Passagem de Plantão: Análise Deste Procedimento nas Unidades de Clínica Médica Cirúrgica



Resumo

Este é um estudo descritivo, exploratório, com método quantitativo e qualitativo, com delineamento não experimental e análise de dados através de freqüência absoluta e relativa, com apresentação de gráficos e categorias. Tem como objetivo verificar a eficácia na passagem de plantão (PP) e orientar a melhor forma deste procedimento. A PP é um mecanismo utilizado pela Enfermagem para assegurar a continuidade da assistência prestada, pois se transmitem informações entre os profissionais que terminam e os que iniciam o período de trabalho. A pesquisa foi realizada em uma instituição de saúde, na cidade de Santos, tipo hospitalar, de caráter filantrópico com atendimento ao Sistema Único de Saúde (SUS) e convênios, sendo os campos de pesquisa as unidades de clínica médica e cirúrgica (UCMC). A amostra foi constituída por 30 profissionais de enfermagem que aceitaram participar da pesquisa. Foi aplicado um formulário com 10 questões estruturadas, divido em duas partes, sendo a primeira com identificação da amostra e a segunda com dados referentes à PP e como ela é efetuada. Os resultados demonstraram que a maior freqüência dos profissionais de enfermagem que trabalham na UCMC era do sexo feminino, no que se refere aos tipos de interrupções que ocorrem durante a PP são: campainha, conversas paralelas, telefone, acompanhantes dos clientes; pois contribuem para uma execução do procedimento de forma inadequada da PP ocasionando em uma assistência prestada ao cliente com cuidados fragmentados. Palavras chaves: 1. Interrupções no plantão. 2. A importância do plantão. 3. Passagem de Plantão.

1 – INTRODUÇÃO

1.1 – O tema em estudo

O tema proposto para este projeto de pesquisa é passagem de plantão (PP).

A PPconstitui, portanto, um momento privilegiado para a análise ergonômica das exigências cognitivas do trabalho, especialmente para compreender como os enfermeiros regulam suas atividades de gestão de informação para responder às exigências do trabalho. Assim, a escolha dessa situação para uma análise mais aprofundada foi em função: a) da freqüência da situação; b) da interação entre os membros das equipes trabalho; e c) do papel que as informações representam nessa situação para a construção das estratégias operatórias dos enfermeiros que iniciam a jornada.(1)

A PP é um procedimento fundamental que garante a continuidade correta da assistência ao paciente, porém quando mal executada infelizmente pode trazer danos ao paciente. Deste modo a imagem da Equipe de Enfermagem (EE) é prejudicada, gerando problemas que poderiam ser prevenidos, se houvesse a comunicação interpessoal pelos profissionais.

A importância da comunicabilidade na enfermagem assume maiores proporções quando se leva em conta que o escopo desta é saber lidar com gente, é contribuir para a preservação e restauração da saúde, e é ter o devido respeito à vida na promoção de ações necessárias para mantê – la. (2)

Para haver uma PP adequada deve: ser realizada em local específico, todos os profissionais presentes relatando as intercorrências sem nenhum tipo de interrupção.

A PP deve ser objetiva, rápida e priorizar as informações de intercorrências e observações que fizeram parte da assistência prestada ao cliente.

A Enfermeira deve coordenar a PP e se possível ter todos os membros da EE presentes.

A finalidade da PP é fornecer informações e efetuar a comunicação adequada entre os membros da EE, esta comunicação poder ser escrita através do prontuário do cliente nas anotações de enfermagem, pois haverá todas as informações necessárias que todos da EE necessitam obter.

1.2 - Justificativa

O que nos levou a escolher este tema é por se tratar de um procedimento polêmico e de ter uma importância fundamental na assistência prestada ao cliente. Discutir este tema é importante porque tal procedimento é efetuado cotidianamente, mas em alguns momentos da passagem, são omitidas ou esquecidas as informações a respeito dos cuidados prestados ao nosso cliente. Com esse estudo poderemos contribuir para o tratamento eficaz de cada paciente, pois cada indivíduo possui suas necessidades específicas e que se deve dar a maior importância por parte da EE.

1.3 – Problema / Hipótese

Temos observado diante das nossas práticas clínicas nas instituições, a falta de comunicação interpessoal entre as equipes de enfermagem. Pois devido à problemas de déficits técnico e científico, a PP pode não ser realizada adequadamente; prejudicando a assistência de enfermagem. Portanto os cuidados que são prestados aos pacientes, podem ser fragmentados pela deficiência da PP. Mediante a esta situação questionamos:

A PP é suficiente para a EE? O tempo é adequado? O ambiente é adequado?

As hipóteses existentes são que fatores como: telefones, campainhas, local inadequado, atrasos e a falta de atenção de determinados profissionais, levam a uma execução do procedimento de forma inadequada. E que se forem tomados alguns cuidados, isso pode ser evitado.

