Análise da Interdependência Entre os Biomas do Brasil



Os outros ecossistemas são tão importantes quanto a floresta tropical, mas vêm sofrendo com falta de atenção. Não é sem motivo que a Amazônia está quase diariamente no noticiário. Ela é alvo de atenção de organismos brasileiros e internacionais por representar uma das últimas grandes florestas tropicais do mundo, o que implica alto índice de biodiversidade ainda bastante desconhecido.

O desmatamento, que voltou a crescer sobre o bioma, coloca essa riqueza em risco, mas também ajuda a acelerar um outro problema bastante em evidência - o aquecimento global. Mais informações.

A derrubada da Amazônia coloca o Brasil como o quarto maior emissor de gás carbônico do mundo. Mas, além de ser um grande estoque de carbono, a floresta tem um papel importante na regulação da temperatura e no próprio seqüestro do gás. A verdade é que quanto mais estudos são feitos, mais se percebe o quanto ela impacta o clima.

Isso não significa, no entanto, que seja a única vegetação a ter importância. O Brasil tem outros cinco grandes biomas (conjunto de vida constituído pelo agrupamento de tipos de vegetação, segundo a definição do IBGE) continentais, além dos ecossistemas costeiros, que não apenas apresentam uma grande biodiversidade, como também colaboram com uma série de outros serviços ambientais.

Com exceção da mata atlântica que, por estar com pouco mais de 7% da vegetação original, conta com a preocupação do governo e da sociedade e está com relativa freqüência na mídia, os demais biomas (caatinga, cerrado, pantanal e pampa) vêm amargando a quase total desatenção dos mais diversos órgãos.

Um dos principais indicativos disso é a pouca presença de unidades de conservação (UC) em todos eles. Nenhum atinge a meta de 10% prevista pela Convenção sobre Biodiversidade Biológica, das Nações Unidas, da qual o Brasil é signatário. O Pantanal, por exemplo, tem apenas 1,1% do território protegido por áreas federais. Os ecossistemas costeiros não têm nem 0,5% resguardado. Mas a perda de vegetação no Pantanal pode comprometer o suprimento de água de toda a Bacia do Rio Prata. A devastação marinha prejudica diretamente o abastecimento de peixes das populações.

Os números de UCs são inversamente proporcionais ao grau de devastação. Enquanto o cerrado tem somente 3,3% do território protegido por unidades federais, a perda da vegetação já pode ter sido de 55%, de acordo com números da ONG Conservação Internacional (CI). Conhecido como floresta de cabeça para baixo, porque a biomassa está mais concentrada na raiz do que nos troncos e folhas, o bioma tem um alto potencial de seqüestrar carbono.

O primeiro passo para redimir essa situação é conhecer o que de fato está acontecendo com cada área. Isso porque, tirando a mata atlântica, nenhum dos biomas conta com sistema de monitoramento do desmatamento.

A maior floresta tropical do mundo coleciona superlativos: tem o maior conjunto de rios do planeta e a maior biodiversidade do Brasil (ganha da mata atlântica em números absolutos). Com cerca de 4 milhões de ha, mantém aproximadamente 82% de mata original. O bioma é definido pelo clima equatorial quente e úmido, com chuvas torrenciais e floresta fechada. O bioma representa cerca de 30% das florestas tropicais remanescentes do mundo, reúne mais de 40 mil espécies de plantas, 300 de mamíferos, 1,3 mil de aves e mais de 400 de anfíbios. As estimativas de peixes variam entre 3 mil e 9 mil espécies.

Compreendida entre os Estados de MT e MS, essa planície inundável passa até seis meses por ano debaixo d'água. É uma grande zona de transição entre a Amazônia, o cerrado e o charco. Seus campos são naturalmente propícios à pastagem e à pecuária extensiva.

Pampa é uma palavra indígena para designar pradarias - superfícies planas cobertas de vegetação rasteira. A maior parte do bioma é formada por campos, mas há também trechos mais arbóreos e algumas manchas com floresta densa, semelhante à mata atlântica.

Como se estende de norte a sul do Brasil, ela não é homogênea, mas sim um mosaico de vegetação. Em sua forma mais característica, é uma floresta pluvial exuberante, com árvores que podem atingir 40 metros de altura. Tem uma das biodiversidades mais ricas do Brasil e do mundo. Em apenas uma área da região serrana do Espírito Santo há 476
espécies de árvores lenhosas.

