pedro Àlvares Cabral.

Continuamos na mesmísse, sendo que vivemos num mundo globalizado e digital em que os profissionais da educação tem que andar junto. Hoje existe a lousa digital, mas qual escola possui? E se possui, qual professor a usa? E que dizer do novo equipamento que está sendo mandado para as escolas que se chama “Arthur”? Infelizmente, a falta do uso desses e outros equipamentos tecnológicos nas escolas não é por falta de capacitação, pois o MEC há uns quatro anos atrás vem proporcionando cursos para os professores como: Introdução a Educação Digital – Linux 40h; Ensinando e Aprendendo com as TICs – 100h e Elaboração de projetos – 40h; nesses cursos, principalmente o do Linux, ensina os profissionais da educação a utilizar as ferramentas tecnológicas e como ensinar os alunos por meio destas, mas o que é observado principalmente numa escola em que uns dos componentes do nosso grupo trabalha é impressão de tarefas aos alunos, deixando de utilizar o material tecnológico disponível. Raro o professor que utiliza pelo menos o laboratório de informática para dar a sua aula.

Mas, por que é tão importante o uso dessas tecnologia de informação e comunicação nas escolas? Porque por meio delas surgiram novas formas de ensinar e aprender.  Mas o medo de lidar com o novo, tem causado receio e resistência por parte dos profissionais da educação. Isso fez lembrar uma professora do estado do Ceará, Rejane Arruda Sampaio. Tinha como objetivo romper as práticas tradicionais e o ensino mecânico e autoritário. Por isso envolveu a comunidade escolar numa capacitação para o uso da tecnologia, com o seguinte tema: Deletando o chato, Salvando o significativo. Então, primeiro trabalhou com os profissionais da educação, e, isso não foi uma vez ou duas. Assim, como, para um desenvolvimento do aluno há um acompanhamento significativo, se faz necessário com os profissionais da educação. Feito isso, entra outro aspecto. Relacioná-los com os alunos. E, foi isso que a professora fez. Os alunos construíram a página da escola na internet e os professores capacitados desenvolveram juntamente com os alunos atividades que visava a construção da página, colocando a história da escola, sua inserção, o que possibilitou o acesso a arquivos e fotos, recuperando a identidade da escola.

No entanto, os professores poderão utilizar o computador, a internet, desenvolvendo ambientes de estudo. Por exemplo, criar uma página na internet, nela contendo os nomes dos professores, dos participantes (alunos), disciplinas, material para estudo, exercício a serem feitos na própria página, fóruns, chats, etc.

Outro ponto é realizar trabalhos dentro da escola utilizando as novas tecnologias. Por exemplo: criar uma rádio escolar; atividades artísticas e culturais por meio de teatros, danças, musicais, poemas, palestras; usar a imaginação utilizando todos os meios tecnológicos, que são: livros, artigos, revistas, televisão, rádio, computador, internet, etc. Realizar esses projetos com todos os profissionais da educação e alunos da escola, quem sabe interagindo com outros de outras escolas e mostrando para a comunidade escolar os trabalhos realizados com objetivos alcançados, sendo exemplos para outras instituições.

Não devemos esquecer também em explorar o ambiente escolar que disponibiliza da sala de aula, o laboratório de informática e de ciências, o auditório, o pátio da escola e o centro de multimeios.

Com as novas tecnologias e o ambiente escolar disponíveis, é importante que a gestão escolar desperte nos profissionais da educação e estes nos alunos o interesse em utilizar essas ferramentas, visto que as novas tecnologias fazem parte do nosso cotidiano, e, conforme Golias Silva, disse em seu livro “Sociologia Organizacional”, ‘os “velhos” paradigmas “vão ficando na saudade”’. “Esse é o mundo de mudanças a que estamos assistindo e que há menos de 10 ou 15 anos parecia um mundo de ficção científica.” 