1.4 – Revisão de Literatura

1.4.1 – O Processo de Comunicação na Enfermagem

A comunicação é uma troca complexa de pensamentos, idéias ou informações em, pelo menos, dois níveis: verbal e não verbal. A comunicação tem início, então, no momento em que duas ou mais pessoas percebem a presença umas das outras. Entretanto, o que acontece quando os pensamentos, as idéias e as informações trocadas não têm o mesmo significado para o emissor e o receptor da mensagem? O que ocorre se a mensagem verbal e não verbal não são coerentes? Há comunicação se uma idéia é transmitida, mas não é traduzida em ação? (3)

Em toda comunicação existe, um emissor, um receptor e uma mensagem. Também há um modo ou meio pelo qual a mensagem é enviada, a saber, verbal, escrito ou não verbal. Há ainda um clima interno e um externo na comunicação. Um clima interno inclui valores, sentimentos, temperamento e níveis de estresse do emissor e do receptor. Condições atmosféricas, temperatura, momento certo e ambiente da organização são partes do clima externo. (3)

A clareza de uma mensagem é bastante afetada pela forma de comunicação empregada. Pesquisas realizadas por Parker e Coiera (2000) sugerem que funcionários clínicos de hospitais tendem a usar, basicamente, modos sincrônicos de comunicação, como telefonemas e encontros face a face com colegas, mesmo quando esses canais não são eficientes. A comunicação sincrônica ainda contribui para um ambiente de trabalho com muitas interrupções, aumentando o potencial de erros clínicos. (3)

Quanto mais direta a comunicação, maior a probabilidade de ela ser clara. (3)

Sem comunicação, não existe trabalho, não existe relacionamento humano e, portanto, não há grupo, organização e sociedade. A comunicação está presente em todos os momentos e em todas as atividades. (4)

É indiscutível a necessidade e a importância de um sistema de informação que propicie, a todos os elementos da EE, informações necessárias ao desenvolvimento de assistência. Assim sendo, o sistema de informação em enfermagem viabiliza o processo de comunicação entre os membros da equipe de enfermagem, entre os integrantes da equipe de saúde e a clientela. Daí decorre a sua grande importância, pois é o elo que permite a integração com todos os profissionais. (4)

Recebendo informações os indivíduos que ocupam cargos de chefia conhecem e têm oportunidade de saber o que está acontecendo. Estas comunicações devem ser regulares, periódicas, para se ter a idéia do todo e da continuidade. (4)

Estão incluídos aqui os relatórios, as anotações de enfermagem no prontuário do paciente.

Os elementos que compõem esse sistema são:

·Fonte: é o primeiro elemento do processo. É a pessoa que tem a idéia, o pensamento, a informação que necessitam ser enviados. São os elementos da equipe de enfermagem que possuem as informações necessárias à assistência.

·Mensagem: é o conteúdo da informação, e transmite-se pelo uso de sinais e símbolos, que podem ser verbais e não-verbais.

·Meio (canal): é o instrumento utilizado para transmitir a mensagem.

·Receptor: é a pessoa que recebe a informação. Este elemento deve estar sempre presente, para que haja comunicação. Se a mensagem atinge de modo a provocar ou não resposta, isso depende de um outro fator.

·Decodificação da mensagem: é a tradução dos símbolos para a compreensão da mensagem. Depende dos fatores de influência cultural, psicológica, regional, que podem dar sentindo diferente à idéia original da fonte.

·Feedback ou retroalimentação: é o retorno à fonte, demonstrando a resposta ao estímulo recebido e provocando novos estímulos. (4)

1.4.2 – Equipe de Enfermagem

A enfermagem em equipe foi criada na década de 1950 na tentativa de reduzir os problemas associados à organização dos cuidados do paciente. Muitos acreditavam que, apesar de ainda haver carência de enfermeiros, era preciso desenvolver um sistema de cuidados do paciente que reduzisse o cuidado fragmentado que acompanhava a enfermagem funcional. (3)

A enfermeira é responsável por conhecer as condições e as necessidades de todos os pacientes designados à equipe e por planejar os cuidados individualizados. (3)

Na EE, os funcionários auxiliares e técnicos de enfermagem colaboram na assistência prestada a um grupo de clientes, sob a direção de um enfermeiro. (3)

A EE possibilita que cada membro contribua com suas habilidades e com seus conhecimentos especializados. (3)

Para que a EE seja eficaz, o enfermeiro deve ter habilidades de comunicação, organização, administração e liderança, além de ser excelente profissional em sua função. (3)

1.4.3 – Passagem de Plantão

1.4.3.1 – Definição

Segundo Nogueira apud Siqueira (6) a PP é um mecanismo utilizado pela Enfermagem para assegurar a continuidade da assistência prestada. (5)

Na PP acontece a transmissão de informações entre os profissionais que, terminam e os que iniciam o período de trabalho. Abordam sobre o estado dos pacientes, tratamentos, assistência prestada, intercorrências, pendências e situações referentes a fatos específicos da unidade de internação que merecem atenção.

Neste processo podem-se adotar várias formas de comunicação, entretanto, as formas verbal e escrita são as mais comuns, destacando-se a verbal. (6)

1.4.3.2 – Importância

O Plano de PP faz a revisão das anotações ocorridas no plantão anterior. Nesta análise consegue priorizar as pendências, identificar os casos graves e identificar a necessidade de condutas imediatas. Já, cerca de 30 minutos antes do término, o enfermeiro, novamente, reunido com cada auxiliar, avalia os procedimentos e as anotações realizadas no turno. As ações que estão em andamento ou as que não puderam ser concretizadas são transferidas para o próximo turno e registradas como pendências no Plano de PP, além de observações importantes sobre cada paciente. (6)

1.4.3.3 – Anotação de Enfermagem

A finalidade da anotação de enfermagem é, essencialmente, fornecer informações a respeito da assistência prestada, de modo a assegurar a comunicação entre os membros da EE, e assim garantir a continuidade das informações nas 24 horas, o que é indispensável para a compreensão do paciente de modo global. Desta forma, entendemos que isso estabelece a segurança requerida, tanto para a EE como para o paciente. (7)

1.4.3.4 – Locais e Componentes da Passagem de Plantão

A estratégia da execução da PP é sob forma de reunião no posto de enfermagem, da qual participam os auxiliares de enfermagem e os enfermeiros do turno que iniciam e que terminam o período de trabalho. Os auxiliares de enfermagem relatam sobre o período, pautando a assistência prestada, enquanto os enfermeiros realizam complementações. (6)

1.4.3.5 – Conteúdo da Passagem de Plantão

O objetivo da PP é informar todos os membros da equipe, sobre os pacientes internados, mesmo sabendo-se que cada um será responsável, apenas, por uma parcela deles. Acredita-se que isto contribua para o conhecimento de todos os pacientes, melhorando a presteza nas respostas e no atendimento por qualquer membro da equipe. (6)

2- OBJETIVOS

2.1 - Geral

Verificar a eficácia na PP e orientar a melhor forma deste procedimento.

