A Face de Afrodite Está Eclipsada



(para Helen Ruth Campinas)

A face de Afrodite está eclipsada,

oculta-se, intimidada diante daquela da filha de João.

É bendita sua silhueta belíssima,

primogênita de Benedita.

Os cabelos em cachos,

como se desenhados por um inspiradíssimo Da Vinci,

descem em doce rapel, por curvilíneos colo e costas, cariciosos...

Nenhuma deusa da fecundidade,

cultuada por qualquer que seja o povo,

tem a fartura de teus gêmeos picos generosos,

nos contornos arredondados

dessas aréolas apetitosas cor e sabor de chocolate,

mais que as barras suíças podem sê-lo.

De ritmo sinuoso, corpo envolvente como uma teia,

que contorce o meu, como uma casca de ingá,

no momento crucial de saborear seu fruto...

Morena de endoidecer, me endoidece entre suas pernas,

em um veludo negro e doce e transbordante

da orquídea mais rara do mundo,

só colhida por mim.

Não me olhes assim,

com estes olhos de floresta

― de amazônidaindígenacaboclauiaraencantadahipnotizadora...

Ai que será de mim, em teus braços

entregue, colados meus lábios no sabor

graviolabacuricupuaçuaraçámurucitaperebá

que têm os teus, lindos, meus.

Dentro de ti, me percomeachomerealizo.

O universo é meu, dentro de ti estando.

Morro de saudades...


Autor: Alcir de Vasconcelos Alvarez Rodrigues


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