Clic



Era um domingo daqueles, minha dor de cabeça pela noite passada me deixou entediado, sai de casa e entrei num beco rumo ao velho bar, no meio do caminho vejo prostitutas de noites mal dormidas, mendigos, velhos caindo pelo chão de tanto beberem e penso se eu não me controlar serei um deles, triste destino.

Entro no bar e logo sou cumprimentado por um amigo de longas datas, chamava-se Augusto, recordo-me dos velhos tempos de escola no qual aprontávamos os sete nos corredores, dois garotos dois malandros.

Augusto sempre me falou sobre um tal de Costa, não sabia quem era, mas o cara estava numa jogada pra dinheiro grande e fácil, fiquei com o pé na frente e o outro atrás, porém a vida estava meio difícil, salário mínimo no final do mês não me favorecia nem ao menos quinze por cento, fui.

O golpe numa casa noturna aparentemente seria simples de se fazer, só que para tudo existe um preço e este era o de matar um cara que devia ao Costa, Augusto não me explicou direito o combinado e quando me dei conta já estava envolvido até o ultimo fio de cabelo, o tempo só comprou a passagem de ida.

O sujeito que devia praticamente sua casa noturna que não era pequena ao Costa chamava-se popularmente de "Mouse", aquele rato de esgoto era um do tipo "me olhe se for capaz de me matar", nem sabia ele seu destino.

É chegada à hora de enviar a encomenda para o inferno, Augusto usava um "38" e eu uma pistola, entramos como clientes da casa noturna denominada "Chegada a hora" o nome fazia parte do espetáculo que estava porvir, a musica ensurdecedora me deixava tonto, ao longe Augusto me deu um sinal de que "Mouse" estava na parte superior do estabelecimento, subimos.

Augusto pegou seu "38" e perguntou a "Mouse" se ele o conhecia, pois seria o ultimo dia que ele o veria, a pistola era um protuberância nas minha mãos que perfurava meu coração como um tiro a queima roupa, principiante. O primeiro disparo sôo e automaticamente meu dedo tocou novamente no gatilho mesmo que sem querer, levei minhas mãos a cabeça, como pude fazer isto?

 Perguntas desse tipo afogaram minha mente e a resumiram a de um esquizofrênico, culpa.

Augusto pegou todo o dinheiro do cofre, ele saiu como se nada tivesse acontecido, fui correndo logo atrás, e chegamos ao nosso destino que era o comitê do Costa, entrei.

Chegando lá Augusto recebeu sua parte e na minha hora olhei para aquele dinheiro e recusei, Costa me olhou com um olhar frio e sarcástico, e riu, me disse que era assim no inicio e depois me acostumaria, peguei o dinheiro.

Cheguei em casa e minha vida não era mais a mesma tudo mudou radicalmente, me senti minúsculo, envergonhei-me quando vi as fotografias dos meus pais, meu pai sempre dizia que era pra eu ser um homem honesto, ganhar dinheiro de forma limpa e honrada. As lágrimas vieram. Arrependi-me.

Não tinha esse direito de matar, não conseguia dormir depois daquele dia, peguei a pistola, pensei, clic, suicídio.


Autor: Tomaz Almeida


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