2.2 - Específicos

  • Identificar os fatores que contribuem para o procedimento inadequado;
  • Fornecer orientações sobre a PP aos profissionais de Enfermagem.

3 – MATERIAL E MÉTODO

3.1 – Tipo de pesquisa

Este é um estudo descritivo, exploratório, com método quantitativo e qualitativo, com delineamento não experimental.Optou-se pelo método quantitativo e qualitativo porque este é o mais adequado para analisar a eficácia da Passagem de Plantão.

O Método Quantitativo é muito utilizado no desenvolvimento das pesquisas descritivas, na qual se procura descobrir e classificar a relação entre variáveis, assim como na investigação da relação de causalidade entre os fenômenos: causa e efeito. (8)

O Método Qualitativo é utilizado, pois possui a facilidade de poder descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no processo de mudança, criação ou formação de opiniões de determinado grupo e permitir em maior grau de profundidade a interpretação das particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivíduos. (8)

3.2 – Local do estudo

O estudo foi realizado em uma instituição de saúde, tipo Hospitalar, de caráter filantrópico com atendimento ao SUS (Sistema Único de Saúde) e convênios. Foram campos de pesquisa as unidades de clínica médica e cirúrgica.

3.3 – População e Amostra

Foram consultados os seguintes profissionais de saúde: 10 enfermeiros e 20 auxiliares de enfermagem, que aceitaram participar da pesquisa.

3.4 – Coleta de dados

3.4.1 - Procedimento

Após o aceite da Instituição (Apêndice A), os dados foram coletados dia 27/05/2008 das 06h30min às 23h30min.

A pesquisa foi realizada com todos os profissionais da equipe de enfermagem que estiveram dentro das nossas exigências, que aceitaram participar da pesquisa e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (Apêndice B).

3.4.2 - Instrumento

Foi aplicado um formulário (Apêndice C), contendo 10 questões estruturadas. O formulário era composto de duas partes, a primeira parte com dados de identificação da amostra como: sexo, idade, função, jornada de trabalho e experiência profissional. A segunda parte com dados referentes à PP e como ela é efetuada.

3.4.3 – Aspectos éticos

A pesquisa foi realizada com todos os profissionais da equipe de enfermagem que estiveram dentro das nossas exigências, que aceitaram participar da pesquisa e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (Apêndice B), conforme a Resolução 196/96 do Ministério da Saúde, para pesquisas que envolvem seres humanos.

3.4.4 – Critérios de exclusão

Foi caracterizado como critério de inclusão e exclusão:

Inclusão: Os profissionais de saúde que estavam em plena atividade profissional e que executavam a PP.

Exclusão: Os profissionais que não realizavam a PP ou que se recusaram a participar da pesquisa.

3.5 – Tratamento e análise dos dados

A análise dos dados foi feita através de freqüência absoluta e relativa, com apresentação de gráficos e categorias.

4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 - Parte I – Identificação da amostra

Gráfico 1 - Distribuição da freqüência das respostas referente à identificação do sexo, Santos, 2008.

O gráfico 1 identifica que 90,0% dos entrevistados são do sexo feminino, enquanto 10,0% são do sexo masculino.

Gráfico 2 - Distribuição da freqüência das respostas referente à idade, Santos, 2008.

O gráfico 2 identifica que as pessoas entrevistadas são: 50,0% de 27 a 35 anos, 15,0% de 36 a 41 anos, 15,0% de 42 a 56 anos e 20,0% de 21 a 26 anos.

Gráfico 3 - Distribuição da freqüência das respostas referente à função, Santos, 2008.

O gráfico 3 identifica que as pessoas entrevistadas: 20,0% enfermeiras e 80,0% auxiliares de enfermagem. Marques, Huston (3) relatam que os auxiliares colaboram no oferecimento de cuidados a um grupo de pacientes sob a direção de uma enfermeira. A enfermeira é responsável por conhecer as condições e as necessidades de todos os pacientes designados à equipe e por planejar os cuidados individualizados.

Gráfico 4 - Distribuição da freqüência das respostas referente à jornada de trabalho, Santos, 2008.

O gráfico 4 identifica que as pessoas entrevistadas efetuam as seguintes jornadas de trabalho: 50,0% 6 horas, 35,0% 12x36 horas e 15,0% 8 horas.

Gráfico 5 - Distribuição da freqüência das respostas referente ao tempo de formação, Santos, 2008.

O gráfico 5 identifica que as pessoas entrevistadas dispõem do tempo de formação: 65,0% até 5 anos, 25,0% de 5 a 15 anos e 10,0% de 25 a 35 anos.

4.2 - Parte II - Questionário

Gráfico 6 - Distribuição da freqüência das respostas referente ao conteúdo da passagem de plantão ser suficiente, Santos, 2008.

O gráfico 6 identifica que as pessoas entrevistadas responderam: 20,0% não e 80,0 % sim. Siqueira, Kurcgant (6) relatam que o conteúdo da PP é informar todos os membros da equipe, sobre os pacientes internados, mesmo sabendo-se que cada um será responsável, apenas, por uma parcela deles. Acredita-se que isto contribua para o conhecimento de todos os pacientes, melhorando a presteza nas respostas e no atendimento por qualquer membro da equipe.

