A Prática Do Estágio No Brasil



O estágio, assim como qualquer outro meio de profissão, requer respeito e fidelidade para sua conclusão. Mais que isso, o estágio deve ser um elo para a integração de confiança entre o aluno e a empresa que o emprega.

 

Nesse sentido, a ética pessoal e organizacional são muito importantes, muito relevantes nesse processo de aprendizagem e de integração, de conhecimento e de passagem de confiança.

 

As relações de trabalho, a exemplo de outras áreas da atividade humana, vêm sofrendo fortemente as influências da globalização, visto que as situações surgidas a partir da expansão do movimento influenciam o trabalho em vários aspectos, na medida em que se depara com um mercado universal, com novas formas de concorrência comercial, o que exige das empresas maior produtividade, melhor qualidade dos produtos e serviços e redução dos custos.

 

As mudanças decorrentes do que se pode denominar sociedade globalizada fazem com que as empresas busquem a implementação de novos métodos de trabalho com a utilização de tecnologias modernas, acarretando a racionalização da produção. Modificam-se, portanto, completamente as necessidades das empresas, no que diz respeito à mão-de-obra que, dentro deste contexto, também se tornou globalizada, tornando-se frágil e distante das novas necessidades do mercado. Além do que, as facilidades decorrentes do avanço tecnológico possibilitaram às empresas a utilização do trabalho além-fronteira, como forma de obter mão-de-obra melhor e mais barata, fato este que colabora com o processo de fragilização e desestruturação do emprego tradicional, ocasionando a diminuição dos postos de trabalho. É o chamado desemprego estrutural.

 

Além disso, a filosofia neoliberal, que prega a mínima intervenção do Estado nas relações de trabalho, defendendo o individualismo já antes vivenciado, vem se disseminando entre os Estados, o que igualmente tem contribuído para as modificações das relações de trabalho.

 

Após apontar as principais transformações das relações de trabalho à luz do novel paradigma neoliberal, posso concluir que a nova onda maximiza o capital- sobretudo o capital especulativo internacional- em prejuízo do trabalho e do trabalhador Pior que isto:as propostas exsurgidas desprezam a ética, na media em que fomentam a exclusão social,a concentração da renda e o desemprego.

 

O aumento acelerado do desemprego, apesar de tratar-se de característica geral decorrente do processo de globalização, com conseqüências até mesmo nos países desenvolvidos, é sentido com muito maior intensidade nos países em desenvolvimento, também denominados emergentes, a exemplo do Brasil, os quais não possuem alta tecnologia, economia em destaque e tampouco as grandes empresas consideradas ‘atores globais’. As empresas brasileiras, por exemplo, participam do mercado global de forma tímida e pouco competitiva. Invadidos por uma concorrência desigual com países estruturados econômica e tecnologicamente, os quais, normalmente resistem em transferir sua tecnologia de última geração aos países em vias de desenvolvimento, e quando o fazem, direcionam especificamente às fábricas que eles próprios instalam em regiões onde as condições de trabalho lhes permitem produção a baixíssimo custo. Tanto é assim que nos países latino-americanos, considerados de economia em desenvolvimento, o desemprego tem dado saltos alarmantes nas últimas décadas.

 

Segundo revelado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), o número de desempregados no mundo aumentou novamente em 2005, e a América Latina foi a região onde o aumento foi maior, com uma taxa de desemprego de 7,7% .

 

Assim é que a diminuição nos postos de trabalho causou, no México, o desaparecimento da classe média, onde mais de dois terços (72 milhões) da população total se situa abaixo da linha de pobreza; na Argentina, embora a economia do País crescesse, desde 1961 o índice de desemprego subiu de 6% para 16%; no Brasil, na década de 90 , enquanto a ‘ receita das empresas de capital aberto dobrou’, passando de R$ 4,3 bilhões em 1991 para R$ 8,81 bilhões em 2000”, a taxa de desemprego de 3,3%, em 1990, atingiu 7,7%, em 1999, segundo dados do IBGE.

