Um Eu Feito de Outros



Nada do que sou tem simetria
Nada do que sou tem linearidade
Nada do que sou é fruto de imaginário uno
Sou único,
Mas perpassado de outros
Sou de mim,
Mas estou em todos
A minha subjetividade
Pertence-me
Face a face
Comigo mesmo
Bem sei que sou de desejos irreversíveis
E de singularidades
Que me pertencem até segunda ordem
Na minha infinita especificidade de humano
Por isso,
Não me deixo aprisionar
Por isso,
Não tente me domesticar
Sou de sonhos
E de liberdades
Mesmo errante
Sou eu mesmo:
Um eu feito de outros tantos eu’s errantes.


Arnaldo Eugênio.
São Paulo, 30 de agosto de 2008.


Autor: Arnaldo Eugênio


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