EDUCAÇÃO ESPECIAL:



RESUMO

 

O presente artigo tem como tema a inclusão da pessoa portadora de surdez no sistema regular de ensino, os objetivos que o presente estudo pretende abordar são: a questão da formação do professor e das políticas públicas para a educação nessa área, para tanto a metodologia utilizada será uma pesquisa de cunho bibliográfico embasada em autores contemporâneos que tratam do tema bem como sites especializados no assunto.  Como principais resultados obtidos, houve a percepção da necessidade de profissionais da educação devidamente especializados, estrutura física com capacidade para atender ao portador de surdez, bem como mais agilidade na implantação de políticas públicas que ajudem a facilitar a inclusão da pessoa portadora de surdez no sistema regular de ensino.

Palavras Chave: Inclusão. Su

 INTRODUÇÃO

 

A educação especial para surdos visa à adequação dos mesmos na sociedade onde possam desenvolver as suas potencialidades além contribuir para o exercício pleno de sua cidadania. Como disciplina, a educação especial de surdos está muito ligada à Psicologia, que por sua vez está próxima da Psicopedagogia e de outras áreas médicas como a Fonoaudiologia e a Neurologia.

A sociedade tem discriminado as pessoas com deficiências, sejam elas quais forem, mas uma nova visão felizmente está surgindo e crianças, jovens e adultos não estão mais condenados a ficarem em casa ou serem relegados a uma vida sem, participação efetiva na sociedade.

A pesquisa será bibliográfica, respaldada em autores como ALMEIDA (2007), LACERDA (2000), FREIRE (1993), RAMOS (2006) bem como em revistas especializadas e sites que versam sobre o tema.

 

EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA. : CONCEITOS E DEFINIÇÕES

Com as novas posturas sociais em relação às pessoas com algum tipo de deficiência, está se tornando uma prática politicamente correta à inclusão dessas pessoas nos diversos setores da sociedade para que as mesmas possam dá a sua contribuição de cidadão pleno com o seu trabalho e através da sua realização pessoal.

Isso também ocorre no caso das pessoas autistas, por conta disso, pretende-se entender como a educação pode colaborar para a inclusão da pessoa surda no contexto social através da educação especial, por exemplo, tendo como ponto de partida a definição legal do que vem a ser Educação Especial;

Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no seu artigo 58, parágrafos 1°, 2°e 3°;

Entende-se por educação especial para efeitos dessa lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino,para educandos portadores de necessidades especiais. Haverá, quando necessário, serviços de apoio, especializado, na escola regular, para atender as peculiaridades da clientela da educação especial. O atendimento educacional será feito em classes, escolares ou serviços especializados, sempre que em função das condições especificas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. A oferta de educação especial, dever constitucional do estado, tem inicio nas faixas de zero a seis anos, durante a educação infantil. (BRASIL, 1996, p.65)    

Definida assim segundo a lei, a educação especial vai ainda mais fundo na questão da inclusão tendo em vista o objetivo maior que ela representa, esse objetivo é o resgate da cidadania, dando ao portador de deficiência, no nosso caso, o surdo, uma melhor qualidade de vida, oportunidade de crescer como ser humano, de ser igual perante a sociedade independente de ser ou não portador de qualquer limitação.

A concepção de educação que entendemos é descrita por Maturana (1999, p.29) como;

(...) o educar se constitui no processo em que a criança ou o adulto convive como outro e, ao conviver com o outro, se transforma espontaneamente, de maneira que seu modo de viver se faz progressivamente mais congruente com o do outro no espaço da convivência. O educar ocorre, portanto, todo o tempo e de maneira recíproca.

Compreende-se então educação como um grupo de ações que dá acesso a cultura na sociedade e como resultado desse acesso, temos o desenvolvimento percebido na família e no trabalho ao oportunizar ao educando o seu pleno desenvolvimento cognitivo, social e afetivo.

Entende-se que o professor é um elo  importante para que o processos de educação inclusiva aconteça de forma a garantir a pessoa portadora de necessidades especiais o que está previsto em lei e nas políticas publicas até então em andamento.

A educação inclusiva está então intimamente ligada à questão da formação do professor, fato que denota pensar em mudança na estrutura dos cursos acadêmicos de formação desse professor.

