HPV: Seu Diagnóstico Precoce e a Convivência com a Doença



Título / tema: HPV: SEU DIAGNÓSTICO PRECOCE E A CONVIVÊNCIA COM A DOENÇA

Autores:Ana Paula Honório Abreu Coelho,Emanuelle Torres Vieira ,Ivania Matsumoto,Leandro Coelho Gomes.

Objetivos: Este trabalho tem por objetivo analisar o perfil epidemiológico, a história de exposição e a conduta terapêutica oferecida às clientes portadoras do HPV.

Justificativa: Segundo SPAGNUOLO et.al., 2008:

No Brasil, as preocupações com medidas profiláticas e o acompanhamento clínico-laboratorial em relação a doenças sexualmente transmissíveis só se deu a partir da epidemia de infecção pelo HIV/Aids, no início da década de 80 e de forma ainda muito. [...] No ano de 2006, um novo protocolo foi elaborado pelo Ministério da Saúde (MS) , estabelecendo um fluxo de atendimento, tratamento e notificação de casos.

Tendo em vista que o HPV é uma patologia que não tem cura, vimos a necessidade de um melhor esclarecimento aos clientes sobre sua doença, seu subtipo e manifestações.

Esperamos contribuir com a divulgação sobre o que é o HPV, enfatizando a importância do diagnóstico precoce, para obter uma melhor tratamento e sua prevenção.

Metodologia: Tipo: Este estudo é do tipo de revisão literária.

Marco teórico:

BRASIL ( 2006). Relata em seus estudos que o papilomavírus humano (HPV) são vírus da família Papovaviridae, capazes de induzir lesões de pele ou mucosa, as quais mostram um crescimento limitado e habitualmente regridem espontaneamente dentro de algum tempo. Existem mais de 200 subtipos diferentes de HPV, entretanto, somente os subtipos de alto risco estão relacionados a tumores malignos. Eles são classificados em tipos de baixo e de alto risco de câncer. Assim, os HPV de tipo 6 e 11, encontrados na maioria das verrugas genitais (ou condilomas genitais) e papilomas laríngeos, parecem não oferecer nenhum risco de progressão para malignidade, apesar de serem encontrados em pequena proporção de tumores malignos. Os vírus de alto risco (HPV tipos 16, 18, 31, 33, 45, 58 e outros) têm probabilidade maior de persistir e estar associados a lesões pré-cancerígenas.

Entretanto, ( RIVOIRE, Waldemar Augusto et al 2006 ) acrescentam em seus estudos que o genoma destes vírus consiste de 8-9 janelas de leitura (open reading frames) e de uma região regulatória. Os genes virais são chamados de precoces (early, E) ou tardios (late, L) dependendo de quando são expressos. A expressão das proteínas virais é fortemente regulada e dependente da diferenciação celular. 11 HPV de mucosa são divididos nos tipos de risco "alto", "intermediário" e "baixo" dependendo da lesão com a qual estão associados. Tipos de alto-risco são predominantemente associados ao câncer cervical, enquanto que os tipos de baixo risco são comumente detectados em verrugas genitais ou condilomas acuminados, popularmente conhecidas como "crista de galo". Já as lesões sub-clínicas não apresentam qualquer sintomatologia, podendo progredir para o câncer do colo do útero caso não sejam tratadas precocemente.

A transmissão do Papiloma Vírus Humano (HPV) é por contato direto com a pele infectada. Os HPV genitais são transmitidos por meio das relações sexuais, podendo causar lesões na vagina, colo do útero, pênis, ânus e raramente na mucosa oral. A sua implantação oral pode ser por auto-inoculação ou pelo contato oro - sexual. As manifestações orais associadas ao HPV são: papiloma, condiloma acuminado, verruga vulgar, hiperplasia epitelial focal, leucoplasias, líquen plano e carcinoma.

Segundo BRASIL 2006, O diagnóstico do condiloma é basicamente clínico, podendo

ser confirmado por biópsia. A biópsia está indicada quando:

• existir dúvida diagnóstica ou suspeita de neoplasia

(lesões pigmentadas, endurecidas, fixas ou ulceradas).

• as lesões não responderem ao tratamento convencional.

• as lesões aumentarem de tamanho durante ou após o tratamento.

• paciente for imunodeficiente.

• As lesões cervicais, subclínicas, são geralmente detectadas pela citologia oncótica, devendo ser avaliadas pela colposcopia, teste de Schiller (iodo) e biópsias dirigidas.

O diagnóstico definitivo da infecção pelo HPV é feito pela identificação da presença do DNA viral por meio de testes de hibridização molecular (hibridização in situ, PCR, Captura Híbrida II). Existem testes que identificam vários tipos de HPV, mas não está claro seu valor na prática clínica e as decisões quanto a condutas clínicas não devem ser feitas com base nesses testes, mas sim baseadas nas alterações celulares observadas pela colpocitologia oncológica. Assim não é recomendável, na rotina, o rastreio de infecção subclínica pelo HPV.

