Percepções Sobre o Tabagismo e Sua Prevalência nos Docentes da Saúde de uma Faculdade Privada, no Município de Barreiras - BA



Adélia Márcia da Silva Bezerra 1
Kelle Cristiane Bastos dos Santos 2
Vanessa dos SantosPicão 3
Gislaine Nunes de Oliveira Guedes 4

RESUMO.

O estudo é de natureza descritiva, com abordagem quanti-qualitativa, sendo o tipo da amostra não-probabilística por conveniência, cujo objetivo foi conhecer a percepção dos docentes sobre o tabagismo e sua prevalência em uma faculdade privada no município de Barreiras-BA. O período da coleta de dados foi entre os meses de setembro e outubro de 2008. A coleta de dados desenvolveu-se através de questionário. Através dessa pesquisa identificamos que a maioria dos docentes iniciaram com o uso do cigarro na adolescência e anteriormente á iniciação na área da saúde. Ficou comprovado que estes docentes reconhecem o cigarro como um malefício, estando ciente das doenças associadas, dos danos interpessoais e ecológicos porém somente metade a amostra de docentes fumantes expressaram o desejo de parar de fumar. Considerando que a Enfermagem é uma profissão que está presente na abordagem individual e coletiva do cuidar humano, tem o dever de promover ações educativas, sendo o tabagismo um grave e crítico problema de saúde pública.

Palavras-chaves: Tabaco, Enfermagem, Nicotina, Saúde.

Tabagismo ou abuso do tabaco é uma prática que consiste na inspiração da fumaça pela boca sendo esta enviada até os pulmões do indivíduo, encaminhando assim ao mesmo todos os componentes tóxicos nocivos à saúde. Ele é responsável por inúmeros deletérios, dentre eles doença cardíaca e pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), câncer e acidente vascular cerebral. Considerado um hábito que pode facilmente ser evitado, ainda encontramos alguns grupos da população que desconhecem os efeitos do tabagismo sobre a saúde das pessoas.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, um terço da população mundial adulta, cerca de 1,3 bilhões de pessoas, entre as quais, 200 milhões de mulheres, são fumantes. Pesquisas comprovam que 47% da população masculina e 12% da população feminina no mundo, fumam. Nos países em desenvolvimento, os fumantes somam 48% da população masculina e 7% da população feminina, enquanto nos desenvolvidos, a participação de mulheres mais do que triplica, num total de 42% dos homens e 24% das mulheres (BRASIL, 1989 apud PINOTTI 2006).

O tabagismo deve ser considerado uma pandemia. Atualmente, morrem no mundo três milhões de tabagismo por ano em conseqüência das doenças que o cigarro provoca. No Brasil estima-se 80 a 100 mil óbitos anuais relacionados ao fumo. O cigarro mata mais que a cocaína, heroína, álcool, incêndios, suicídios e AIDS juntos. (OMS 2003 apud BRANCO, 2008).

Diante desse contexto de epidemia generalizada do tabagismo e da urgente necessidade de combatê-la depreende-se que o docente da saúde possui formação universitária e, portanto possuem um vasto conhecimento a respeito dos malefícios do tabagismo. Mediante tal afirmativa, despertou-nos a necessidade de estudar esse grupo da população levando-se em consideração que eles devem ser o alvo prioritário da ação anti-tabágica, em razão do papel fundamental que desempenham na prevenção, orientação e cessação do tabagismo entre seus pacientes e pela população em geral.

História do Tabaco

De acordo com fontes históricas, foi aproximadamente no ano 1000 A.C no ambiente indígena americano que começou a saga do tabaco. Era um ritual das culturas indígenas fumarem tabaco nas cerimônias religiosas; eles consideravam um presente dos deuses aos primeiros seres humanos. (SÁVIO; VIEIRA, 2002).

Segundo o mesmo autor no Brasil, provavelmente quando os portugueses aqui desembarcaram tomaram conhecimento do tabaco pelo contato com os índios. Há relatos que os indígenas ingeriam as folhas misturadas com outros alimentos.

Na Europa, a prática ainda era desconhecida, porém foi também a partir dos índios que o continente europeu tomou conhecimento sobre os encantos do tabaco. Os espanhóis foram os primeiros europeus a desfrutar dos prazeres do tabaco, navegadores e viajantes foram e faziam papéis de vetores, levando o tabaco e disseminando-o como rastilho de pólvora (SÁVIO; VIEIRA, 2002).