Pensar assim remete a que se entenda que refletir em educação inclusiva, especialmente na que trata esse trabalho, a inclusão do surdo, remete a essa problemática especial e urgente que é a formação do professor, uma vez que  mesmo já bem antes de toda esse atualidade do tema, a teoria Vygotskyana, já faz referência a esse tema quando afirma que a aprendizagem de cada aluno esta coligado ao quanto que esse professore esta preparado para atende-los, levando em consideração os ritmos, e a capacidade de ser claro para se fazer entender, essa ideia é aceita e compartilhada por Ramos (2006, p.13) que afirma:

Ter como filosofia da educação a base teórica construtivista, que leva em conta às diferenças na aprendizagem dos indivíduos. Esse primeiro passo inspira todos os seguintes, porque o trabalho de inclusão só se torna possível se orientado por uma proposta teórica condizente com suas finalidades.

Convém não retirar o ônus da escola nesse processo uma vez que é o espaço onde se efetiva a inclusão, onde a teoria ganha pratica e acontece de modo bastante eficaz ou não dependendo do modo como a escola a encara fato abordado com propriedade pela editora Arara Azul no site http://www.editora-arara-azul.com.br/revista/compar2.php:

A escola deve ser participante da inclusão. Como um ambiente transformador, formar alunos, sensibilizar os pais para a construção de uma escola realmente para todos, onde é possível encontrar elos entre o conhecimento escolar e os conhecimentos do professor, para uma educação mais adequada para os surdos. Assim, a formação do professor deve compreender a história dos alunos surdos, suas restrições sociais, familiares e escolares as quais sempre foram submetidos, os nexos políticos com a sociedade e as formas de constituição do saber.

Uma das primeiras preocupações que se apresenta nesse caso da inclusão de pessoas com necessidades especiais, no caso do nosso trabalho as pessoas surdas, é a questão da formação do professor tendo em vista o que a lei determina que esses professores tenham a formação necessária para poder atuarem na sala de aula de uma maneira efetivamente capaz de produzir os resultados desejados. Legisla a LDB e determina expressamente no seu artigo 59, inciso III que;

Professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; A formação de profissionais da educação, de modo a atender aos objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino e às características de cada fase do desenvolvimento do educando, terá como fundamentos;a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a capacitação em serviço; aproveitamento da formação e experiências anteriores em instituições de ensino e outras atividades.(BRASIL,1996,p. 24 )

Os profissionais dessa área precisam ter uma consciência muito clara de suas responsabilidades e das necessidades de serem bem preparados para ajudar nessa questão de inclusão através da educação especial, as pessoas a terem uma vida produtiva e a serem reconhecidas nos seus direitos a opinião e a participação na sociedade.

No processo de inclusão através de pessoas surdas na sociedade como agentes de seus atos, muitas vezes requer também a intervenção de profissionais de outras áreas mais especializadas tais como médico psiquiátrico e neurológico, nesse momento a formação do professor pode ajudar a determinar esse atendimento.

Pela complexibilidade dos casos e das várias abordagens, a educação especial é vista hoje pela maioria dos teóricos da educação, com a necessidade de uma separação por grau de atendimento e de complexibilidade onde podemos dispor das seguintes nomenclaturas conforme Kochenborg (2008, p.5);

Classes especiais para alunos portadores de deficiência auditiva, física ou mental, salas de recursos para portadores de deficiências físicas auditiva, mental ou visual que estão matriculados em classes comuns, classes hospitalares para portadores de deficiências físicas (acidentes ou portadores de doenças crônicas) que necessitem de internação.

A complexibilidade para se lidar com a questão da inclusão do deficiente no Brasil, principalmente, passa por problemas de ordem estrutural e vontade política, tendo em vista que a lei já faculta a questão de modo bastante explicito e com garantias plenas ao exercício da cidadania. Todo individuo nasce com a capacidade de perceber o ambiente e de interagir com ele através dos sentidos. Uma conduta comum a toda pessoa que nasce livre de qualquer problema de ordem física ou neurológica.

Entre os problemas dessa ordem faremos uma reflexão sobre a surdez e para isso precisamos conceituá-la. Assim, conforme o senso comum, a surdez é a incapacidade de ouvir, de perceber pelo sentido da audição sons e em alguns casos vem acompanhado da mudes, pois entende o senso comum que quem não ouve conseqüentemente não pode falar.

