Movimento Negro no Piauí



1. Nascimento de um projeto de luta

Na década de 80 vários militantes pensavam em articular o projeto de criação do Movimento Negro no Piauí. No primeiro momento as primeiras lutas das lideranças de origem africana tinham o objetivo de conquistar o espaço político transformador. As diversas lideranças vieram da Igreja que desenvolveu a articulação Nacional, que influenciara o Piauí, através da Campanha da Fraternidade de 1988 houve motivação para realização histórica da organização dos grupos negros que estavam ensaiando a libertação da comunidade negra cristã, o grito afro chegou a libertar pessoas que queriam atuar, mas eram impedidos por barreiras históricas advindo da escravidão.

O movimento dos Agentes de Pastoral Negros - APN em Teresina trouxe o fortalecimento de grupos afros do movimento popular que despertou nas lideranças negras diversas outras lutas ligadas à conquista do poder negro.

Algumas pessoas que deram o início da luta para organização de organizações do negro e da negra no Piauí foram: Ruimar Batista; Frei Fernâncio Barbosa ofmcap; Frei Leandro ofm, Frei Evandro; Frei João Muniz ofm; Conceição; Cladenice (Claudia); Marizete; Milton Florêncio, Sônia Terra, Lúcia Araújo, Hadaci Regina, Nego Chico, Pizeca, Francisca Trindade (in Memoriam), Tataiana, Valcirana, Pe. Adelino e Pe. Sávio, Ribamar;  Salomé; Airton; Artenildes. Além do apoio de outras pessoas que há muito tempo vinham se organizando em grupos de reflexão a nível político e social afro. Estas e outras pessoas foram as primeiras lideranças que tiveram a garra de implantar o quilombo urbano através do movimento negro organizado de Teresina, houve representantes que estavam na militância pela conscientização cultural, com o jeito próprio de atuar com músicas ou articulação política de base junto a comunidade negra como: Jorjão, Assunção, Francisca Nascimento, Hortência, James Brito e Pizeca, Irmã Lúcia, José da Cruz. Estas pessoas deram abertura para a jornada organizativa dos grupos afros nos bairros que foi tomando corpo para capacitar às pessoas que iriam contribuir para uma estrutura de luta pela igualdade racial.

Vale ressaltar que durante a caminhada foi muito importante o apoio estratégico de Frei Leandro e Frei João Muniz que convidaram alguns militantes do movimento negro para participar do encontro de negros do Vale do Mearim, organizado pelo Grupo de Negro Palmares Renascendo - GNPR. Após o encontro as lideranças negras do Piauí tiveram mais interesse e vontade de articular e organizar comunidades negras através da criação de grupos de reflexão sobre o movimento negro. Frei Lucindo com trabalho de base e Frei James incentivador da organização afro em algumas comunidades de Floriano.

No Parque Piauí, um dos antigos conjuntos habitacionais de Teresina, tinham atuação de pessoas que atuavam no movimento negro organizado. Entre elas estavam a Conça, o Sávio e Halda Regina, Marizete. Eram militantes que faziam reflexão sobre temas relevantes da época em referência a causa da pessoa negra, tinha um grupo denominado Nova Ylwaiê, depois deram origem aos Agentes de Pastoral Negros de Teresina que iria marcar época juntamente com Frei Leandro, Divina, Frei Fernâncio e Frei João Muniz, Frei James da Missão de Floriano, Someron, Sebastiana, Socorrinha do Itararé, Gean (in memoria), José da Cruz, Halda Regina e Ruimar.

No Monte Castelo, todo ano havia uma celebração em homenagem a Zumbi dos Palmares, festa articulada por Airton e Salomé com apoio de vários quilombolas. o grupo de Teatro do Monte Castelo tem a tradição de incluir em seu elenco diversos artistas negros. AS apresentações da paixão de Cristo tem sido um fenômeno para o bom teatro sacro na capital. Alguns universitários negros se articularam como grupo de reflexão da cultura negra com apoio de Ruimar e Lucineide Barrros e fundaram o Ifaradá. Hoje atuante na Universidade Federal do Piauí.