Gráfico 7 - Distribuição da freqüência das respostas ao que se refere prestar bem a atenção às informações recebidas, Santos, 2008.

O gráfico 7 identifica que as pessoas entrevistadas referem que: 15,0% não conseguem prestar bem a atenção, enquanto 85,0% conseguem. Siqueira, Kurcgant (6) relatam que na PP acontece à transmissão de informações entre os profissionais que, terminam e os que iniciam o período de trabalho. Abordam sobre o estado dos pacientes, tratamentos, assistência prestada, intercorrências, pendências e situações referentes a fatos específicos da unidade de internação que merecem atenção.

Gráfico 8 - Distribuição da freqüência das respostas ao que refere o local da passagem de plantão contribuir para o armazenamento das informações, Santos,2008.
O gráfico 8 identifica que as pessoas entrevistadas relatam que os locais da passagem de plantão para o armazenamento das informações são: 20,0% não contribuem, 15,0% o espaço é insuficiente e 65,0% sim contribui. Siqueira, Kurcgant (6) relatam que a estratégia da PP é realizada sob forma de reunião no posto de enfermagem. Marques, Huston (3) relatam que há ainda um clima interno e um externo na comunicação. Um clima interno inclui valores, sentimentos, temperamento e níveis de estresse do emissor e do receptor. Condições atmosféricas, temperatura, momento certo e ambiente da organização são partes do clima externo.

Gráfico 9 - Distribuição da freqüência das respostas referente a equivalência da eficácia da passagem escrita e verbal, Santos, 2008.

O gráfico 9 identifica que as pessoas entrevistas responderam sobre a eficácia da passagem: 50,0% escrita e 50,0% verbal. Marques, Huston (3) relatam que a comunicação é uma troca complexa de pensamentos, idéias ou informações em, pelo menos, dois níveis: verbal e não – verbal. Siqueira, Kurcgant (6) relatam que as formas verbal e escrita são as mais comuns, destacando – se a verbal. Ciamciarullo, Gualda, Melleiro, Anubuki (7) relatam que a finalidade da anotação de enfermagem é, essencialmente, fornecer informações a respeito da assistência prestada, de modo a assegurar a comunicação entre os membros da EE, e assim garantir a continuidade das informações nas 24 horas.

Gráfico 10 - Distribuição da freqüência das respostas referente à passagem de Plantão sobre a qual forma que se consegue realizar: verbal ou escrita, Santos, 2008. O gráfico 10 identifica que as pessoas entrevistas relatam que: 50,0% passam o plantão verbalmente e 50,0% passam de forma escrita. Marques, Huston (3) relatam que a comunicação tem início, então, no momento em que duas ou mais pessoas percebem a presença umas das outras. Em toda comunicação existe, um emissor, um receptor e uma mensagem. Também há um modo ou meio pelo qual a mensagem é enviada, a saber, verbal, escrito ou não verbal.

Gráfico 11 - Distribuição da freqüência das respostas sobre se há uma boa comunicação entre as equipes de enfermagem nos diferentes turnos, Santos, 2008.

O gráfico 11 identifica que as pessoas entrevistadas responderam que a comunicação entre as equipes é: 50,0% sim, 20,0% não e 30,0% parcialmente. Marques, Huston (3) relatam que quanto mais direta a comunicação maior a probabilidade de ela ser clara. Kurcgant, Cunha, Massarollo, Ciampone, Silva, Castilho, et al (4) relatam que sem comunicação, não existe trabalho, não existe relacionamento humano e, portanto, não há grupo, organização e sociedade. A comunicação está presente em todos os momentos e em todas as atividades. É indiscutível a necessidade e a importância de um sistema de informação que propicie, a todos os elementos da EE, informações necessárias ao desenvolvimento de assistência.

Gráfico 12 - Distribuição da freqüência das respostas sobre se todos os funcionários da equipe de enfermagem participam da PP, Santos, 2008.

O gráfico 12 identifica que as pessoas entrevistadas relatam que: 15,0% participaram 20,0% não participaram e 65,0% alguns participaram. Siqueira, Kurcgant (6) relatam que participam os auxiliares de enfermagem e os enfermeiros do turno que iniciam e que terminam o período de trabalho. Os auxiliares de enfermagem relatam sobre o período, pautando a assistência prestada, enquanto os enfermeiros realizam complementações.

Gráfico 13 - Distribuição da freqüência das respostas sobre os tipos de interrupções que ocorrem durante a PP, Santos, 2008.

O gráfico 13 identifica que as pessoas entrevistadas relatam que: 30,0% Telefone, 25,0% Campainha, 25,0% Acompanhantes dos Clientes e 20,0% conversas paralelas. Marques, Huston (3) relatam que a comunicação sincrônica ainda contribui para um ambiente de trabalho com muitas interrupções, aumentando o potencial de erros clínicos.

Gráfico 14 - Distribuição da freqüência das respostas referente à assistência prestada ao cliente, se algum cuidado ou informação foi omitido na PP, Santos, 2008.

O gráfico 14 identifica que as pessoas entrevistadas responderam que: 45,0% sim, 40,0% parcialmente e 15,0% não. Siqueira, Kurcgant (6) relatam que o Plano de PP faz a revisão das anotações ocorridas no plantão anterior. Nesta análise consegue priorizar as pendências, identificar os casos graves e identificar a necessidade de condutas imediatas. As ações que estão em andamento ou as que não puderam ser concretizadas são transferidas para o próximo turno e registradas como pendências no Plano de PP, além de observações importantes sobre cada paciente.

4.3 - Categorias – Análise das respostas distribuídas e categorias.

4.3.1 - Categoria de Análise I: Importância da passagem de plantão.