O conceito de surdez segundo os especialistas é mais complexo, mais elaborado e envolve aspectos que vão alem da mera opinião uma vez que está embasado pela ciência. De acordo com o padrão estabelecido pelo Bureau Internacional d'Audio Phonologie (BIAP) — Portaria Internacional nº 186, de 10/03/78 (BRASIL,1997b, pp. 47-55);

Considera-se normal a audição que apresenta bom desempenho ao som de 0 a20dB; caracteriza-se como surdez leve a perda auditiva entre 20 e 40 dB, surdez moderada, entre 41 e 70 dB, surdez severa, de 71 a 90dB, e surdez profunda a perda auditiva acima de 90dB.

Os surdos não se caracterizam apenas pela falta de um sentido, pela deficiência  ou mal funcionamento da audição, os surdos segundo nos esclarece Sá (1999,p.59)

O aparecimento da surdez muitas vezes é visto como um mal, um contágio, resultante das más condições sanitárias da classe isoladamente desfavorecida ou da falta de cuidados familiares ou médicos, ou mesmo como uma fatalidade, como “castigo, punição, ou situação a que se estaria exposto pela purgação de culpas, da própria pessoa ou dos que a cercam

Como podemos observar dependendo do anglo que se olha a surdez ela pode ser conceituada de diferentes maneiras, fato que demonstra a complexa realidade que é fazer essa conceituação.

A educação da pessoa surda vem ao longo da história se tornando uma preocupação que inquieta pais e professores tendo em vista a complexibilidade das ações e os resultados esperados. Por causa dessa preocupação muitos educadores buscam modelos que tragam resultados mais consistentes e esse comportamento tem trazido metodologias e filosofias novas ao universo da educação dos surdos, tais como, por exemplo, oralismo, comunicação total, bilingüismo, linguagem de sinais  entre outras.

A idéia que a melhor maneira de se ensinar pessoas surdas é através da linguagem oral ou falada e conhecida como oralismo. O oralismo é, portanto uma maneira de se educar pessoas surdas, e segundo Freire (1993, p.5)

Tem como objetivo ensinar o surdo a falar (no nosso caso, o português). Nesta abordagem, propõe-se que a aquisição da fala deve ser iniciada o mais cedo possível, utilizando-se para isto dos instrumentos necessários, em que se inclui o aparelho auditivo; procura-se, ainda, explorar os resíduos auditivos que o surdo possui. Para essa aquisição é necessário um trabalho sistematizado, que deve ser feito por um profissional competente (o fonoaudiólogo). A aquisição da fala é um trabalho árduo para o surdo e pressupõe um trabalho contínuo e prolongado. Apesar de ainda ser usado hoje, o oralismo teve seu auge e hegemonia, de 1880 (a partir do Congresso de Milão, quando foi abolido o uso da língua de sinais) a mais ou menos 1970, permanecendo por praticamente um século como abordagem exclusiva na educação dos surdos.

Essa abordagem teve vigência ate os anos 70 quando foi gradualmente substituída pela abordagem da comunicação total.

A comunicação total é uma nova filosofia que surge para ensinar a pessoa muda a se comunicar, essa tendência enfatizava que todos os métodos disponíveis para o êxito desse intento era preciso ser usado, assim houve na época de seu surgimento uma grande expectativa de que fosse um sucesso. Para uma compreensão do que era essa tendência vejamos o que diz Freire (1996, p.6)

A abordagem da comunicação total surgiu na década de 70, como uma alternativa ao oralismo estrito. Advoga o uso de todos os meios que possam facilitar a comunicação, desde a ‘fala sinalizada’, passando por uma série de sistemas artificiais até os sinais. Muitos dos sistemas usados por ela, tinham como objetivo auxiliar a compreensão da língua falada, razão pela qual é vista, por muitos, mais como uma extensão do oralismo do que como oposição ao mesmo. Nesta abordagem, propõe-se que todos os recursos são importantes e indispensáveis para promover a comunicação: fala; leitura labial; escrita; desenho; língua de sinais; alfabeto manual etc. Quando foi criada teve o mérito de reconhecer a língua de sinais como direito da criança surda. A crítica maior a esta abordagem se relaciona ao fato de na prática promulgar o uso simultâneo de fala e sinais, constituindo o ‘bimodalismo’ ou ‘português sinalizado’. O uso simultâneo entre as duas línguas (língua falada e português sinalizado), apesar de proposto pela comunicação total, não tem respaldo teórico. Na verdade, tal conciliação nunca foi e nem poderia ser possível, devido à natureza extremamente distinta das duas línguas em questão. Sendo assim, não demorou muito para que a comunicação total cedesse lugar ao bilingüismo.

