Terapia Alternativa: Uso De Fitoterápicos Em Mulheres No Climatério



TERAPIA ALTERNATIVA: USO DE FITOTERÁPICOS EM MULHERES NO CLIMATÉRIO

ALTERNATIVE THERAPY: PHYTOTHERAPICS USAGE IN WOMEN IN CLIMACTERIUM

TERAPIA ALTERNATIVA: FITOTERÁPICOS USO DE LA MUJER EN EL CLIMATERIO

Aline Lemos da Silva¹, Cátia Fernanda Gomes da Silva¹, Cristiane Fundão de Souza Castro¹³, Luiza Tamara de Freitas Silva¹, Nathália da Costa e Silva Fonseca¹, Nayara Lopes Gervásio¹, Renato Nascimento Ribeiro¹

¹ Acadêmicos de Enfermagem do Centro Universitário Serra dos Órgãos (UNIFESO)

³ e-mail: [email protected].

RESUMO

A Fitoterapia é a ciência que estuda a utilização de produtos de origem vegetal com finalidades terapêuticas. Embora muitas pessoas ignorem a importância das plantas medicinais, sabe-se que toda farmacologia tem como base os princípios ativos das mesmas. Quando utilizados de maneira adequada, os fitoterápicos apresentam efeitos terapêuticos, às vezes, superiores aos dos medicamentos convencionais, com efeitos colaterais minimizados.

Visto que o climatério é uma fase de transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo da vida da mulher onde ocorrem mudanças físicas, psíquicas e emocionais, tem-se, em alguns casos, a indicação de terapia alternativa complementando a terapia hormonal. Com base nisso, este trabalho visa apresentar algumas formas de tratamento fitoterápicos em mulheres no climatério. Tal apresentação foi baseada em relatos de estudos prévios obtidos da literatura científica.

PALAVRAS-CHAVE: Climatério; Fitoterápicos; Saúde da mulher.

ABSTRACT:

Phytotherapy is the science that studies the use of extracts from natural origin as health therapy. Although many people disregard the importance of plant medicines, it is known that all pharmacology is based on them. When adequately used, phytotherapics can present therapeutic effects more efficiently than formal medicines, with fewer side effects.

As climacterium is the transition period in which women is changing from reproductive to non-reproductive age, many physical, psychic and emotional changes occur. In some cases, the alternative therapy is indicated to complement the hormonal therapy. Based on that, this work aims to present some usual and unusual phytotherapics treatments in women in climacterium. Such work was based on previous related studies from scientific literature.

KEYWORDS: climacterium, phytotherapics, women’s health

RESUMEN

La medicina a base de hierbas es una ciencia que estudia el uso de productos de origen vegetal con fines terapéuticos. Aunque muchas personas ignoran la importancia de las plantas medicinales, se sabe que todas las farmacología se basa en los principios de los mismos bienes. Cuando se utiliza de manera apropiada, los fitoterapéuticos tienen efectos terapéuticos a veces superiores a las de las drogas convencionales, con efectos secundarios minimizados.

Dado que el climaterio es una transición entre el período reproductivo y no la vida reproductiva de la mujer cuando se produzcan cambios físicos, mentales y emocionales, ha provocado, en algunos casos, la indicación de terapia alternativa como complemento de la terapia hormonal.

Sobre esa base, este trabajo es ofrecer algunas formas de tratamiento fitoterapéuticos la mujer en el climaterio. Esta presentación se basó en los informes de los estudios previos de la literatura científica.

PALABRAS CLAVE: Climaterio; plantas; Salud de la Mujer

INTRODUÇÃO

Atualmente, observa-se o interesse da utilização dos fitoterápicos pelos profissionais de saúde, visto o grande sucesso no tratamento com essa terapia alternativa. Isso tem proporcionando às pacientes no climatério, uma melhora na qualidade de vida reduzindo os efeitos colaterais incômodos decorrentes do uso de medicamentos hormonais.

Este estudo justifica-se pelo interesse em formar uma maneira diferenciada de terapia a mulheres que se encontram no climatério e principalmente naquelas que ainda não passaram por esta fase. Isso pode proporcionar uma oportunidade de prevenção quanto alguns sintomas ocorridos durante essa fase.

