Os 100 Anos de Recordação de Olga Benário no Campo Historiográfico da Teoria Marxista



Fernando Gomes de Morais tem 39 anos e nasceu em Mariana (MG) é um jornalista, político e escritor brasileiro. Sua obra literária é constituída por biografias e reportagens. Começou no jornalismo aos quinze anos. Em 1961, trabalhava como office boy na pequena revista de um banco em Belo Horizonte, quando teve que cobrir a ausência do único jornalista da publicação numa entrevista coletiva. Mudou para São Paulo aos 18 anos, trabalhando nas redações de Veja, Jornal da Tarde, Folha de São Paulo, TV Cultura e portal IG. Recebeu três vezes o Prêmio Esso e quatro vezes o Prêmio Abril. Na área política, foi deputado estadual durante oito anos e Secretário de Cultura (1988-1991) e de Educação (1991-1993) do Estado de São Paulo, nos governos Orestes Quércia e Luiz Antônio Fleury Filho. Seu primeiro sucesso editorial foi A Ilha, relato de uma viagem a Cuba. A partir daí, abandonou a rotina das redações para se dedicar à literatura. Pesquisador dedicado e exímio no tratamento de textos, publicou biografias e reportagens que venderam mais de dois milhões de exemplares no Brasil e em outros países, tornando-se um dos escritores brasileiros mais lidos de todos os tempos.

Em 2003, tentou uma vaga na Academia Brasileira de Letras, mas foi derrotado por Marco Maciel, ex-senador e ex-vice presidente da República. Em 2005, um juiz de Goiânia determinou, a pedido do deputado Ronaldo Caiado, a busca e apreensão de edições de seu livro Na toca dos leões. Neste livro, em que conta a trajetória da empresa de publicidade W/Brasil, Morais refere-se de passagem a uma declaração de Caiado, quando candidato a Presidente da República, de que, se eleito, mandaria esterilizar todas as mulheres nordestinas. Sob a alegação de serem falsas tais afirmações, Caiado obteve a apreensão judicial da obra e uma ordem para que a decisão judicial não fosse comentada, sob pena de o escritor ter que pagar cinco mil reais de multa a cada vez que falasse do assunto. A decisão, favorável ao deputado, foi anulada pelo Tribunal de Justiça de Goiás. Em 2006, Morais trabalha na biografia do escritor Paulo Coelho, além de dois projetos polêmicos: a biografia do político baiano Antônio Carlos Magalhães e um livro em que o ex-ministro José Dirceu narra sua passagem pelo Governo Lula. Diante disto, Fernando de Morais foi um grande autor de vários livros: "A ilha" em 1976, Chato, "Olga" em 1985, "O Rei do Brasil" em 1994, "Corações Sujos" em 2000, "Cem Quilos de Ouro" em 2003, "Montenegro, as aventuras do Marechal que fez uma revolução nos céus do Brasil" em 2006 e o mais recentemente "O Mago" que foi publicado em 2008. Para compreender bem a nossa discussão, é importante ter presente o modo como essa sociedade se produz:

"Olga Benário é de raça israelita, tendo nascido em 12 de fevereiro de 1908, em Munich, na Baviera. Desde o ano de 1925 que Olga Benario é conhecida da polícia alemã como agente comunista extremamente ativa e eficientemente. De 1926 a 1928 ela trabalhou na Delegacia Comercial dos Sovietes em Berlim, cujos escritórios estavam instalados na sede da província embaixada. Nessa ocasião ela também se entregou a serviços de espionagem de caráter militar, interessado à defesa nacional. Em 1928 foi condenada à pena de três meses de prisão por ter provocado e conseguido com violência, em 11 de abril daquele ano, a fuga do agente comunista Otton Braun, com quem vivia e que estava preso na prisão de Moabit. Olga Benario fugiu depois de cumprir aquela pena na Rússia, tendo tomado parte no 5º Congresso Internacional da Juventude Comunista, que se realizou em Moscou de 19 de agosto a 18 de setembro de 1928. Até o ano de 1929 ela residiu na capital soviética. As suas relações com Luís Carlos Prestes devem datar do ano de 1935, depois da reunião em Moscou do Congresso Mundial da III Internacional." ( MORAIS, 1985, p. 171-172)