Essa tendência funcionou por um tempo, mas não foi capaz de atender aos anseios nem dos alunos nem dos professores, pois mostrou algumas limitações de ordem metodológicas como, por exemplo, o fato de serem entendidas não como tendências, mas como um complemento a outra tendência. Perdeu espaço para o bilingüismo que parecia então mais adequada as questões e anseios dos surdos.

A filosofia que defende a questão do bilingüismo na cultura dos surdos diz respeito a fato de que os surdos vivem em contato com duas realidades que lhes dá de certa forma um tramite por duas culturas e duas línguas diferentes, fato proposto pela Proposta Bilíngüe de Educação do Surdo Conforme esclarece Kozlowski (2000, p.1);           

 

A Proposta Bilíngüe não privilegia uma língua, mas quer dar direito e condições ao indivíduo surdo de poder utilizar duas línguas; portanto, não se trata de negação, mas de respeito; o indivíduo escolherá a língua que irá utilizar em cada situação lingüística em que se encontrar. Esta proposta leva em consideração as características dos próprios surdos, incluindo a opinião dos surdos adultos com relação ao processo educacional da criança surda.

 

Assim a proposta é uma maneira de dá ao individuo surdo uma opção a mais de manifestar a sua comunicação junto à comunidade da maneira que mais lhe for conveniente, dando-lhe o direito de escolha. A proposta bilinguista mostra o surdo como uma pessoa diferente não um deficiente, por isso, frente à possibilidade de se expressar plenamente, o surdo tem na sua vivencia de mundo seus direitos lingüísticos respeitados e é disso que trata a política do bilingüismo

No Brasil existe o sistema conhecido como Língua Brasileira de Sinais- LIBRAS, que veio a fortalecer a questão da aquisição do conhecimento por parte dos mudos e de certo modo facilitou também a comunicação dos mesmos com seus pares, seus familiares e a sociedade em que eles estão inseridos, embora haja certa resistência dos ouvintes em aprenderem a usar essa segunda forma de  comunicação ou mesmo em aprende-la.

 O sistema LIBRAS, como as demais usadas em diversos países tem suas peculiaridades próprias e é diferente entre si, porem como na língua oral há particularidades entra os sistemas, são, portanto passiveis de serem parcialmente compreendidas em alguns aspectos por pessoas de países e idiomas diferentes embora não de forma efetiva.

O sistema LIBRAS proporciona ao surdo ultrapassar os limites da linguagem, cria uma identidade própria uma vez que com a linguagem ele tem a possibilidade, como qualquer outro sujeito de construir seus pensamentos, criar, organizar idéias e informar seus pensamentos sobre qualquer assunto que interesse a ele, daí percebemos a importância que tem esse sistema para independência e a formação do surdo como um cidadão pleno.

Esse avanço está legalmente garantido na lei 10.346 de 24 de abril de 2002, e pelo art.18 da lei 10.098 de 19 de dezembro de 2000, regulamentada pelo decreto 5626 de 22 de dezembro de 2005, sancionada pelo presidente da república que fiz textualmente;

Art. 1o É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados.Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.Art. 2o Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil.Art. 3o As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficiência auditiva, de acordo com as normas legais em vigor.Art. 4o O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislação vigente.Parágrafo único. A Língua Brasileira de Sinais - Libras não poderá substituir a modalidade escrita da língua portuguesa.Art. 5o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Brasília, 24 de abril de 2002; 181o da Independência e 114o da República

A origem do sistema LIBRAS no Brasil tem origem no sistema Francês. Conforme nos informa Lúcia (2009 On line)

 As línguas de sinais não são universais, cada país possui a sua. A LIBRAS possui estrutura gramatical própria. Os sinais são formados por meio da combinação de formas e de movimentos das mãos e de pontos de referência no corpo ou no espaço. Segundo a legislação vigente, Libras constitui um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas com deficiência auditiva do Brasil, na qual há uma forma de comunicação e expressão, de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria.

Para uma perfeita comunicação e conseqüente integração das pessoas com surdez na Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, os sinais são a maneira mais eficiente de trabalhar atualmente, há, pois todo um processo onde a pessoa surda pode transmitir seu pensamento e sua cultura bem como absorver conhecimentos usando as mãos e o corpo para  se expressar de maneira  se fazer entender pela comunidade em geral, seja  escolar  seja de convivência fora da escola.Os sinais são formados a partir de combinações de forma e movimento de mãos e corpo e que tem como parâmetros vários pontos importantes de formação.

