Falsa Recolocação e Golpes contra Desempregados



FALSA RECOLOCAÇÃO E GOLPES CONTRA DESEMPREGADOS.

Falsa Recolocação, Vagas Inexistentes Anunciadas por empresas de RH.

Recebi algumas denúncias e perguntas de o porque as empresas não retornam aos candidatos.

Golpes do tipo: Contato Inicial para Entrevistas. Você foi indicado para vaga e etc.,
Resumindo, esta já clássica fraude contra desempregados, funciona assim: Empresas, não idôneas (ou às vezes empresas inexistentes), e até mesmo existentes que se intitulam como, empresas de "recolocação", de "recursos humanos", de "consultoria em RH", de "seleção" ou de "hunting", entram em contato com o candidato (desempregado) ou alguém que tenha publicado o próprio currículo na internet ou em outros lugares de acesso público.
Eles pegam o currículo onde foi publicado, ligam pro candidato e propõem uma vaga muito interessante.

Normalmente o primeiro contato via telefone começa com uma conversa, algo do tipo: "Bom dia. Recebemos o seu currículo e estamos ligando porque temos uma vaga perfeita pro seu perfil em alguma multinacional ou grande empresa, com salário alto, benefícios, plano de carreira etc..., Interessa? " às vezes contam que foi a própria suposta empresa contratante quem passou o seu currículo pra eles e aí iniciam as variantes:

  1. Convocam o candidato para um colóquio; manifestam-se como intermediários, ou "Empresas de RH" e dizem que seu currículo, foi pré-selecionado, a vaga praticamente já é do candidato; mas para isso, ele tem que arcar com alguns custos do serviço de recolocação adiantados, ou às vezes uma parte do custo de "hunting" que normalmente empresa contratante deveria pagar (algo entre R$ 1.000 e 3.000 ou de 20% a 30% dos primeiros 2-3 salários, normalmente). Obviamente não tem vaga nenhuma, nenhum serviço efetivo será prestado e o dinheiro será perdido.
  2. Convocam o candidato (se apresentando como selecionadores ou empresa de RH do contratante) com urgência e dizem que ele tem grande chance em função de seu currículo (muitas vezes, pra animar mais, dizem que a vaga praticamente já é do candidato faltando apenas detalhes). Para continuar o processo de seleção, e conseguir a vaga, a empresa pede um teste psicológico (ou IFP - Inventário Fatorial de Personalidade) que tem que ser pago adiantado (algo entre R$ 250 e 3.000, normalmente), ou precisa reformular o currículo etc ... Você paga; mas não vai ganhar a vaga, simplesmente porque ela não existe.
  3. Convocam o candidato para seleção para uma vaga atraente e, depois, declaram que na realidade a vaga é de outro tipo bem menos atraente. Às vezes solicitam até o pagamento de valores adiantados para o acesso à vaga ou para a aquisição ou locação de kits, ferramenta e outros materiais "de trabalho". O intuito, neste segundo caso, quase sempre é ficar com o adiantamento, pois não existe trabalho algum.
  4. Através de anúncios convocam candidatos para uma seleção. Os candidatos são selecionados, mas a "contratação" fica condicionada à realização de algum tipo de trabalho ou serviço de graça. Em muitos casos fica condicionado a realização de vendas, de um certo valor de determinados produtos ou serviços da empresa. Em outros casos estes trabalhos, serviços ou vendas não remuneradas, são apresentados como um "teste" para uma eventual futura contratação. Na realidade não existe vaga alguma, o candidato nunca será contratado e o objetivo é só conseguir que trabalhe de graça durante algum tempo ou que venda, sem remuneração, alguns produtos no seu círculo de amigos e familiares.

O sistema mais utilizado para angariar clientes, ou melhor, vítimas, é o de vislumbrar, prometer ou garantir uma vaga maravilhosa, dizendo que já está praticamente na mão. Com isso na cabeça, o candidato, sobretudo o desempregado, desesperado por uma vaga, perde objetividade, fica vulnerável e faz qualquer coisa.
Para conseguir o pagamento no ato (ou seja, na emoção) oferecem todo tipo de facilidade, parcelamento do valor, pagamento no cartão e até negociam os valores oferecendo "descontos" quando percebem que o valor cobrado excede a capacidade do candidato. Eles sabem que se o candidato sair sem pagar nada, muito provavelmente ela procurará informações ou conselhos e descobrirá tudo. Por isso o pagamento tem que ser na hora, na emoção, sem chances de se consultar com ninguém. Qualquer pressão ou meio vale para conseguir o intuito.