Essa zona mantém forte contato com os biomas da Amazônia e da mata atlântica e abrange regiões de transição ecológica que desempenham uma função de ligação e viabilização de trocas genéticas entre os ecossistemas terrestres e marinhos. É um bioma constituído por ambientes complexos, diversificados e de extrema importância para a sustentação da vida do mar.

Único bioma exclusivamente brasileiro reúne pelo menos 12
vegetações distintas, as chamadas caatingas, caracterizadas principalmente por perderem todas
as folhas no período de seca. A presença de montanhas com 2 mil metros de altitude em meio ao bioma eleva um pouco a umidade e é o que faz da região o semi-árido com
maior biodiversidade do mundo

Espalhado por 11 Estados (MA, PI, TO, BA, GO, MG, MT, MS, RO, SP e PR), mais o Distrito Federal, é o segundo maior bioma do Brasil. É também uma das savanas mais ricas do mundo, em especial pelo contato biológico com os biomas vizinhos. Conhecida como floresta de cabeça para baixo, porque suas raízes costumam ser maiores do que as copas. Nas suas chapadas estão nascentes dos principais rios das bacias Amazônica, do Prata e do São Francisco.

O estudo analisa a natureza das interações entre animais e plantas e, por conseqüência, a sua importância para a manutenção das relações ecológicas. Assim, em primeiro lugar, analisa os processos de interações positivas e negativas entre organismos vivos.

Em segundo lugar, analisa a influência da degradação de hábitats para as interações entre plantas e animais.

Por fim, analisa o fato de que a fragmentação de hábitats e paisagens tem reduzido a biodiversidade de espécies locais, o que reduz as interações, e disso decorre a necessidade de preservação das interações.

As grandes cidades e outras áreas povoadas estão repletas de organismos. O construtor destes hábitats artificiais é o homem, mas uma infinidade de outras criaturas aproveitam e se adaptam a esses novos hábitats recém criados.

Os organismos urbanos, incluindo o homem, também se relacionam com os outros organismos e estas interações podem ser estudadas, sob o ponto de vista conceitual, da mesma forma que relações ecológicas de ecossistemas naturais. Por outro lado, os centros urbanos se desenvolvem de forma diferente dos ecossistemas naturais. Alguns processos e relações ecológicas são mais intensos nas cidades.

Um exemplo é a invasão de espécies. Outros são de menor importância, como poderia ser o caso da competição, enquanto que os mutualismos aparecem em porcentagem alta. Em outros casos, como o da sucessão ecológica, os processos são mascarados pela constante interferência humana.

Atualmente, apesar dos avanços da medicina, características como superpopulação, mudanças ambientais e intercâmbio intenso de mercadorias são fatores de risco que beneficiam o espalhamento de novas doenças ou novas formas de doenças conhecidas, principalmente aquelas como a gripe, cujos vírus têm uma alta taxa de mutação.

Da forma em que existem atualmente, os sistemas urbanos são artificiais, imaturos e ineficientes em termos energéticos. Precisam da importação de grandes volumes de energia e alimento para a sua manutenção, e por isso não se auto-sustentam.

Por outro lado, cidades têm caracteristicamente uma alta heterogeneidade espacial, o que proporciona uma alta diversidade. Embora isto pareça um contra-senso, casos de maior diversidade em cidades do que no ambiente natural em que estão inseridas são comuns. Como exemplo podemos citar povoamentos estabelecidos em regiões desertas ou áridas, em que água e outros recursos são importados e concentrados na urbe.

A manutenção da biodiversidade urbana é importante não só para a própria sobrevivência do homem, mas também pelo seu valor intrínseco. Devido à forte ligação dos organismos urbanos com o homem, é necessário um envolvimento mais efetivo das ciências naturais com as sociais para integrar os conceitos ecológicos ao processo de planejamento urbano.

Para haver esta integração, são necessárias mais pesquisas sobre quais são e como se organizam os processos ecológicos que agem nos ecossistemas urbanos.


Autor: Rodrigo Miguel Rodrigues da Silva


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