A Língua Brasileira de Sinais é então composta passo a passo por atitudes particulares e definidas pela estrutura da mesma, fato que favorece o aprendizado como o de um idioma qualquer necessário a comunicação entre as pessoas. Ainda podemos citar algumas particularidades do sistema LIBRAS que colabora para que a comunicação se de forma simples e ajude a pessoa surda a se incluir na sociedade com autonomia e capacidade de compreender e ser compreendida pelo mundo. Segundo Portal de Libras (2009, On line) essas convenções são;

A grafia, a datilografia, os verbos,as frases,os pronomes pessoais, ou seja a grafia representa os sinais de Libras em língua portuguesa com letra maiúscula,a datilografia é utilizada para expressar nomes de pessoas, lugares, palavras impossíveis de serem representadas por sinais  e estão sempre separadas por um hífem,ex: J-U-L-I-A;os verbos são apresentados no infinito com as concordâncias e conjugações feitas no espaço;ex:EU QUERO CURSO;as frases obedecem a estrutura de LIBRAS e não a da língua portuguesa,ex; VOCÊ GOSTA CURSO?;Com relação aos pronomes pessoais são representados pelo sistema de apontação, que são gramaticalmente e culturalmente aceitos.

Essas informações nos remete a pensar que para uma conversa inteligível e plenamente aceita pela comunidade surda é preciso antes de tudo conhecer a estrutura metodológica e gramatical do método LIBRAS. A inclusão dos indivíduos com necessidades educativas especiais atualmente, no Brasil, é um desafio. Neste grupo enquadram-se os sujeitos surdos. Muitas inquietações surgem dentro deste campo de pesquisa. Várias são as dificuldades ou problemas que entravam o processo que tenta facilitara inclusão dos deficientes auditivos do ponto de vista social. Neste ponto, destacam se como variáveis a falta de comunicação oral, que prejudica sensivelmente o aprendizado, como também a aplicação de metodologias não contextualizadas com a realidade sócio-cultural do aluno. Não se pode desprezar a falta de preparo da maioria dos educadores que atuam nessa área.

As barreiras humanas e sociais impõem lhes restrições ao exercício da cidadania plena, de uma vida digna, participativa. Esta realidade social demanda de esforços do poder público, das associações e da sociedade em geral, no sentido de promover melhoria de vida de toda uma coletividade de forma igualitária e democrática. O reconhecimento de uma sociedade, cuja base está assentada no multiculturalismo, exige que suas instâncias sejam capazes de identificar a diversidade do seu contexto e de dar respostas aos diferentes interesses, desejos e necessidades de seus sujeitos. No espaço educacional, verifica-se que essa diversidade, se constitui em texto escolar e o não reconhecimento dela, tem levado a reforçar a exclusão social de todos os que, por alguma razão, não conseguem se beneficiar do processo educacional

No que se refere à política pública de inclusão da pessoa surda no Brasil, o ato que primeiro marcou esse processo de maneira efetiva foi, segundo nos informa Macedo (2002, p.13)

A educação do surdo no Brasil, data do século passado, na década de 50, sob a Lei nº 839 de 26 de janeiro, assinada por D. Pedro I quando aconteceu a fundação do Imperial Instituto dos Surdos. A fundação deste instituto deve-se ao surdo chamado Ernesto Huet, francês, professor e diretor do Instituto. Quando chegou ao nosso país, foi apresentado ao imperador, que facilitou a fundação do Instituto Santa Terezinha em 15 de abril de 1829, oferecendo atendimento sócio pedagógico

Após esse avanço somente na época da ditadura militar no governo de Emilio Médici se teve no Brasil uma nova política de inclusão pensada conforme ainda nos informa Macedo (2002 p14);

No governo do Presidente Emílio Garrastazu Médici, priorizou-se a melhoria do atendimento ao deficiente. Foi criado o (CENESP) Centro Nacional de Educação Especial, extinguindo-se a Campanha Nacional da Educação dos Surdos. É claro que precisamos estar atentos a todas as mudanças, pois os momentos políticos, também demarcam muitas mudanças. Houve uma reestruturação dos Ministérios e, como conseqüência, se reestruturou a (SEESP) Secretaria de Educação Especial como órgão específico do Ministério da Educação e do Desporto.