Assim, o principal objetivo deste trabalho é levar informação para mulheres que ainda não se encontram no período do climatério a fim de que as mesmas possam se precaver contra os sintomas dessa fase. Para aquelas que já se encontram no climatério, há a possibilidade de uma melhor qualidade de vida por conta do uso desses medicamentos fitoterápicos.

METODOLOGIA

O método do estudo será qualitativo do tipo revisão em síntese (artigos, periódicos, livros e trabalhos acadêmicos), pesquisados no período de março até junho de 2008.

O TRATAMENTO DE ALGUNS SINTOMAS DO CLIMATÉRIO COM

FITOTERÁPICOS

A fitoterapia é a ciência que estuda a utilização de produtos de origem vegetal com finalidades terapêuticas, sendo para prevenir, atenuar ou curar um estado patológico. È formada por dois radicais gregos: fito (phyton), que significa planta, e terapia, que significa tratamento. Sua origem não pode ser determinada, é tão antigo como o Homo sapiens. A fitoterapia é considerada a medicina mais ancestral, um dos manuais de medicina mais antigo que se conhece, foi inscrito há aproximadamente 4.000 a. C e foi achado nas ruínas de Nipper através de uma expedição arqueológica. Nele é inscrito como característica cuneiforme, uma dúzia de remédios, nos quais se menciona o abeto (árvore da família das abietíneas, também chamada de pinheiro-alvar), tomilho (planta da família das labiadas), pereira (árvores frutíferas da família das pomáceas), entre outros. O uso terapêutico de plantas medicinais é um dos traços mais característicos da espécie humana, e encontrada praticamente em todas as civilizações ou grupos culturais conhecidos. Embora muitas pessoas ignorem a importância das plantas medicinais, sabe-se que toda a farmacologia tem como base os princípios ativos das plantas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que um em cada cinco habitantes do planeta procura assistência médica em terapias não-convencionais, pois muitas vezes os medicamentos convencionais apresentam efeitos colaterais incômodos. Na medicina alternativa, em geral os remédios não apresentam efeitos colaterais, e embora a ciência tradicional ainda não tenha respaldado e confirmado a eficácia de várias dessas técnicas, a prática mostra que muitas, de fato, funcionam.

Quando utilizados de maneira adequada, os fitoterápicos apresentam efeitos terapêuticos, às vezes, superiores aos dos medicamentos convencionais, com efeitos colaterais minimizados. A utilização inadequada dos fitoterápicos, como a automedicação, pode trazer uma série de efeitos colaterais, tais como: reações alérgicas; efeitos tóxicos em vários órgãos e até desenvolvimento de certos tipos de câncer. Os fitoterápicos, assim como todos os medicamentos, devem oferecer garantia de qualidade, ter efeitos terapêuticos comprovados, composição padronizada e segurança de uso para a população. A eficácia e a segurança devem ser validadas através de levantamentos etnofarmacológicos, documentações tecnocientíficas em bibliografia e/ou publicações indexadas e/ou estudos farmacológicos e toxicológicos pré-clínicos e clínicos. A qualidade deve ser alcançada mediante o controle das matérias-primas, do produto acabado, materiais de embalagem, formulação farmacêutica e estudos de estabilidade.

O climatério é a fase de transição entre o período reprodutivo e o não-reprodutivo da vida da mulher, estendendo-se até os 65 anos de idade. Ele se divide em três fases: pré-menopausa, que é o período entre o final da menacme e a menopausa; pós-menopausa, intervalo da data da última menstruação até a senictude, (em geral até os 65 anos) e a perimenopausa, período de tempo (em geral de três a cinco anos) que precede a última menstruação, no qual há alterações menstruais características podendo se estender até um ano após a menopausa. A menopausa só é reconhecida depois de passados 12 meses da sua ocorrência. A idade média de ocorrência é de 50 anos, sendo definida como menopausa precoce a que se estabelece antes dos 40 anos e a tardia quando ocorre após 55 anos.

