A Insistência Em Se Manter Um Brasil De Privilégios E De Diferenças Pode Ainda Nos Levar A Uma Guerra Civil



Amigos Leitores do Brasil e do Mundo,

Este texto foi escrito sem o rigor acadêmico de artigos para journals, sem estatísticas, e sem citações bibliográficas. Aliás, nem precisa. A subjetividade das idéias prevalece. É um texto escrito de punho livre, digo, expressando muito do que sinto dentro de mim. Há erros crassos maiormente resultantes da pressa na digitação e na ausência da revisão textual. Certos trechos são repetitivos, redundantes, e com clichés. Muitas palavras estão sem acentos e sem a cedilha devido o teclado internacional do meu computador, assim, não se distraiam com isso. Prezem o texto pelo conteúdo,  pelas idéias e pelas críticas que valham sua atenção. Limitei também o uso de palavras pouco correntes. Veja que não estou escrevendo para membros da Academia Brasileira de Letras nem para o corpo diplomático. O texto foi redigido de forma direta e simples portanto acessível a qualquer um. Sinta-se livre para fazer quaisquer correções gramaticais, ortográficas, ou de concordância desde que estas não alterem o teor original da messagem. Este texto foi enviado para vários websites, editoriais, jornais, e colunas para divulgaçao e/ou publicação.  Não é uma pérola, o primor textual, mas o desabafo de um brasileiro que ainda alimenta o sonho de vivero  mommento político da reconstrucação nacional.  A esperança em ter um país mais igualitário, com baixo índice de criminalidade e melhor qualidade de vida.

Veja, não tenho 60 anos mas sei que passamos por uma séria crise moral e de valores no país. Se muitos dos brasileiros parassem de querer tirar vantagens em tudo (e sobre todos), e trabalhassem para construir uma nacao, arredando o nariz para longe do proprio umbigo, as coisas comecariam a melhorar. Ultimamente, ha um clamor pela reducao da maioridade para 16 anos, ora, e quanto aos criminosos do Legislativo, Judiciario e do Executivo?  Eles tem mais de 18 anos, nao é mesmo? O que devemos observar é que o crime está grandemente atrelado ao carater, à personalidade, e de certa forma ao meio em que este individuo interage, e da falta de oportunidades, do que propriamente à idade. Um matador em serie podera comecar seu historico sangrento e de tragedias aos 14 anos bem como aos 30 ou 50. Mas gostaria primeiro de levantar algumas evidencias que mostram o quão falho tem sido a nossa vangloriada democracia. Primeiro de tudo, devo sublinhar que vivemos um modelo concentrador,  criador de diferenças, e que tem minado nossas esperanças de dias mais vindouros para o Brasil.

Enquanto que o narcotráfico e as gangues tomam quanto dos morros, e promove o terror em Sao Paulo e Rio, notamos desde a abertura politica e as eleicoes diretas, o surgimento de mafias e milicias determinadas a dominar toda a sociedade. Sao grupos de politicos atrelados a poderosos grupos financeiros e economicos determinados a sugar o que podem de nossas riquezas em beneficio proprio. Sao funcionarios publicos que de forma corporativa estao determinados a fazer os nao-funcionários públicos trabalharem para eles.

Assim, como posso eu dormir tranquilo sabendo que as nossas instituicoes simplesmente tem funcionado para dilapidar o patrimônio público? Por que existem dois brasileiros? O do servico publico, e  o outro (escravo) do setor privado? Por que alguns juízes, desembargadores, e pessoas do Judiciario, podem se aposentar com mais 35.000 por mes (liquidos), e o cidadao que trabalha em outros setores será negado tal benefício? Na verdade, a maioria se aposentará com um ou dois salários mínimos.  Se vc. contribuiu para a previdencia pagando 12% e um senador ou desembargador tambem contribuiu com 12%, entao ambos contribuiram com o mesmo percentual, assim deveriam receber o mesmo montante quando pendurassem as botas. O peso da contribuicao em percentuais é igual, mas o dito senador e desembargador quer o salario da ativa geralmente 500 vezes maior do a media dos salarios do Brasil. Faz sentido? Somente no Brasil.

Sim, com a nova lei de aposentadoria do setor publico, o piso sera de 10 salarios. Ora, nao sejamos ridiculos, a nova regra tem que ser para todos e retroativa. Nao temos que deixar milhares de servidores publicos como exemplos historicos de distorcoes, injustica e de um sistema acumulador. Nao temos que tolera este disparate, digamos, por no minimo 50 anos, quando todo o ciclo do modelo antigo de aposentadoria se for.

