Sobre A Prática Do Ensino



Prof. Wolney Blosfeld

Sobre a prática do ensino

Com base em diretrizes curriculares já consolidadas, aproveitamos os estudos, realizados pela revista NOVA ESCOLA, que traçam os objetivos em Língua Portuguesa e Matemática do 1º ao 5º ano, estas disciplinas foram priorizadas em virtude do fato de que: se o aluno não consegue ler e escrever ou traduzir o mundo que o cerca em números ele não vai ter condições de aprofundar seus conhecimentos nas outras disciplinas, já que a linguagem escrita é universalizada em nosso sistema de ensino, expectativa que em conformidade com os sistemas avaliativos pressupõem-se ser indispensável nas séries posteriores onde o educando estará plenamente habilitado aos novos conteúdos e mesmo ao rodízio de professores. Trocando em miúdos: Se o aluno não compreende o que lê, como ele vai apreender?

As outras áreas do conhecimento, próprias desta etapa escolar, alicerce do conhecimento, de forma alguma seriam desprezadas, mas sim trabalhadas priorizando-se a interdisciplinaridade com o português e a matemática. Aproveitando segundo Piaget todo e qualquer conhecimento vindo de casa, o que no caso das escolas pólos de Seringueiras envolveriam obrigatoriamente os conhecimentos já adquiridos pelo educando sobre pecuária e agricultura.

Que competências leitoras precisam ter quem termina o 3º ano? Como deve ser o texto de um aluno no fim do 4º ano? E, em Matemática, o que é importante que os estudantes do 5º ano saibam? As respostas para todas essas perguntas deveriam constar em um documento que listassem as expectativas de aprendizagem de cada disciplina em todas as etapas do Ensino Fundamental. Essas diretrizes ainda não estão consolidadas. Na verdade, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1996, cada sistema de ensino – ou seja, as secretarias de Educação dos estados e dos municípios – deveriam se ocupar dessa tarefa. Ou melhor, já deveriam ter se ocupado. Embora não exista um levantamento oficial, apontando quantas redes já tomaram providências nesse sentido desde que a lei entrou em vigor, sabe-se que são poucas as que fizeram o dever de casa. Como diz a professora Luiza Andrade.

Lista de conteúdos

As expectativas de aprendizagem nada mais são que a descrição de conteúdos e habilidades essenciais a ser desenvolvidos em cada disciplina, mostrando, principalmente, como cada uma delas deveriam progredir ano a ano. Se no 1º ano o aluno precisa saber produzir um texto ditando-o ao professor, as metas para o ano seguinte devem necessariamente prever como avançar em relação a esse aprendizado (produzindo por conta própria reescritas de histórias conhecidas, e assim por diante). O mesmo ocorre com Matemática: começa-se a ter contato, por exemplo, com tabelas simples no 1º ano para que o estudante chegue ao 5º interpretando dados de representações com dupla entrada e gráficos de colunas, barras, linhas e de setor, além de construí-los com conhecimento e segurança.

A prescrição curricular elaborada pelo Ministério da Educação (MEC) vigente até 1996 – e que era seguida por todos os sistemas, públicos ou privados – deixou de existir com a publicação da LDB, que definiu as diretrizes gerais para o ensino no país. A idéia dos educadores que participaram da redação da lei era fazer com que as redes definissem com base na realidade local, o que os alunos precisavam aprender. Nos anos seguintes, para estabelecer as orientações gerais de todas as disciplinas e dos temas transversais, foram publicados os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Mas poucas redes até agora se preocuparam com isso.

Falta currículo

A liberdade dada pela LDB logo se tornou um buraco negro, causando grande desconforto principalmente nos educadores que se sentem perdidos em meio a uma infinidade de sugestões de temas a serem abordados em sala de aula, com diferentes enfoques. A abertura da lei, também, causa inquietação à sociedade, que não sabe o que cobrar da escola em relação à aprendizagem dos jovens.