O climatério é um acontecimento fisiológico na vida da mulher que se manifesta de forma evidente, com a perda da função reprodutora, não tendo mais a ovulação e apresentando um déficit na síntese de hormônios esteróidicos pelo ovário, mas essa modificação abrange vários outros processos simultaneamente em diferentes órgãos e sistemas. Os efeitos de carência estrogênica são diferentes para cada mulher, e as necessidades preventivas ou terapêuticas podem se modificar ao longo do tempo, das condições de saúde e do bem-estar individuais.

A idade de ocorrência da menopausa parece ter alguma relação com a idade da menopausa materna (genética), podendo ocorrer mais cedo (1,4 anos antes) entre as mulheres que apresentam ciclos mais curtos do que 26 dias na menacme, e pode ser antecipada em um a dois anos entre as fumantes. Os hidrocarbonos policíclicos do cigarro são tóxicos aos folículos ovarianos. Alguns autores sugerem que quanto mais cedo a menarca, mais tarde será a menopausa e quanto pior a nutrição, mais cedo ocorre a menopausa, sugere-se ainda que quanto maior a altura e o peso mais tardio a menopausa ocorrerá.

Nesse período a mulher apresenta alguns sintomas como: fogachos (sensação de calor intenso na face, no pescoço, na parte superior do tronco e braços); sudorese noturna; perda da libido; algumas apresentam palpitações; vertigens; fraqueza e ansiedade, durando em média de um a quatro minutos, sendo mais comum à noite; depressão; irritabilidade; pele seca; ressecamento vaginal; atrofia do órgão genital; perda da concentração e memória. É nele também que se dá o sentimento de envelhecer, perder a beleza e a atração física, levando a um estado de insegurança quanto à afeição do esposo, o qual para ela ainda apresenta-se jovem e atraente para outras mulheres. Com isso, surge a crise depressiva, por vezes aliada a ansiedade e a um estado paranóico de ciúmes, por outro lado, há menor preocupação com o lar porque os filhos se tornam independentes, trazendo sensação de solidão e inutilidade. "Já estou velha, ninguém precisa mais de mim e o meu marido não sente mais qualquer atração sexual por mim", trata-se, pois de uma transição psicossocial a qual deturpa a libido, o orgasmo e a qualidade de vida.

A doença cardiovascular é a principal causa de morte entre as mulheres no período pós-menopáusico, sendo responsável por um número de mortes superior ao de todas as outras somadas. A incidência de doença cardiovascular nas mulheres aumenta significativamente após a menopausa.

A indicação da terapia hormonal deve ser considerada uma decisão individual, levando-se em consideração os sintomas, os fatores de risco e as preferências e necessidades específicas de cada paciente. Há indicação de terapia hormonal para alívio dos sintomas vasomotores associados com a perimenopausa e pós-menopausa, tratamento de atrofia urogenital e prevenção e tratamento da osteoporose. A terapia hormonal apresenta algumas contra-indicações: câncer de mama prévio; câncer de endométrio prévio; sangramento genital de origem desconhecida; antecedentes de doença tromboembolítica e doença hepática grave em atividade, por esse motivo, são de suma importância optar por essa terapia juntamente com um médico que se tenha uma boa relação de confiança e segurança, baseado no uso correto das informações fornecidas.

Há opção para tratamento não hormonal, nos casos onde as mulheres não podem ou não desejam usar hormônios, pode ser usada a veraliprida que é comparada com placebo e mostra a redução dos sintomas vasomotores com a intervenção. Pode ser usada também, a sulpirida, clonidina, gabapentina, vitamina E, venlafaxina, fluoxetina e a paroxetina. A literatura leiga tem reservado grande espaço para os fitoestrogênios (isoflavonas), são substâncias obtidas a partir do metabolismo da soja e comprovadamente tem ação nos receptores estrogênicos evitando o surgimento dos sintomas indesejáveis do climatério.

