PSICANÁLISE E EDUCAÇÃO



RESUMO

 

O presente trabalho tem como objetivo tentar evidenciar a relação existente entre a psicanálise e a educação, para tanto o mesmo é subsidiado por uma pesquisa de cunho bibliográfico e está dividido estruturalmente em introdução, desenvolvimento e conclusão, é ainda referendado por uma bibliografia onde estão expostos os autores que serviram de marcos teórico para a realização do mesmo.

INTRODUÇÃO

A psicanálise é uma área do conhecimento que surge com o pensamento de Freud e procura entender as questões humanas com base em suas vivencias familiares e sociais. O presente trabalho visa a fazer uma reflexão sobre a contribuição da psicanálise para a educação.

Dentro dessa proposta, observa-se a obra de Freud e o que esta revela sobre educação e compara-se com os objetivos da psicanálise para tentar um entendimento sobre a contribuição de uma em ralação a outra.

O presente trabalho é baseado em pesquisa de cunho bibliográfico em autores como Freud (1988), Brenner (1987) e Kupfer (1995) se divide em uma breve introdução, o desenvolvimento do texto, conclusão e as referencias bibliográficas para consultas futuras.

1. PSICANÁLISE E EDUCAÇÃO

 

A psicanálise surgiu no cenário mundial na década de 1890 e segundo Brenner (1987, p. 12);

O método básico da Psicanálise é a interpretação da transferência e da resistência com a análise da livre associação. O analisado, numa postura relaxada, é solicitado a dizer tudo o que lhe vem à mente. Sonhos, esperanças, desejos e fantasias são de interesse, como também as experiências vividas nos primeiros anos de vida em família. Geralmente, o analista simplesmente escuta, fazendo comentários somente quando no seu julgamento profissional visualiza uma crescente oportunidade para que o analisando torne consciente os conteúdos reprimidos que são supostos, a partir de suas associações. Escutando o analisado, o analista tenta manter uma atitude empática de neutralidade. Uma postura de não- julgamento, visando a criar um ambiente seguro.

A psicanálise estuda os estados patológicos das reações e das relações humanas buscando compreender as suas causas e seus efeitos com vistas a um tratamento e esta fundamentada no princípio freudiano de que a mente humana de certa forma aprende e reprime impulsos que em alguns casos podem se transformar em patologias como a histeria e a neurose. Ainda segundo Brenner (1987, p.280);

O impulso é um constituinte psíquico, geneticamente determinado, que produz um estado de tensão quando em ação. As respostas motoras do indivíduo são aperfeiçoadas com a experiência. Este constituinte psíquico é movido por uma energia denominada libido ou energia agressiva, e a quantidade de energia empregada num objeto é a catexia. Os impulsos são classificados como sexual e agressivo. Embora sejam classificações contraditórias, não existe um ato que aconteça sem a presença dos dois, mesmo que em quantidades diferentes.

A psicanálise pretende ser uma forma de compreensão das realidades que extrapolam e ferem a realidade antes construída e reconstruí-las, nunca sem os prejuízos, mas com eles propriamente.

Assim pode ser possível a intervenção da psicanálise na educação, porém quando há uma necessidade de tratar uma questão patológica, não sendo possível na forma normal como se aplica na pedagogia, por exemplo, na aquisição de conhecimento, na construção cognitiva do individuo.

Segundo afirma Freud apud Kupfer (1995, p.5):

Vamos deixar claro para nos mesmos qual a tarefa mais imediata da Educação. A criança deve aprender a dominar seus instintos. É impossível lhe da liberdade para seguir sem restrições seus impulsos. Seria uma experiência para os psicólogos de crianças, mas os pais não poderiam viver, a as crianças mesmas teriam grande prejuízo. De imediato e com o passar do tempo. Logo, a Educação tem que inibir, proibir, reprimir, e assim fez em todos os tempos.

A educação se torna limitada pela complexibilidade da própria psique humana, pelos muitos obstáculos que estão no interior do processo de amadurecimento, dos conflitos entre o desejo individual e do desejo coletivo.

Esse fato por si só demonstra que a psicanálise é de natureza contraria a pedagogia e fato que também deve ser considerado é o de que os textos de Freud sobre educação estão entrelaçados com obras que tratam de outros temas e assim fica difícil detectar, por exemplo, o cunho puro do pensamento que trata de educação especificamente.

    Sobre isso nos esclarece Kupfer (1995, p.13); A idéia freudiana sobre Educação encontra-se em intima conexão com as idéias por ele produzidas para compor a sua teoria psicanalítica.

Há que se revisitar a sua obra e extrair dela toda a parte que s e refere a educação e fazer uma releitura para a atualidade e observando os novos rumos e diretrizes não só da psicanálise mas  também da própria educação para que talvez possa-se  chegar a uma vertente onde essas duas idéias se encontrem e produzam algo em comum.

Considerar a educação a luz da teoria da Psicanálise freudiana é um exercício de duríssima monta, mas já na contemporaneidade, autores conseguem ver na moderna psicanálise possibilidades de interação com a pedagogia e dela se munir para a resolução de problemas e distúrbios de aprendizagem que estão ligados a repressão ou a sexualidade de forma menos traumática que o que ocorria há alguns anos onde nem poderia se relacionar essas questões no âmbito da escola.

CONCLUSÃO

 

A psicanálise é uma ferramenta que está sendo disponibilizada na contemporaneidade como auxiliar na educação, porem não foi sempre assim em virtude do próprio objeto que ele se ocupa, as histerias e as neuroses humanas.

As modernas ciências que se derivaram da psicanálise, como a psicologia e a própria Psicopedagogia podem se referendar hoje em princípios freudianos para resolver problemas de ordem emocional que interferem no processo de aprendizagem dos conteúdos em crianças e adolescentes.

Convém lembrar aqui que a moderna psicanálise é fruto de estudos e de referencias de outros autores, que assim como Freud desenvolveram as suas teorias a fim de ajustar a processos normais de vivencias, seres humanos que por conta de experiências que resultaram em dores emocionais que estão interferindo na construção do conhecimento.

Se em algum momento a psicanálise não servia a pedagogia, hoje esse pensamento está mudando por conta de avanços e de considerações que estão permeando as relações escola/sujeito, refletindo uma escola mais humana embora ainda atrelada ao modelo econômico, que se preocupa com o ser em construção e na sua liberdade para o exercício de uma cidadania plena.

 

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS

KUPFER. Maria Cristina Machado. Freud e a educação. São Paulo – SP, Scipione. 1995.

BRENNER, Christian e SCHIAVON, Tiago. SUGAMOSTO E SILVA, Alexandre 2007. Revista discutindo Língua Portuguesa, Ano I, N°2, 2007 – Editora Escala Educacional, São Paulo.


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