Um dos líderes que fomentava a reflexão sobre a religião e cultura negra fora Adelino Rios que trouxe para o movimento a experiência de militantes guerreiros, os quais tornaram articuladores de algumas comunidades, além de proporcionar a reflexão sobre o movimento militante dentro da área eclesiástica, a partir da formação de grupos de estudo os seminarista negros no Seminário Sagrado Coração de Jesus fizeram diversas celebrações afros e encontros de reflexão sobre a temática negra e grupo de seminaristas negros.

Em 1988 com fervor da Campanha da Fraternidade de 1988, Frei Leandro, Adelino, Frei João Muniz, Halda Regina, Conça, Ruimar, Divina, Frei Fernâncio entre várias lideranças constroem o projeto do primeiro Encontro do Movimento Negro de Teresina. Frei David OFM, palestrante que veio do Rio de Janeiro falou sobre os sete atos em favor do povo negro do Brasil. Alem de tratar sobre a falsa abolição, sem reparação de danos materiais e morais contra o povo negro nos 400 anos de escravidão. O Sr. Magno do Centro de Cultura Negra do Maranhão CCN falou sobre os direitos do povo negro e possibilidade de intercâmbio entre o Maranhão e o Piauí na questão racial. Após o encontro foi tirada uma comissão para realizar o 1º festejo de São Benedito.

Na Paróquia de São Benedito os grupos afros se iram para festejar pela primeira vez o padroeiro negro. Metade da arrecadação é destinada ao movimento negro que estava dando os seus primeiros passos para organização da festa da beleza negra.

No Conjunto habitacional Dirceu Arcoverde II, Frei Fernâncio, Ruth Goreth, Socorro e Sameron criaram o grupo de Agentes de Pastoral Negros do com apoio de Sameron, Gean, Francarlos e Raimundinho Seminarista, Marcos, Sebastiana, Sameron e Magno. Juntos celebram a primeira missa afro, na Igreja de Santa Teresinha. O celebrante foi Pe. Homero (in memoria).

Nesta época é feita a primeira caminhada do Movimento Negro no Piaui saindo da praça Rio Branco para a Praça Pedro II, no dia 13 de maio..

Em 1989 Teresina é visitada pelas afromaranhenses do Grupo de Negros Palmares Renascendo - GNPR com apoio de Franciscanos da Missão, Frei James recebeu o grupo e realizou ensaio e apresentações no Seminário Sagrado Coração de Jesus e visita a diversas casas no Angelim.

Em Fortaleza -CE no ano de 1988 acontece o I Encontro Regional dos coordenadores de APN com apoio dos Combonianos: Coqueiro; Pe. Fernando; com apoio dos Seminaristas da Diocese de Crato – Ce: Roserlândio e José Vicente. A Irmã Salomé residente em Fortaleza e irmã Jacinta religiosa residente em São Luis contribuíram na animação do evento. No mesmo ano, em São Luis é realizado o Encontro Regional de APNs, com apoio da Cáritas e Arquidiocese de Teresina foram participar 20 afrosdescendentes de Teresina. Depois foram realizados outros encontros em João Pessoa, Fortaleza e Teresina.

Na década de 90 foram realizados vários Encontros nacionais dos APNs, a nível regional e local. Em 1993, com apoio de Pe. Clóvis, Frei Fernâncio, Halda, Sônia Terra, Pizeca e Lucineide Barros foi construída a Semana Negritude e cidadania. Nesta semana foram feitas atividades como: seminários, palestras, debates e a tradicional festa da beleza negra festejada com apoio de diversas entidades não governamentais. oo primeiro ato afro ecumênico no adro da Igreja São Benedito como o pai de Santo João Bosco (in memoria)

O surgimento do Grupo Coisa de Negro trouxe novos militantes voltados para inserção política, cultural e artística, com apoio de Ruimar, Lúcia Araújo, Halda Regina, Negro Chico, Trindade, Severino, Lucimar, Ildete, Ribamar, Geovane, Assunção, Geovano, Chiquinha, Gilvan Santos, Chagas Vale entre outras pessoas que deram seu trabalho pela luta em prol da negritude. Juntos levaram a cultura afro com toque de afoxé em vários desfiles no carnaval através do bloco alternativo. Deram início ao trabalho de divulgação organização das várias comunidades negras quilombolas. Com objetivo de divulgar a cultura negra e festejar a beleza negra no dia 20 de novembro, festa em homenaegm a Zumbi dos Palmares, maior líder negro do Brasil.