Com base nestas considerações, o autor coloca que Olga Benário era Judia alemã de nome de Maria Bergner, conhecida politicamente por Olga Benário, nasceu no dia 12 de fevereiro em Munique, no ano de 1908, em Munich, na Baviera. Ela inicia sua militância comunista junto a uma organização estudantil secundarista em 1923. No ano de 1926 filia-se ao Partido Comunista Alemão. Nesta análise, é importante destacar que em 1935 chega ao Brasil com o objetivo de auxiliar Luís Carlos Prestes na articulação da revolução comunista no Brasil. No ano de 1936 é capturada juntamente com o seu marido Carlos Prestes pela polícia de Getúlio Vargas e logo depois entregue à Gestapo, que a leva para um campo de concentração na Alemanha, onde é executada em 1942 pelos nazistas.

Filha de Leo Benario e Eugénie Gutmann Benario, cresceu numa família judia típica de classe média da Baviera. Seu pai, um advogado respeitado na cidade, era filiado ao Partido Social Democrata Alemão, ou seja, do Partido Liberal de idéias avançadas, mas ele dedicava-se à defesa de causas trabalhistas dos operários de Munique, violentamente atingidos pela crise que devastava a Alemanha nos anos que se seguiram à Primeira Guerra Mundial.

Desta forma, cabe assinalar que este livro conta a vida de Olga Benário, nascida na Alemanha em 1908, judia de classe média, cujo nome verdadeiro era Maria Begner, e que já na adolescência aproximou-se da Juventude Comunista onde passou a militar ativamente. Cabe lembrar que Olga era uma mulher linda, alta, de cabelos escuros e olhos azuis que atraiu o jovem dirigente comunista Otto Braun, com quem foi morar aos 16 anos de idade. Podemos observar que em 1928, Otto foi preso em Berlim, enquanto Olga liderou o seu resgate e os dois fugiram para a União Soviética, onde receberam treinamento de guerrilha. Olga por sua vez começou a destacar-se no Partido, aumentando suas atribuições, o que levou seu namorado a romper o romance.

Nesta passagem, nota-se claramente que aos 26 anos, Olga foi escolhida para acompanhar até o Brasil o lendário comunista brasileiro, Luiz Carlos Prestes, a quem já admirava devido a sua façanha com a "Coluna Prestes", quando sob sua liderança caminharam 25 mil quilômetros a pé, enfrentando as tropas do governo. É importante considerar que no Brasil, Prestes seria o líder de uma revolução que tentaria implementar o comunismo no país. É neste sentido que as tropas atravessaram a Europa, mas foram para os Estados Unidos, e de lá para Santiago, Buenos Aires e finalmente o Brasil. Para esta longa viagem fizeram uso de um passaporte falso, passando-se por um casal em lua de mel, o que lhes permitiu que se conhecessem bem e se apaixonassem. Instalaram-se no Rio de Janeiro, onde logo começaram os preparativos para a revolução.

Após o fracasso da Intentona Comunista de 1935, foram presos e nunca mais se viram. Já na prisão, Olga descobriu que estava grávida, o que a fez sentir-se mais segura, inutilmente, pois Vargas querendo aproximar-se do regime nazista decidiu deportá-la, apesar de todas as tentativas de seus amigos para evitar sua transferência, Olga foi embarcada para a Alemanha e entregue à polícia nazista, onde foi enviada a um campo de concentração. Exatamente após um ano do fracasso da revolução nasceu Anita Leocádia. Já nesta época Dona Leocádia, mãe de Carlos Prestes, estava fazendo seus contatos para libertar a nora e a neta, mas o único acordo que conseguiu foi libertar o bebê quando secasse o leite da mãe.