O Tabagismo no Brasil e no Mundo

A Organização Mundial do tabaco (OMS) articula, em todo o mundo, a comemoração do Dia Mundial sem Tabaco no dia 31 de maio. Essa data é direcionada para sensibilizar o mundo sobre o problema que é o tabagismo, doenças e mortes evitáveis que estão relacionadas a essa pandemia (BRASIL, 2007).

De acordo como Ministério da Saúde (BRASIL,2007), ao longo dos anos as ações vêm se refletindo em resultados positivos com mudanças significativas. Dados do Inquérito Domiciliar sobre Comportamentos de Risco e Morbidade Referida de Doenças e Agravos Não-Transmissíveis, realizado nos anos de 2002 e 2003, em 15 capitais brasileiras e no Distrito Federal, mostrou que a prevalência total de fumantes na população acima de 15 anos foi de cerca de 19%, variando entre 13% em Aracajú e 25% em Porto Alegre. Em 1989, esta prevalência era de 32%, de acordo coma Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição do IBGE.

Destaca-se que a prática tabagista mata anualmente três milhões de pessoas no mundo, com uma projeção estimada de óbitos em torno de dez milhões até o ano 2020, das quais sete milhões ocorrerão nos países em desenvolvimento, fazendo-se necessárias campanhas preventivas globais que esclareçam os malefícios do fumo. (Brasil, 1997).

Borges et al (2004), afirmam que várias estratégias já tem sido utilizadas para desestimular o uso do cigarro, entre elas, a Resolução nº104, de 31 de maio de 2001 da ANVISA,que obriga as embalagens dos produtos fumígenos terem imagens e frases diretas de advertência sobre os malefícios do fumo, do tipo: Fumar causa impotência sexual, fumar causa câncer. A lei nº 10.167, sancionada em dezembro de 2000 restringe à propaganda de produtos derivados do fumo pelos meios de comunicação.

Doenças associadas ao uso do cigarro

Existem mais de 50 doenças diferentes associadas ao uso do cigarro e revelam a abrangência dos efeitos nocivos do uso do tabaco. Porém os fatores de risco como sedentarismo, obesidade, hábitos alimentares, o consumo demasiado de álcool, exposição excessiva à radiação solar, e radiações ionizantes devem ser levados em consideração.

Segundo Rangé (2001), além do câncer, outras doenças graves também estão associadas ao cigarro. Cerca de 70 a 90% dos casos de bronquite e enfisema são causados pelo cigarro. Entre as doenças cardiovasculares, 20 a 30% dos enfartes podem ser atribuídos ao tabaco. Recentemente mulheres que usavam anticoncepcionais hormonais estavam sujeitas a um aumento do risco de desenvolverem doenças cardiovasculares, porém esse problema foi significativamente atenuado com baixas dosagens de estrógenos dos contraceptivos.

Dependência a nicotina

Segundo Nery, Fernandes e Perfeito (2006), o conhecimento atual da dependência tabágica está voltado para idéia de que esse é um comportamento que requer aprendizado. Inicialmente, o uso irregular pode não induzir sintomas de abstinência nos dias que não se consome a nicotina. a síndrome da abstinência que é caracterizada por dificuldade de concentração, sonolência, irritabilidade, inquietação, agitação, ansiedade, perturbação do sono (insônia ou sonolência) aumento do apetite e do peso.

É imperioso destacar as diretrizes diagnósticas do CID-10 que recomendam ser necessária a presença de três ou mais itens a seguir para o diagnóstico: forte desejo para consumir a substância; dificuldade de controlar o comportamento de consumir a substância em termos de seu início, término e níveis de consumo; estado de abstinência; abandono progressivo de prazeres ou interesses alternativos em favor do uso da substância psicoativa, aumento da quantidade de tempo necessário para obter ou tornar a substância ou para se recuperar de seus efeitos; e persistência do uso da substância, a despeito da evidência clara de conseqüências manifestamente nocivas, etc (NERY, FERNANDES e PERFEITO, 2006).

