Onde Estão Os Bravos?



Onde estão os bravos?! Os verdadeiros cavalheiros, os Lordes?! Resumindo e popularizando; os homens com H maiúsculo? Não me refiro aos pobres de espírito com ataques de testosterona e machismo, muito menos os valentões que acreditam honrar a espécie e evoluir distribuindo pancadas... Busco a essência perdida de homens que, assim como tento humildemente nos dias de hoje, responderiam a uma renúncia amorosa com uma carta perfumada e uma rosa branca, relatando tudo que sentiu e guardou nos bons momentos vividos, pois é isso que vale realmente na vida: Os momentos e experiências que se somam.

Vejo um deserto de ignorância, famílias agonizando, papéis invertidos e valores virados... Mas os bravos de agora não enxergam o mesmo, esquecem outros ângulos do eixo terrestre que não se mostrem abaixo do belo nariz. Ou próximos de Abdômens bem definidos e prontos pra briga.

Dia desses, me aventurei numa boate da Zona Sul, na pior das hipóteses poderia tomar uma surra de uns Pit boys menos ortodoxos, ou ser vitimado por uma bala perdida na aventuraida e volta em noites cariocas... Mas, no entanto lá estava eu, tentando caber confortável dentro daquela cápsula de gente, fumaça e luz, tentando não esquecer das músicas que eu gostava realmente enquanto o corpo pedia pra dançar aquelas porcarias, que só encontro comparativo em torturas Aliens na Área 51. Tentava encontrar algo de interessante aos olhos quando tomei uma cotovelada no meio das costas. Ao procurar explicação lógica, deparei-me com um poste anabólico, e seu dragão tatuado por metade do tórax. O rapaz elegantemente chamou-me de arrombado, e disse também que não havia gostado muito da minha pessoa e de minha face; apesar de eu nunca tê-lo visto em toda a minha vida... Fiquei pensando que talvez o infeliz tivesse tido uma infância difícil, quem sabe não tenha sido obrigado a tomar mamadeira de algum pedófilo...? O fato é que fui pra casa no intuito de evitar um ritual bárbaro; pois apesar de escritor, treinei boxe durante um tempo, e não teria problema nenhum em colocar meus testículos à prova! Mas desde que inventaram a escrita e o diálogo penso que os mamíferos racionais deveriam superar essa conduta animalesca. Seria normal então eu me abaixar sem o menor aviso, e começar a cheirar voluptuosamente as nádegas de um transeunte, como faria um cachorro de rua com um cuzinho fresco...?! Seria! Faz parte dos ritos irracionais tanto quanto a demarcação territorial, as danças de acasalamento, o líder da manada, os duelos de morte...!

Onde estão os bravos...? Os lordes de verdade! Os que guardavam a vaidade pros bigodes, que sabiam o valor das alianças, que saibam dar valor a cada partícula de um corpo de mulher?! Cada uma, com seus detalhes e minúcias, com suas maravilhas e seus maravilhosos defeitos. Os que beijavam as mãos com o mesmo amor das coxas...

Não estão. Não vivem. São recriminados e ultrapassados. São, digamos, viadinhos. Exato, educado é viadinho... Temos dois tipos de masculinidade em vigor: A da maromba, variando entre maléfico e benéfico, e a do poderoso armadão, homenzinho insignificante que se torna grande e gostoso com uma arma em punho!

Não esqueço todos os problemas sociais que envolvem o atual comportamento da moçada; sei também que muitos gênios e heróis da humanidade brotaram da pobreza e da dificuldade. Ou mesmo da violência! De quantas gerações nós precisaremos para voltar a evoluir? O mundo vai esperar?!

Ainda acho que verei aquele sujeito Homo sapiens da boate novamente. Talvez resolva invadir o apartamento da namorada quando tomar um chute no traseiro; fazê-la de refém; e quem sabe até, coloque a camisa do meu Flamengo na janela! Assistiremos tudo ao vivo pela TV.


Autor: Allan Pitz


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