Quando Anita estava com 14 meses foi entregue à avó, sem que a mãe soubesse de seu paradeiro. Somente depois de um mês é que Olga recebeu uma carta de Dona Leocádia informando que sua filha estava bem e estava sob seus cuidados. Na prisão Olga liderou o grupo, instalando hábitos de higiene e organização, dando aulas às outras presas. Depois de passar por vários campos de concentração, em fevereiro de 1942, poucos dias antes de completar 34 anos, Olga foi executada na câmara de gás. Prestes só soube da morte da companheira mais de três anos depois, quando saiu da prisão anistiado por Getúlio Vargas. Olga foi um exemplo de coragem, persistência e determinação, que soube lutar por seus ideais. Excelente livro que fala de luta e derrota, amor, justiça, um livro que deve ser lido e relido.

Em 1923, então com 15 anos, ingressa na juventude comunista e cinco anos depois, como tarefa do Partido Comunista da Alemanha, prepara uma espetacular operação militar para libertar o também comunista Otto Braun, então seu namorado, da prisão de Moabit. Após essa ação, Otto e Olga se refugiam na URSS, onde passariam alguns anos. Nesse período, já conhecida pela sua façanha em Moabit, Olga se torna um grande quadro político-militar da Internacional Comunista. Com excelente formação intelectual e técnica, ela se especializou em paraquedismo e pilotagem de aviões. Por essa destacada atuação, Olga recebeu, em 1934, a missão internacionalista de acompanhar, na condição de segurança pessoal, Luis Carlos Prestes ao Brasil, para que este liderasse a revolução de 1935. É nesse contexto que Fernando Morais aponta que:

"A ilegalidade da Aliança Nacional Libertadora transformara um movimento de massas de caráter nacional em um aparelho clandestino, praticamente controlado pelo partido comunista, onde era difícil identificar quem era só aliancista e quem também comunista. E a orientação imposta aos que permaneceram na organização era e de trabalhar com afinco para a insurreição que Miranda tanto anunciava aos dirigentes soviéticos. A Luís Carlos Prestes cabia executar na ANL as decisões que o Partido tomava."(MORAIS, 1985, p. 91)

Esta abordagem acima, podemos sintetizar que no Brasil, a Aliança Nacional Libertadora (ANL), estavam reunindo os operários, camponeses e os setores progressistas da sociedade, que realizava grandes atividades de massas, ultimando preparativos para o momento da verdadeira libertação do país. Por ser uma organização legal, congregava muitas pessoas, entre elas intelectuais como Graciliano Ramos. A ANL foi posta na ilegalidade por Vargas, meses antes de novembro, porque temia o seu vertiginoso crescimento e seu caráter de frente revolucionária. Mas decidida, a ANL ultima os preparativos da revolução, apoiando-se em tropas que se levantariam nos quartéis do exército. Em 23 de novembro, soldados e sargentos do 21º Batalhão de Caçadores de Natal, Rio Grande do Norte, tomavam a guarnição militar e proclamavam o Governo Popular e Revolucionário. Ali, a revolução duraria 5 dias, mais que em Recife e mesmo no Rio de Janeiro, onde o levante é rapidamente sufocado. Após a derrota da revolução no Brasil, Olga e Prestes tornam mais severa a sua clandestinidade, mas, denunciados, caem nas mãos dos fascistas de Vargas no início de 1936, numa casa da Rua Honório, no subúrbio carioca de Caxambi. Até o último momento, Olga cumpriu a tarefa de proteger Prestes, se interpondo entre ele e os policiais no momento da prisão, quando os esbirros de Vargas tinham ordem para matá-lo. Presos, agarra-se ao marido, porque sabe que a separação significaria a sua morte.

A polícia política de Vargas colaborava com a Gestapo e com o governo nazista em geral, e a entrega de Olga aos alemães há muito era acalentada. Uma grande mobilização se fez entre os presos da Casa de Detenção do Rio de Janeiro para evitar que Olga fosse entregue ao regime nazista. Liderados pelos comunistas, os presos se rebelam, mas não conseguem evitar que Olga seja retirada da prisão. Nem o fato dela estar grávida impediu que a extraditassem, juntamente com Elise Ewert, também alemã, esposa de Arthur Ewert, que participaram como membros da Internacional do levante de 1935. Por essa época haviam diversos casos de resgates de prisioneiros dos nazistas em navios que faziam escalas antes dos portos da Alemanha. Organizações revolucionárias, que proliferavam entre os operários dos portos realizavam ousadas operações, conseguindo libertar várias pessoas dos verdugos fascistas. Para Olga, no entanto, foi preparado o embarque em setembro de 1936, num navio que não fez escalas, atracando em Hamburgo, onde a esperava a polícia política.