As isoflavonas, atuando como hormônios, apresentam a vantagem de não causar efeitos colaterais, como aqueles observados em pacientes usuários de hormônios sintéticos. Apesar da semelhança com o estrógeno sintético, a atividade das isoflavonas é cerca de 100 mil vezes mais fraca do que a atividade destes, porque os efeitos só começam a surgir em longo prazo.Alguns apresentam resultados cerca de 10 a 15% superiores ao placebo no alívio dos fogachos. Entretanto, ainda não há resultados conclusivos em relação à sua eficácia na prevenção da osteoporose ou doença cardiovascular. Poucos estudos investigaram especificamente efeitos adversos dos fitoestrogênios, e os resultados são de difícil interpretação, pois as preparações dos fitoestrogênios não são padronizadas. Portanto, até o momento, não existe consenso científico de que a ingestão de compostos à base de fitoestrogênios possa tratar eficazmente os sintomas climatéricos ou prevenir as conseqüências da menopausa em longo prazo, bem como dados de segurança.

A osteoporose é a diminuição da quantidade de massa óssea no corpo, enfraquecendo os ossos, possibilitando sua quebra. Anualmente, as mulheres perdem de 0,3% a 0,5% de massa óssea, e nos primeiros anos da menopausa, chegam a perder até 3% de massa óssea por ano. Os níveis de estrógeno no sangue diminuem acentuadamente após a menopausa, aumentando assim, o risco da mulher desenvolver a osteoporose. A administração de hormônios sintéticos ou das isoflavonas, presentes na soja, bem como de cálcio, ajudam na prevenção da osteoporose. Além da reposição hormonal, exercícios físicos, como correr, andar, nadar, e alongamento auxiliam na prevenção e cura dessa doença. A alimentação também é importante, assim sendo, a ingestão de alimentos ricos em cálcio, como as verduras, o leite e seus derivados, e a soja, auxilia na prevenção da osteoporose, excluindo também os hábitos deletérios (fumo ou abuso de álcool).

Alguns fitoterápicos utilizados no climatério:

ALGAS CALCÁREAS

Lithotamnium calcaeum é uma alga que apresenta um alto teor de cálcio e magnésio e uma pequena porcentagem de ferro, sendo um excelente suplemento alimentar mineral. Indicado para gestantes e nutrizes, é também empregado no tratamento da osteoporose (TESKE e TRENTINI, 2001 apud Leite 2003).

Para uso interno pode ser utilizada como:

Pó: 1,5g/dia, divididos em 2-3 tomadas (TESKE e TRENTINI, 2001 apud Leite 2003).

ANGÉLICA

Dong Quai ou Angelica sinensis é uma planta natural da China, considerada um "ginseng feminino", cuja raiz possui propriedades antiespasmódica, antiinflamatória, anti-hipertensiva, antibiótica contra várias cepas, antifúngica contra Candida albicans e hormonais, sendo indicada no tratamento da tensão pré-menstrual, redução de fogachos, dismenorréia, amenorréia e hipermenorréia. Ë contra indicada durante a gravidez, porém existem relatos de seu uso melhorar o trabalho de parto e o período explosivo (ALVES e SILVA, 2002 apud Leite2003).

Para uso interno pode ser utilizada como:

Pó: 300mg – 3g /dia em 2 tomadas (1200mg/dia) (ALVES e SILVA, 2002; CARVALHO e ALMANÇA, 2003 apud Leite 2003)

CIMICIFUGA OU BLACK COHOSH

Cimicifuga racemosa é uma planta cujo extrato de rizoma parece ter atividade estrogênica, contudo, este efeito é ainda controverso. Seu uso tornou-se popular na Alemanha no início do século 20 (URBANETZ e col. 2002 apud Leite 2003). É a planta mais estudada para o tratamento dos sintomas climatéricos, sendo aprovada para este uso pelo Ministério da Saúde da Alemanha (ALVES e SILVA, 2002 apud Leite 2003).

Seus principais constituintes são os triterpenos, isoflavonas, taninos e resinas, sendo a raiz a parte mais utilizada da planta (ALVES e SILVA, 2002 apud Leite 2003).