Pesquisa recente coloca o Brasil em terceiro lugar no ranking mundial do desemprego.

 

Com 7,7 milhões de pessoas desocupadas, segundo o IBGE, o Brasil já é o terceiro país do mundo em número de desempregados, perdendo apenas para a Índia e para a Rússia. Em 1990, estávamos na oitava posição e, em 95, na quinta. Mas o Brasil não é caso isolado entre as economias mais pobres.

 

Tais dados permitem reconhecer o aumento do desemprego mundial, a precariedade nas condições de trabalho e a reestruturação do sistema produtivo como reflexos sofridos pelas relações de trabalho em decorrência do processo de globalização.

 

Contudo, todas essas questões referentes às mudanças organizacionais no mundo do trabalho garantem uma mudança da ética pessoal que o funcionário, principalmente o estagiário deve ter no mundo que se vive.

 

Integrando o saber e o fazer

 

A universidade é uma instituição na qual o presente é analisado à luz dos conhecimentos construídos no passado, sempre com a liberdade de pensamento e do exercício da crítica, produzindo conhecimento, mas também formando os intelectuais, pesquisadores e professores. Para a função da universidade é uma função única e exclusiva. Não se trata, somente, de conservar a experiência humana.  A universidade é, em essência, a reunião entre os que sabem e os que desejam aprender. Há toda uma iniciação a se fazer. E essa iniciação, como todas as iniciações, se faz em um atmosfera que cultive, sobretudo, a imaginação ... Cultivar a imaginação é cultivar a capacidade de dar sentido e significado às coisas.

 

Ao cumprir a sua função, a universidade terá, em todas as suas ações, de encontrar o equilíbrio entre a flexibilidade e a estabilidade, entre o instituído e o instituinte, sem perder de vista que para alcançar seus objetivos deve assegurar as condições para que sua comunidade se desenvolva de maneira qualificada e produtiva, de modo que a sociedade possa obter um retorno do emprenho empreendido em fronteiras acadêmicas.

A educação tem como compromisso contribuir para que professores e alunos

 

Na educação – nas organizações empresariais ou escolares – buscamos o equilíbrio entre a flexibilidade (que está ligada ao conceito de liberdade) e a organização (onde há hierarquia, normas, maior rigidez). Com a flexibilidade procuramos adaptar-nos às diferenças individuais, respeitar os diversos ritmos de aprendizagem, integrar as diferenças locais e os contextos culturais. Com a organização, buscamos gerenciar as divergências, os tempos, os conteúdos, os custos, estabelecemos os parâmetros fundamentais.

Esse equilíbrio demarca a competência da comunidade universitária para a concretização de sua missão, já que a universidade, paradoxalmente, deve atuar na fronteira entre a conservação da cultura e sua transformação, na constância imposta por eventos decorrentes de fenômenos naturais, sociais, econômicos etc. Desde a sua origem, esse é o maior desafio do ensino superior. Todos que se propuseram à reflexão do lugar social ocupado pela universidade sempre apontaram, de alguma forma, essa característica de atuar entre a tradição e a inovação.

 

A principal missão da universidade é a de formar uma elite capaz de elevar a cultura e guiar seu rumo, consistindo no ensino das profissões intelectuais, na formação dos futuros pesquisadores e na realização da pesquisa científica. O ensino superior teria, portanto, três funções: a transmissão da cultura; o ensino das profissões e a formação dos pesquisadores com a realização de pesquisas científicas.

 

Ao assinalar o compromisso com a transmissão da cultura e ao mesmo tempo com a formação profissional, que atende ao contexto social vigente, e com a formação dos pesquisadores e o desenvolvimento de pesquisas, cujo alvo é o futuro, o desconhecido.


Autor: Sandra Regina da Luz Inácio


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