Os participantes do poder Judiciario, em especial,  criaram um mundo proprio. Vivem em pompas e privilegios, e no vicio das bajulacoes indecentes. Vivem em um status diario que so faz sentido la dentro. Alem disso, os predios suntuosos de marmore, os ternos engomados (que pagamos), os protocolos da entrada, a sisudez e formalidades da turma somados ao uso de linguagem tecnica rebuscada (devidamente seguida do termo 'doutor')  existem para que as divindades se sintam mais a vontade no trono. Logico, essa pratica nojenta corporativista tem o proposito de diminuir  e humilhar o cidadao comum, confundir a cabeca do coitado que nao entende bem o sistema. Essa gentalha sanguessuga do Legislativo,  do Executivo,  e Judiciário (não desmerecendo o trabalho guerreiro e apaixonado de centenas de jovens promotores do Ministério Público) não tem trabalhado para de fato melhorar o país; é a escória que a nação tem de embargar o mais rápido possível. Mas como? Talvez rompendo com o clientelismo  e acabando com as brechas institucionais que permitem os abusos. Tem-se que dizer um não firme e definitivo para eles. A democracia no país está sendo o veículo para se eternizar deuses do serviço público e eternizar os 'políticos ladrões e corruptos' enquanto que o resto pasta. O brasileiro tem que deixar de ser um povo bobo alegre e exigir piamente as mudanças necessárias.

Os corporativistas do Judiciário defendem esse "sistema feudal moderno" pois dele se beneficiam largamente. Usam as brechas para tirar o que podem do erario. Sejamos francos: é uma categoria "parasita" que nao gera riqueza de fato para o pais. Alias, se mostram incompetentes e preguicosos por nao rever um codigo penal caduco. 'Poder Judiciario' é uma frase oxímora, mergulhada em contradções e paradoxos.

Não haverá justiça enquanto houver indivíduos decididos a perpetuar o modelo concentrador de renda. Chega de zombaria com as familias dignas do Brasil! Elas tem que ser respeitadas. Ter direito a qualidade de vida, a expectativa de emprego e de um sistema previdenciario justo. As familias precisam ter a certeza de que seus filhos nao serao assassinados em esquinas porque o poder publico está ausente.

O discurso daqueles que querem continuar na "farra do uso do dinheiro publico, da corrupcao, e do enriquecimento rapido e ilicito" é o da democracia. Dizem de boca cheia: o Brasil é um pais democratico, e temos orgulho dessa conquista. Logico que ninguem quer ditadura mas olhemos que democracia temos a disposicao. Democracia? Democracia de conveniencia para eles, para a elite e os grupos que tomaram conta do poder, e atuam em rodizios em Brasilia. Vivemos uma Egocracia, nao é mesmo?

Somente um 'otario' defenderia o sistema democratico liberal corrente no Brasil. A democracia no pais tem que ser revista para que tenhamos maior controle e transparencia no processo de gestao publica. Democracia eleitoral nao pode ser convertida em saque ao dinheiro publico, em corporativismo, em fisiologismo, entre outras porcarias (mecanismos) que soh tem aumentado os abismos sociais.

O povo, o professor universitario, o professor da escola primaria, o medico, o enfermeiro, etc, que nao podem aumentar o proprio salario ficaram refens da cúpula dos tres poderes. Sao categorias que nao tem uma instituicao que os torne "divindades" tal como ocorre com os  juizes, ministros, e senadores/deputados.

No Brasil, o cargo e autoridade atropelam o caráter e a nacao.  A impressão que temos é que autoridade tornou-se mais importante do que a própria instituição. Os praticantes das distorções e dos roubos institucionalmente protegidos sao nada para mim. Sao senhores que têm destruido o país e a esperança de milhoes.

A violencia,a criminalidade e a falta de expectativa para o povo tem culpados historicos, e o ciclo de culpados se renova a cada pleito. Todos aqueles que passaram por Brasilia e/ou tiveram cargos de decisao (no munipio, no estado, no Judiciario, no legislativo) e poderiam ter promovido a melhoria do sistema beneficiando igualitariamente toda uma nacao,  mas nao o fizeram, sao cúmplices na morte do menino Helio de seis anos, arrastado até a morte por aqueles bandidos de Sao Paulo.