De acordo com a professora Cilza Bignotto do Departamento de Letras do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Minas Gerais, mencionou: “O que os jovens gostam de ler geralmente não é aquilo que a escola espera que eles leiam”. Isso retrata bem os nossos dias. Podemos dizer que o método de ensino usado hoje por muitos não é o que cria expectativa nos estudantes de hoje que vive no mundo tecnológico. Por isso, foi criado em 2007, o Programa de Ensino, pesquisa e Extensão Pensar a educação/Pensar o Brasil – 1822 – 2022 (PEPB), com o objetivo de propor ações que estimulem a reflexão sobre a contribuição da educação para a construção de um país mais justo e igualitário.

Em meios a escândalos políticos e transformações que o Brasil passou, houve debates em busca de melhoria, mas esqueceram da escola pública. Antes, o país priorizou o ensino superior, não fazendo nada para mudar o ciclo em que a criança que depende do ensino público tem remotas possibilidades de cursar o ensino superior e ascender socialmente.

Mesmo que os investimentos público em educação tem avançado no Brasil, dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) revelam que o total de recursos destinados a este fim passou de 4,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2000 para 5,1% do PIB em 2007. O problema é que mais dinheiro público não implica necessariamente melhores índices educacionais. Para que gastos equivalentes a 7% do PIB traduzam-se em qualidade, o modo como é distribuído este dinheiro tem de ser repensado. Em termos absolutos, o valor investido na educação básica (infantil, fundamental e médio) é bem maior que o destinado ao ensino superior: 4,3% do PIB contra 0,8% do PIB. Contudo, enquanto os alunos das universidades públicas contam-se aos milhares, os que estão no ensino básico chegam aos milhões.

Para Edgar Cornachione, especialista em desenvolvimento da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP, estes dados denotam que o investimento público no ensino básico “ainda é muito baixo, dado o número de estudantes que pretende atender”.

Tendo em vista essa discrepância, José Márcio Camargo, economista da gestora de recursos Opus e professor da PUC-Rio, afirma que qualificar o ensino terciário ‘antes’ do primário desestimula os alunos das escolas públicas a continuar os estudos. “Eles e também os próprios pais sabem que o retorno não será grande no futuro. Assim, muitos optam por começar a trabalhar cedo, deixando a escola de lado”, explica. Foi isso que a chanceler da Universidade Estadual de Nova York, Nancy L. Zimpher, num fórum sobre educação na Malásia, destacou a necessidade dos pais ajudar os filhos desde pequeno nos estudo em casa, visto que eles “são os melhores primeiros professores”. Além do mais, é de suma importância que cada país reconheça o papel da tecnologia, no qual tornou os estudos mais interessantes do ponto de vista do aluno e não do professor, porque jovens tem abandonado escolas, poucos tem ingressado na universidade e até professores trocam a escolas por um emprego mais remunerado. Portanto, umas das medidas que ela cita na revista Cáculo – Matemática para todos, na página 11 – Pais: ajudem a tapar os buracos na educação, é usar o próprio Twitter, para que os estudantes possam fazer perguntas sem se envergonhar.

Embora muitos achem o termo educação simples e todo mundo tem uma opinião, ela é muito complexa, uma vez que poucos autores chegaram a uma definição. Portanto, para que esse cenário educacional torne menos hostil, é necessário ter planejamento, organização, direção e controle. Isso envolve o Estado junto com a organização na qual está inserida. Porque “nenhum homem é uma ilha” – já dizia o poeta Jhon Donne. Cada organização se relaciona com outra, com cada um de nós e com toda a sociedade.