Os resultados mais recentes de diversas avaliações sistêmicas realizadas pelo governo federal – e, em alguns casos, também pelos estaduais e municipais – e por entidades internacionais, como a Organização para a Cooperação para o Desenvolvimento Econômico (OCDE), estão escancarando o problema. Os números deixam a desejar, mas o que devem saber os alunos das diferentes séries se não existe definição sobre o que os professores precisam ensinar em cada ano da escolaridade? "O currículo deveria ser essa baliza, tanto para as escolas decidirem o que ensinar como para medir e comparar os resultados das avaliações". De acordo com Camila Mendonça de Barros, gerente de metas de avaliação da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo – um dos poucos sistemas que concluíram o documento –, a partir de agora ele será a base da rede paulista para implantar os futuros planos de melhoria da Educação estadual.

Expectativas

A necessidade premente de os sistemas se organizarem para a construção desse documento não elimina o trabalho de cada escola. Cabe a elas reunirem os corpos docentes – e de preferência, também representantes da comunidade e dos estudantes – para a elaboração de outro documento fundamental para que o processo dê certo: o projeto pedagógico. É ele que vai definir as prioridades de ensino e aprendizagem e as ações necessárias para atingir os objetivos definidos no currículo.

Saber aonde os alunos devem chegar ao fim de cada ano letivo é uma conquista a ser comemorada. Mas, para garantir que as expectativas de aprendizagem se realizem, e para todos os alunos, é necessário haver investimento em formação continuada e compromisso dos coordenadores pedagógicos em utilizar os horários de trabalho coletivo, já conquistados por várias redes, para essa finalidade.

1º ano

Língua Portuguesa

• Fazer intercâmbio oral, ouvindo com atenção e formulando perguntas.

• Ouvir com atenção textos lidos.

• Ler textos conhecidos, como parlendas, adivinhas e canções.

• Conhecer e recontar repertório variado de textos literários.

• Escrever texto de memória de acordo com sua hipótese de escrita.

• Escrever o próprio nome e utilizá-lo como referência para a escrita.

• Conhecer as representações das letras maiúsculas do alfabeto de imprensa.

• Localizar palavras em textos.

• Escrever usando a hipótese silábica, com ou sem valor sonoro convencional.

• Reescrever ditando textos conhecidos.

• Revisar textos coletivamente, apoiado em leitura em voz alta feita pelo professor.

Matemática

• Ampliar o conhecimento dos números.

• Contar oral e mentalmente objetos.

• Utilizar estratégias pessoais para resolver problemas que envolvam as quatro operações.

• Indicar o número certo quando houver poucos objetos.

• Ler mapas e plantas baixas simples.

• Identificar e representar semelhanças e diferenças entre formas geométricas.

• Montar e desmontar embalagens tridimensionais.

• Usar o calendário.

• Comparar, identificar e estimar grandezas (comprimento, massa, temperatura e capacidade) e iniciar o uso de instrumentos de medidas.

• Começar a usar e a fazer tabelas simples.

2º ano

Língua Portuguesa

• Participar de intercâmbio oral, ouvindo, perguntando e planejando a fala para diferentes interlocutores.

• Recontar histórias conhecidas, recuperando características da linguagem do texto original.

• Apreciar textos literários.

• Ler, com ajuda, diferentes gêneros.

• Ler, por si mesmo, textos conhecidos.

• Entender o sistema alfabético, mesmo escrevendo com erros ortográficos.

• Escrever alfabeticamente textos que conhece de memória.

• Reescrever histórias conhecidas, ditando-as ou de próprio punho.

• Produzir textos simples de autoria.

Matemática

• Realizar contagem oral.

• Saber regras do sistema numérico.

• Ler e produzir escritas numéricas.

• Ampliar o uso de estratégias pessoais em problemas envolvendo operações.

• Saber de memória alguns resultados.

• Usar diversas estratégias de cálculo.

• Localizar-se em espaços menos conhecidos e mais amplos.

• Identificar e representar diferentes formas geométricas.

• Realizar organização temporal com uso do calendário.

• Utilizar sistemas de medidas convencionais.

• Ampliar o conhecimento de grandezas e o uso de instrumentos de medidas.

• Usar e fazer tabelas e gráficos de colunas.

3º ano

Língua Portuguesa

• Participar de situações de intercâmbio oral, ouvindo com atenção, formulando e respondendo a perguntas, explicar e compreender explicações, manifestar opiniões sobre o assunto tratado.

• Apreciar e ler textos literários.

• Ler, com ajuda, textos para estudar (textos de sites, revistas etc.).