Artenildes com Frei Evandro ofm e Irmã Joseleide começam a articular um grupo de dança no Angelim. Com o passar do tempo o grupo recebe o nome de Afoxá. Em seus quadros jovens da comunidade do Angelim buscam a cidadania através da dança afro que vão formando a militância afro no resgate de ações afirmativas. Frei Fernando iniciou um trabalho de consciência negra no grupo Afoxa, neste período deu base para a construção de um luta que tem feito em Bacabal na luta pela cultura negra dos terreiros.

Os eventos vão se multiplicando, os grupos afros na semana da negritude e cidadania se reúnem para organizar a Festa da Beleza Negra. O Culto Afro na praça da liberdade se torna tradição. Depois é criado o Fórum de entidades negras que busca efetivar as quotas para os afrodescendente. Aualmene as cotas estão sendo disponibilizadas pelo Prouni e algumas universidades federais do Piaui e a universidade estadual, depois de muita luta.

1.1. Multiplicação de grupos afros nas cidades piauiense

Em Piripiri, nasce o primeiro grupo Afro Olori dando início às Celebrações do dia da consciência negra em Piripiri e Brasileira. Dona Constantino articula com o vereador Luis Mário a criação de um projeto de lei sobre o dia municipal da Consciência negra. Depois de debate e exposição dos argumentos favoráveisa a criação da lei Municipal, aprovada e criada a lei municipal da semana da consciência negra. Projeto de lei apresentado pelo vereador Luis Mário, foi aprovado e sancionado. Após passar um experiência com os povos nativos do Amazonia, Sheila  retorna Pipiri e inicia o trabalho com os povos indígenas para a construção do primeiro assentamento indígena do Piauí.

Na cidade de Floriano inicia vários trabalhos com as lideranças negras que juntos celebram Zumbi dos Palmares com apoio de Elineuza Ramos, pessoa engajada na luta pela cidadania negra constrói um grupos de jovens dedicadso ao resgate da cultura negra. O seu trabalho tem reconhecimento pelas pessoas da comunidade, por seu envolvimento no trabalho com crianças, jovens e adolescentes. além de trabalhar com os deficientes físicos , através da dança e oficinas de músicas. Resgata a Dança do Cavalo Piancó de Amarante.

Em Oeiras é criado o grupo de consciência negra que busca resgatar a cultura negra e valorizar os afros descendentes, além de participação em vários encontros a nível nacional com objetivo de lutar contra a discriminação racial.

Em Parnaíba, com apoio de Lourdinha, Arlete e irmã Salomé é criado o grupo Raízes que depois se identificam com os Agentes de Pastoral Negros. Realizaram várias celebrações, encontros e fundam o grupo afro de Piracuruca.

Em Picos e Queimada Nova, começam trabalho de Osmarina e família a formação de liderança quilombola, depois é criado o núcleo de articulação dos Quilombolas do Piauí.Atualmente fazem a Feira dos Quilombolas do Piauí na praça Pedro II, esta feira reune masi de 1500 quilombolas vindo de todo o Estado do Piauí..

O Dedeputado Olavo Rebelo encaminha a Assembléia Legislativa o projeto de lei que cria a lei 5046 de 07 de janeiro de 1999. Determina no Piauí, dia a 06 de setembro como Dia Estadual da Consciência Negra, em homenagem a esperança Garcia a primeira escrava a escrever para as autoridades denunciando os maus-tratos recebidos pelos escravos da época da escravidão.