Minha opiniao é que desvio (e roubo) de verba publica é o pior dos crimes pois se tem um criminoso (ou criminosos) mas o crime não é visível a curto prazo. Por exemplo, o sr. Paulo Maluf, ao desviar milhoes de reais para contas em paraísos fiscais prejudicou quantas familias? Quantos jovens em São Paulo ele empurrou para a merda ? Talvez os prÓprios bandidos que mataram o garoto Hélio foram vítimas desse sr. Respeitado chamado Paulo Maluf - que aliás ja está de volta à Câmara graças ao nosso surpreendente sistema democrático.  O nome do sr. Paulo Maluf será citado em vários exemplos por ser ele o caso mais emblemático. O ícone da impunidade no país. Hoje com mais de 70 anos será que viverá o suficiente para pagar pelo que deve? Espero que sim.

Ora, pessoas sujas deveriam ser impugnadas antes mesmo de participar de qualquer pleito. O criterio primeiro para alguem estar elegivel para participar de quaisquer eleicoes seria a imagem e reputacao intocaveis, sem escandalos ou suspeitas de escandalos, sem dividas pendentes, e uma vida de cidadao acima de qualquer suspeita ou deshonra.  Nao pode este individuo ter um passado criminoso ou ja ter sido condenado. Lisura e retidao seriam elementos essenciais para se tornar elegivel para os pleitos.

Punição, exoneração, impeachment e renúncia de autoridades deveriam ser acompanhadas da restituiçãoo de toda quantia roubada (acrescida de juros e multas). Um Paulo Maluf nao poderia nunca voltar a Brasília como politico. Nao devolveu o que roubou! Nao pagou por seus crimes. Fernando Collor nao poderia voltar pois nao indenizou a nação. Onde estão os milhões das sobras de campanha? Sofreu sim o impeachment, renunciou e ficou 14 anos longe da carreira política, porém, tem um currículo manchado. Pelo critério da lisura, nao poderia voltar. Assim se passa com Severino, com o juiz Nicolau, com os sete anões, e muitos outros politicos e autoridades sabidamente corruptos e sujos. As artimanhas e manobras para driblar as leis me deixam irritado e estressado. Por exempo o nepotismo cruzado.   Um escândalo sem precedentes pois envolve nao uma, mas duas ou três instituicões, não uma mas várias autoridades. Esse tipo de atitude por parte das autoridades seriíssimas acabam por aumentar o prejuízo psicológico e desânimo em que vive a nação.

O cidadão não imagina como uma maça podre como o sr. Paulo Maluf, Fernando Collor, Marta Suplicy (acusada de crime fiscal de acordo com LRF), Antônio Carlos Magalhaes (expoende maior do Carlismo, e tido por muitos como o "dono" da Bahia), e Severino (o  sujo do 'baixo-clero') são capazes de fazer para manipular o sistema. Manipular o Congresso. Atrás dessa gente supoem-se há grupos poderosos que não medem esforços na compra do sistema, e assim prejudicar eu, você e os nossos filhos. Querem eles enriquecer às custas da tragédia da familia brasileira.

Paulo Maluf dizem (e documentos comprovam) desviou milhoes de reais, enriqueceu a si e a prole negando investimento publico a milhares de familias paulistas. Desvio e roubo de dinheiro público deveriam ser tratados como crime hediondo, com prisao perpetua e, ou mesmo, com pena de morte. Esses "homens serios" não têm sensibilidade nem coração, e  se se deixar, continuarão no roubo e no deboche. Como querem que o sistema continue a favor deles, as mudancas nao ocorrem.   Sim, temos que ter um sistema democratico (existem varios tipos) mas um que trabalhe a favor do todo e nao da minoria. Temos que fortalecer as instituicoes, mediante  transparencia e o controle externo. Temos que controlar o que esses "senhores" e as divindades  fazem com o nosso dinheiro e com o nosso destino. Nao é o rabo que abana o cachorro!