De acordo com Nery, Fernandes e Perfeito (2006), os medicamento de eficácia comprovada na cessação do tabagismo são divididos em duas categorias: nicotínicos e não-nicotínicos. Os medicamentos nicotínicos apresentam-se sob a forma de adesivos trans-dérmicos, gomas de mascar, spray nasal ou para inalação. As duas primeiras apresentações encontram-se disponíveis no mercado brasileiro. Os outros medicamentos usados (não-nicotínicos) são os antidepressivos bupropiona e nortriptilina, e o anti-hipertensivo clonidina.

O mais novo medicamento também não - nicotinico que se tem no mercado e que ainda é pouco utilizado devido ao alto custo é fabricado pelo laboratório Pfizer e tem autorização pelo ministério da saúde sendo o seu príncipio ativo o Tartarato de Vareniclina (champix). O Champix,simula os efeitos da nicotina no cérebro, mas não provoca as alterações que levam à dependência química.

Fumantes Passivos

A poluição decorrente da fumaça dos derivados do tabaco em ambientes fechados é denominada de poluição tabagística ambiental (PTA), e a inalação da fumaça de derivados do tabaco produtores de fumaça, por indivíduos não-fumantes, que convivem com fumantes em ambientes fechados é conhecida como tabagismo passivo (INCA 2005). Os indivíduos confinados sofrem com esse mal respiratório e possuem um risco elevado de mortalidade tão quanto os praticantes.

Profissionais da saúde

Para Viegas, Andrade e Silvestre; (2007) cada vez mais no universo da saúde depara-se com profissionais que fumam, como por exemplo, médicos, enfermeiros, enfim, donos de um conhecimento relevante sobre tal assunto. Mas mesmo se deparando todos os dias e conhecendo as principais doenças que a prática de fumar provoca esses indivíduos não deixam de fazer uso do cigarro.

Cada vez mais se encontram profissionais da saúde fumantes, o que nos leva a entender que mesmo sendo eles conhecedores dos problemas causados pelo fumo, não deixam de fazer uso do cigarro. Isto se torna uma questão polêmica que deve ser estudada, pois o profissional da saúde que cultiva este hábito gera pouco crédito para seus pacientes/discentes (VIEGAS; ANDRADE e SILVESTRE; 2007).

MÉTODO

O estudo realizado é de natureza descritiva, com abordagem quanti-qualitativa. Rampazzo (2002), defende que a pesquisa descritiva procura, pois, descobrir, com a precisão possível, a freqüência com que um fenômeno ocorre, sua relação e sua conexão com outros, sua natureza e suas características.

Para Oliveira (2002), abordagem quantitativa é um método muito utilizado nas pesquisas descritivas, na tentativa de descobrir e classificar a relação entre variáveis, como também na investigação da casualidade, na busca de quantificar opiniões e dados nas formas de coleta de informações e no emprego de técnicas estatísticas como porcentagem, média entre outros. A pesquisa qualitativa considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito.

Neste estudo fizemos uso de um formulário (Apêndice A), onde foram coletados dados de identificação tais como: idade, sexo, qual o curso que leciona na faculdade, e informações acerca do hábito de fumar. Ainda para o levantamento de dados, foi aplicado somente aos docentes tabagistas, o teste de FAGESTROM citado por Nery, Fernandes e Perfeito (2006), como sendo a medida mais utilizada universalmente, tanto na prática clínica como em investigações, a avaliar assim o grau de dependência que os fumantes desse grupo apresentam em relação à nicotina.

Faz-se necessário destacar que a coleta de dados foi realizada após prévia autorização da instância competente, o Comitê de Ética Em Pesquisa – CEP da Instituição. Posteriormente à aceitação em participar, as pessoas foram orientadas a assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE, de acordo com o estabelecido na Resolução nº196/96 do Conselho Nacional de Saúde que trata de pesquisa envolvendo seres humanos.

O período da coleta de dados deu-se entre os meses de setembro e outubro de 2008.

O estudo desenvolveu-se em uma faculdade privada na cidade de Barreiras, localizada na região Oeste do Estado da Bahia. Os sujeitos da pesquisa são docentes da saúde de uma instituição privada no município de Barreiras – BA que lecionaram no turno diurno, durante o semestre letivo de 2008.2. A população foi de cinqüenta docentes sendo que foi escolhido uma amostra de 31 docentes.