Surge o primeiro Manifesto do Movimento Negro contra pronunciamento do ex-Governador Mão Santa, que afirmou que no Piauí não havia negros, a partir dessa declaração, as lideranças quilombolas urbanas começaram a fazer pressão por políticas Públicas relacionada ao movimento negro e cotas para os estudantes das escolas públicas nas universidades federal e estadual, na maioira dos estudantes são pessoas negras..

Com a eleição do Governador Wellington Dias e Lula, o movimento negro começa a fazer parte de uma agenda política, seja a nível educacional, seja na promoção de igualdade racial em busca de políticas de ações afirmativas, como também educação e diversidade racial, através de fóruns realizados com o movimento negro organizado com apoio da secretaria de Educação e Ministério da Educação e Cultura. O governador apóia a criação da Coordenadoria da pessoa negra, órgão de articulação de promoção da Igualdade Racial.

Nesta caminhada histórica coletiva o movimento negro tomou diversos rumos, por crescer politicamente, a estruturação é um desafio. Ao fazer parte do governo algumas lideranças sentem o quanto a burocracia em alguns casos não consegue dar poder de articulação e implementação de projetos, também percebe-se que o movimento não esperava um dia fazer parte de uma estrutura macro com é o governo estadual, talvez possamos um dia fazerrelação movimento negro, povo negro, governo afro desburocratizado com tendência a aproximar a política Palmarina. O sonho não acabou, mas depara o desafio de ir além das estruturas governamentais e criar alternativas nos grupos de forma que a mística libertadora não apague o combate contra a mancha da escravidão moderna do capitalismo selvagem.

A candidatura negra de Francisca Trindade, despontou em forma de avanço e conquista o espaço do poder negro na política institucional como vereadora de Teresina, depois deputada estadual e deputada federal, vindo a falecer no auge de seu trabalho político junto as camadas mais pobres do Estado do Piauí, deixou em nós a chama acesa da luta pela política pública a ser implantada nas comunidades quilombolas da zona urbana e rural.

O Movimento Negro Unificado - MNU foi criado por Frei Leandro e Adriana entre outros militantes. o grupo busca o engajamento político dos seus filiados e conquista do poder negro. Tem uma agenda voltada para a conquista do poder negro no Piauí.

2. Alguns Avanços

Depois de vários anos de caminhada o movimento negro tem crescido dentro de uma ótica voltada para cada qual fazendo o seu trabalho, porém isto trouxe nova dinâmica dentro da criatividade e descentralização de lideranças. Apesar do individualismo está havendo avanços no sentido de atuação nas diversas áreas seja social, político, cultural e econômico. A seguir serão citados os diversos grupos que tem tido destaque nos trabalhos comunitários e sociais.

Os Grupos de mulheres negras entidade civil organizada que tem crescido, e tem lutado ardentemente por projetos sociais e políticos em vista de elevar auto-estima da mulher negra, está com sede nova onde tem desenvolvido diversas atividades comunitárias.

A Festa da Beleza Negra que acontece ao longo de 15 anos com suas atividades tem marcado época desde a sua primeira edição até nossos dias, lá os tambores tocam com os negros e negras organizados nos diversos grupos.

Nos fins da década de noventa o Grupo de universitários Ifaradá faz parceria com o Centro de Cultura Negra e organiza cursos de chancela. O grupo contribuiu na articulação de apoio aos quilombolas da região sul do Piauí. Sua presença como entidade científica tem dado qualidade aos estudos da história do povo negro do Piauí. Artemisa de Guiné Bissau, com sua presença africana, trouxe a qualidade original africana ao Ifaradá. Uma das bandeiras de Luta do grupo são as Cotas para as pessoas afrodescendente que é debatida pelas Universidades. Também vale ressaltar a elaboração de artigos sobre a inserção do negro no Piauí. Contribuição para o mapeamento das comunidades quilombolas através do diagnóstico sociológico com o movimento quilombola. Além da formação de grupo de estudo sobre a cultura afro.

O Fórum de Entidades Negras que foi um instrumento de luta pela cidadania negra sofre um embate político devido o confronto de posições diversas, mas por circunstâncias culturais e políticas abalam as atividades organização que unia as diversas tendências do movimento negro do Piauí.