Nesse período, conheceu o jovem dirigente comunista Otto Braun. Com a ajuda dele, passou a estudar as obras dos clássicos do marxismo, consolidando suas convicções revolucionárias. Aos 16 anos, apaixonada por Otto, Olga sai da casa paterna e, junto com o companheiro, viaja a Berlim, onde ambos, militando na Juventude Comunista, desenvolvem intensa atividade política no bairro operário de Neukölln. Ela se torna então uma militante revolucionária, decidida a dedicar sua vida à luta por uma sociedade mais justa e igualitária. O modelo, para os comunistas da época, era a União Soviética, único país em que a revolução proletária fora vitoriosa e onde a construção do socialismo vinha alcançando inegáveis êxitos. Onze anos depois, Olga conhece o líder revolucionário gaúcho Luiz Carlos Prestes. Nasce uma das maiores histórias de amor já vistas. No Brasil, grávida, Olga é entregue aos nazistas pelo governo brasileiro. Teve a filha Anita num campo de concentração e o bebê acabou com a avó paterna, a fim de ser criada no Brasil.

Na Alemanha, Olga é encarcerada na prisão de mulheres de Barnimstrasse, onde dá a luz à filha, Anita Leocádia Prestes e a amamenta até que os nazistas lhe tomam a criança, entregando-a à avó, mãe de Prestes, e transferem Olga para o campo de concentração de Lichtenburg, em seguida para Ravensbrück. Em fevereiro de 1942, Olga é transferida para o campo de Bernburg, onde é assassinada na câmara de gás, tendo o mesmo fim de tantos comunistas que caíram nas mãos dos nazistas. Um dia antes de morrer, Olga escreve sua última carta, revelando não se render à morte porque acreditava que a causa dos proletários prosseguia, e que as novas gerações viveriam em um mundo sem a exploração do homem pelo homem. Ainda discursando sobre isto, Fernando Morais coloca que:

" Lutei pelo justo, pelo bom e pelo melhor do mundo. Prometo-te agora, ao despedir-me, que até o último instante não terão porque se envergonhar de mim. Quero que me entendam bem: preparar-me para a morte não significa que me renda, mas sim saber fazer-lhe frente quando ela chegue. Mas, no entanto, podem ainda acontecer tantas coisas... Até o último momento manter-me-ei firme e com vontade de viver. Agora vou dormir para ser mais forte amanhã. Beijos, pela última vez ." (MORAIS, 1985, p. 294)

Em suma, o livro Olga, escrito pelo jornalista Fernando Morais, conta a história da vida de Olga Benário Prestes, uma jovem alemã judia que inicia precocemente sua militância política no Comintern (Comitê Internacional) comunista da Alemanha. A jovem, oriunda de família burguesa e filha de um advogado social-democrata, é recebida inicialmente Com estranheza pela Juventude Comunista, mas logo começa a destacar-se em suas atitudes de liderança e planos de ataque. Em decorrência de tal destaque, Olga é destinada a acompanhar Luís Carlos Prestes até o Brasil numa missão do Comintern, mas para isso ambos têm suas identidades falsificadas e, para não levantarem suspeitas, viajam como um casal milionário em lua-de-mel. Tal situação acaba fazendo com que a ficção se torne realidade e juntos Olga e Prestes lutam pelo comunismo no Brasil. A história termina tragicamente com a morte de Olga pelo nazismo e com a filha do casal, Anita Leocádia, sendo criada pela avó paterna. Aos 33 anos, acabou confinada em um campo de concentração e assassinada numa câmara de gás.