"É importantíssima, através dela é obtido e transmitido, todas as informações do paciente por isso deve ter a participação de toda equipe". Enfermeira, 30 anos, com 4 anos de formação e jornada de trabalho de 36horas (hs) semanais.

"É extremamente importante para iniciar um plantão ciente de toda a história do paciente para estarmos bem preparados para o plantão". Auxiliar de Enfermagem (sexo: feminino), 26 anos, com 4 anos de formação e jornada de trabalho de 36hs semanais.

Observamos nesta categoria que houve maior índice, pois todos os entrevistados relataram que a PP têm muita importância para o sucesso da assistência prestada ao cliente.

4.3.2 - Categoria de Análise II: Continuidade da assistência ao cliente.

"É de grande importância, pois com ela conseguimos dar continuidade nos serviço com maior agilidade evitando assim contratempos durante emergência e as intercorrências". Enfermeira Assistencial, 25 anos, com formação de 3anos e jornada de trabalho de 36hs semanais.

"PP é uma comunicação entre os colegas de enfermagem para dar continuidade ao serviço prestado ao cliente. Com certeza é um meio muito importante entre o médico, cliente e colegas de trabalho". Auxiliar de Enfermagem (sexo: feminino), 22 anos, com 6 anos de formação e jornada de trabalho de 36hs semanais.

Notamos que a maioria dos profissionais relata que para haver qualidade e humanização na assistência prestada ao paciente, devem estar interagindo em equipe com um único objetivo, que é dar à continuidade a assistência prestada visando o bem estar do paciente.

4.3.3 - Categoria de Análise III: Informações das intercorrências durante o plantão.

"No meu conceito tanto a passagem de plantão verbal quanto a escrita é de grande valor, pois uma completa a outra; porém, a escrita é o nosso respaldo. Através da PP informamos fatos ocorridos durante o período de trabalho; fazemos avaliação do paciente como um todo, afim de adotar medidas para melhor atendê-lo; além de pendências as quais ficam para serem resolvidas (como falta de material; pedidos de exames para encaminhar; etc.)". Enfermeira Assistencial, 35 anos, com 5 anos de formação e jornada de trabalho de 36hs semanais.

"É muito importante, pois você fica por dentro do que está acontecendo com seus pacientes e intercorrências que aconteceram no plantão anterior". Auxiliar de Enfermagem (sexo: feminino), 22 anos, com 4 anos de formação e jornada de trabalho de 36hs semanais.

Observamos que nesta categoria os entrevistados relatam que, todos do plantão devem estar atentos aos acontecimentos e as intercorrências, deste modo haverá uma interação na equipe com mais habilidade e agilidade no processo de cuidar.

4.3.4 - Categoria de Análise IV: Comunicação entre as equipes nos diferentes turnos.

"Sim, é importante. Acredito que a PP escrita possui mais fidedignidade por ser um documento e já a verbal, a partir do momento que não foi documentado e o colega em questão estava displicente, fica a palavra de um contra a te outro. Acredito que detalhes do setor (como materiais, consignados...) devem ser verbalizados, mas sobre os pacientes o primordial é a escrita". Enfermeira Assistencial, 27 anos, com 6 anos de formação e jornada de trabalho de 36hs semanais.

"A minha visão sobre a PP é a seguinte: é a hora em que há uma comunicação entre os colegas, sobre informações dos pacientes. É tão importante quanto ao procedimento de enfermagem".Auxiliar de Enfermagem (sexo: feminino), 50 anos, com 30 anos de formação e jornada de trabalho de 36hs semanais.

Notamos que a maioria relatou que a comunicação é essencial para todos obterem as informações necessárias do plantão e dos pacientes, no entanto havendo esta comunicação, haverá um bom desempenho na assistência e na relação interpessoal entre as equipes.

4.3.5 - Categoria de Análise V: Interrupções e locais inadequados.

"Passagem de plantão é muito importante, para ter uma visão geral da situação, até mesmo para prevenção da equipe e qual será a melhor assistência prestada. Ela deve ser passada o mais claro possível, sem interrupção". Enfermeira, 35 anos, com formação de 2 anos e jornada de trabalho de 36hs semanais.

"É de fundamental importância, porém o local e as interrupções são as principais causas da falta de atenção". Auxiliar de Enfermagem (sexo: feminino), 28 anos, com 10 anos de formação e jornada de trabalho de 36hs semanais.

Observamos que a maioria dos profissionais relatou que as interrupções e os locais inadequados não contribuem para que o procedimento da PP seja efetuado corretamente, havendo ruídos na comunicação entre a PP.

4.3.6 - Categoria de Análise VI: Falta de atenção.

"Sim, extremamente importante, porém os profissionais, muitas vezes, ignoram essa importância devido à falta de conscientização durante o período de formação". Enfermeira, 34 anos, com 3 anos de formação e jornada de trabalho de 8hs semanais.

"Muito importante, por isso que a atenção deve estar voltada para a passagem de plantão, na troca dos turnos". Auxiliar de Enfermagem (sexo: feminino), 31 anos, com 2 de formação e jornada de trabalho de 36hs semanais.

Notamos que os profissionais relataram que devido aos compromissos particulares (como por exemplo: as obrigações com a família, outro emprego ou estudos), contribuem para o déficit da PP dificultando a comunicação entre o emissor e o receptor.

4.4 - Discussão

Observamos que os profissionais da equipe de enfermagem entrevistados são 90,0% do sexo feminino e 10,0% do sexo masculino.

Notamos em nossa amostra de entrevistados, que o maior índice foi o feminino, dominando praticamente o nosso total de entrevistados.