Atualmente o país está às voltas com esse mesmo tema, procurando se adaptar as novas maneiras de tornar a pessoa surda parte da sociedade como um cidadão que merece ter seus direitos respeitados e reconhecidos, porém, não tem sido fácil viver esse paradigma tendo em vista vários problemas estruturais e culturais, dentre eles temos o da escola inclusiva que tem princípios fortes e reais para dar certo e determinar o sucesso da sua proposta, pois conforme nos adianta Macedo ( 2002, p.21)

O princípio fundamental da escola inclusiva é de que os alunos sempre que possível devem aprender juntos independentemente de suas dificuldades ou diferenças. A idéia subjacente nesse princípio é a de que as escolas devem adequar-se a todos os alunos, qualquer que seja sua condição física, social, emocional, lingüística ou de outro tipo.

A inclusão não é um processo isolado que ocorre na instancia escolar por vontade dos professores ou da própria escola, mas envolve outros aspectos que devem ser considerados para que o processos de inclusão ocorra de forma natural e não seja mais um aspecto negativo na tentativa de incluir a pessoa portadora de deficiência no sistema regular  de ensino, em especial da escola publica.

 As dimensões que precisam esta em observância são segundo ALMEIDA 2007 (apud Booth e Ainscow) 

A dimensão da cultura inclusiva é a possibilidade da criação de uma comunidade escolar segura, acolhedora, colaborativa e estimulante na qual cada sujeito é valorizado. Esses valores devem ser compartilhados por toda a comunidade escolar (estudantes, familiares, membros do conselho escolar, professores funcionários e gestores). Uma comunidade acolhedora é a base para a convivência de respeito e valorização das diferenças, implica no desenvolvimento de valores que mobilizam as pessoas a pensarem, viverem e organizarem o espaço da escola, incluindo nele todas as crianças.A dimensão política assegura que a inclusão seja o centro do desenvolvimento da escola, fomentando todas as ações e as políticas para que melhore a aprendizagem e a participação de todo o alunado. Nesta perspectiva, é importante a implementação de todas as formas de apoio, em uma rede de atividades que melhorem e ampliem a capacidade da escola em responder adequadamente à diversidade de seus alunos. Esses apoios devem ser planejados em função de contemplar a perspectiva do desenvolvimento dos alunos e não apenas as exigências administrativo-burocráticas dos sistemas de ensino, de forma a traduzir-se em mudanças nas condições objetivas, físicas, estruturais e pedagógicas da escola.A dimensão das práticas educativas reflete as duas outras instâncias: a da política e a da cultura inclusiva. Tal dimensão assegura que as atividades de sala de aula e as extra-escolares promovam a participação e o engajamento de todos os alunos. Ela deve considerar que o ensino e os apoios se integram para orquestrar a aprendizagem e superar barreiras nestas aprendizagens, bem como nas dificuldades de participação efetiva de todos os alunos nas práticas pedagógicas.

 

A educação inclusiva é  uma realidade  e esta prevista em todos os documentos que norteiam essa questão no país porem há que  se  observar que uma preparação mais eficiente dos profissionais d e educação, o respeito a dignidade humana , a oportunidade de ingresso em escolas fisicamente capacitadas  dentre outras pequenas atividades, tendem a fazer da pessoa portadora de  deficiência alguém menos excluído e cm mais chances de  vivenciar e experiências comuns a todos como por exemplo, trabalhar estudar e ter uma vida normal.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Perceber a necessidade das pessoas que não escutam o mundo como a maioria é um grande passo para compreender a importância que representa hoje a inclusão social da pessoa com surdez. A sociedade, por conta de seu progresso não tem mais a incapacidade gerada pela falta do recurso para tratar essas pessoas com a dignidade que elas merecem para poderem se afirmar como cidadãos.

A Constituição e a LDB, são norteadoras do modo como o Estado deve proceder com relação à pessoa surda no que se refere a sua participação na sociedade como um cidadão capaz de produzir e de ter a sua autonomia.

As escolas e os professores são importantes peças no processo de inclusão da pessoa surda. As escolas por serem o local onde os mesmo adquirem conhecimentos para o exercício de uma atividade e um conhecimento de mundo capaz de promover a sua liberdade e sua independência.

Os professores por serem os agentes que mais diretamente colaboram na promoção do progresso que as pessoas com problemas de surdez obtêm na caminhada em busca do seu processo de inclusão na sociedade, devem ter por parte do estado uma política de formação mais eficiente e efetiva, afim dos mesmos poder lidar com as novas realidades em relação às pessoas surdas e ajudá-las.

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rdez. Educação.


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