Estudo descritivo de 5 ensaios clínicos, tem investigado o efeito Cimicifuga racemosa em sintomas vasomotores e citologia vaginal de mulheres na perimenopausa e na pós-menopausa. Três destes ensaios foram randomizados e pareados. Os estudos sugerem que a Cimifuga racemosa pode reduzir a incidência de sintomas da menopausa, incluindo as ondas de calor. Os resultados sobre seus efeitos na citologia vaginal foram discretos e variáveis (URBANETZ e col. 2002 apud Leite2003).

Segundo ALVES e SILVA (2002 apud Leite2003) a Cimicifuga racemosa possui as seguintes ações: diminuição dos fogachos por ligação de seus componentes aos receptores hipotalâmicos, com diminuição do fluxo de LH; melhora acentuada da atrofia vaginal, forte ação antiinflamatória; diminuição da ansiedade, depressão, cefaléia, distúrbios do sono e vertigens; ação antiespasmódica sobre a musculatura lisa, diminuindo cólicas menstruais e discreta ação diurética. È potencialmente teratogênica, sendo contra-indicada durante a gravidez. Sua principal indicação é no tratamento de sintomas climatéricos, principalmente em mulheres com contra-indicação para terapia de reposição hormonal.

TAYLOR (2001 apud Leite 2003) em trabalho de revisão refere que a maioria das pesquisas com a Cimicifuga racemosa (Black cohosh) é limitada, uma vez que apresentam duração inferior a 6 meses, e portanto não apresentam resultados tão promissores. Segundo os autores citados por TAYLOR (2001 apud Leite 2003) a planta se apresenta apenas 25-30% mais eficaz que o placebo na melhora dos sintomas climatéricos, tais como fogacho

Para uso interno pode ser utilizada como:

Extrato a 2,5%: 40mg/dia (ALVES e SILVA, 2002 apud Leite 2003).

Extrato: 20 a 40mg, 2 vezes ao dia (TAYLOR, 2001 apud Leite 2003)

ESPINHEIRO ALVAR

Crataegus ou Crataegus oxyacantha é uma plantacujas flores, folhas secas e frutos têm ação sedativa sobre o sistema nervoso central, indicada no tratamento de distúrbios da menopausa, principalmente a insônia (CARVALHO ALMANÇA, 2003 apud Leite 2003).

Para uso interno pode ser utilizada como:

Infusão: 40g por litro, tomar 3 xícaras ao dia, ou ao deitar (RUDDER, 1997; CARVALHO ALMANÇA, 2003 apud Leite 2003).

GERME DE TRIGO

Triticum sativum Lank, é o cereal mais rico em vitamina E. O óleo extraído do germe é um excelente complemento alimentar vitamínico, nutritivo, rico em ácido linoleico, linolenico e palmítico, indicado nos distúrbios menstruais da menopausa, nos estados carenciais de vitamina E e no tratamento da tensão pré-menstrual. É também indicada na gestação para prevenir anomalias congênitas, por seu alto teor de vitamina E (TESKE e TRENTINI, 2001; CARVALHO e ALMANÇA, 2003 apud Leite 2003).

Para uso interno, pode ser utilizado como:

Óleo: 1,0 a 1,5g ao dia, após as refeições

Tintura mãe: 50 gotas, três vezes ao dia (TESKE e TRENTINI, 2001 apud Leite 2003).

GINGKOBILOBA

Gingko biloba é uma planta cujas folhas possuem diversos princípios ativos que atuam no sistema circulatório e metabolismo celular com ativação do metabolismo energético, antioxidante, melhora da cognição e memória. Indicada como coadjuvante no tratamento de mulheres climatéricas (ASSEMI, 2001; CARVALHO e ALMANÇA, 2003 apud Leite 2003).

Para uso interno pode ser utilizada como:

Extrato seco padronizado: 40mg, 3 vezes ao dia, antes das refeições (CARVALHO e ALMANÇA, 2003 apud Leite 2003).

