O Estudante



As observações que nos condiz terão como breve intuito enfatizar a mente que estuda a própria Mente: o Estudante. Desde já, vos aviso que o texto não terá em si, veredictos absolutos. O tédio soporífero tenderá ser a regra.

 Entendo que a verdadeira tradução da palavra Aluno, dita por fonte segura; se revele com o significado: ALIMENTAR-SE. Portanto, o Estudante se nutre de Conhecimentos que o farão buscarem algo a mais diante do senso comum que a vida costuma se apresentar em primeira vista. O aprendiz adquiriu subsídios intelectuais porque necessita de Saberes que modificarão sua útil ou inútil existência. Com isso, ele demuda o mundo porque se muda com uma visão mais crítica. Ao docente, que também é um aluno, cabe verificar que; ‘se comer pouco não terá muito a dar’.

O principiante não é apenas aquele que está matriculado em alguma agremiação pública ou particular, são todos que de alguma forma estão a desenvolver e a contemplar com muito esforço suas dúvidas, seus sonhos, seus ideais que assim supõe serem de cunho científico ou não. Está sempre aprendendo com humildade. Notem a escassez de integrantes neste grupo. E muitos que pensam Ser, não são. Mas ainda podem. Embora não se importem com isso.

Não obstante, a informação está em todo lugar. Porém, a percepção deve estar apurada para podermos observar com certo grau de astúcia e colhermos o que realmente é plausível. Alguns não conseguem assim fazer. Faltam-lhes dedicação e vontade de aperfeiçoar-se.

O Filósofo Sócrates foi persistente nisso. Platão e Aristóteles não fizeram graduação, mestrado ou doutorado. E ainda sim há inúmeras ‘teses’ no que se diz respeito as suas teorias que influenciaram o mundo ocidental. ‘Santo’ Agostinho, que é tão importante para os católicos como para os espíritas, enobrece cérebros alheios. Sem a Filosofia, campos como o direito, a psicologia e as ciências como um todo, estariam em que ‘pé’ sem o rigor filosófico? A Evolução Intelectual e Moral da humanidade dependem inevitavelmente de Estudiosos que aprimoram seus esboços e contribuem para uma vivência menos ridícula e mais sadia. O que nem sempre acontece devido o egoísmo e o orgulho burlesco da ignorância humana. Prenunciou Allan Kardec.

Somos anoréxicos de instrução quando temos indivíduos que não observam a vida. O mundo ao seu redor. O que eles têm para retornar aos outros? Os homens que examinam a própria Mente não tem preconceito de leituras. Lê de tudo. Não tem estas vulgaridades fanáticas de ‘religiosos’ que apenas leem sobre sua ‘crença’. Como ter certeza de algo se nunca averiguou o que outrora argumentavam por intermédio de cabeças díspares? Aquele, também analisa e pesquisa sobre distintas possibilidades. E sabe que não há verdades absolutas em nenhuma área. A Escritura é seu Raciocínio. A literatura, ele a transforma. A ciência é a razoabilidade de conceitos. A filosofia não está acabada. Tudo está por recomeçar, afinal, segundo o pensador Wittgenstein: “... os limites da minha linguagem denotam os limites do meu mundo”. Quiproquó!

Talvez, eu não conheça tanto o quanto penso conhecer. Estudo, pois, ‘nada sei’, disse o tutor do criador do demiurgo (divindade platônica). Eu sou o cosmo que teima em se esconder. A turnê dos que não foram. O fogo que se apaga sem ter se acendido. O poeta que reconstrói a poesia que ainda não foi feita. A vaidade que se oculta atrás do seu olhar. O ‘filósofo’ fracassado que teima em reconstruir o que ainda não foi construído. O desacerto da imaginação. E, “Só porque erro encontro o que não se procura.” (Orides Fontela). E se ainda curso, é por entender que na vida a busca de sabedoria é mutável.

Destarte, formar cidadãos pensantes por livre espontânea PRESSÃO não dão resultados coesos. Analisem os países subdesenvolvidos. E se for falsa a ideia de que todos realmente nasceram com o mesmo potencial humano para os estudos básico ou científico? O que fazer com as escolas e universidades? Devemos estudar para ao menos melhorarmos como pessoa (o que quase não ocorre). Num país onde ser instruído é sinônimo de ‘careta’, seguimos nossa saga em direção à construção de presídios. E para o ledor mal avisado o recado fica mal dado; quem quiser apenas dinheiro, estudar não tem sido a melhor escolha. É que o rumo não tem prumo. 


Autor: Bessani, Dinaldo


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