Professor é Quem Ensina; E Como Fica O Aluno Com Talento Nesta Opção?



Introdução

Visando compreender a função do professor em uma sala com aluno com talento e estabelecer uma análise da atuação do mesmo na realidade local,  através da abordagem dialógica, defendida por Waite, Freire e Gadotti, com forte influência de correntes antropológicos, sociológicas e lingüísticas, deve-se valorizar o papel da linguagem no diálogo comunicativo, na construção da cultura profissional e no respeito pela lateralidade assumida na atenção a conceder à voz do outro e na consideração  professores como parceiros e  agentes capazes de auxiliar no desenvolvimento do aluno talentoso.  Acreditamos que a chave está na atitude e devendo estar sempre aberto as mudanças. Quem delega multiplica seu alor. A pessoa criativa que consegue abrir espaço para seu Alunado,tem condições de visualizar o diferente e o questionador como fator positivo em sua sala de aula , sabendo que professor é quem ensina.E quem ensina , para ensinar com qualidade, tem que acreditar no que faz. E precisa também que acreditem nele(Tania Zagury)

É preciso criar estratégias de relacionamento com os alunos talentosos em prol da produção autônoma do conhecimento, para que não permaneçamos na mesmice, pois:

As pessoas que marcaram a história por suas contribuições ao conhecimento e à cultura não são lembradas pelas notas que obtiveram na escola ou pela quantidade de informações que conseguiam memorizar, mas sim pela qualidade de suas produções criativas, expressas em concertos, ensaios, filmes, descobertas científicas, etc.
Renzulli & Reis, 1985

Os principais objetivos deste trabalho  são:

Verificar qual o papel do professor na relação ensino aprendizagem com os alunos com talento;

Analisar as deficiências culturais e tecnológicas dos docentes

Valorizar e respeitar o profissional da Educação como elemento fundamental para o crescimento de uma Nação

Refletir sobre como são vistos os professores em sua função docente pela equipe técnica.

O professor exerce a função de transformador, de coordenador, que estimula o grupo a refletir suas ações e também seus direitos,

(...) é aquela pessoa que sabe ver além das evidências do cotidiano, colocando em diferentes ângulos (...), procurando estudá-las, confrontá-las e aprofundá-las pelo estudo, pelo diálogo, num processo ação-reflexão-ação que alimenta continuamente a caminhada de toda a comunidade educativa, em vista da construção de pessoas-sujeito da própria história. (Revista do professor abr. /jun.2000, p.47).

Poucos profissionais no Brasil trabalham tanto quanto educadores, especialmente aqueles que exercem sua função nas escolas de Ensino Fundamental e Médio. Sem dúvida alguma, em nossas Escolas tanto públicas quanto particulares, existe esforço, dedicação e muito trabalho por parte daqueles que se dedicam à nobre missão de ensinar. A dedicação é tão grande que muitos ainda encaram o magistério como vocação e diante do miserável salário que recebem conseguem sentir plenamente realizados, argumentando que a relação estabelecida com o aluno e o crescimento deste compensam plenamente o esforço feito.

Em função do professor ter muitos alunos em sala de aula, representando um amplo espectro de habilidades, fica muito difícil para o docente ir além do currículo previsto ou adaptar o ritmo de instrução, levando em conta os alunos altamente capazes.
(Renzulli)

Entretanto o professor é refém, refém da própria má qualidade de ensino que recebeu.

Analisar as causa do fracasso é  preocupação sobre a qual se debruçam todos os que estão envolvidos com Educação e que desejam uma escola de qualidade.

No nosso país as mudanças tem ocorrido no papel, mas na sala de aula o professor não possui apoio para efetivar com segurança os tamanhos modismo da educação,sequer possuem suporte de infra estrutura física, material ou os equipamentos necessários  que poderiam possibilitar alguma chance a mais de sucesso, com os alunos ditos normais, imaginem com os alunos antes chamados de superdotados , hoje talentosos...

A lei reconhece a presença de alunos excepcionalmente dotados e talentosos, desde 1972 (Lei Diretrizes e Bases 5692/71 ) mas mesmo a legislação mais atual,  (CNE-CEB, 2001) ainda reflete escasso conhecimento na area:

O trabalho do professor  é árduo, tendo em vista a extensão e complexidade do mesmo. dirige, na verdade o ensino.

E como trabalhar com o aluno talentoso, visto que os meios que o professor  possui para trabalhar com os alunos ditos normais são escassos e o mesmo  se sente desamparado em sua missão..

O fato de se ter talentos não é suficiente para que estes se desenvolvam, necessitando o indivíduo de uma promoção constante do meio para realização de suas potencialidades .LANDAU, 1990

A metodologia assume como pressuposto a relação dialética entre quantidade e qualidade.

Uma das possibilidades concretas de atuação do Professor é exatamente lutar contra o ativismo e o verbalismo, pois o ativismo não se resume apenas na sobrecarga de trabalho didático, mas também nas burocráticas exigências absurdas de preenchimento de guias, fichas, planos, etc. Também se manifesta na ausência de revisões pedagógicas, onde um trabalho de equipe se concretize, ou na ausência de momentos onde os educadores reflitam sobre sua prática, façam o caminho de volta e percebam os atalhos em que entraram. Nenhum educador cresce  se não reflete sobre o seu desempenho enquanto profissional e se não reflete sobre a ação que foi desenvolvida. Só entramos na prática quando refletimos sobre a prática (Alves, 1987:32).