A inércia dos três poderes simplesmente causa um prejuízo financeiro e psicológico irreparável aos brasileiros. Financeiro por que pagamos as contas deles, pagamos os abusos e mordomias; pagamos isso pois pagamos os impostos.  Bancamos assim a farra do Judiciario, do Executivo e  do Legislativo. O prejuízo psicológico existe porque ficamos sabendo das discrepancias e absurdos mas nao temos os meios de mudar. Vivemos a tortura mental de ver os "bandidos respeitados" nunca punidos, e a cada pleito, reeleitos para os desmandos. Vemos esses senhores assumirem para continuar o feudalismo contemporâneo. O prejuízo psicológico existe pois  as coisas não mudam (porque eles nao deixam), e assim os piores dos bandidos, aqueles dos três poderes, os do  colarinho-branco, ficarao impunes e zombando da nossa cara. O desânimo generalizado no país é a prova mais evidente desde prejuízo psicológico. E, dependendo de como nos revoltamos e agimos contra eles, corremos o risco de sermos rotulados de criminosos numa clara inversão entre vítima e algoz. Não se esqueçam do caso de membros do MST que invadiram o congresso, e quebraram alguns vidros e móveis. Eles foram presos, por outro lado, os graúdos engravatados dados a escândalos e ao deserviço ao país (contra quem eles estavam protestando) permaneceram impunes, não foi mesmo?

Olha, desculpem-me mas existe uma falta de percepção na forma como  a democracia liberal no Brasil deveria ser. Este tipo de democracia em vigencia é distorcida e acidentada pois o sistema foi todo comprado, fatiado, e negociado entre grupos que querem dominar a nacao. Exemplo maior é o proprio governo do Lula que se vendeu quando chegou ao poder. O povo esta destituido dos agentes da mudanca, e o sistema democratico vigente tem que ser revisto para que o povo tenha maior controle sobre como o dinheiro publico está sendo gasto, e tambem controle para dizer o quanto as "divindades" do Judiciario podem ganhar. Aumento de salario deles deve ser atrelado ao do brasileiro comum bem como  a concessao de beneficios. Se o Estado nao pode pagar para todos, nao pode pagar para uma categoria especifica (do Judiciario), certo?

O que quero dizer é que temos que ter um sistema funcionando para o todo, para a nacao, e nao para grupos. As mudancas devem ser estruturais, nas bases. Revisao dos processos para se acabar com as possibilidades de fraudes. Deve-se usar a tecnologia da informacao a favor dessas mudancas garantido maior transparencia (por exemplo, nas licitacoes publicas). Novas instituicoes devem ser criadas enquanto que outras devem desaparecer. Politicas publicas devem funcionar com criterios de igualdade. O mastodonte publico tem que ser morto, e a partir daih leis mais justas e um sistema transparente criado.

Por exemplo, faz sentido a lei que diz que o criminoso com curso superior tem direito a cela especial? Ha leis que sao uma tentativa ridicula de se diferenciar o criminoso do crime. Ou seja, o mesmo crime mas criminosos diferentes. Ou seja, o criminoso letrado e o iletrado. Cela especial para o letrado? Francamente, isso é coisa medieval. Tudo indica que a lei distorcida foi uma manobra da elite da epoca para garantir privilegios caso seus filhos viessem a praticar crimes. Deve ter sido isso pois nao vejo outra explicacao.  Quem teve a oportunidade de estudar mas partiu para o crime tem que ser tratado como qualquer outro criminoso, letrado ou nao. O mesmo se aplica para quaisquer autoridades; aquelas que desviam verba publica, que roubam, e tentam manipular e comprar o sistema.  Para esses defendo o rigor maximo da lei.

O estado brasileiro nao pode ter cara, ou seja, sorri para a turma do Judiciário e do Legislativo ao mesmo tempo que faz caretas para o povo. Como ja falei, direito adquirido no Brasil traz um historico de distorcoes. Mantem um sistema acumulador de riqueza. Por exemplo, aposentadoria no Brasil deveria ser pessoal e intransferivel  tal como acontece na Nova Zelandia. Aqui o estado nao tem a obrigacao de repassar a aposentadoria do individuo para sua esposa e filhos em forma de pensao. A pessoa se aposenta com um piso-padrao e nao com o salario da ativa (mesmo que este tenha contribuido mais). A aposentadoria pertence à pessoa pois é ela quem a adquiriu. Se morrer isso nao vai virar pensao para esposa e filhos.  Se esses precisarem de auxilio do governo, terao outros tipos de beneficios que nao a pensao. Sao beneficios padronizados disponiveis a todo cidadao, sendo ele pertecente ou nao ao servico publico. Por exemplo, seguro-desemprego, auxilio creche, auxilio educacao (bolsas de estudos), auxilio doenca, credito educativo, renda complementar, etc.