3. De 2000 em diante

O Fórum de entidades negras do Piauí se articula para o Fórum Nacional de combate ao racismo com apoio do Estado e a prefeitura do Rio de Janeiro. O Movimento negro de Floriano, através de Elineuza visita Teresina e faz apresentação para os alunos da Faculdade Religare.

Os APNs participam do Encontro de Pastoral Afro Latino americana em Salvador. Culto afro com celebração macroecumênica com Grupo Coisa de Negro, APNs e Afoxá.

A Fundação Ford apóia entidades negras do Piauí. O Grupo de Mulheres negras Esperança Garcia é oficializado.

Grupo Coisa de Negro consegue uma sede para eventos e atividades de auto-estima festiva para a comunidade afropiauiense.Em 2004 é feita a rearticulação do movimento negro oficial em Esperantina com apoio da Comunidade Kolping.

Grupos de APNs ensaiam na periferia com o militante Teólogo e Filósofo Prof. J. Cruz música, filosofia, teologia e flauta. Pe. Adelino atua com estudos sobre a cultura negra, além de continuar formando grupos de reflexão sobre a cultura negra.

Grupos de Religiosos Negros se rearticulam com religiosas de Regeneração, Teresina, Santa Cruz dos Milagres, Picos e Parnaíba. O Grupo de Reflexão Negra e Indígena - GRENI na Sede da Conferência dos Religiosos do Piauí forma a coordenação com apoio de Ir. Marlene, Ir. Vilma, Frei Fernâncio, Joseleide e Ir. Odete..

O Grupo Afro Ifaradá tem como foco a pesquisa sobre a história da África e promove cursos de extensão sobre os temas afros. É criado dentro da Universidade Federal do Piauí. Além de realizar seminário sobre a História do Povo negro busca implementar estudos sobre a África nas escolas públicas.

Militantes negros se articulam com grupos de povos nativos do Maranhão. Constroem projetos comuns. Odete em Timon está fundando grupos afros com os terreiros da região.

Artistas negros atuam junto à FUNDAC com objetivo de resgatar a cultura negra e indígena. No dia dos povos indígenas o Piauí tem sido destaque em aproximar o contato dos naivod do Piuai Ceará e Maranhão no espaço Torquto Neto.

Através da militante negra Cláudete, o Grupo de Teatro negro tem mostrado nas periferias uma forma alternativa de fazer arte, através de apresentações sobre o tema da água, do racismo, movimento sindical e lutas diversas quem articula este trabalho é grupo de teatro alternativo. Estão trabalhando vários filmes que serão apresentados nas comunidades de Teresina.

Vários grupos de remanescentes de povos indígenas estão resgatando a cultura nativa. Nasce o grupo de resgate dos povos nativos.

Mais de 170 comunidades quilombolas são reconhecidas como remanescentes de quilombos pela EMATER com apoio da ONU - Organização Mundial de Combate a Fome, apoiada pela Secretaria Nacional de Igualdade Racial. Este trabalho tem sido feito de forma organizada e dinâmica que promove feiras, seminários e diversos eventos em prol do resgate da consciência negra quilombola rural.

Um dos movimentos negros que vem desenvolvendo o poder negro na periferia é o movimento Hip Hop com atividades diversas organizadas pelos vários grupos espalhados por diversos bairros da Capital. Mano C e Evandro são articuladors do grupo que trabalha naimplantação de ponto s de cultura na periferia. Há vários anos o programa na rádio Pioneira tem inovado na comunicação alternativa. Outros grupos desenvolvem trabalhos de grafite serigrafia. O Grupo QI conquista sua sede própria no Parque Piauí, onde desenvolve trabalhos de inclusão digital, studios de gravação, conscientização negra entre outros. Há uma rede de parceria com mais de 20 entidades não governamentais e não-governamentais em busca de educação e promoção da igualdade racial. Além de lutar pela inclusão digital nas comunidades da periferia de Teresina com os telecentros apoiados pelo governo federal.

