Vida



Os erros deixam de ser simples erros. São lições aprendidas, são experiências adquiridas. Alicerça-se aí o espírito que busca grandeza. Sai fortalecido de cada episódio, à primeira vista banal, mas se bem analisado verificaremos quantas oportunidades de aprendizagem foram-nos dadas.

A cada momento surge um fato, um sinal mesmo, que em geral passa desapercebido. São como as bênçãos enviadas pelo Pai a todos nós: chegam mas não foram notadas, porque para nós bênçãos só podem ser coisas boas, benéficas, que deveriam trazer alegria. A dor pode ser uma benção divina, só que não a vemos assim. Ninguém quer dor.

Mas se você estiver atento, verificará que a dor é um alerta. Por isso nunca maldiga qualquer dor. Ela pode ser um sinal que alguma coisa deve ser mudada. Até para que ela própria não surja mais à sua frente. Quantas pessoas são levadas pelo sofrimento a drásticas mudanças em suas vidas? Milhares com certeza. Seria de perguntar então se o Pai quer sofrimento para seus filhos para que evoluam. Não, Ele certamente não quer seus filhos no sofrimento oubuscando sofrer deliberadamente no intuito de purificar-se. Positivamente não. A dor chega até nós pela atração que exercemos sobre ela. Ele nos segue porque domina em nós ainda a ignorância, a falta de senso e de equilíbrio, a falta de compreensão e de humildade. Virtudes sem dúvida nada fáceis de serem conquistadas.

A vida é muito mais que nossa pobre imaginação possa alcançar. Somos privilegiados na criação divina, passamos com efeito por duros aprendizados mas chegamos finalmente à fase hominal, do ser pensante, que raciocina, que julga, que age. E que responde por seus atos. Que ao chegar a esse estágio ganhou responsabilidades e terá que responder pelo que fizer de errado na proporção exata de seus conhecimentos.

A imaginação muitas vezes nos trai, por que com ela saímos da realidade. Ela também pode nos servir de rota de fuga. Queremos correr dos problemas e a nossa imaginação faz com que tiremos os pés do chão e assim não os enfrentamos. A vida é por demais grandiosa, ela não cabe em nossa mente. Nem poderia ser diferente. Dentre as muitas perguntas que o homem não consegue responder, certamente essa é uma delas: o que é a vida? Questione quantas pessoas puder e diferentes respostas lhe serão dadas. Dificilmente serão encontradas duas respostas semelhantes.

Se a sabedoria chega a nós com o passar dos anos, poderíamos dizer que restaria pouco tempo para que pudéssemos aproveitá-la. Esquecemos, porém que a sabedoria apreendida é agregada ao espírito eterno. O saber é cumulativo. Enriquece a alma, produz satisfação, distancia-nos da ignorância e nos aproxima de Deus. É a maior bênção que poderíamos receber do Alto.

É melhor ainda quando reunimos condições de dividir essa riqueza. Humildemente sempre, porque não tem arrogância o verdadeiro sábio. É comum entre nós assistirmos a demonstrações demagógicas dessa distribuição. Ela é orgulhosamente apresentada, podemos dizer que imposta como modelo inquestionável a ser seguido. E nada é inquestionável na vida, porque tudo muda, sofre alterações, se transforma, enfim evolui.

Longe estamos infelizmente de sonhar tão grandes sonhos. Sonhos de paz, de equilíbrio, de maturidade, de tolerância, de sensatez. A estrada a ser trilhada parece-nos excessivamente longa, repleta de percalços, cheia de armadilhas. Mas não tem como não transitá-la, ela é o único caminho para a tal da felicidade.


Autor: Claudio Schiavi


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