Pedagogia De Projetos



Nos últimos anos, vimos assistindo ao resgate de uma metodologia de trabalho antiga: o Método de Projetos.Os projetos são orientadores básicos das atividades no mundo do trabalho. Autores clássicos como Karl Marx já apontaram para o fato de que o trabalho é dignificante e constituidor do ser humano por seu trabalho inventivo, que parte de uma antecipação mental daquilo que se pretende: o projeto em si mesmo. Projetar é planejar intencionalmente um conjunto de ações com vista ao atingimento de um ou mais fins.

No campo da educação, clássicos como Dewey e Freinet já apontavam, há cerca de 100 anos, para o valor educativo de atividades de caráter globalizante por sua vinculação com o mundo real. O campo da educação vem reconstruindo e ressignificando as diferentes concepções acerca do Método de Projetos.

Quando falamos em Pedagogia de Projetos estamos nos referindo a uma lógica educativa bastante diferenciada do que se vem fazendo na maioria dos processos educacionais. Mudar a lógica educativa significa romper com tradições e a Pedagogia de Projetos apresenta diversas propostas de ruptura: romper com a desarticulação entre os conhecimentos escolares e a vida real, com a fragmentação dos conteúdos em disciplinas, em séries e em períodos letivos predeterminados, como horários semanais fixos e bimestres, romper com o protagonismo do professor nas atividades educativas, romper com o ensino individualizado e com a avaliação exclusivamente final, centrada nos conteúdos assimilados e voltada exclusivamente para selecionar os alunos dignos de certificação.

A idéia central da Pedagogia de Projetos é articular os saberes escolares com os saberes sociais de maneira que, ao estudar, o aluno não sinta que aprende algo abstrato ou fragmentado. O aluno que compreende o valor do que está aprendendo, desenvolve uma postura indispensável: a necessidade de aprendizagem.

A metodologia de projetos atinge assim a diversos pressupostos da aprendizagem:

partir de uma visão sincrética do assunto, passar por uma etapa analítica e fechar com uma visão sintética do problema estudado;

proporcionar experiências de contato, de uso e de análise das informações acessadas;

partir de situações propostas pela prática, questioná-la e ampliá-la à luz da teoria e retornar à prática a fim de intervir na realidade, transformando-a;

trabalhar objetivos relativos ao saber, ao saber fazer e ao saber ser.

Essa metodologia, caracterizada por sua flexibilidade e complexidade implica, segundo Louis Not, exigências elevadas em relação aos educadores: passa a ser exigida deles uma grande cultura geral que vai muito além de uma única área de formação.

O professor deverá  ser um observador vigilante e constante das aquisições dos alunos, acompanhando se realmente se realizaram e promovendo atividades e recursos de ensino complementares, sempre que preciso, que incentivem os desenvolvimentos necessários.

Autor: Cinthia Gonzaga Aguillera


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