O Grupo Cultural Afro Agoiê, localizado na rua radialista Jim Baralho, 787 – Bairro São Joaquim. Nasceu da importância de resgatar da história negra indígena. Em 11 de maio de 2005, tem a participação de 30 jovens que tocam e cantam a história negra. O grupo é coordenado por Ducarmo Fernandes e Fabiana Soares. Desenvolve atividades em vista da qualificação profissional e social, através do consórcio nacional da juventude que ajudam jovens em situação de risco a ser inserido no mercado de trabalho. É festejado o tambores das mulheres todo ano, uma festa eu reune milhares de pessaso no São Joaquim.

Em 2004 surge mais um grupo com intuito de trabalhar junto aos descendentes de afrosdescendentes e nativos. O BAI – Beleza Afro indígena, tem se destacado na coreografia, dança e resgate da consciência negra. Também busca educar jovens das comunidades no combate as drogas e marginalidade. Com apoio de irmã Lúcia este grupo cresceu e desenvolve o canto negro e afro através da dança.

O Grupo Maravi tem se destacado na pesquisa da cultura negra. Desenvolve trabalhos de cunho artístico seja com inovação da dança afro e incentivo ao rufar dos tambores.

O Grupo afro IJEXÁ foi criado para contribuir no resgate da religiosidade afro, tem como coordenadora a senhora Gardênia.

Com a criação do Monumento em homenagem a Zumbi dso palmares, o movimentoe negro pode de nova se articular e fazer sua agenda em busca de políticas públicas pra a comunidade negra de Teresina e do Piauí.
Considerações finais. 

A caminhada histórica das lideranças afrodescendentes destacam os trabalhos comunitários como conquista da vida digna, com foco na cultura e no resgate histórico da comunidade negra piauiense que aponta, diante das dificuldades a serem enfrentadas, os desafios a serem vencidos pelo movimento negro organizado, como a priorização de projetos futuros determinantes. Cada pessoa nesta construção histórica vivenciou a visão de futuro, fez sua jornada a cada momento, embora faltem alguns elementos importantes que poderiam melhor compor este texto, mas queria apenas colocar a história vista da visão de quem militou e milita e fez parte desta caminhada feita por companheiros quilombolas que trouxeram momentos cheios de questionamentos, dificuldades e lutas. Desponta nesta década os grupos de Capoeira, com seu trabalho voltado para os jovens e adultos. Na sede da obra Kolping foi criado um grupo de capoterapia, agrega pessoas idosas que querem dar sentido a sua vida atraves do envolvimento cultural. outros grupos estão atuando em escolas e fazendo da capoeira um arte bela e significativa no combate a droga e outros meios que levam o jovem a violencia.

Esta história foi feita por pessoas simples que deram a esta gente dignidade e alegria, mas também houve momentos de desânimo, desorganização, divisão e vários motivos que desanimaram muitos, mas não fraquejaram contra o racismo e a intolerância. O que nos impulsionou foi a garra de cada militante afrodescendente que soube traçar metas do seu jeito próprio de articular e organizar a frente de batalha, não abandonando a luta.

O trabalho não está concluido, aguarda manifestação e correções sobre novos grupos que surgem em prol do resgate da cultura negra. Um dos grupos em destaque é o grupo de Santa marai da Codipi que todo nao faz sua comemoração a Zumbi dso Palmares. Novos grupos vão surgindo com novas e velhas aspirações, mas é importante lembrar que a história do povo negro continua nas comunidades onde há grande manifestação social, religiosa e política em busca de uma nova sociedade sendo articulada por quem busca construir o quilombo hoje. Não foi apresentada as religiões afro e grupos de capoeira que tem construído um jeito novo de ser nos quilombos de hoje. Noutro trabalho será dado enfoque nos grupos de terreiro e comunidades quilombolas que estão fazendo uma nova história do Piauí, como também a capoeira, porque existem diversos grupos que realizam atividades na capital e no interior. Além dos atletas negros que fizeram a históira de clubes da capital e do interior.

 Modificado em: 01/02/2009


Autor: Fernancio Barbosa


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