Violência contra mulher, eu denuncio.



Hoje ele me ligou, falou meia dúzia de palavras tentando me convencer de que não fez nada de errado, que bebeu muito e não se lembra da noite anterior. E que não aceita o fim.

 Rasgo seus bilhetes, faço picadinho dessas desculpas e gostaria de estar esmigalhando esse amor que me fragiliza. E começo a pensar o que vou fazer agora, gostaria de estar sozinha, mas não posso, tenho a dor, a tristeza e as lembranças me fazendo companhia. Envolta em pensamentos de vingança, não derramo uma lágrima sequer, planejo um ataque com requintes de crueldade, arquiteto um plano diabólico que chega a causar assombro ao próprio capeta.

Fico imaginando como um homem pode ser tão grotesco a ponto de bater numa mulher. Como pode ser tão ridículo a ponto de chamar isso de amor.

Atiro meu celular descarregado contra a parede, cansada de fazer ligações sem sucesso, porque o covarde não me atende.

 Ah como eu queria olhar pra cara desse infame e dizer poucas e boas, falar o quanto eu detesto aquele seu perfume que me deixa sem ar; odeio seu sorriso que me desarma, não suporto ver ser seu corpo malhado e molhado ao sair do banho enrolado na toalha, dizer que quando me abraça me sinto protegida e segura e quando me beija sinto borboletas no estômago de tanta felicidade.

Mas quando volto à realidade e lembro a dor daquelas porradas, a forma agressiva como me arrastou pra dentro daquele quarto e a raiva que ardia nos teus olhos ao me pedir pra ficar sinto medo, sinto pena, sinto ódio. Foi bom que acabou porque eu já não aguentava tanto tormento.

A polícia aplicou a devida sentença, agora ele está preso e vai pagar caro por tudo que me fez. Encarcerado, sua consciência vai ser a única companheira e vai te castigar, te punir e te fazer se arrepender amargamente. Os meus hematomas vão sarar e a sua culpa? Essa vai te perseguir até o fim.


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