Referente à idade observamos que: 50,0% têm de 27 a 35 anos; 20,0% têm de 21 a 26 anos; 15,0% têm de 36 a 41 anos; 15,0% têm de 42 a 56 anos.

Observamos que há uma demanda de profissionais mais jovens na faixa etária de 20 a 30 anos.

Relacionado à função das pessoas entrevistadas, 20,0% são enfermeiras e 80,0% são auxiliares de enfermagem.

A prática profissional do enfermeiro deve prender-se à assunção da função gerencial centrada na assistência ao paciente, a qual será norteada pela compreensão e pelo conhecimento do paciente como pessoa, e de suas necessidades específicas. Este conhecimento orientará as ações do enfermeiro no sentido de implementar a assistência de enfermagem que os pacientes necessitam.(9)

A enfermeira tem a autonomia na liderança da EE, pois designa os cuidados específicos de cada paciente tendo uma visão mais esclarecida sobre a assistência de enfermagem. Com este conhecimento os cuidados não se tornam fragmentados e não haverá nenhum constrangimento tanto para os pacientes e a EE.

A liderança faz a diferença nos processos de trabalho e nos resultados obtidos pelas equipes de enfermagem. Portanto, os enfermeiros precisam atualizar competências para excelência. (11)

A enfermeira que faz uma administração adequada nos cuidados de cada paciente conseguirá ter mais resultados positivos tanto na EE como na assistência de enfermagem; deste modo não sobrecarregará os seus profissionais.Portanto haverá: comunicação, harmonia e uma satisfatória qualidade de trabalho em EE.

O AE (auxiliar de enfermagem) tem a prerrogativa de atuar na grande maioria dos procedimentos técnicos de enfermagem sob a supervisão de profissional de nível superior. Atualmente, apesar das diferenças significativas existentes nos hospitais, o pessoal de enfermagem com nível superior trabalha em tarefas técnicas e gerenciais, chefiando grupos de auxiliares e, mais recentemente, de técnicos de enfermagem, sendo que o técnico tem um nível maior de escolaridade e de especialização que o auxiliar. (10)

Notamos que os AE são profissionais essenciais e fundamentais para a realização dos cuidados prestados aos pacientes, logicamente com a supervisão da enfermeira.

Quando os AE e a enfermeira trabalham em sintonia há um excelente trabalho em EE, pois um complementa o trabalho do outro. Pois cada um exerce a sua função sem invadir o espaço profissional do outro.

Os enfermeiros líderes agregam valor às equipes e as organizações, pois as conquistam, capacitando – nas e levam – nas a superar desafios e alcançar as metas institucionais. (11)

Observamos no decorrer das nossas práticas clínicas que a enfermeira que têm habilidade em comunicar-se com os AE, propícia harmonia e cooperação de todos os profissionais, visando um único objetivo: o bem estar, físico, psíquico e social de cada profissional e paciente.

A comunicação entre a EE durante a PP nos diferentes turnos é: fundamental e importante, pois é o momento de uma troca complexa de informações e intercorrências durante os acontecimentos que ocorreram no plantão, como: exames que foram realizados, ausência de eliminações fisiológicas ou até mesmo uma solicitação de procedimentos que a equipe médica prescreveu.

A PP tem como objetivo assegurar o fluxo de informações entre as equipes de enfermagem nos diferentes turnos, que se sucedem no período de 24hs. Pode ser considerado um elo no processo de trabalho da enfermagem com o turno subseqüente. É essa ligação que assegura a continuidade da assistência. (12)

Quanto mais objetiva e clara for à realização da PP, seja oral ou escrita será melhor a assistência prestada ao paciente.

Na jornada de trabalho encontram – se 50,0% efetuam 36 horas semanais; 35,0% efetuam 12x36 horas; 15,0% efetuam 8 horas.

Diante do tempo de formação os profissionais dispõem: 5 anos de formação 65,0%; de 5 anos a 15 anos de formação 25,0%; de 25 a 35 anos de formação 10,0%.

Mediante a nossa pesquisa acadêmica, notamos que a maioria dos profissionais tem pouco tempo de formação e experiência profissional.

Com relação ao conteúdo da PP ser suficiente, a maioria dos profissionais relata que o conteúdo é suficiente 80,0% enquanto 20,0% relataram não ser suficiente.

Decorrente a atenção das informações recebidas, os profissionais relatam que: 15,0% não conseguem prestar atenção; 85,0% conseguem prestar atenção.

Mediante ao local da PP contribuir para o armazenamento das informações fornecidas, os profissionais relatam que: 20,0% não contribuem; 15,0% o espaço é insuficiente; 65,0% sim contribuem.

O turno que receber o plantão deve chegar pelo menos 10 minutos antes, no momento da PP não deve haver brincadeiras e uso de gírias e o tom de voz deve ser baixo. (12)

Neste estudo observou – se que o local não é adequado, o espaço é insuficiente para o armazenamento das informações fornecidas. O posto de enfermagem pode ser um local para PP desde que, não ocorram interrupções, ruídos na comunicação (telefone, campanhia, acompanhantes e conversas paralelas) e que todo o membro da equipe participe, mas, porém há essas interrupções na troca da PP; pois todas fazem parte do cotidiano hospitalar.

A estratégia da PP é realizada sob forma de reunião no posto de enfermagem. Marques, Huston (3) relatam que há ainda um clima interno e um externo na comunicação. Um clima interno inclui valores, sentimentos, temperamento e níveis de estresse do emissor e do receptor. Condições atmosféricas, temperatura, momento certo e ambiente da organização são partes do clima externo. (6)

Em relação da PP escrita com a PP verbal, os profissionais responderam que: 50,0% relatam eficácia na escrita; 50,0% relatam eficácia na verbal.