Os dados foram devidamente compilados, categorizados e interpretados. Os resultantes da identificação dos sujeitos da pesquisa, assim como os obtidos com base nas questões objetivas e do teste de Fagerström, sofreram uma análise quantitativa, descrita em termos percentuais, sendo apresentados em gráficos e tabelas. Quanto às perguntas subjetivas, estas foram analisadas e compiladas de acordo o grau de semelhança das respostas, sendo apresentadas com a mesma denominação.

ANÁLISE E DISCUSSÃO

Ao pesquisar a variável sexo dos docentes que participaram deste estudo, (65%) eram do sexo feminino e apenas (35%) eram do sexo masculino. Quanto à faixa etária da população, observa-se que as idades variam entre 24 a 57. Destes números encontramos uma prevalência maior de docentes com 26 anos de idade. Mas o que mais chama a atenção diz respeito à média de idade identificada, ou seja, os docentes de maneira geral são muito jovens, ficando os maiores números entre os 24 e 33 anos. Quando divididos por curso, a maioria (45%) leciona no curso de Enfermagem.

Quanto à sua relação com o tabaco, dos 31 da amostra, 13% são fumantes regulares e 87% não são tabagistas. Esse resultado demonstre talvez a consciência deles a respeito dos efeitos deletérios que o tabaco traz à saúde.

Dos 31 participantes da pesquisa, 48% já experiemtaram e 52% nunca experimentaram. Esse fato da experimentação pode ser explicado pelos motivos que levaram o docente a provar o tabaco. Dentre os motivos, 47% afirmaram ter sido por curiosidade, 33% responderam ter sido influência dos amigos, 7% respondeu moda da época e 13% responderam que influência do namorado.

Quanto ao contexto do motivo que levou o docente a experimentar o cigarro, podemos destacar que um, ou seja, 7% deles responderam que foi a moda da época, então ainda pode-se perceber que o fator “moda” ainda influencia nos dias atuais, apesar de ser pequena a influência continuando a ser utilizada como veículo de disseminação do tabagismo, condizendo com o que refere Brasil (2003).

Na década de 70 a indústria do tabaco decidiu usar a moda como uma estratégia a mais para comercializar cigarros. Foi o caso dos cigarros Kim, de muito sucesso, lançado pela British American Tabacco na Alemanha para conquistar o mercado feminino, tendo como alvo a faixa etária de 16 a 39 anos. O lançamento do Kim foi apoiado por uma série de promoções mostrando a marca como sendo da moda.

Ao analisar o início do consumo do cigarro para os tabagistas, 75% relataram que a idade do início do consumo do cigarro foi na adolescência entre 12 e 18 anos, e apenas 1 25% falou ter sido após os 26 anos.

De acordo com Sawicki e Rolim (2004), a adolescência é uma etapa em que com freqüência ocorre a experimentação de algumas drogas, mesmo sendo ocasional, é possível notar padrões que refletem comportamentos observados na vida adulta e que podem indicar a necessidade de medidas preventivas nessa etapa do desenvolvimento.

Observa-se que todos os profissionais iniciaram o vício do tabagismo na adolescência, antes dos 19 anos. Dados de pesquisas indicam que 90,0% dos fumantes iniciam o uso do cigarro até os 19 anos, pela influência e aceitação social dos pais, por se espelharem nos irmãos, professores e artistas, inclusive. (SILVA, et al. 2008)

Quanto ao grau de conhecimento aos riscos que o tabaco pode trazer a saúde, 6% afirmaram que foi adquirido através de orientação familiar; 13% responderam que foi adquirido através de propaganda/publicidade; 29% afirmaram foi devido a abordagem feita na faculdade e 52% responderam outros.

Quando questionamos qual seria a melhor forma de abordar o tema tabagismo dentro do curso da área da saúde, obtivemos as seguintes respostas: 16% responderam através de seminário em qualquer disciplina, 68% responderam que se deve fazer abordagem direta e não só como elemento de agravo a saúde e 16% responderam outros, destacando como opções campanhas educativas, sugestões de experiências dos acadêmicos articulando com o discurso científico e criação de um grupo de pesquisa.

Ao considerar os 4 entrevistados que fazem uso regular do tabaco, 50% expressaram ter vontade de parar de fumar e 50% admitiram que não possuem vontade de parar de fumar.