 

 

 

 

 

 

 

 

AS MUDANÇAS

Apesar dos problemas que ainda precisam ser sanados, não podemos deixar de falar dos avanços que ocorreram. Podemos citar por exemplo:

  • Por mais que o salário dos profissionais da educação ainda esteja defasado, houve um aumento significante.
  • Em relação a como era as salas de aulas, o material pedagógico disponível, teve um avanço surpreendente. Isso fica claro ao lermos José Alencar no seu livro Amor à vida – A saga de um brasileiro. Nele ele descreve que o piso da escola era de chão, os bancos e as carteiras eram fincados pau de cada lado e uma tábua pregada por cima era o banco e uma mais alta era a carteira. O quadro negro era feito dos caixotes desfeito da venda de seu pai Antonio, emendava umas tábuas na outra e passava umas três mãos de piche. Para comprar giz, o pai dele ia de cavalo uns 4 a 5 km, pegava um ônibus até Muriaé supria o estoque da venda que tinha e comprava as caixas de giz. E essa época que ele viveu, para ele foi a maior dádiva, do ponto de vista dos estudos, porque os professores realmente tinha a preocupação de ensinar e educar. No entanto, que antes dele entrarem para a sala, havia a aula de religião e de comportamento do lado de fora, em seguida outro professor dava aula de educação moral e cívica. Era uma escola que possuía 14 alunos, mas não tinha salas, nem divisão de turmas ou séries e nem meninas. Então, olhando para essa época ficamos felizes ao ver uma grande mudança, embora ainda haja lugares precários.
  • Caminho da Escola - disponibilidade de ônibus para levar alunos da zona rural a escola.
  • As famílias de renda baixa que tem seus filhos na escola recebem participam do programa do Bolsa Família para mais de 11 milhões de famílias. Mesmo sendo pouco a remuneração, já é uma ajuda.
  • Criou-se também o FUNDEB – Fundo Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação. Fundo proveniente dos impostos. Todos os recursos gerado é aplicado exclusivamente a educação básica.
  • O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), a alunos de toda a educação básica (educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos) matriculados em escolas públicas e filantrópicas. Seu objetivo é atender as necessidades nutricionais dos alunos durante sua permanência em sala de aula, contribuindo para o crescimento, o desenvolvimento, a aprendizagem e o rendimento escolar dos estudantes, bem como promover a formação de hábitos alimentares saudáveis.
  • Biblioteca Escolar - Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) e o O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), estão adquirindo obras de referência para ajudar os professores da educação básica regular e da educação de jovens e adultos na preparação dos planos de ensino e na aplicação de atividades em sala de aula com os alunos. Até mesmo distribuição de livros que adequem as necessidades de alunos cegos e com baixa visão.
  • Brasil Profissionalizado - visa fortalecer as redes estaduais de educação profissional e tecnológica. Possibilita a modernização e a expansão das redes públicas de ensino médio integradas à educação profissional, uma das metas do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). O objetivo é integrar o conhecimento do ensino médio à prática.
  • Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) - tem por finalidade prestar assistência financeira. Objetiva a melhora da infraestrutura física e pedagógica das escolas e o reforço da autogestão escolar nos planos financeiro, administrativo e didático, contribuindo para elevar os índices de desempenho da educação básica.
  • Formação pela Escola – visa fortalecer a atuação dos agentes e parceiros envolvidos na execução, no monitoramento, na avaliação, na prestação de contas e no controle social dos programas e ações educacionais financiados pelo FNDE. É voltado, portanto, para a capacitação de profissionais de ensino, técnicos e gestores públicos municipais e estaduais, representantes da comunidade escolar e da sociedade organizada.
  • Livro Didáticos - Para prover as escolas públicas de ensino fundamental e médio com livros didáticos, dicionários e obras complementares de qualidade, o governo federal executa o Programa Nacional do Livro Didático. O Programa atende também aos alunos da Educação de Jovens e Adultos das redes públicas de ensino e das entidades parceiras do Programa Brasil Alfabetizado.

Esses e outros programas foram criados pensando na melhoria da educação, embora a educação varia de acordo com o lugar e o tempo em que é realizada. Mesmo reconhecendo seus limites, ela existe para tornar possível a formação dos tipos dos sujeitos que cada sociedade deseja para si.


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