Neste sonho, a educação  ideal, é aquela que seja capaz de propiciar aos professores pensar e agir com inteligência, equilíbrio, liderança, autoridade, dominando conhecimentos técnicos e de relações humanas, que tenha no currículo e no processo didático os seus objetivos de controle de qualidade e que propicie oportunidades de conhecimento efetivas no dia a dia letivo.

Assim, o professor deve ter uma sólida formação pedagógica e filosófica, para poder dar um sentido preciso, positivo e consciente à ação da escola, para que esta realmente cumpra as suas finalidades, bem como poder dar um sentido convergente e integrado no atendimento às transformações sociais e na utilização das novidades tecnológicas, visando preencher com qualidade este vazio que os alunos talentosos sentem ao vivenciar a escola no seu dia a dia.

Nessas mudanças é preciso considerar o estágio de desenvolvimento dos professores e da equipe escolar em termos de conhecimento, pois o professor deve  procurar melhorar os resultados da aprendizagem dos alunos, por meio de um trabalho conjunto, consistente e coerente com as demandas, implica dizer que é preciso  ajudá-los a compreender e analisar o próprio trabalho e sua prática.

Assim, torna-se necessário despir-se do autoritarismo que o caracterizou em épocas passadas e assumir o seu verdadeiro papel de estimulador, descentralizador, participativo democrático, criativo, construtivo, facilitador, mediador, transparente, responsável, reflexivo, flexível, ético, crítico, presente, integrando e interagindo de forma motivadora e dinâmica com todos os membros da comunidade escolar, com o compromisso de procurar formar um ser humano sócio-político-cultural.

Para tanto necessitamos de um planejamento voltado para desde a formação do professor,o envolvimento no currículo escolar das artes plásticas,a abordagem de temas controversos e da atualidade, as visitas de estudo, e a tecnologia envolvida diretamente no acesso aos alunos talentosos.

Podemos afirmar que o movimento aos alunos talentosos no Brasil sofre oscilações que irão depender, entre outros aspectos, do apoio, da vontade política do sistema reinante e  do interesse da sociedade ,

Considerações Pedagógicas

Maker (1982) salienta cinco aspectos pedagógicos fundamentais para a educação do superdotado, designados hoje com a nomenclatura de talentosos; aspectos estes que, sem dúvida, favorecem a motivação, o interesse e a aprendizagem livres de tensão.

Princípios Pedagógicos Para a Educação de Alunos Talentosos Segundo Maker (1982)  

A aprendizagem deve estar centrada no aluno e não no professor.

Deve ser encorajada a independência, e não a dependência.

Deve ser encorajada uma atmosfera de "abertura mental" em sala de aula.

Deve ser enfatizada a aceitação de idéias e não o seu julgamento.

Deve ser permitida e encorajada a alta mobilidade do aluno dentro da sala.

De um modo geral, trata-se de princípios que deveriam ser aplicados em toda e qualquer sala de aula, esteja ela repleta de talentos, de pessoas normais ou até mesmo de retardados mentais. O que Maker ressalta é o fato de que a ausência desses preceitos é muito mais prejudicial ao talentoso do que aos demais.

Por serem indivíduos diferenciados do restante das pessoas,eles requerem um tipo de educação especial que seja adequado às suas necessidades específicas. A menos que tais necessidades sejam atendidas no lar, na escola e na comunidade, é provável que estes estudantes falhem na realização de seu potencial pleno.

Feldhusen (1982), citado em Alencar (1986b), concorda e acrescenta que as necessidades especiais dos superdotados se enquadram em três categorias gerais: cognitivas, afetivo-sociais e generativas.

Considerações finais

Percebemos que o docente deve obter maior formação em relação ao seu alunado procurando desta forma:

 1) Ajudar aqueles indivíduos com um alto potencial a desenvolver ao máximo os seus talentos e habilidades.

2) Favorecer o seu desenvolvimento global, de tal forma que venha a dar as maiores contribuições possíveis à sociedade, possibilitando-lhe, ao mesmo tempo, viver de uma forma satisfatória.

3) Fortalecer um auto conceito positivo.

4) Ampliar as experiências desses alunos em uma diversidade de áreas e não apenas em uma área especializada do conhecimento.

5) Desenvolver no aluno uma consciência social.

6) Possibilitar ao aluno uma maior produtividade criativa.  

Observação: Se um estudante inusitadamente brilhante permanece com os seus colegas da mesma idade, ele possivelmente achará as tarefas propostas pelo professor muito fáceis e desenvolverá hábitos de estudo inadequados, onde tende a se isolar do grupo .

Trata-se de um conjunto de diretrizes para se ter as óbvias vantagens pedagógicas da segregação e, ao mesmo tempo, evitar os problemas que podem surgir em termos de uniformização, isolamento, elitismo e polarização.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS

ALARCÃO, Isabel. Escola Reflexiva e Nova Racionalidade. Porto Alegre: Artmed, 2001.

ZAGURY,Tânia-O professor refém-Rio de Janeiro:Record,2006.

FREIRE, Paulo. Educação e atualidade brasileira. 2ª ed. São Paulo: Cortez; Instituto Paulo Freire, 2002.

Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 18ªed. São Paulo: Paz e Terra, 2001. Coleção Leitura.

LDB. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 9394/96.

Boletim do CONBRASD( Conselho Brasileiro de Superdotação), ano I-Nº 01-Jan Mar 2006


Autor: Monique Wermuth Figueras


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