SOJA

Glycine Max composto mais estudado dentre os fitohormônios, é uma planta originária da China. Seu cultivo se espalhou pelo resto do mundo devido à facilidade de cultivo, alto poder alimentício e grande variedade de subprodutos para a comercialização. As pesquisas sobre os efeitos da soja iniciaram com a observação de que mulheres chinesas e japonesas apresentavam baixo índice de manifestações climatéricas; tais índices se modificavam para padrões ocidentais em mulheres que adotavam hábitos alimentares semelhantes às americanas e européias. Nas orientais, os grãos de soja e seus derivados são uma das bases alimentares. Encontrados na forma de grãos, farelo, leite de soja, queijo (tofu) e proteína texturizada (carne de soja) (ALVES e SILVA, 2002 apud Leite 2003). Seus mais importantes princípios ativos são as isoflavonas (genisteína, dadzeína e gliciteína) e os óleos essenciais (URBANETZ e col. 2002; HAN e cols. 2002 apud Leite 2003).

Experimentos em humanos mostram atividade das isoflavonas semelhante ao estradiol. A observação em humanos revelou as seguintes propriedades: redução de sintomas climatériosem mulheres menopausadas; aumento da densidade óssea e do conteúdo mineral ósseo; diminuição do colesterol circulante e dos níveis de LDL; diminuição do risco de câncer de mama, endométrio e próstata; melhora do perfil cardiovascular e ação antioxidante (URBANETZ e col. 2002; HAN e cols. 2002; ALVES e SILVA, 2002 apud Leite 2003).

Segundo ALVES (2002 apud Leite 2003), embora a estimulação dos receptores beta-estrogênicos seja muito menor que a obtida pelo estrogênio humano ou pelos estrogênios sintéticos, o uso prolongado e a ocupação gradativa e mantida de receptores induzirão um equilíbrio em um nível de estimulação mais baixo e não há uma resposta satisfatória na redução da atrofia vaginal.

Para uso interno pode ser utilizada como:

40 e 160mg/dia divididas em 2-3 doses. Os preparados de soja deverão apresentar um mínimo de 1,5% de isoflavonas (ALVES e SILVA, 2002 apud Leite 2003).

VALERIANA

Valeriana officinalis L. é uma planta da qual são usados a raiz e o rizoma com propriedades antiespasmódicas, sedativas e relaxantes. Utilizadas para insônia, fadiga, cólicas e distúrbios da menopausa. São contra-indicadas durante a gestação (CARVALHO e ALMANÇA, 2003; TESKE e TRENTINI, 2001apud Leite 2003).

Para uso interno pode ser utilizada como:

Pó: 0,3 a 1,0g, três vezes ao dia

Infuso ou decocto das raízes 5%: tomar 50 a 200ml por dia

Alcoolatrura: 2-10g por dia

Extrato fluido em álcool 60%: 4 a 8ml, três vezes ao dia (TESKE e TRENTINI, 2001apud Leite 2003).

CONCLUSÃO

Conclui-se que o tratamento com os fitoterápicos tem grande ação na saúde da mulher, dando a elas uma melhor qualidade de vida, porém têm-se a importância do acompanhamento de um profissional habilitado, pois o uso inadequado pode trazer danos à saúde delas.

Essa terapia alternativa tem seus efeitos em longo prazo, por isso recomenda-se iniciá-la antes do climatério para que se obtenha um melhor resultado na minimização dos sintomas presentes durante este período.

O mais importante nesta fase pela qual a mulher passa, é receber uma orientação adequada e esclarecida sobre as modificações do organismo; estimular hábitos dietéticos, manutenção do peso ideal; prevenir doenças (osteoporose, cardiopatias) e rastreamento de neoplasias (mama, cólon-retal).

REFERÊNCIAS

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9.Abecassis J. Fitoterapia. Disponível em: http://www.subhadra.com.br/portal/saude_holistica/fitoterapia/. Acessado em: 01/06/2008.

10.Leite, Maria Luiza J. G. de Toledo. Fitoterapia aplicada à saúde da mulher - Uso de fitoterápicos em ginecologia e obstetrícia - Revisäo bibliográfica. São Paulo; s.n; 2003. 79 p. Trabalho de especialização.

Colaboradora: Ana Paula Vieira dos Santos Esteves², 

² Professora e Mestra do Centro Universitário Serra dos Órgãos (UNIFESO)


Autor: Luiza Freitas


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