Empresas Voltam a Contratar Profissionais com Mais de 40 Anos



Esta é mais uma das matérias que encontrei na internet. Apenas para salientar que, o pensamento que tenho juntamente com outros profissionais e empresários, estão visando o investimento em profissionais com experiência e bagagem profissional. Leia e se quiser pode comentar, afinal, gostaria de saber as opiniões de quem lê meus artigos, assim saberei se devo continuar a escrever e publicá-los ou apenas guardar para mim minhas idéias e opiniões.

"REJANE BRAZ" da Folha Online

Depois de passarem vários anos sendo desvalorizados pelo mercado de trabalho, os profissionais com mais de 40 anos voltaram a atrair o interesse das empresas brasileiras. Uma das adesões mais recentes ao plano de valorização desses profissionais foi a da rede de lanchonetes Bob's. O grupo Pão de Açúcar, a empresa de planos de saúde Intermédica e a de recrutamento Gelre também já aderiram a este tipo de projeto. O Bob's encerrou na sexta-feira passada a fase de inscrições para um projeto que prevê a contratação de pessoas com mais de 45 anos para trabalhar no atendimento aos clientes.

A concorrência foi mais alta que a maioria dos concursos vestibulares: são dez vagas iniciais e cerca de 500 pessoas fizeram a inscrição, o que dá 50 por vaga. O projeto ainda é um piloto e a experiência está restrita ao Rio de Janeiro, mas o Bob's pretende implantá-lo definitivamente, caso a experiência seja bem-sucedida

Segundo o diretor de recursos humanos da rede, Geraldo Gonçalves, o Bob's é um dos maiores incentivadores do primeiro emprego entre os jovens e agora quer estimular a colocação para esta outra faixa que geralmente também fica à margem do mercado de trabalho. No Bob's os novos funcionários vão atuar no atendimento ao cliente, encaminhando para as filas e esclarecendo dúvidas sobre os produtos.

Piloto

O grupo Pão de Açúcar estreou em 1997 uma campanha piloto quando contratou sete idosos para atuarem no atendimento a seus clientes. De lá para cá, outras funções foram criadas especialmente para a faixa etária acima dos 45 anos, como as amigas do Barateiro e as pesquisadoras, no Pão de Açúcar. Outros desempenham a função de empacotadores.

Hoje são mais de 1.000 pessoas com idade média de 60 anos atuando no grupo. Segundo Marília Parada, gerente de recursos humanos, alguns dos funcionários voltaram a estudar incentivados pela empresa. "Não enfrentamos problemas com faltas. As doenças psicossomáticas que eles apresentavam, muitas vezes acabam depois que começam a trabalhar", diz.

Ela acrescenta que o grupo já começa a obter o reconhecimento social de seu trabalho e vem servindo de exemplo para outras empresas. "Somos convidados para mostrar nossa política em diferentes corporações", informa.
Outra empresa a adotar a contratação de idosos no Brasil é a Intermédica. Desde 1998 a empresa, que atua no setor de planos de saúde, oferece oportunidades a aposentados. Atualmente 5% do quadro de funcionários da Intermédica são formados por estes profissionais.

Na Gelre, que atua no recrutamento e seleção de profissionais, a tarefa começa dentro de casa. A empresa, que possui 82 unidades espalhadas em todos os estados do Brasil está promovendo uma reestruturação no setor de recepção. A idéia é colocar somente pessoas com idade acima dos 40 anos para desempenhar a atividade.

Traquejo

Segundo Maria de Fátima e Silva, gerente de inclusão social, hoje cerca de 20 pessoas desta faixa etária já atuam como recepcionistas, mas a meta da Gelre é ampliar este número rapidamente. "São pessoas com mais paciência, mais traquejo para exercer este tipo de função", diz.

As mudanças já começam a ocorrer também na esfera estatal. Em São Paulo, um projeto de lei estadual determina que todas as empresas estatais com mais de 50 funcionários preencham 5% de seu quadro com pessoas acima de 45 anos.

O Metrô, por exemplo, ainda não se adequou ao projeto porque a contratação se dá apenas por meio de concurso público. Mas a empresa afirma que nos próximos concursos a determinação será plenamente acatada.

Para a coordenadora editorial do Instituto Ethos, Carmen Weingrill, há uma tendência hoje das empresas recobrarem o valor destes profissionais, mas ainda é um movimento restrito aos altos escalões. "Em geral são profissionais que tiveram um investimento pesado das instituições em termos de qualificação", diz.

Carmen comenta que o mercado comete muitos erros de generalização ao dispensar profissionais maduros quando, na verdade, deveria investir na requalificação destas pessoas para evitar a baixa empregabilidade.

Ela lembra ainda um outro lado perverso da questão. O Brasil possui hoje uma das maiores taxas de aposentados que ainda precisam trabalhar para sustentar a si e à família. "O montante corresponde pelo menos a 50% da população de aposentados, segundos dados do Ipea", diz Carmem.

Para Maria de Fátima, o movimento de valorização e contratação destes profissionais pode ser pequeno ainda, mas deve se tornar uma tendência forte nos próximos anos. "A velhice é um fato e isso faz com que as pessoas olhem diferente para este assunto. Na verdade, ao abrir caminho para este tipo de função, é como se você estivesse preparando espaço para você mesmo no futuro", opina.

Depois desses depoimentos cabe as empresas e empresários, principalmente de pequeno e médio porte determinar à onde querem chegar. Temos hoje no mercado, inúmeros profissionais de altíssima competência disponíveis para contratação. Seja como for uma coisa tem que ser dita: Empresas de pequeno e médio porte precisam de profissionais que tenham bagagem para ensinar e treinar jovens profissionais. Passam a experiência do mais velho para o mais novo. Nesse ponto os orientais ganham longe, e talvez por isso suas empresas comecem a entrar e incomodar no mercado.

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Autor: NELSON BATISTA DE SOUSA


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