TRATAMENTO

"O objetivo principal do tratamento da infecção pelo HPV é a remoção das lesões condilomatosas, o que leva a cura da maioria dos pacientes. Nenhuma evidência indica que os tratamentos disponíveis erradicam ou afetam a história da infecção natural do HPV. Se deixados sem tratamento, os condilomas podem desaparecer, permanecer inalterados, ou aumentar em tamanho ou número. Os tratamentos disponíveis para condilomas são: ácidotricloroacético (ATA), crioterapia, eletrocoagulação, podofilina, podofilotoxina , imiquimod , interferon,vaporização a laser e exérese cirúrgica. Fatores que podem influenciar a escolha do tratamento são: tamanho, número e local da lesão; além de sua morfologia e preferência do paciente, custos, disponibilidade de recursos, conveniência, efeitos adversos e a experiência do profissional de saúde. Em geral, verrugas localizadas em superfícies úmidas e/ou nas áreas intertriginosas respondem melhor à terapêutica tópica (ATA, podofilina) que as verrugas em superfícies secas.

Deve-se mudar de opção terapêutica quando um paciente não melhorar substancialmente depois de três aplicações ou se as verrugas não desaparecerem após seis sessões". BRASIL 2006.

Resultados e Discussão: Segundo DALING et. al. 34, 1986:

O número de parceiros sexuais é considerado como de risco27, 31, 32. Daling et al34. calcularam o risco relativo para essa variável, verificando que aumenta na medida em que o número de parceiros também aumenta. Por sua vez, outros autores evidenciaram que ter mais do que três parceiros durante a vida é fator de risco27. A infecção por HPV comporta-se, quanto a esse parâmetro, de modo semelhante às outras doenças sexualmente transmissíveis.

Segundo SAITO et al.35,1987:

 

A nuliparidade também é considerada como de risco. Esse achado pode ser explicado epidemiológica e clinicamente. Epidemiologicamente se poderia considerar que as pacientes nuligestas, na maior parte das vezes, seriam aquelas solteiras e/ou com mais de um parceiro sexual. Clinicamente, se justifica por dados a muito conhecidos. Saito et al.35, em estudo topográfico das lesões condilomatosas associadas ou não a NIC, encontraram somente 6% dos condilomas localizados na ectocérvix, sem qualquer relação com a zona de transformação. Denota, assim, a preferência da infecção viral pelos epitélios metaplásicos. Como foi demonstrado por Focchi36, a freqüência das atipias colposcópicas diminui significativamente com a gestação. Isso se deve ao amadurecimento dos epitélios metaplásicos, que ocorre no ciclo gravídico, em virtude das altas taxas de estrogênio e pelo baixo pH vaginal. Dessa forma, apesar de inoculado, o vírus não teria um epitélio ideal para o seu desenvolvimento.

Segundo BRASIL 2008,As mulheres com esse perfil epidemiológico devem receber, por parte dos ginecologistas, especial atenção. Apesar de não conferir proteção contra a infecção em estudo, é importante, para as outras DST, enfatizar da necessidade do uso de preservativos em todas as relações sexuais casuais. Além disso, se deve orientar para a realização de novos exames diagnósticos, após seis meses da ocorrência de relação sexual fortuita, troca de parceiro ou, ainda, na eventualidade desse ser promíscuo. Agindo dessa maneira, se estará diagnosticando mais precocemente essa moléstia.

Conclusão: Segundo BAFVERSTEDT et. al., 1967:

Com o levantamento do perfil das clientes atendidas com exposição ao HPV, identificou –seque a população mais atingida forammulheres entre os 15 a 25anos.[...]Um estudo deste tipo permite considerar igualmente a importância de se abrir espaços para discussões ampliadas envolvendo a equipe multiprofissional de saúde e seus parceiros.

Referência:

  • http://pt.wikipedia.org/wiki/HPV Acessado em 10/10/08
  • Burd EM. Human papillomavirus and cervical cancer. Clin Microbiol Rev. 2003 Jan;16(1):1-17
  • Jastreboff AM, Cymet T. Role of the human papilloma virus in the development of cervical intraepithelial neoplasia and malignancy. Postgrad Med J. 2002 Apr;78(918):225-8
  • DALING, J.R.; SHERMAN, K.J.; WEISS, N.S. - Risk factours for condyloma acuminatum in Women. Sexually Transmitted Diseases, 13(1):16-18, 1986.
  • SAITO, K.; SAITO, A.; FU, Y.S.; SNOTKIN, D.; GUPTA, J.; SHAH, K. - Topografic study of cervical condyloma and intraepithelial neoplasia. Cancer, 59, 2064-70, 1987.
  • BAFVERSTEDT, B. - Condylomata acuminata - past and present. Acta Derm Venerol 47: 376-381, 1967.

Autor: Ivania,AnaPaula,Emanuelle,Leandro Matsumoto,coelho,Torres,Gomes


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