Senso Comum



SENSO COMUM

O conhecimento tradicional pode ser definido como saber e o saber fazer, a respeito do mundo natural e sobrenatural, gerado no âmbito da sociedade não urbana/industrial e transmitido oralmente de geração em geração. Um dos enfoques que mais contribui para estudar o conhecimento das populações tradicionais é a etnociência, que parte da lingüística para estudar o conhecimento das populações humanas sobre os processos naturais, tentando descobrir lógicas subjacentes ao conhecimento humano do mundo natural..

Berkes & Folke (1998), utilizam o termo conhecimento ecológico tradicional para se referir a um corpo cumulativo de conhecimento e crenças, passados entre as gerações por transmissão cultural, sobre a relação da existência de sua vida (incluindo humana), com outros fatores e com seu ambiente. Os mesmos autores utilizam a palavra tradicional para referir a continuidade histórica e cultural, reconhecendo que a sociedade está constantemente redefinindo o que é considerado "tradicional".

A etnoecologia é uma disciplina encarregada de estudar as concepções, percepções e conhecimentos sobre a natureza, que permitem às sociedades rurais produzir e reproduzir as condições materiais e espirituais de sua existência social no manejo de seus recursos naturais ou ecossistemas (TOLEDO, 1992). O mesmo autor ressalta as formas de apropriação e criação do saber das populações a respeito do seu ambiente natural, observando sistemas de conhecimentos do mundo natural estabelecido por estas populações e suas práticas produtivas.

Batistella et al (2005), ressaltam que é necessário reconhecer a existência, entre as sociedades tradicionais, de outras formas, igualmente racionais de perceber a biodiversidade, além das oferecidas pela ciência moderna, considerando que este conhecimento assegura o acesso rápido a informações elementares para pesquisas cientificas, além de dar subsídios à população local na defesa de "seu lugar".

A principio, o uso destes produtos era baseado apenas no conhecimento popular passado de geração para geração. No entanto com o passar dos anos estes conhecimentos vem ganhando cada vez mais caráter cientifico e isso só tem enriquecido o arsenal farmacêutico e comprovado a veracidade da sabedoria popular.

Kupchan (1971) apud Ribeiro (1987), ressalta é indiscutível que os produtos naturais vêm contribuindo e muito com o desenvolvimento do arsenal farmacêutico e da clínica médica em suas diversas especialidades.

Todavia o que chama atenção para uma situação curiosa e ao mesmo tempo perigosa: o fato da mesma planta possuir um ou mais nomes populares ou de plantas diferentes possuírem o mesmo nome. Isso causa confusão, daí a necessidade de se conhecer bem a planta utilizada, pois muitas ainda podem possuir efeitos tóxicos desconhecidos.

Portanto as plantas devem ser adquiridas de laboratórios ou pessoas (raízeiros etc) idôneos isso garante qualidade e identificação correta.

O uso de vegetais para fins medicinais é antigo e vem se acentuando cada vez mais devido a deficiência do sistema de saúde, cujo acesso apresenta diversas dificuldades, entre elas as filas intermináveis para se conseguir uma consulta e o preço elevado dos medicamentos (VIEIRA, 2003).

Nesse sentido a medicina popular é uma alternativa natural e acessível tanto na busca da cura definitiva quanto no alívio das dores momentâneas. Por isso muitas são as populações que possuem em suas casas os chamados quintais medicinais, este costume está presente principalmente em comunidades antigas que ainda hoje preservam suas tradições.


Autor: sandra, jacilda e Cleunice orlandi,silva e arruda


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