A "frâmura"



A “frâmura”

Um dia desses um colega de trabalho, numa rodinha de café, comentou se tratar de um dever cívico, de todo cidadão brasileiro, apear do carro e se perfilar quando for surpreendido pelo hasteamento da bandeira. Apesar da minha larga experiência de Bananão (apud Ivan Lessa), essa declaração mexeu comigo e eu tive ganas de contra argumentar naquele instante. Mas felizmente me contive, porque sei que esse assunto não é diferente dos dogmas religiosos, e qualquer discussão, em torno dele, se torna estéril e contraproducente. Aprendi que esse apego a símbolos e imagens, de forma semelhante à maioria das religiões, é uma necessidade imperiosa para uma grande parte da população e que esses conceitos primários e pueris de patriotismo estão arraigados nos setores mais conservadores e retrógrados da nossa sociedade.

Esse episódio serviu, contudo, para que eu me lembrasse de uma piada contada por um amigo mineiro, há alguns anos atrás. Dois primos oriundos do interior de Minas, recém convocados para prestar o serviço militar, estão recebendo as primeiras instruções no quartel. O sargento, aos berros, se dirige ao primeiro e apontando para o símbolo pátrio pergunta para o recruta: “soldado – você sabe o que significa isso?”. Sem titubear ele responde. “Sei sim “sinhô” – é a “frâmura” do Brasil”. “Que flâmula que nada. Mais respeito com a bandeira brasileira – ela é a sua mãe, ouviu – a sua mãe!”. Dispensando o primeiro primo, o sargento agora encara o segundo. “E você soldado, sabe o que significa isso?”, novamente com o dedo apontado para a bandeira. “Sei sim “seu” sargento – é a tia Cotinha, mãe de Neco”.

 Marco Dous

24 de julho de 2012


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