Existem numerosas outras variantes. De forma geral, estas duvidosas empresas de RH visam receber dinheiro ou vantagens em troca de supostos serviços de seleção ou recolocação, mas na realidade não prestam estes serviços e, muitas vezes nem tem condições de fazê-lo.

Tome sempre grande cuidado para verificar se a empresa de recolocação ou seleção é uma empresa idônea pôr exemplo consultando a (ABRH - Associação Brasileira de Recursos Humanos), e com referências imaculadas e desconfie sempre de propostas, promessas ou vagas "maravilhosas", assim como de propostas pouco transparentes.

Como regra geral vale lembrar que quando uma empresa procura um funcionário numa operação de "hunting" ambas às partes tem direito a receber informações. Assim como a empresa contratante pede informações sobre o candidato, este também pode e deve pedir informações sobre a empresa contratante.


Quando um selecionador diz que você foi pré-selecionado e que a vaga é praticamente sua (ou seja que o candidato se encontra, supostamente, em uma fase bem avançada da seleção), mas não quer informar qual seria a empresa contratante, a chance de que não exista nenhuma empresa contratante é muito grande.

O mesmo vale quando dizem que a vaga é praticamente sua, mas para conseguir finalizar o processo você precisa desembolsar qualquer quantia adiantada, para serviços, testes, remunerações ou qualquer outro tipo de desculpa.

Também não julguem pelas aparências, algumas destas empresas de "recolocação" não idôneas tem lindas e modernas instalações; nome internacional; profissionais muito bem treinados, tudo para iludir os candidatos.

OUTRAS MODALIDADES DE GOLPES CONTRA DESEMPREGADOS.

Existe ainda uma longa série de pequenos golpes contra desempregados, muitas vezes através de anúncios em jornais, onde são prometidos trabalhos de vários tipos e na hora do contato é solicitado o pagamento de alguma taxa para kits "de trabalho" ou custos de outra natureza (postais, administrativos, comerciais, de seguro trabalhistas, legais etc.) entre R$ 50 à R$ 300.

Outras variantes comuns são as propostas via internet, apresentadas através de e-mails ou sites mirabolantes, muitas vezes do tipo "trabalhe em casa", outras vezes para supostos trabalhos como "consultor", "empresário" etc; nestas propostas, normalmente, a única finalidade é convencer a pessoas a pagar "taxas de adesão" ou vender para o incauto "kits", DVDs, CDs, livros ou outros produtos deste tipo, tudo supostamente indispensável para ter acesso à maravilhosa oportunidade.

Uma vez paga a "taxinha", ou adquirido o "kit" ou "DVD", se descobre que o trabalho não é nada daquilo que parecia, muitas vezes chegam kits sobre como vender alguma coisa de casa, outras vezes sobre como fazer SPAM usando o computador ou como manter uma loja virtual para supostamente vender qualquer coisa, outra vezes ainda o kit contém instruções sobre como vender outros kits iguais (ou seja nada) para outras vítimas ganhando comissão por isso (SIC !)... e, por fim, em muitos casos simplesmente não chega nada e os golpistas desaparecem.

Já foram registrados até sistemas via internet que funcionam com esta "lógica",ou seja, propõem supostos trabalhos contra pagamento de uma taxa, o trabalho consiste em conseguir outras pessoas que também paguem uma taxa para saber do que se trata (tudo via internet)! Uma nova espécie de corrente furada virtual.

Ainda há também consultorias de RH conhecidas, não preciso citar nomes, a maioria conhece bem, que enviam ao candidato mensagens via email dizendo: Temos várias vagas que se encaixa no seu perfil, acesse o link; você acessa aí vem aquele anúncio de assine durante 7 dias grátis. Fácil de assinar; depois reze e peça a ajuda dos céus para cancelar.

Isso não devia ser olhado com mais atenção pelos órgãos responsáveis?

Afinal, o desemprego virou um grande negócio lucrativo. As empresas de RH estão cobrando dos dois lados.

Existe crise para eles?

Quanto mais desempregados, maior a lucratividade. Não acham?


Autor: NELSON BATISTA DE SOUSA


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