• Reescrever de próprio punho histórias conhecidas, considerando as características da linguagem escrita.

• Produzir textos de autoria utilizando os recursos da linguagem escrita.

• Revisar textos coletivamente com a ajuda do professor ou em parceria com colegas.

Matemática

• Utilizar o sistema numérico em sua forma convencional.

• Articular melhor os números em estratégias de cálculo mental.

• Usar técnicas convencionais de adição e subtração.

• Começar a sistematizar algoritmos (conta armada).

• Ampliação do uso das operações de adição, subtração, multiplicação e divisão.

• Interpretar representações do espaço.

• Aprimorar o uso da linguagem específica para figuras e formas.

• Saber ver as horas.

• Utilizar o sistema métrico (convencional ou não) com mais precisão.

• Aprimorar o uso de tabelas simples e usar gráficos com colunas e barras.

4º ano

Língua Portuguesa

• Participar de situações de intercâmbio oral que requeiram ouvir com atenção, intervir sem sair do assunto tratado, formular e responder a perguntas justificando respostas, explicar e compreender explicações, manifestar e acolher opiniões, fazer colocações considerando as anteriores.

• Apreciar textos literários.

• Selecionar, em parceria, textos em diferentes fontes para a busca de informações.

• Localizar, em parceria, informações nos textos, apoiando-se em títulos e subtítulos, imagens e negritos, e selecionar as que são relevantes.

• Ajustar a modalidade da leitura ao propósito e ao gênero.

• Reescrever e/ou produzir textos de autoria com apoio do professor.

• Revisar textos coletivamente com a ajuda do professor, prestando atenção aos aspectos de coerência, coesão e ortografia.

Matemática

• Realizar contagens crescentes e decrescentes com números naturais.

• Realizar cálculos aproximados.

• Reconhecer, usar, comparar e ordenar números racionais.

• Explorar os significados das frações.

• Saber resultados de contas de multiplicação de memória.

• Fazer operações de números naturais com estratégias pessoais e operações convencionais.

• Identificar posição e movimentação em malha quadriculada.

• Reconhecer semelhanças e diferenças entre figuras geométricas.

• Reconhecer planificações e identificar formas planas de figura tridimensional.

• Compreender e calcular o perímetro.

• Reconhecer e usar unidades de medida.

• Utilizar o sistema monetário brasileiro.

• Interpretar dados de tabelas simples e de dupla entrada e de gráficos de colunas, barras e linhas.

5º ano

Língua Portuguesa

• Participar de situações de intercâmbio oral que requeiram ouvir com atenção, intervir sem sair do assunto, formular e responder a perguntas justificando respostas, explicar e compreender explicações, manifestar e acolher opiniões, argumentar e contra-argumentar.

• Participar de situações de uso da linguagem oral utilizando procedimentos da escrita para organizar a exposição.

• Apreciar textos literários.

• Selecionar textos de acordo com os propósitos de leitura, antecipando a natureza do conteúdo e utilizando a modalidade de leitura mais adequada.

• Utilizar recursos para compreender ou superar dificuldades de compreensão durante a leitura.

• Reescrever e produzir textos utilizando procedimentos de escritor.

• Revisar textos, próprios e dos outros, em parceria com colegas, com intenção de evitar repetições, ambigüidades e erros ortográficos e gramaticais.

Matemática

• Compreender e usar as regras do sistema de numeração decimal para leitura, escrita, comparação e ordenação de números naturais.

• Explorar diferentes significados das frações em situações-problema.

• Escrever, ler, comparar e ordenar números racionais.

• Resolver problemas nas quatro operações, usando estratégias pessoais, convencionais e cálculo mental.

• Usar porcentagens.

• Explorar a idéia de probabilidade.

• Descrever, interpretar e representar a localização e a movimentação de uma pessoa ou um objeto.

• Reconhecer semelhanças e diferenças entre poliedros e identificar relações entre faces, vértices e arestas.

• Utilizar unidades comuns de medida em situações-problema.

• Calcular perímetros e áreas.

• Usar unidades de medidas de área.

• Interpretar e construir tabelas simples, de dupla entrada, gráficos de colunas, barras, linhas e de setor.


Autor: Wolney Blosfeld


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