Observamos em nossas práticas clínicas durante a nossa graduação que há mais PP escrita do que verbal, pois devido às razões particulares como, por exemplo: falta de consciência dos profissionais, obrigações com filhos e serviços do lar, outro emprego ou estudos, porém muitos profissionais relataram que a escrita é um respaldo sobre a assistência prestada ao cliente.

A comunicação é uma troca complexa de pensamentos, idéias ou informações em, pelo menos, dois níveis: verbal e não – verbal. (3) As formas verbal e escrita são as mais comuns, destacando – se a verbal. (6) A finalidade da anotação de enfermagem é, essencialmente, fornecer informações a respeito da assistência prestada, de modo a assegurar a comunicação entre os membros da EE, e assim garantir a continuidade das informações nas 24 horas. (7)

Verificamos que os profissionais entrevistados relatam que: 50,0% passam plantão verbalmente; 50,0% passam plantão de forma escrita.

Notamos que alguns têm mais habilidade na escrita e outros têm mais habilidade verbalmente. No entanto ambas tem a sua importância e característica, mas a de forma escrita contém mais detalhes, valores e procedimentos para prosseguir a assistência.

A comunicação tem início, então, no momento em que duas ou mais pessoas percebem a presença umas das outras. Em toda comunicação existe, um emissor, um receptor e uma mensagem. Também há um modo ou meio pelo qual a mensagem é enviada, a saber, verbal, escrito ou não verbal. (3)

Referente à comunicação entre as equipes os profissionais responderam que: 50,0% sim, há comunicação; 20,0% não há comunicação; 30,0% parcialmente.

Observamos que na realidade há ruídos na comunicação, como: o telefone que necessita ser atendido, pois se pode estar aguardando um resultado de exame ou vaga de um setor solicitado pelo médico; a campainha que é acionada por algum paciente ou acompanhante necessitando de alguma assistência de enfermagem ou até mesmo conversas paralelas entre os profissionais da EE.

Quanto mais direta a comunicação maior a probabilidade de ela ser clara. (3) Sem comunicação, não existe trabalho, não existe relacionamento humano e, portanto, não há grupo, organização e sociedade. A comunicação está presente em todos os momentos e em todas as atividades. É indiscutível a necessidade e a importância de um sistema de informação que propicie, a todos os elementos da EE, informações necessárias ao desenvolvimento de assistência. (4)

A comunicação entre a EE é primordial na continuidade da assistência prestada ao cliente.

Decorrente a participação da PP: 15,0% dos funcionários participam; 20,0% não participam; 65,0% alguns funcionários participam.

O estudo ocorreu no momento da PP, e notamos que realmente não são todos os funcionários que participam, devido aos procedimentos e tarefas que cada profissional assume para realizar.

Participam os auxiliares de enfermagem e os enfermeiros do turno que iniciam e que terminam o período de trabalho. Os auxiliares de enfermagem relatam sobre o período, pautando a assistência prestada, enquanto os enfermeiros realizam complementações. (6)

Observamos que as enfermeiras participam na PP, mas nem todos as AE têm a disponibilidade de participarem devido aos cuidados prestados aos pacientes, pois há algumas intercorrências com o plantão.

Dentre as interrupções que ocorrem durante a PP, os profissionais relatam: 30,0% telefone; 25,0% campanhia; 25,0% acompanhantes dos clientes; 20,0% conversas paralelas.

Com relação às interrupções citadas, presenciamos todas estas interrupções no dia da coleta e da entrevista com os profissionais.

A comunicação sincrônica ainda contribui para um ambiente de trabalho com muitas interrupções, aumentando o potencial de erros clínicos. (3) Observou – se sobre a omissão da assistência prestada ao cliente que: 45,0% omitiram algum cuidado ou informação; 40,0% parcialmente; 15,0% não omitiram. Portanto mediante as ocorrências que observamos e presenciamos há omissões na assistência prestada ao cliente podendo ser fragmentada e ineficaz ao paciente.

O Plano de PP faz a revisão das anotações ocorridas no plantão anterior. Nesta análise consegue priorizar as pendências, identificar os casos graves e identificar a necessidade de condutas imediatas. As ações que estão em andamento ou as que não puderam ser concretizadas são transferidas para o próximo turno e registradas como pendências no Plano de PP, além de observações importantes sobre cada paciente. (6)

Referente aos relatos dos profissionais entrevistados observa que: a PP é extremamente importante para obter e transmitir as informações do paciente; para que haja qualidade e agilidade na continuidade da assistência ao cliente; as informações escrita e verbal são complementos uma da outra; deve haver uma comunicação interpessoal entre as equipes nos diferentes turnos, para que não ocorram omissões nos procedimentos; as interrupções e os locais inadequados são as principais causas da falta de atenção.

5 – CONCLUSÃO

No projeto foi descrito que estaríamos realizando a nossa pesquisa acadêmica nas unidades de clínica médica e cirúrgica, mas, porém no dia e horário marcados a enfermeira do departamento de enfermagem de ensino solicitou que realizássemos com as (os) enfermeiras (os) dos seguintes setores: unidade de terapia intensiva pediátrica; centro cirúrgico; unidade de terapia intensiva adulto I e II; unidade coronária; enfermarias: 2º A, 3° C e 4º J. Portanto com os auxiliares de enfermagem conseguimos realizar nas unidades citadas no projeto.

Quando estávamos realizando a pesquisa informamos aos profissionais que era garantido o anonimato, mas, porém os mesmos não colocaram nem as inicias do seu nome, por isso que nas categorias de análises não há as inicias dos participantes.