O que acontece hoje no Brasil é que a pessoa se aposenta (um juiz ou desembargador) com um salario irreal - institucionalmente extorquido do erario, e a familia toda se aposenta junto. É a farra!  A menina tem 10 anos e o desembargador se aponsentou, entao ela e a mãe virtualmente ja se aposentaram tambem. A familia toda ontinua a mamar nos R 35.000 tirados dos cofres publicos mensalmente. Existem famílias que tem prolongado esse absurdo por décadas mesmo com filhos ja estando com 50 anos. Pode?

Por que o filho desse desembargador tem o "direito adquirido" de se aposentar com com R$35.000 e o meu filho vai receber salário minimo? Esposas e filhos devem ter o direito adquirido proprio deles e no seu tempo proprio tal como acontece na Nova Zelandia. Ainda bem que acabaram com a aposentadoria de Senadores que tivessem dois mandatos seguidos. Ainda bem que acabaram com aposentadoria especial para jornalistas.  O estado nao pode ter cara.

Todos aqueles que querem algo especial, diferente, tem que economizar dos ganhos mensais e/ou pagar aposentadoria complementar. No Brasil, o direito adquirido da aposentadoria, virou privilegio adquirido familiar, e assim a injustica continua, abafando coracoes e a alma do cidadao comum excluido do sistema. Nao somos escravos! A segunda abolicao tem que acontecer, e logo.

As abolições acontecem, vejam por exemplo, a obrigatoriedade do concurso público. Foi um ganho . Uma conquista! Sempre falo que o ingresso na carreira píblica via 'concurso público' rompeu com o sistema do empreguismo, nepotismo, e clientelismo. Antes de 1988, o estado era o trem da alegria do emprego e dos salarios facéis. Considero o concurso público hoje uma das nossas instituições mais fortes. Ele simplesmente ditou novas ordens, e remodelou o perfil do funcionário público. Lógico que está longe de ser uma maravilha pois as fraudes ainda existem. Alem disso, o concurso publico permite que muitos assumam cargos que detestam, trazendo prejuízos em termos de produtividade. Depois dos tres anos de período probatório, esses funcionários concursados (e frustrados) simplesmente se transformam em um monstro institucional com toda sua arrogância, prepotência, e incompetencia. Por que? Falta de afinidade com o cargo. Concurseiros de carreira são um risco de se transformarem nesses monstros. Aliás,  os monstros são raramente exonerados. A estabilidade na carreira pública é uma faca de dois gumes, é uma garantia pessoal, mas também, a garantia  de impunidade. Quais seriam os instrumentos para avaliar o desempenho e utilidade do funcionário público? Quais os limites para a sua arrogância? Deveria haver estabilidade ou essa deveria ser atrelada a produtividade?

Temos que romper com o sistema! Mas como? Com as urnas? Impossivel pois a cada pleito vemos que os bandidos continuam a roubar e a serem re-eleitos. É um rodizio de ladroes e de grupos que trabalham contra o nosso pais. Se voltam é porque o sistema está comprado e funcionando para eles. Se depender soh de urnas, nunca havera uma  mudanca real e concreta. Pressao popular é um dos meios. Conscientizacao seria outro caminho. E o fim do medo de se perder privilégios. Pois se vc. mesmo defende um direito adquirido que é um escandalo por si proprio, entao vc. nao tem o direito de reclamar do sistema, do alto indice de criminalidade. Olhe para o proprio rabo antes de xingar um politico ladrao. Se vc. é incapaz de abrir mao de privilegios, por que está condenando o outro, e pedindo pena de morte para ladrões moradores da favela?

Logicamente que qualquer um que esteja "chupando o erário", ou espera chupar, arranjará centenas de argumentos para que o sistema continue da forma como está, ou vai fazer de tudo para que se levem 100 anos para que as mudanças ocorram. Estes serão agéis em importar modelos que produzem as mesmas discrepâncias  na distribuição de renda. Que implantem modelos democráticas que permitam controle externo da gestão pública. O quarto poder não precisa ser o Poder Moderador implantado com a constituição de 1824, e reservado ao Deus-total (um Imperador). Falamos aqui de um modelo democrático com plebiscitos, gestão colegiada local e/ou regional composta de membros representando vários setores e segmentos, estamos falando assim da criação agências moderadoras multi-representativas, e, portanto, legítimas para identificar e eliminar abusos.

