O Final



Quando meu tio-avô José percebia que as redes de televisão haviam saído do ar, anunciava a todos que a guerra começara. Lá ia meu avô tentar acalmá-lo. Esse era o reflexo de um jovem que serviu o Exército Brasileiro no Período Getulino. Seqüelas, marcas que jamais esquecera. Tortura, morte, estes eram sinais de um governo considerado do povo. Getúlio Vargas suicidou-se vítima dos escombros do passado. Sua mente também pesava, assim como a do meu tio-avô.

            As guerras possuem um vencedor, mas os perdedores são sempre os inocentes, aqueles que sempre trabalharam, levaram uma vida digna ao final são os sacrificados. Os comandantes são os últimos a morrerem, quando falecem. Passam séculos sem serem achados, encontrados no futuro como múmias. Começa-se aí um processo de envio ao museu do País que o chefe levou ao caos. Os corpos dos inocentes ficaram perdidos e seus entes lutam para enterrá-los com dignidade. A guerra acabou, mas os resultados são sempre negativos. Positivos apenas aos que almejam ampliarem seus poderes, seus territórios e conquistas.

            No passado  o tom profético do final do mundo pairou sobre a Terra. Para alguns o fogo bradado nas linhas bíblicas metaforicamente interpretadas eram os mísseis desses tanques potentes, a água representava as inundações causadas pelos rompimentos de barreiras. Esses eram os efeitos das guerras que cessaria com a vida em nosso Planeta.

            Hoje o foco deve ser outro e é muito bom que o ser humano se atente a esses avisos enviados pela Natureza. São conselhos que os cientistas aderiram e vem transmitindo aos habitantes do planeta Terra. Nossa Natureza encontra-se em perigo e essas catástrofes ocorridas não são metáforas, comparações, linhas do passado, representam o sinal que é hora de parar e avaliar o que estamos fazendo e se nada de ruim fizemos para esse Planeta vamos lutar para que nossos semelhantes não o façam.

            Sintonizemos no Brasil, nosso amado e querido País. Revolta da natureza sempre aconteceu com os países distantes, de outros Continentes, no máximo alguns tremores de terra aqui com os nossos vizinhos, mas Aqui nunca ocorreu nada de gigantescas proporções. Era assim, foi no passado (me permitam o pleonasmo). Hoje perdemos muito do nosso pulmão, a Amazônia está sendo devastada. O que estão fazendo? Apenas reportagens, documentos que futuramente serão reciclados ou queimados pelos assassinos do Planeta. Sai Ministro, entra Ministro e o Meio Ambiente chega ao fim, merecendo o trocadilho Ministro do Final Ambiente. A Cristiane Torloni lança um manifesto, apoiada pelo Victor Fasano para proteção de nossa Amazônia e meia dúzia de invejosos lança na mídia que seria um jogo para que os atores voltassem a atuar. Para não me alongar passemos para o caos vivido pelo estado de Santa Catarina. Pessoas mortas pelas águas e desabamentos, cidades sem comunicação com o resto do Planeta, racionamento de alimentos, morros desabando e vários soterrados. A rede elétrica carece de reparos, enchentes e com ela as doenças. Pessoas desabrigadas. A agricultura afetada. Enfim, sinal de que o tempo não vai bem.

            Poderemos ter um fim caoticamente organizado por nós, seres humanos. A Natureza reclama através de alguns avisos. Como diz o dito popular: “Quem avisa amigo é...”.


Autor: Sergio Sant'Anna


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