É preciso lembrar também o contexto histórico em que se passa a história de Olga Benario. A ascensão do Movimento Comunista Internacional à partir do sucesso da Revolução Russa, o surgimento dos regimes totalitários na Europa (como nazismo e fascismo) e o governo populista de Getúlio Vargas no Brasil, notório pela caçada aos comunistas e pelos maus tratos destinado aos presos políticos.

Em 1917, na Rússia, a grande mobilização urbana socialista foi a chave para a conquista de uma grande revolução no país. Na multidão que clamava imediatas melhorias políticas, sociais e econômicas ao país, havia operários, mulheres e pessoas de distintas classes sociais que se mobilizaram a participar deste movimento socialista revolucionário. Inspirado nos soberanos líderes e ditadores Hitler (Alemanha) e Mussolini (Itália), Getúlio Vargas foi ditador e ademais excelente estrategista. Iniciou sua política no país com propósitos de mudanças políticas, sociais e legislativas. Vargas, no início de seu "império", foi ponderado com relação a suas atitudes, levando a crer, ter pretendido como o bom estrategista que era evitar futuras manifestações populistas. Getúlio só não prosseguiu calado, quando percebeu que seu "reinado" estaria ameaçado, por partidos comunistas, a partir deste momento surge o ditador Vargas. Com uma nova política tomada conta do país, é extremamente proibida à criação de novos partidos, comunistas começam a serem caçados por militares, Vargas sufoca cada movimento que tente se manifestar sobre seu poder adiante do Brasil.

Quando cresceu virou uma socialista ativa e aberta para o que lhe propusessem, seus pais não a apoiavam em suas atitudes, participava de manifestações populistas. Olga lutou a frente da Revolução Russa, no meio daqueles manifestantes em busca de igualdade, havia uma alemã aberta a ajudar o povo, de qualquer nação ou raça. Foi neste período que esta grande heroína tomou conhecimento de que no Brasil, estava havendo também uma revolta contra o governo, ouve-se falar da coluna Prestes, a qual lhe desperta forte interesse. Perceptível pelas suas atitudes a favor de causas humanitárias, Olga era considerada grande aliada dos socialistas.

Voltando à forma como o Olga trabalha a questão da família para o marxismo, percebemos que há uma completa falta de conhecimento do que Marx e Engels, além de outros tantos marxistas, escreveram sobre o tema. E ainda se quisermos entrar no debate que a Revolução de 1917 trouxe sobre a questão, na medida que as mudanças na família tinham se tornado um problema prático, veremos o quanto o filme cai no mais absurdo dos preconceitos, sendo ainda mais ridícula sua falta de conhecimento daquilo que inclusive era parte da militância de Olga.

Nesse sentido, o que se percebe em relação a Olga é que todo um conjunto de elaborações sobre a família, relações pessoais, moral etc. realizadas em mais de um século pelos marxistas, não está no discurso e muito menos na prática da personagem Olga Benário. Ela parte de uma negação completa da família e das relações amorosas, ignorando inclusive a experiência de uma década de mudanças sociais na União Soviética.

Concluindo, percebe-se que o livro Olga usa os mais absurdos estereótipos para falar sobre a militância revolucionária, fazendo eco a uma falácia que diz ser isso um mecanismo que tolhe e aliena as pessoas, e que a origem disso estaria na teoria marxista. Todavia, como buscamos demonstrar, o marxismo sempre se mostrou extremamente crítico no que se refere a suas elaborações sobre família e relações amorosas, buscando não criar códigos morais e muitos menos modelos. A experiência das famílias na União Soviética, no entanto, acabam servindo como referência, para bem ou para mal, de novas formas de família numa nova sociedade, sendo de fundamental importância para o marxismo que desenvolve suas teorias posteriormente, mas nunca como um modelo, respeitando inclusive o caráter dialético do próprio materialismo histórico. Olga, portanto, está longe de ser inclusive uma caricatura do que é a militância revolucionária e da própria personagem da qual pretende contar a historia.

BIBLIOGRAFIA

  • MORAIS, Fernando. Olga - A vida de Olga Benário Prestes, judia comunista entregue a Hitler pelo governo Vargas. Edição ilustrada, 5º edição, Editora Alfa-Omega; São Paulo; 1985.

Autor: Luciano Agra


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