Reforcando: direito adquirido deve ser pessoal e instransferivel,  e ponto final. O estado nao pode ter cara, e ponto final. Desvio de dinheiro publico é crime hediondo passivel da mais alta punicao, e ponto final. A mudanca penal tem que comecar pelo alto escalao e nao com os bandidos do trafico e da favela, e ponto final. O exemplo comeca de cima. Se os figuroes e charlatoes do alto escalao permanecem impunes,  nao faz sentido esfolar o criminoso que pega um revolver para assaltar e matar. Minha duvida é se este assaltante ou matador eh vitima ou criminoso? Se bandidos do colarinho-branco nao sao presos por meter a mao na patrimonio publico, entao nao me restam duvidas: os bandido eh tambem uma vitima. Nao estou aqui defendendo misericordia e compaixao ao bandido cruel e ao assassino em serie. Nao ha perdao para eles como nao acato os argumentos e desculpas palidas dos mafiosos do congresso e de outros corpos governamentais.

As divindades dos tres poderes nao matam com revolveres mas matam geracoes (milhares) por negar a elas a chance da melhoria da qualidade de vida, melhoria da educacao, e da saude. Essas divindades vivem  no cinismo e egoismo, e soh querem uma coisa: continuar acumulando riqueza,  e que se foda o resto. Nao existe misericórdia para com estes pois nao são diferentes dos assassinos do menino Hélio.  Aliás, são piores. Tolerância zero com ladrão respeitado e com as crias tidas como deuses no Judiciario, Legislativo e Executivo.

A tecnologia da informação (i.e. a internet) deveria ser usada como instrumento de controle das instituições e das autoridades do país. Existem boas iniciativas como o website Transparência Brasil (www.transparencia.org.br) mas que ainda se mostram tímidas e com pouco acessos.  Somos nós que pagamos as contas e temos que saber o que tem sido feito. É preciso transparência no processo de administrar, de governar, de legislar, de decidir e, principalmente, na contabilidade, e na prestação de contas (em tempo real). Se o Judiciário não divulga o salário que cada um de seus funcionários ganha (nominativamente), levanta-se a suspeita de que há roubos e/ou acobertamento de escândalos. Se não estão roubando, se está tudo correto, por que esconder a contabilidade?  As instituições evitam divulgar holerites, balanços, contabilidade, e relatórios para que não se correr o risco de se descobrir os abusos. Lógico que prestam contas mas de uma forma muito criativa que muitas vezes nem Tribunal de Contas consegue descobrir as manobras.

Minha paciência e tolerância simplesmente desapareceram com a arrogância, cinismo e hipocrisia da turma dos privilégios. Tenho rechaços quando lembro do rosto de muitos deles. Todos aqueles que tem o poder de mudança mas permanecem surdos e mudos são os cínicos e hipócritas a serem condenados.

A insistência dessa gente, a insistência nas fraudes, nas extorsões, na corrupção, nos super-salários, a insistência em sistemas diferenciados para grupos de servidores, a relutância em se construir um país digno para os brasileiros, poderá cedo ou mais tarde nos levar a uma guerra civil. Se não me engano, o ministro Marco Aurélio (TSE) certa vez alentou em uma entrevista que uma mudança no sistema como querem, com corte de benefícios e redução de salários, somente ocorreria com muito derramamento de sangue. Ora, amém! A Europa foi palco sangrento na primeira e segunda guerras por causa da ganância, falta de diálogo (e flexibilidade) e na insistência de se manter um sistema injusto. Parte daquele continente teve que ser reconstruído das cinzas por culpa da insensatez. Rogo que no caso do Brasil um estalar de iluminismo traga momentos inspirações para as mudanças necessárias, e a justiça e o bom-senso reinem sem a necessidade de guerra civil ou de qualquer violência. O povo brasileiro é pacifico (mas também bobo alegre) mas a paciência está se esgotando. Não estou preconizando nada!  Exceto que o bem-estar da família brasileira sem apartheids - deva ser a prioridade. Exceto que o caminho é o fim dos abusos e a melhor distrubuição de renda. Não existem dois brasileiros. Não existem divindades. Que paguemos o mais alto preço para que a nação seja reconstruída com o resgate dos valores e da moral perdidos.  Queremos motivos para pensar com orgulho do Brasil. Repito: não é o rabo que abana o cachorro. Transparência! Justeza! Punição!

Minhas considerações,
Ismar Borges
Pesquisador acadêmico
Nova Zelândia
[email protected]

Autor: Ismar Lima


Artigos Relacionados


Cais De Partida

Gabriela

Enquanto Há Tempo.

O SilÊncio

Carente De Amor

O Poeta Virou Poesia

Seguir Adiante