Concluímos mediante a nossa pesquisa acadêmica que para haver uma qualidade no atendimento ao cliente, todos os profissionais da EE devem cooperar na assistência de enfermagem, tendo como prioridade a comunicação interpessoal entre os diferentes turnos, pois através desta conduta não haverá nenhum constrangimento, tanto para os pacientes, quanto para a EE e principalmente, os cuidados não se tornarão fragmentados.

As informações são primordiais sobre o quadro clínico geral do paciente, como: tratamentos, pendências ou intercorrências do plantão são transmitidas na PP, pois haverá uma continuidade na assistência prestada.

Portanto a PP é importantíssima para a EE e para o processo de enfermagem, pois as informações escritas e verbais são respaldos para o profissional.

Notamos que os alguns AE não participavam no momento da PP, devido às interrupções como, por exemplo: procedimentos de enfermagem, telefones ou campanhias que solicitavam atendimento imediato.

A PP deve ser rápida, clara, objetiva e priorizar as informações e observações gerais do plantão, pois todos os membros da EE são responsáveis pelo plantão.

6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

(1)Pinho DL, Abrhão IJ, Ferreira CM. As Estratégias Operatórias e a Questão da Formação no Trabalho de Enfermagem ao Contexto Hospitalar. Rev. latino am. enfermagem vol. 11 Rio Preto mar / abril. 2003 (acesso em 2008 fevereiro 28). 22h18min. Disponível em http: //www.scielo.br

(2)Daniel FL. Atitudes Interpessoais em Enfermagem. Editora Pedagógica e Universitária LTDA; 2003. A comunicabilidade na enfermagem. p. 65.

(3)Marques LB, Huston JC. Administração e Liderança em Enfermagem. 4ª ed. Artmed. 2005. Comunicação organizacional, interpessoal e grupal. p. 260 – 264.

(4)Kurcgant P, Cunha CK, Massarollo BKCM, Ciampone THM, Silva FEV, Castilho V, et al. Administração em Enfermagem. EPU Editora Pedagógica e Universitária LTDA. Administração e a prática de enfermagem. p. 181 – 182 – 185.

(5)Nogueira MS. Incidentes Críticos na Passagem de Plantão [dissertação], Ribeirão Preto (SP): Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, 1998 (acesso em 2008 março 17). 23h. 15m.

(6)Siqueira PCLI, Kurcgant P. Passagem de Plantão: Falando de Paradigmas e Estratégias. Acta Paulista de Enfermagem vol. 18 n4, SP out / dez. 2005 (acesso em 2008 março 17). 23h 05min. Disponível em http: //www.scielo.br.

(7)Ciamciarullo IT, Gualda RMD, Melleiro MM, Anubuki HM. Sistematização de Assistência de Enfermagem evolução e tendências. 3ª ed. Ícone Editora LTDA. 2005. p. 221.

(8)Oliveira LS. Tratado de Metodologia Científica Projetos de Pesquisas, TGI, TCC, Monografias, Dissertações e Teses. 2ª ed. Editora Pioneira. São Paulo. p. 115 – 117.

(9)Trevizan MA, Mendes IAC, Lourenço MR, Shinyashiki JT. Aspectos Éticos na Ação Gerencial do Enfermeiro. Rev. Latino am. Enfermagem vol. 10, n° 1 Ribeirão Preto jan 2002 (acesso em 2008 setembro 21). 23h50min. Disponível em http://www.scielo.br.

(10)Sznelwar L, Uchida S. Ser Auxiliar de Enfermagem: Um Olhar da Psicodinâmica do Trabalho. Produção vol. 14, n° 3 São Paulo set/dez 2004 (acesso em 2008 setembro 22). 00h20min. Disponível em http://www.scielo.br.

(11)Cunha KC. Gestão de Pessoas: Foco na Enfermagem Atual. 1ª ed. Editora Martinari. São Paulo, 2008. Perfil de Competência do Enfermeiro para a Liderança e Supervisão na Enfermagem. p. 64 – 65.

(12)Volpato ACB, Passos VCS, Freitas CS, Santos DO, Marques ECM, Santos ESF, et al. Técnicas Básicas de Enfermagem. 2ª ed. Editora Martinari. São Paulo, 2007. Procedimentos Administrativos. p. 45.

APÊNDICES

A – Solicitação de Autorização para a Pesquisa

B – Termo de Consentimento Livre Esclarecido

C – Instrumento de Coleta

INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS: FORMULÁRIO

Parte I – Identificação da amostra

Sexo: ()F()M

Idade:

Função:

Jornada de Trabalho:

Tempo de Formação:

Parte II

1 – O conteúdo da PP é suficiente?

()Sim()Não

2 – Você consegue prestar bem a atenção às informações recebidas?

()Sim()Não

3 – O local da PP contribui para o armazenamento das informações?

()Sim()Não()Espaço Insuficiente

4 – A passagem escrita tem a mesma eficácia do que a verbal?

()Sim()Não

5 – Você consegue passar o plantão 100% verbal ou escrito?

()Verbal()Escrito

6 - Em relação a PP, há uma boa comunicação entre as equipes de enfermagem nos diferentes turnos?

()Sim()Não()Parcialmente

7 – Todos os funcionários da equipe de enfermagem participam da PP?

()Sim( )Não()Alguns

8 – Que tipo de interrupções ocorrem durante a PP?

()Campainha()Telefone

()Conversas paralelas()Acompanhantes dos clientes

9 – Durante a assistência prestada ao cliente, você percebeu que algum cuidado ou informação foi omitido na PP?

()Sim()Não()Parcialmente

10 – Qual a sua visão sobre a PP?No seu conceito ela é importante?

D – Carta de Apresentação do Projeto de Pesquisa

E – Intenção da Pesquisa

F – Termo de Compromisso do Pesquisador


Autor: Dyana Tatiana


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