Em uma revisão na literatura de Sawicki e Rolim (2004), na pesquisa com Graduandos de Enfermagem e sua relação com o tabagismo, afirmam que dos 23 fumantes, 18 (78%) pensaram parar de fumar e 5 (21,7%) não expressaram o desejo de cessar esse comportamento.

Ao analisar a percepção deles, identificamos, através dos dados obtidos nestas respostas, que eles são conhecedores das doenças que estão associadas ao uso do tabaco e sabem das conseqüências que esse mau hábito pode causar:

“Infarto agudo do miocárdio, AVC, neoplasia pulmonar” (D1).

“Câncer de pulmão, câncer de boca, trombose, AVC, etc.” (D3).

“HA, neoplasias; esterilidade, vasculares, cardíacas, envelhecimento, enfisema [...]” (D4).

Após a revisão da literatura de Torres e Godoy (2004) das diretrizes para cessação do tabagismo, podemos citar DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) como estando associado à resposta inflamatória do pulmão a partículas ou gases nocivos, o Câncer de Pulmão que foi considerado a epidemia do século XX e continuará sendo neste novo século, AVC isquêmico representando a grande maioria dos acidentes vasculares cerebrais, as doenças cardíacas que são referidas como sendo as causa mais prevalentes de morte e incapacidade física em praticamente todas as regiões do mundo, doenças vasculares arteriais periféricas, impotência sexual masculina, entre outras.

A graduação da dependência tabágica pode ser feita qualitativa ou quantitativamente e por meio de métodos biológicos. Na avaliação qualitativa, são aplicadas perguntas diretas ao indivíduo sobre auto-percepção da dependência, o reconhecimento dos sintomas e sua intensidade. Na avaliação quantitativa, a medida mais utilizada universalmente, tanto na prática clínica como em investigações, é o teste de Fagerström (Nery, Fernandes e Perfeito, 2006).

A pontuação obtida pelos docentes no teste de Fagerström, mostrou que dos 4 docentes considerados tabagistas, 2 (50%) deles tiveram o resultado muito baixo ( 0 a 2 pontos), e também 2 (50%) tiveram o resultado médio ( 5 pontos). Esse achado pode refletir o fato de que 2 dos 4 usuários têm dependência química. A conclusão que tiramos de acordo com Nery, Fernandes e Perfeito (2006) é que quando se tem a pontuação igual ou superior a 5 é indicado tratamento farmacológico além de terapia comportamental.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O tabagismo é um fenômeno mundial, é a droga mais utilizada e disseminada apresentado-se como grande prejuízo na qualidade de vida na saúde das pessoas.

Sabe-se que o hábito tabágico esta relacionado a uma série de doenças que não só comprometem a economia do país, a qualidade de vida do fumante, mas, sobretudo a saúde física e mental da população, visto que suas conseqüências acabam atingindo as pessoas não fumantes que por algum motivo acabam expostas involuntariamente a fumaça que é exalada da extremidade do cigarro.

Este estudo nos permitiu compreender um comportamento muitas vezes considerado contraditório conforme os resultados apresentados nesta pesquisa. Pode-se constatar que, felizmente, é a minoria dos docentes que fumam, e apesar disso reconhecem e admitem que o tabagismo é algo prejudicial, ficando 87% classificados como não tabagistas.

Ao considerar que os docentes tabagistas tenham se envolvido com o cigarro antes de terem escolhido a profissão ou o tenham feito no ambiente universitário, confirma-se que todos eles tiveram informações sobre os males que o tabaco causa à saúde, quer seja na faculdade ou de outro modo que não tenha sido o tradicional

Nota-se que, dos 31 docentes que foram estudados, apenas 13%, de acordo com o teste de Fagerström foram considerados tabagistas e 87% não. Porém, dos 31 entrevistados, 15 48% confirmam ter provado o tabaco e relatam quanto ao motivo que o levou a isso, dentre estes motivos, a curiosidade se sobressaiu, com 47%.

Ao se tratar da percepção deles, quando questionados sobre o tabagismo, todos reconhecem o cigarro como um malefício, estando às respostas coerentes e concisas conforme já era esperado, visto que supõe-se que a abordagem sobre tabagismo é realizada durante a graduação em qualquer profissão da saúde.
Autor: Kelle Bastos


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