Moral, Anarquismo E Ateísmo



A liberdade e a felicidade mais não são que dois conceitos tornados impossíveis pelas religiões e outras situações de totalitarismo. A liberdade Humana define, por si só, despreendimento de ideais de massas associados a alienações mentais. A vontade de escolher, ou heresia como definição Católica, supõe o fim dos carácteres de obrigatoriedade e o fim de conceitos religiosos. Levar essa liberdade até aos campos da felicidade em mais se afirma como único meio de combate à religiosidade. A felicidade alcançada pelas vivências de um ser Humano, que mais não é que ele próprio, pressupõe essa liberdade de escolha, ou essa heresia, ou tão somente liberdade. A busca dos conceitos de felicidade é um falso objectivo promovido pelas religiões, pois não assenta no alicerce máximo, a liberdade. Passa por cima e aglomera individualidades ao homogéneo pensamento grupal. Sem espaços para ser aquilo que se é, a felicidade é impossível, ainda que por vezes vista erradamente como presente. Assim sendo não é desfrutada, mesmo se o de carácter moral procurá-la. A nossa e a dos outros por causa efeito. A liberdade de pensar e ser aquilo que se quiser mediante o respeito moral e não obrigatório pelos outros. A moral aprima a postura Humana como ser pensante e tolerante. A obrigatoriedade conduz ao rompimento por pura vontade de ser livre.

Também a desigualdade económica induz problemas sérios a esses conceitos morais, à liberdade e à felicidade. O livre-arbítrio individual inexiste em proporções dignificantes. A existência de riqueza conduz à decadência de moralidade e de existência saudável psicológica. A alienação material, causada pelo luxo, retira as bases Humanas fundadas na necessidade e sobrevivência individual e da espécie. A mente atormentada pelo luxo, alienada pelo materialismo, e corrompida pelo prazer do poder de poder, navega no vácuo imenso da irresponsabilidade Humana, da degeneração moral e da decadência como ser Humano. A pobreza é o reflexo. A riqueza de poucos será a pobreza de muitos. As necessidades insatisfeitas e a sobrevivência, dificultada ou mesmo impossibilitada, acarreta um conjunto imenso de factores de decadência física e mental pela incapacidade de subsistência. Males que provocam o desespero e a ira de não se conseguir a dignidade de ser. A propagação dos negativismos da riqueza e da pobreza, e discrepâncias a elas associadas, reflectir-se-ão em toda uma sociedade. E nas circundantes.

Uma igualdade trará uma sociedade saudável assente nos pressupostos Humanos básicos de liberdade e correspondente felicidade que acarretará, por consequência, todos os factores Humanos dignos, numa forma de moralidade por igualdade. A igualdade não se poderá manifestar por um carácter de obrigatoriedade, mas sim pelo carácter de moralidade. Daí surgirão, então, as liberdades de escolha e consequente felicidade pela exaltação das características intelectuais e criativas individuais.

Esses requisitos morais iniciam e garantem a liberdade do indivíduo e da espécie, uma liberdade de observações, de experiências, de constatação de factos, uma liberdade para a vida cheia de força e criatividade. O desenvolvimento máximo das capacidades individuais e, consequentemente, o desenvolvimento máximo das capacidades da espécie.

Vejamos agora as interacções entre indivíduos. Aqui, pelos parâmetros morais, definir-se-ão mutualismos, utilizando instinto de solidariedade. Tanto nas relações inter-indivíduos, como inter-sociedades. Esse mutualismo poderá ser, mediante a força dos alicerces que possuir, transformado em simbiose. O carácter organizacional comportará a não-hierarquização de forma a suprimir as tendências de produções para a riqueza e consequente desigualdade. A auto-organização natural poderá gerir saudavelmente esse factor. A inexistência de uma autoridade de obrigações e sanções acarretará a saudável harmonia de produtividade e liberdade.

Qual será a qualidade de ser que atribuirá o conceito de moral? O Ateísmo. Quando atitudes hediondas de homofobia, genocídio, sexismo, parasitismo e alienação não podem ser desculpadas por um ente inexistente, seja ele deus, allah, zeus, apollo, anúbis, ou qualquer outro ser imaginário, serão então indesculpáveis por uma sociedade saudável, verdadeira e moralista. Mas se a base de percepção da realidade for real, não existirá então a conduta imoral apoiada por deuses. Se deuses não repudiam a imoralidade, repudia-a a sociedade. Mas se esses deuses imorais inexistirem nas psicologias individuais, as acções de imoralidade prosseguirão? A moral adquirida. A Vida privilegiada. A Fraternidade finalmente alcançada...

Autor: Bruno Resende


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